AERO Magazine

UM PANORAMA DA AVIAÇÃO DE NEGÓCIOS

Após o renascimento da aviação de negócios ocorrido no período da pandemia entre 2020 e 2021, os números do biênio 2022-2023 continuam mostrando, em linhas gerais, resultados muito bons. Os novos usuários da modalidade, que migraram do transporte aéreo coletivo (linha aérea) para o individual (aviação privada e táxi-aéreo) devido às necessidades que a emergência sanitária lhes impuseram, ao que parece, gostaram da mudança e permanecem utilizando a aviação de negócios para seus deslocamentos.

Alternativas regulatórias, como a formalização dos programas de compartilhamento pela nova redação do RBAC 91, que incorporou regulamentação análoga à da agência de aviação norteamericana, a FAA, e a possibilidade de os táxis-aéreos comercializarem assentos individuais, também tiveram seu peso neste renascimento. O fato é que, mesmo com a escalada dos preços das aeronaves no mundo todo, gerando situações inusitadas como a existência de modelos usados custando mais do que o valor de tabela de um novo, a demanda continua maior do que a oferta no mercado da aviação de negócios.

De acordo com os dados disponibilizados pelo Registro Aeronáutico Brasileiro da Agência Nacional de Aviação Civil (RAB-Anac) relativos a maio de 2023, o Brasil possui 9.696 aviões e helicópteros civis operacionais certificados nos diversos segmentos da aviação de negócios: táxi-aéreo (incluindo a operação sub-regional), serviços aéreos especializados, aviação agrícola, instrução de voo e aviação privada. Em fevereiro de 2020, às vésperas da decretação do estado de emergência sanitária, a aviação de negócios contava com 9.098 aeronaves segundo os mesmos critérios, mas o crescimento geral de meros 7% no período não revela o principal: nossa frota aumentou justamente nos segmentos mais sofisticados, de maior valor unitário – aviões a reação, turbo-hélices e helicópteros turboeixo. Além disso, o aumento na quantidade de horas voadas, uma informação mais importante do que a relativa ao tamanho da frota, revela outras nuances ainda mais significativas – como, por exemplo, a de que o táxi-aéreo, setor que vinha tropeçando havia anos, voltou a crescer.

Por outro lado, a boa fase também não é indiscriminada. Há

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