Ponte de Lima teve o primeiro foral concedido em 1125 por D. Teresa, a mãe de D. Afonso Henriques, antes ainda do estabelecimento da nacionalidade, em 1143. Nestes nove séculos de história, rica e cheia de significado, Ponte de Lima foi construindo um vasto e valioso património, seja do ponto de vista histórico, cultural, mas também patrimonial, patente em monumentos como o pelourinho, considerado monumento nacional; a igreja matriz, dos séculos XIV a XVI; a Capela do Anjo da Guarda, de inspiração gótica; entre tantos, tantos outros – sem esquecer, claro, a ponte romana sobre o rio Lima, ostentando orgulhosamente os seus quinze arcos grandes e doze pequenos e que é, verdadeiramente, o centro e o coração da vila.
Esta ponte é, aliás, o testemunho em pedra da presença de outros povos na região. Os romanos, que acreditavam ser o Lima um dos cinco rios do Hades, no caso o Lethes, ou Rio do Esquecimento, que provocava amnésia perpétua a quem o atravessasse, foram forçados por essa lenda a uma paragem na travessia, a caminho da Galiza, em 137 a.C.. E só depois de o comandante das legiões, Decimus Junius Brutus, fazer a passagem a só e, chegado à outra margem, chamar os seus homens um por um pelos seus nomes, pôde a máquina de guerra romana retomar o seu caminho de conquista.
Tal é a vetustez das pedras graníticas de Ponte de Lima que muitas histórias, lendas e mitos há para descobrir. Porém, o que impressiona é a capacidade desta vila reinventar-se, acrescentar sempre algo de