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Viamão – arquitetura barroco-colonial
Viamão – arquitetura barroco-colonial
Viamão – arquitetura barroco-colonial
E-book174 páginas1 hora

Viamão – arquitetura barroco-colonial

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Sobre este e-book

Por meio da observação dos costumes e da análise das construções do período barroco-colonial, Mariza López, em Viamão – arquitetura barroco-colonial, nos leva a um passeio pela cidade de Viamão, principalmente durante os dez anos em que é considerada a Capital do Rio Grande de São Pedro, antes de Porto Alegre. A arquitetura dos solares, os vestígios urbanos, os documentos e objetos dão conta da perenidade da memória. Constata-se, no entanto, a fragilidade desses testemunhos da história.

" O livro Viamão – Arquitetura barroco-colonial, de Mariza López, vai além do título. A autora inicia com um breve relato da ocupação hispano-portuguesa do território que hoje é o Rio Grande do Sul. Vários eventos históricos que permitem contextualizar a arquitetura da cidade são apresentados. Assim, são referenciados a atuação dos jesuítas espanhóis, os assaltos dos bandeirantes, a fundação da Colônia do Sacramento, os tratados entre Portugal e Espanha e a incorporação dos territórios que compunham a Província Cisplatina.

Alternando as narrativas, a autora transita pelas origens da composição étnica da população, conduz o leitor a visualizar como se estabeleceu o sistema de sesmarias e a ocupação dos Campos de Viamão.

A arquitetura colonial viamonense é apresentada, enfatizando seu caráter militarista. Diversas casas históricas são objeto de exame e, como não poderia deixar de ser, é feita uma breve análise da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a segunda igreja mais antiga do Estado.

O livro é fartamente ilustrado, permitindo ao leitor um passeio pela arquitetura colonial de Viamão."

Ricardo Arthur Fitz

Professor de História do Colégio Militar de Porto Alegre e professor aposentado da Faculdade Porto-Alegrense
IdiomaPortuguês
EditoraLibretos
Data de lançamento28 de set. de 2022
ISBN9786586264531
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    Viamão – arquitetura barroco-colonial - Mariza Lópes

    CAPA_Viamao_Mariza.jpg

    Viamão

    ARQUITETURA BARROCO-COLONIAL

    © Mariza López, 2022

    Direitos da edição reservados à Libretos.

    Permitida a reprodução apenas parcial e somente se citada a fonte.

    Edição e design gráfico

    Clô Barcellos

    Foto na capa

    Daiane López Peixoto

    Porta da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Viamão

    Foto na contracapa

    Antônio Vargas

    O fogo que não se apaga. São Sepé, Rio Grande do Sul

    Daiane López Peixoto

    Detalhe de teto e altar-mor na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Viamão

    Revisão

    Célio Lamb Klein

    Grafia segue Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, adotado no Brasil em 2009

    Viamão

    ARQUITETURA BARROCO-COLONIAL

    Mariza López

    Porto Alegre, 2022

    Dados internacionais de catalogação na publicação

    Bibliotecária Daiane Schramm

    CRB 10/1881

    L864v López, Mariza

    Viamão: Arquitetura barroco-colonial [recurso

    eletrônico]. / Mariza López. – Porto Alegre: Libretos,

    2022.

    Livro Digital

    ISBN 978-65-86264-53-1

    1. Arquitetura Barroco-colonial. 2. História.

    3. Costumes. 4. Memórias. 5. Viamão-Rio Grande do Sul. I. Título.

    CDD 709

    Libretos

    Rua Peri Machado, 222, bloco B/707

    Bairro Menino Deus, Porto Alegre, RS

    CEP 90130-130

    Brasil

    www.libretos.com.br

    libretos@libretos.com.br

    Instagram e Facebook @libretoseditora

    IN MEMORIAM

    Cesar Mena Barreto Gomes

    (1945-1996)

    Neuza Terezinha Tasca

    (1950-2021)

    Regina Frota

    (1940-2022)

    Sumário

    Prefácio

    Aquelas misteriosas paredes

    Vitor Ortiz

    Introdução

    O passado e suas significações

    Parte I

    Aspectos históricos

    Um território disputado, uma sede protegida

    Sistema de sesmarias

    A preferência pelo latifúndio

    A questão indígena

    Servidão disfarçada

    Escravização no Sul

    Maioria subjugada

    Colonização de Viamão

    Os primeiros povoadores brancos

    Arquitetura militar

    Construções para a defesa

    Cultura missionária

    O foco na educação

    Código de posturas

    Regras no espaço urbano

    Alguns costumes

    Folias regadas a pão e carne

    Caderno de fotos

    Parte II

    Casa Velha

    Estilo colonial português

    Estância do Aterrado

    Uma residência rural

    Pensão do Seu Caruso

    A casa urbana

    Casa da Dona Mariazinha

    A casa em fita

    Sobradinho da Praça

    Dois andares e paredes reforçadas

    Solar Dom Diogo de Souza

    Uma casa de veraneio

    Solar dos Barcelos

    Um tom barroco-colonial

    Fazenda Águas Belas

    Estilo açoriano

    Igreja Matriz

    A maior igreja setecentista do Rio Grande do Sul

    Antigas bicas

    Fontes desativadas

    Igreja Episcopal Anglicana

    Estilo eclético

    Caderno de fotos

    Conclusão

    As urgências da memória e da história

    Glossário

    Referências bibliográficas

    Agradecimentos

    PREFÁCIO

    Aquelas misteriosas paredes

    Vitor Ortiz

    ¹

    Esta publicação de Mariza López teve origem num trabalho acadêmico de especialização que realizou em idos dos anos 1980, quando ainda existiam diversos resquícios das inúmeras construções do período colonial e imperial em Viamão. Eu mesmo, quando criança, brinquei no meio de ruínas, ou sentado à porta desses casarões e igrejas de cujas paredes a ação do tempo removera o reboco, deixando à vista impressionada da garotada viamonense aquelas misteriosas paredes feitas com pedras irregulares e liga de conchas moídas, o cimento de então.

    Lembro de ver com medo as casas muito antigas infestadas de aranhas e lacraias, que de vez em quando caíam do teto, como às vezes acontecia na barbearia de meu pai, Lírio Bittencourt, que ocupou por alguns anos o casarão onde hoje é o gabinete do prefeito e outrora fora a Pharmácia Esperança e a Pensão do Seu Caruso, conforme nos conta a Mariza neste livro.

    A imagem na página 67 dá uma ideia do bucólico Arraial de Viamão, que, até meados dos anos 1970 e 1980, preservou inúmeras marcas e características do período colonial e imperial, especialmente das construções do século XIX, entre ruínas mais antigas, como as que existiam da casa onde se reuniram os vereadores da Câmara em 1766, depois da fuga da ocupação espanhola de Rio Grande.

    Como descreveu Saint-Hilaire em sua passagem por ali em 1820, aquele antigo núcleo urbano compunha-se de duas praças contíguas e de formato irregular, erguendo-se, numa delas, a igreja:

    [...] depois de São Paulo, ainda não conheci outra igual a essa. Possui duas torres, sendo bem conservada, muito limpa, clara e ornamentada com gosto. Pelas igrejas do Brasil pode-se julgar de quanto seria capaz este povo se os meios de sua instrução fossem multiplicados [...].²

    É provável que o grandioso investimento na estrutura arquitetônico-militar da igreja de Viamão esteja realmente relacionado à ideia de instalação definitiva da sede da vila e da única Câmara governativa existente no Rio Grande de São Pedro, ideia que sucumbiu, em 1772, diante da visão do governador Marcelino Figueiredo, que concedeu o status de vila à freguesia de São Francisco do Porto dos Casais naquele ano, elevando-a à condição de lugar sede da Câmara, consolidando o antigo Porto de Viamão – então futura Porto Alegre – como local mais vocacionado para a condição de vila central e sede governativa. A decisão estava relacionada a pelo menos dois fatores. Um deles, a presença açoriana. Naquele ano, iam-se já praticamente duas décadas de assentamento dos casais nas margens do Guaíba à espera da demarcação de terras nas Missões, o que fracassara diante da resistência indígena à expulsão dos jesuítas e à subjugação ao cruento domínio bandeirante. Outro, a posição pluvial. Todos os negócios da época, inclusive o tráfico negreiro, dependiam de bons portos, de acesso às rotas de navegação.

    Enfim, dentro do mesmo grande território dos Campos de Viamão, ao longo do século XVIII, consolidaram-se alguns núcleos de povoação portuguesa: o Arraial de Viamão, o Porto dos Casais, Belém Velho e a Aldeia dos Anjos. Todos transformados em freguesia, ou seja, detentores de capelas curadas, onde se podia batizar, realizar casamentos, registros de nascimento e óbito. Entre elas, uma seria destacada como sede, vila (conforme a nomenclatura da época para o lugar onde havia uma câmara governativa com seus vereadores), e as demais ficariam então como freguesias, à sede subordinadas. Foi desse modo que se organizou o mapa governativo depois de Marcelino Figueiredo, naquelas últimas décadas dos anos 1700. Embora a resistência dos vereadores instalados em Viamão, que ali haviam construído casas e realizado investimentos nas redondezas da Capela de Nossa Senhora da Conceição, mandado instalar fontes de abastecimento de água e até mesmo contribuído para a edificação de uma portentosa catedral – obras do governador anterior, José Custódio de Sá e Faria –, a vontade do governador Marcelino prevaleceu. Em 26 de março de 1772, o Porto dos Casais foi elevado à condição de vila, ficando Viamão, Belém e a Aldeia dos Anjos (futura Gravataí) na condição de freguesias daquela, o que teve ordem e concordância do Visconde do Lavradio, vice-rei do Rio de Janeiro, a quem toda a região Sul, incluindo São Paulo, era subordinada.

    Naquela sua passagem em 1820 – 48 anos depois da elevação do Porto dos Casais (Porto Alegre) –, Saint-Hilaire percebia já um certo abandono de Viamão. Ele relata:

    A fundação de

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