Asilhueta icônica do Super Guppy, que realmente lembra uma baleia, é reconhecida a distância e pouco lembra o veterano Boeing 377 Stratocruiser, do qual derivou. Hoje, apenas um dos cinco Super Guppy produzidos segue em atividade, transportando componentes e aeronaves da Nasa, incluindo partes fundamentais do Programa Artemis, que promete levar a humanidade de volta à Lua até o final desta década. De certa forma, é um paradoxo ver um avião construído em 1953, portanto, há 70 anos, ser o responsável pelo transporte do mais avançado projeto espacial da atualidade.
O Super Guppy surgiu justamente por uma demanda do programa espacial norte-americano, que exigia o transporte de grandes componentes, a maioria volumosos, mas com peso relativamente baixo. Com o centro de lançamento principal montado no Cabo Canaveral, na Florida, e complexos industriais espalhados por outras regiões dos Estados Unidos, era necessário um meio de levar tais componentes de forma segura e rápida até o atual Keneddy Space Center.
ESPIONAGEM
Havia dois problemas adicionais. O primeiro era referente ao tamanho das estruturas, que tornava complexo e até inviável o transporte por rodovias ou ferrovias, ainda que em casos pontuais o uso de hidrovias tenha sido o melhor caminho. A maioria dos componentes seguia por via marítima, cruzando o Canal do Panamá. O segundo entrave, não menos complexo, era a espionagem. No início dos anos 1960, o mundo assistia ao início da corrida espacial e a nuclear estava em seu auge, com os blocos soviético e ocidental disputando a hegemonia política. Espionagem e sabotagem eram uma