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A ALSÁCIA, REGIÃO DA FRANÇA fronteiriça com a Alemanha, é muito conhecida por seus vinhos brancos. Mas e se dissermos que quase 30% da produção da região é de vinhos espumantes, os famosos Crémant d'Alsace? Curioso, não? Mais curioso ainda é saber que a família Dopff, que chegou há Riquewihr há 450 anos, já foi produtora de Champagne alsaciano. Como assim?!
Pois é, na época, as denominações de origem ainda não estavam estabelecidas e Gustave-Julien Dopff, bisavô de Etienne-Arnaud Dopff (o atual gestor do domaine Dopff au Moulin), foi um dos pioneiros na produção de espumantes na região usando mosto de Champagne. Desde então, os Dopff sempre foram defensores desse estilo de vinho na Alsácia e foi graças a Julien-Pierre, avô de Etienne-Arnaud, que se criou uma denominação de origem para os Crémant.
O simpático Etienne-Arnaud Dopff tem orgulho de representar a 13ª geração da família no negócio. Os primeiros a trabalharem com vinho remontam a 1574. Durante o século XVII, Jean-Daniel Dopff, filho de um pastor, estabeleceu-se em Riquewihr como padeiro e estalajadeiro na Taverna “Deer”. Seu filho, BalthazarGeorges, tornou-se tanoeiro. Quatro gerações se sucederam dessa forma até que Jean Dopff, dois séculos depois, se estabeleceu como “gourmet” (corretor de vinhos). Por sua vez, seu filho JeanGustave se concentrou na construção do patrimônio da família e fundou a Maison Dopff, que passou para Gustave-Julien, o visionário bisavô de Etienne-Arnaud.
Nessa descontraída conversa (realizada em 2023), Etienne-Arnaud conta um pouco dessa incrível saga dos Dopff que marcou a vitivinicultura alsaciana e revela como uma empresa familiar consegue se manter no mundo atual. Confira.
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A história da sua família é bastante longa… é possível resumir [risos]?
Não será fácil porque sou a 13ª geração daem Champagne e fazia espumante na Alsácia. Em nossa casa ainda é possível ver uma placa com o nome Julien Dopff & Companie, na época baseada em Reichenweier. Reichenweier era o nome alemão de Riquewihr, nossa cidade natal, porque éramos alemães na época. E também tínhamos escritório em Épernay, isso foi muito engraçado no momento. E então, por volta de 1911, não era mais possível enviar mosto para outra região vinícola; foi o início da proteção das denominações.