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Eu gosto de apanhar na cara e outros contos
Eu gosto de apanhar na cara e outros contos
Eu gosto de apanhar na cara e outros contos
E-book59 páginas51 minutos

Eu gosto de apanhar na cara e outros contos

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Sobre este e-book

Desde que eu era apenas uma adolescente, já sentia o prazer de levar um tapa bem dado na cara.
Nada me dava mais prazer do que desrespeitar meu padrasto e sentir sua mão pesada em meu rosto.
Por que sou assim?
Por que eu gosto de apanhar?
Não sei.
Só que gosto. E muito!

IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de mai. de 2017
ISBN9781370481798
Eu gosto de apanhar na cara e outros contos

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    Eu gosto de apanhar na cara e outros contos - Adriely Dantas

    A existência de Deus

    Francisco estava em seu leito de morte quando disse a sua esposa:

    — Chame a imprensa.

    — Por quê?

    — Quero realizar o meu último desejo.

    Não contrariando seu esposo moribundo, Dona Ofélia chamou a imprensa. Um amontoado de repórteres entrou no suntuoso aposento de Francisco.

    — Quem me provar a existência de Deus, eu darei um milhão de reais.

    A notícia correu a cidade, depois o estado e finalmente o país. O bilionário investidor Francisco dará R$ 1 milhão de reais a quem provar a existência de Deus!

    Milhares de pessoas fizeram fila na entrada da mansão. Cada uma trazia uma teoria mais mirabolante que a outra, mas ninguém tinha uma prova concreta.

    Antes de chegar até os aposentos de Francisco, o candidato era entrevistado por um médico e um psicoterapeuta.

    Não faltou pessoas com históricos médicos dizendo se livrar das mazelas depois de orações e promessas, invariavelmente, todos caíam em descrédito diante do médico, que checava pessoalmente cada informação sobre a doença, e durante uma acareação, as pessoas desistiam e admitiam a fraude.

    Por incrível que pareça, não surgiu um padre, bispo ou cardeal. Porém, pastores haviam de todos os tamanhos e gêneros. Dos que expulsam demônios ao que resolvia problemas amorosos.

    Ao final de um mês, ninguém conseguiu passar pela triagem. O movimento de pessoas em frente à mansão esmoreceu-se, até que no segundo mês, não havia mais ninguém as portas.

    Francisco desiludiu-se, arrependeu-se amargamente de todas as suas orações, se Deus não existia, não haveria mais nada após sua morte.

    — Ofélia, queime todas as bíblias desta casa - ordenou ele - as escrituras são uma grande mentira.

    Com o coração partido, Dona Ofélia reuniu cerca de cinco bíblias que havia na mansão e as jogou na lareira do quarto de seu esposo, para que ele contemplasse as Sagradas Escrituras queimando. Mas havia uma bíblia que Dona Ofélia não jogou ao fogo, tratava-se de uma Bíblia que a mãe de Francisco lhe deu em sua primeira eucaristia. Tratava-se de uma bíblia pequena, de capa preta, folhas já amarelada pelo tempo, e na contracapa havia uma dedicatória da mãe de Francisco dizendo: Para meu filho querido! Nunca perca a sua fé!.

    Francisco notou que Dona Ofélia não havia jogado uma bíblia.

    — O que há mulher? Jogue logo esse negócio no fogo!

    — É a bíblia que sua mãe lhe deu.

    — Não me interessa, não me vale mais nada, atire no fogo.

    — Não posso fazer isso - respondeu a esposa ao pranto.

    — Então traga até mim.

    Dona Ofélia levou a bíblia até ele.

    — Tudo bem, vou ficar com ela, afinal, foi à bíblia que minha mãe me deu na minha primeira eucaristia - ele apertou a bíblica contra o seu peito - por favor querida, vá pegar uma xícara de café pra mim.

    Quando ela saiu do quarto, Francisco tocou o sininho chamando pela emprega.

    — Jogue esta bíblia no fogo - ordenou Francisco a empregada, lhe entregando a bíblia, lembrança de sua mãe.

    Sem pestanejar a emprega foi até a lareira e atirou a bíblia nas chamas.

    No dia seguinte, uma mulher bateu a porta da mansão. O empregado logo percebeu que se tratava de uma Testemunha de Jeová, devido ao traje peculiar e por ser domingo.

    — Quero falar com o seu Francisco - disse a mulher.

    — O desafio já terminou.

    — Não vim pelo desafio, apenas quero falar com o seu Francisco.

    — Do que se trata?

    — O assunto é de grande interesse dele.

    — Desculpe-me, mas seu Francisco está muito doente, sem condições de receber visitas - disse o empregado enquanto ia fechando a porta. A mulher colocou a mão na porta e a segurou.

    — Por favor, não irá demorar mais do que dois minutos, pelo menos pergunte se ele quer a nossa visita, se recusar, irei embora.

    O empregado foi até seu Francisco.

    — Não! De jeito nenhum! - reclamou

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