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Insônia da Matéria: Poemas e desesperanças
Insônia da Matéria: Poemas e desesperanças
Insônia da Matéria: Poemas e desesperanças
E-book95 páginas24 minutos

Insônia da Matéria: Poemas e desesperanças

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Sobre este e-book


Insônia da Matéria é uma coleção de poemas escritos entre 2002 e 2007, correspondendo ao intervalo entre a redação de Ateísmo & Liberdade e O Vazio da Máquina. A atmosfera de perplexidade e de mal-estar que perpassa quase todos os poemas pode ser vista como um reflexo da angústia que se sente quando tentamos lidar com um problema que ainda nos escapa — como um fantasma que nos persegue, até que consigamos colocá-lo no papel.



* * *
:: POEMAS

PASSAGEM
SENTIDO
ALMA
MIOPIA
EREMITA
ESCOLHAS
FELICIDADE
LOUCURA
LUTA
MÁSCARA
SENTIMENTO
CRIANÇA
SAUDADE
SILÊNCIO
SOLIDÃO
TRANSIÇÃO
AUSÊNCIA
ESPERANÇA
DESRAZÃO
VAZIO
SONHOS
TÉDIO
SENTENÇA
DISTÂNCIA
SOMBRA
COVARDE
NADA
ETERNAMENTE
GRÃOS
ILUSÕES
ACASO
 


 * * *


 
“Os poemas também são melancólicos. Fazem parte do livro e mostram misantropia, tédio, angústia e uma não-vontade latente de viver como em “Então abro os olhos / Profundamente lúcido / Arrependido de ter acordado.” Ou em “Isso me vem como um nojo de respirar” e ainda “Neste mais um-dia-qualquer / Tudo estava paralisado / Menos a angústia”. Percebe-se muita coisa dentro do autor e é uma pena as pessoas não se interessarem muito por poesias hoje em dia. Eu adorei!”


— Rosângela Dias


 


“Afora os ensaios, a história de Joe e os poemas são a forma que Cancian achou de se explicar através de desenhos: um complemento sofisticado e estilístico para balancear a crueza das palavras objetivas e diretas.”


— Jairo Moura


 


 


IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2007
ISBN9780463654477
Insônia da Matéria: Poemas e desesperanças

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    Insônia da Matéria - André Cancian

    nada

    SUMÁRIO

    prefácio

    poemas

    PASSAGEM

    SENTIDO

    ALMA

    MIOPIA

    EREMITA

    ESCOLHAS

    FELICIDADE

    LOUCURA

    LUTA

    MÁSCARA

    SENTIMENTO

    CRIANÇA

    SAUDADE

    SILÊNCIO

    SOLIDÃO

    TRANSIÇÃO

    AUSÊNCIA

    ESPERANÇA

    DESRAZÃO

    VAZIO

    SONHOS

    TÉDIO

    SENTENÇA

    DISTÂNCIA

    SOMBRA

    COVARDE

    NADA

    ETERNAMENTE

    GRÃOS

    ILUSÕES

    ACASO

    PREFÁCIO

    Os poemas que compõem este livro começaram a ser escritos por volta de 2002, quando percebi um tipo de dualidade, ou talvez mesmo uma cisão, no cerne da subjetividade humana.

    Mesmo que precariamente, passei a investigar a natureza desse conflito, que veio a tornar-se cada vez mais central em meu pensamento.

    Pessoalmente, sempre fui inclinado à racionalidade. Mas, ao mesmo tempo em que via o mundo numa perspectiva racional, perfeitamente lógica, baseada na ciência, tinha também a vaga percepção isso não era a questão toda — mas o que mais seria?

    Procurava pelo sentido das coisas. Contudo, sabia que essa questão já havia sido solucionada — ora, o sentido é a perpetuação. Está em qualquer livro de Biologia. Então por que essa questão continuava a me incomodar? Não sabia dizer.

    Perseguia-me a sensação de que havia uma incompletude fundamental no saber apenas racional da vida, e isso me causava um profundo mal-estar, pois minha razão dizia-me exatamente o contrário — que não havia incompletude alguma.

    Por vários anos, tentei resolver essa questão, mas não conseguia sequer dar forma ao problema. Ainda sem entender claramente o que queria dizer, sentia a necessidade de expressar-me, e foi nesse processo de tentar trazer à luz algo que pertencia às profundezas que surgiram estes poemas.

    André Cancian

    2007

    Poemas

    A vida é um escárnio sem sentido.

    Comédia infame que ensanguenta o lodo.

    — Álvares de Azevedo

    PASSAGEM

    Despeço-me do sonho de viver

    Do delírio de um dia conseguir

    De uma vez apenas ter as mãos

    E o coração onde quero e como

    Sem desviar disso como perda

    Do tempo que perco sem pesar

    Não, não acredito mais em mim

    Nem no que invento para dar-me

    Uma segunda, outra chance

    De provar o contrário

    Do que sempre foi

    A minha vida

    Se abrigo algo com afeto

    É porque já está morto

    Porque aprendi o traquejo

    De não abraçar-me ao que muda

    Não pensar-me preciso quando sou

            [meio

    Minha saudade é sempre mais amável

    Minha memória diz mentiras perfeitas

    Que nenhuma realidade desmonta

    Em um punhado de palavras

              [e outro de mentiras

    Mesquinhas em entrelinhas

    Que me fazem sentir a vida

    Como se sente uma pedra

                [no sapato

    De quem precisa correr atrás

    Correr, com passadas medidas

    Correr, sem ter qualquer meta

    Chamando a coleção de feridas

    De história da sua vida

    História de um idiota

    Certezas de uma besta

    Percursos de um imbecil

    Objetivos de um estúpido

    Trouxeram-me até aqui

    Foi a história de um erro

    Levado até os

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