Guerra no Centro da Terra: Um mapa, um tesouro, um portal e um segredo - Livro 1
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Sobre este e-book
O ano era 1856, mesmo assim, John McBrian se viu enterrado no lado escuro da Lua. Abaixo de metros e metros de sílica derretida.
Seu sonho era se tornar engenheiro. Por isso, ingressou no King’s College de Cambridge.
Em um trabalho para a disciplina de história, ele encontrou um livro misterioso, uma antiguidade, uma relíquia.
Aquelas páginas coladas guardavam um mistério, uma mensagem criptografada, um mapa de tesouro.
Eles atravessaram o Atlântico, desembarcaram em terras brasileiras.
No princípio acreditavam que encontrariam ouro, mas essa ideia mudou. O livro não contava a história toda. O que encontraram no coração da América do Sul era muito mais do que dinheiro... Mais poderoso... Mas perigoso e mortal.
Seria uma armadilha orquestrada por uma mente diabólica?
De que lado estaria a Filha de Atlântida?
Seria possível escapar daquela morte horrível?
Markus Thayer
Markus Thayer é formado em Ciência da Computação e MBA em Controladoria. Sendo entusiasta por física teórica e mecânica quântica, dedica parte de seu tempo no estudo dessas ciências. Como o tempo é elástico, M. Thayer separa uma parte dele para cinema, música, leitura e outras grandes paixões, como escrever histórias de ficção e criar programas para computador. O Tempo é um papel em branco que pintamos com nossas melhores cores; é um presente para sentir-se bem e exercitar a felicidade.
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Guerra no Centro da Terra - Markus Thayer
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Continua
Sobre o Autor
News Letter
Markus Thayer
Guerra no Centro da Terra
Um mapa, um tesouro, um portal e um segredo
Livro 1
2ª edição
São Paulo
2019
Copyright
Copyright © 2019 Markus Thayer
Capa: Camila Denleschi
Todos os direitos reservados ao autor.
Esta é uma história de ficção e fantasia. Todos os personagens, nomes, empresas, entidades são imaginários ou usados de forma ficcional. Assim, qualquer semelhança com pessoas, empresas ou entidades, são mera coincidência.
A obra contém erros propositais de grafia, palavrões, xingamentos e palavras de baixo nível.
Agradecimentos
Agradeço a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, ajudaram a tornar esta obra uma realidade. Em especial a Marcia Denleschi e a Camila Denleschi que me ajudaram durante todo o processo.
Dedico esta obra à minha esposa, Marcia, e à minha filha, Camila, que estão comigo em todos os momentos, iluminando os meus caminhos e enchendo a vida de sublimado amor.
Prólogo
Dezenas de warnnenes atravessaram pelo túnel. Eram soldados, engenheiros, cientistas, pilotos e estrategistas.
Em pouco tempo, aquele prédio se transformou no quartel-general dos warnnenes.
Peças e equipamentos também cruzaram pelo buraco de matéria exótica.
Drímor olhou para um canto da sala. Havia um canhão de bósons, pronto para o uso.
Aquilo o incomodou. Virou-se para o cientista.
— O quê é isso? Por que perdeu tempo construindo essa arma?
O interlocutor olhou para o canhão.
— General, eu precisava garantir a minha segurança.
Drímor acenou com a cabeça.
— Bem, este canhão será útil.
O cientista sorriu.
— Sim, senhor, tenho certeza de que os dois serão.
Drímor fechou o rosto numa carranca.
— Dois? Você construiu duas armas?
— Sim.
— Por quê?
O warnnene vacilou, correu os olhos pelas paredes.
— As bruxas de Atlântida… Elas sabiam… Sabiam da minha presença na Terra. — Disse, arrependido de ter falado sobre os dois canhões.
Drímor fechou ainda mais a cara.
— Onde está a outra arma?
O cientista procurou pelas melhores palavras.
— A outra… Está com um terráqueo.
Os olhos de Drímor ficaram vermelhos, suas têmporas tremiam.
— COM UM TERRÁQUEO? COMO UM CANHÃO DE BÓSONS VAI PARAR NA MÃO DO INIMIGO?
Foi naquela frase que o warnnene entendeu a dimensão de seu erro.
— A intenção era manter as atlantes longe do portal. Eu pensei…
A fisionomia de Drímor era de desprezo, decepção, fúria e frieza. Num movimento rápido, sacou sua arma e atirou.
A pequena bolha de gás superaquecido atravessou o crânio do cientista. Sua consciência desvaneceu, as pernas dobraram, os joelhos se chocaram contra o chão num estrondo surdo. O sangue warnnene esguichou pelos orifícios abertos pelo tiro.
Capítulo 1
1856 - Cambridge - Inglaterra.
— ... assim, caros alunos, — ensinava Sir Oliver Stwart, renomado professor do King’s College — foi na batalha de Bosworth Field. No ano de 1485, que Henry Tudor venceu o exército de Ricardo III. Esta vitória o levou a ser coroado como Henrique VII. — O mestre fez uma breve pausa e arrematou. — Com isso, chega ao fim a Guerra das Rosas. E, de nossa parte, terminamos esse fascinante capítulo da história da Inglaterra.
— Para me certificar de que todos os ilustres alunos tenham aprendido a lição. Vou pedir que me apresentem um trabalho, o mais detalhado possível, sobre este período de nossa história. Sugiro que o façam em duplas, porém aceitarei trabalhos individuais. Quero isso para depois de amanhã e não vou tolerar atraso.
Um murmúrio surdo ressoou pela sala. Eram comentários de desaprovação, mas quem ousaria contestar o enérgico professor.
Isso não passou despercebido por Sir Oliver.
— Senhores, percebo o vosso natural desapontamento com relação ao tempo para a entrega do trabalho. — Sua voz era carregada de energia. — No entanto, sei que não estou entregando essa tarefa para crianças, mas sim para homens do King’s College de Cambridge. Estou convicto de que, num futuro próximo, vocês conduzirão os caminhos da Inglaterra.
Respirou fundo.
— No mundo que nos defronta lá fora não há lugar para indefinições, medo ou preguiça. É necessário determinação, coragem e ousadia. Os senhores são a elite intelectual desse país. Esse, é o pensamento que deve nortear todas as vossas decisões e atitudes.
O mestre puxou seu relógio de bolso e, à maneira inglesa, consultou a hora. Após breve intervalo, voltou a fixar os olhos em seus alunos.
— Senhores, por hoje é só. Continuaremos os nossos trabalhos na sexta-feira.
E mestre correu os olhos pela classe e aguardou por alguma manifestação, mas o silêncio foi a resposta. Então, com a calma de um gentleman, passou a juntar seu material de trabalho.
Os alunos fizeram o mesmo, tomando cuidado para não fazer barulho, como exigiam as regras da escola.
Deixaram o recinto de forma ordenada, devagar e sem tumultos.
Tão logo ganhavam o ambiente externo, os jovens passavam a conversar com mais tranquilidade.
William caminhava a passos largos.
— John, o senhor Stwart vai nos deixar loucos com tanta coisa. Como será possível contar uma história de décadas em apenas dois dias! — Sua voz saiu melancólica, como quem sente pena de si mesmo.
William Kenward era um inglês típico, alto, olhos castanhos. Seu cabelo, na mesma cor dos olhos, usava penteado para o lado. Não era afeito aos esportes. Gostava de boa comida. E, neste item, pecava pelo excesso. Talvez por esses motivos, naquele momento, a agulha da balança flutuava bem acima do peso ideal.
Ao seu lado, John caminhava olhando para o chão.
— William meu caro, teremos de nos desdobrar, pois o mestre não aceitará pequenos resumos. Acho melhor a gente fazer esse trabalho em dupla.
— Concordo totalmente. Se dividirmos as tarefas, o trabalho não ficará pesado para ninguém.
John acenou com a cabeça, puxou seu relógio de bolso e confirmou a hora.
— Sim, vamos ter de fazer uma bela pesquisa. O que acha da gente se encontrar na biblioteca depois do almoço?
William acenou com a cabeça. Pegou seu relógio.
— Sim, claro. A que horas?
— Sugiro às quinze horas e trinta e dois minutos. Está bem para você?
William pensou um pouco.
— Sim, para mim está perfeito!
Atravessaram o campus. Deixaram os deveres de lado e passaram a conversar sobre outros assuntos. Algo próprio da juventude masculina. Esportes e, naturalmente, as curvas e os encantos das garotas.
Ao deixar os portões da faculdade, seguiram caminhos diferentes.
John McBrian também era um típico inglês, um metro e oitenta de altura, magro, pele branca e cabelo castanho escuro. Aos seus 20 anos era dotado de raciocínio ágil e seu maior objetivo era concluir os estudos.
O pai de John, Sir Morgan McBrian, era um próspero industrial da área têxtil. Possuía uma moderna fábrica de tecidos nas imediações de Londres e seu maior desejo era preparar o seu único filho para assumir os negócios da família. Isso, o deixaria livre para se dedicar mais à política.
Contudo, esse não era o sonho de John. O rapaz era fascinado pelo trabalho de Charles Darwin. Que só conhecia por causa de uma aula ministrada por Sir Oliver. As viagens e pesquisas do médico e naturalista britânico ainda não tinham sido publicadas, mas eram conhecidas por alguns amigos mais próximos.
John não conseguia tirar de sua cabeça o extenso trabalho que deveria entregar. O grande problema não residia na pesquisa si. A faculdade contava com uma excelente biblioteca. A questão era a montagem do trabalho. O manuscrito deveria conter mapas, gráficos e anexos explicativos.
Morava em uma pequena pensão. Quase ao lado da universidade. Onde, para minimizar os custos, dividia um quarto com outros dois estudantes.
Com seus passos largos, não demorou muito para chegar. Logo na entrada encontrou Emily Taylor, dona da pensão. Uma simpática senhora que vivia com alegria os seus 50 anos.
Emily tinha prazer em cuidar dos jovens que vinham de todas as partes da Inglaterra para estudar em Cambridge.
John subiu os três degraus da escada de entrada em um pulo.
— Boa tarde, senhora Taylor.
Um sorriso meigo se desenhou no rosto dela.
— Muito boa tarde, senhor McBrian, como estão os estudos na faculdade? O senhor me parece um pouco cansado.
O jovem retribuiu o sorriso.
— Na verdade, esses últimos dias têm sido trabalhosos, mas estou bem. Apenas com um pouco de fome. — Respondeu reticente, esperando um convite formal para o almoço.
O rosto de Emily se iluminou.
— Ah! Menino, então vamos comer que o almoço já está pronto.
As horas passaram, e os dois amigos se encontraram na biblioteca precisamente às quinze horas e trinta e dois minutos. Em virtude do tamanho da pesquisa que tinham pela frente, não perderam tempo. Entraram no prédio e solicitaram os livros necessários.
O velho relógio de pêndulo parecia girar feito pião. Num instante, seus ponteiros apontavam para as seis e cinquenta da noite.
Apenas algumas pessoas permaneciam na biblioteca.
A bibliotecária não perdia o relógio de vista. Era quase hora de terminar o expediente e ela estava ansiosa para voltar para sua casa. Levantou-se e caminhou pelo salão, parando de mesa em mesa. A última foi a dos dois estudantes.
— Senhores, me desculpem, mas fecharemos em alguns minutos.
William arregalou os olhos.
— Nossa! Eu não tinha percebido o tempo passar!
A moça sorriu, pediu licença e voltou para a sua escrivaninha.
William a acompanhou com o olhar.
Que garota linda.
Pensou.
Girou o rosto e focou o amigo.
— Ainda bem que conseguimos adiantar a pesquisa.
Os olhos fundos e escurecidos denunciavam o cansaço de John.
— É verdade, foi exaustivo, mas precisamos terminar isso logo. Quando chegar no meu quarto, vou transcrever essas informações para o trabalho final.
William concordou com a cabeça e se levantou.
— Preciso dar uma passada no banheiro. Acho que bebi muita água.
John sorriu e também pôs-se de pé.
— Bem, vou devolver os livros à bibliotecária.
William saiu em direção ao sanitário masculino. Por sua vez, John pegou um punhado de livros e caminhou para o balcão de entrega.
A mesa ficou sozinha.
Mas não por muito tempo. Um homem se aproximou. Sorrateiro, analisando os presentes com o canto do olho. Sem ninguém perceber, retirou de dentro do sobretudo um livro. Mais uma vez, se certificou de que não era observado. Colocou a obra no meio das coisas de John. Se afastou a passos mansos, indo para o lado oposto da biblioteca. Sentou-se com elegância. Era uma figura esguia, com o rosto escondido atrás da aba do chapéu. Em um dos dedos, trazia uma peça de ouro. Um anel vistoso, com um símbolo em alto-relevo. Um polvo com cabeça de serpente.
John retornou e passou a juntar suas coisas. Tomou um leve susto ao ver o livro.
Esqueci de devolver esse?
Olhou para o antigo manuscrito. Estendeu a mão e o pegou. Por um momento apreciou a capa dura e os acabamentos feitos a mão.
Não me lembro de ter pego este aqui.
Olhou para a porta do banheiro masculino.
Será que foi o William que pegou essa antiguidade?
Acariciou a obra com os dedos indicador e médio. Abriu e correu os olhos por algumas páginas.
Guerra das Rosas. Talvez tenha alguma coisa interessante.
Colocou a antiguidade de volta na mesa e retornou à tarefa de reunir suas coisas.
William voltou do banheiro e, como John, passou a juntar seus materiais.
McBrian pegou o manuscrito e mostrou para o amigo.
— Foi você que pegou este livro?
William deu uma olhada rápida na antiguidade
— Nem sei, pegamos tantos livros. Sei lá.
John focou o velho livro.
— É sobre a Guerra das Rosas. Acho que vou levar este manuscrito. Talvez encontre alguma curiosidade para enriquecer o nosso trabalho.
O amigo não deu atenção.
— Perfeito. De minha parte prepararei os gráficos, mapas e organizar a bibliografia.
John concordou com a cabeça e os dois saíram da biblioteca.
O homem do anel de ouro sorriu. Se levantou e também deixou o local de estudo.
William e John traçaram alguns planos para o dia seguinte. Se despediram e tomaram rumos diferentes.
Cada um seguiu para sua residência. A noite prometia ser longa. Eles iriam ter de trabalhar duro para dar conta da tarefa.
John entrou em seu quarto. Puxou o relógio do bolso do paletó. Eram sete e trinta.
Vamos começar logo com essa escrita. Ainda é cedo e dá para fazer uma boa letra.
Separou o que precisava. Jogou o resto na cama. Debruçou-se sobre a escrivaninha, acendeu a velha lâmpada a óleo e iniciou a escrita.
Lá pelas nove, o peso das pálpebras faziam com que seus olhos quase não parassem abertos. Era necessário grande esforço para se manter acordado. Se deu conta de que não venceria aquela batalha. Deixou a escrita de lado. Se espreguiçou e bocejou com os braços esticados para cima. Olhou pro lado e lá estava o manuscrito.
Era uma relíquia, já devia ter uns cento e cinquenta anos. No livro estavam registrados muitos acontecimentos históricos do norte da Inglaterra.
John o apreciou por um momento. Passou a manusear com extremo cuidado.
Todo esse zelo era por conta de seu amor pelos livros.
Encontrou várias curiosidades, ricas informações que valorizariam o trabalho.
Ao virar uma página, percebeu que algo estava diferente. A folha era mais grossa que as demais. Parou de folhear, inclinou a cabeça com um ponto de interrogação na cara. Examinou com mais atenção. Colocou contra a luz da velha lâmpada.
Estranho, acho que tem duas páginas grudadas uma na outra.
Analisou, tentando entender o que tinha em sua frente.
O sono desapareceu.
Sim, duas folhas estão coladas!
Girava a antiguidade buscando melhor ângulo.
Não, não apenas coladas. Elas foram unidas apenas nas bordas com muita precisão.
A curiosidade tomou conta de seu coração.
Parece que o serviço foi feito para que o meio ficasse livre, formando um tipo de envelope.
John continuou sua investigação. A colagem era muito bem-feita.
Será que a intenção era esconder o texto que há nessas páginas?
Pensando assim, ele leu a página anterior e posterior.
Não pode ser, o texto não está truncado. Segue de forma fluida.
Será que foi o próprio escritor que colou as duas folhas? Teria sido para acobertar algum erro grave de grafia?
Olhou de um lado, olhou do outro.
Ou será que era para esconder algo que não deveria ser lido?
Coçou a cabeça,
Puxa vida, como faço para ler o que está escrito aqui dentro?
As páginas envelhecidas da antiguidade levavam a concluir que aquela não seria tarefa fácil
E se eu tentar cortar, com cuidado, uma parte da folha?
Balançou a cabeça com força.
Não, isso destruiria o livro. Não, de jeito nenhum.
Passou a tatear a colagem.
Sentiu que havia uma terceira folha solta entre as duas páginas!
— O que será isso? — Balbuciou em voz alta.
— Que merda, tem que ter um jeito de abrir essa coisa sem estragar nada.
Tentou…
Tentou…
Tentou mais uma vez.
A decepção tomou conta de John. Percebeu que não seria possível separar as páginas sem causar um belo estrago no livro. Era um exemplar único, escrito a mão há mais de cento e cinquenta anos.
O que fazer?
Colocou o manuscrito sobre a escrivaninha.
Acho que vou ter que devolver sem saber o que tem ai dentro.
Exalou o ar com força.
Chacoalhou a cabeça.
Não, nem pensar!
Pegou o livro de volta e folheou novamente para ver se não havia mais nada de anormal.
Oh, meu Deus, o que devo fazer?
Parte dele queria rasgar aquelas páginas e acabar com o mistério. Outra parte queria proteger aquele objeto histórico.
Uma luz se acendeu em sua mente.
— Senhor Stwart! — Falou em voz alta.
Sim, o professor adora história, com toda a certeza do mundo, ele vai se interessar por este achado.