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13 Anos de Arrastão
13 Anos de Arrastão
13 Anos de Arrastão
E-book765 páginas10 horas

13 Anos de Arrastão

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Sobre este e-book

 13 ANOS DE ARRASTÃO versa sobre um governo que não foi feito para o povo, mas para servir a um bando de fora-da-lei engajado na força tarefa de usurpar o bem público e aprovar calote contra o povo. Um bando formado, em sua maioria, por pessoas banidas do país em outros tempos, mas que depois de agraciadas com um gesto de perdão, amplo e irrestrito, retornaram com suas ideias anarquistas do abaixo a moral, abaixo a ordem e abaixo a disciplina.13 ANOS DE ARRASTÃO é o resumo cronológico do que aconteceu no Brasil no período de 2003 a 2015, narrado de forma concisa e de fácil compreensão, para que qualquer pessoa alfabetizada consiga entender o que aconteceu no período em que a nossa República ficou refém de um grupo de terroristas e agitadores baratos que em outra oportunidade tentaram transformar o Brasil num quintal de Cuba, o paraíso deles. Um bando formado por indivíduos cujas aspirações se edificaram na ação do terror, na ideologia da subversão, no costume de roubar e na violação das leis do país. Uma colônia de mutantes que se alojou na carcaça de um regime fracassado à espera da fase de pupa para retomar o ciclo da biogenética de ladrões e de arruaceiros que sempre foram.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de ago. de 2016
ISBN9788583383062
13 Anos de Arrastão

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    13 Anos de Arrastão - Francisco Ribeiro Mendes

    © Francisco Ribeiro Mendes 2016

    Produção editorial: Vanessa Pedroso

    Revisão: Lisiane Andriolli Danieli

    Capa: Francisco Ribeiro Mendes

    Editoração: Cristiano Marques

    www.buqui.com.br

    www.editorabuqui.com.br

    CIP-Brasil, Catalogação na fonte

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

    Este trabalho eu dedico a todos os cidadãos e as cidadãs honrados do meu País, para que saibam que durante 13 anos o Brasil ficou refém de um bando de insurgentes e ladrões que emporcalharam a nossa cultura, violaram as nossas leis, roubaram nossas riquezas e mancharam a nossa história.

    FRM

    AGRADECIMENTOS

    É importante lembrar que os jornais se reservam o direito de fazer exigências para publicarem as opiniões dos seus leitores. Alguns até advertem: Não serão permitidas referências insultuosas nem informações incorretas. As cartas poderão ser editadas.

    Têm também a limitação dos textos. Muitas cartas não são publicadas em alguns jornais por excederem o tamanho estabelecido.

    Mesmo assim, por esse direito limitado, quero agradecer a todos que valorizaram minha opinião com a publicação das minhas cartas no espaço reservado aos leitores.

    Francisco Ribeiro Mendes

    mendes.brasilia@gmail.com

    INTRODUÇÃO

    13 Anos de Arrastão é um apanhado de fatos acontecidos durante um período que ficará lembrado, para sempre, como a época em que o Brasil entrou para a lista dos países mais corruptos do mundo.

    13 Anos de Arrastão mostra o quanto nosso patrimônio foi saqueado por essa gente amotinada que esteve durante 13 anos à frente do governo do Brasil. Não se pode negar que em outros governos anteriores (República Velha, República Nova e Regime Militar) a corrupção tenha existido. Porém, só que foi no período denominado de Nova República que ela ganhou força e, mais especificamente, de 2003 a 2015, quando a corrupção se espalhou entre os poderes como erva daninha de espécie esquálida, aquela que só necessita de um galho para enraizar e impregnar o solo.

    13 Anos de Arrastão faz-nos memorar que em outros governos as autoridades dos Três Poderes da República não se envolviam em escândalos de corrupção a ponto de carregarem o dinheiro do povo na cueca, como fizeram os canalhas que governaram o Brasil de 2003 a 2015; faz-nos lembrar de outros governos nos quais um criminoso condenado e preso não ousava controlar o comércio nem o funcionamento de escolas, como também não ousava comandar uma quadrilha de dentro da prisão para traficar drogas e armas, praticar sequestros relâmpagos ou assaltar pessoas nas ruas, como vimos acontecer de forma habitual durante o governo que se instalou no Brasil em 2003; por fim, faz-nos memorar (com saudade) outros governos, quando a segurança do cidadão era garantida pelo Estado.

    13 Anos de Arrastão descreve um período em que o povo viu acontecer tragédias que poderiam ter sido evitadas; testemunhou um índice de criminalidade só comparado a um país em guerra; viu o Brasil ser ultrapassado no índice de crescimento pelo Uruguai, pela Argentina, pela Venezuela, pelo México e pela Bolívia; conheceu as trapalhadas de um mandatário apresentado, demagogo e debochado que dizia não saber de nada para se passar por inocente e se livrar de qualquer condenação, enquanto seus parceiros, seus aliados e seus amigos roubavam o País a seu comando num verdadeiro arrastão de corrupção e de impunidade de fazer inveja a qualquer bando pirata; enfim, amargou a vingança e a prepotência de uma mulher treinada nos esconderijos do submundo da guerrilha que, em décadas passadas, roubou e atentou contra a vida de pessoas em nome de grupos terroristas.

    13 Anos de Arrastão mostra a desordem e a pilantragem dessa gente canalha que, diante das decisões do País, usou o poder como meio para se locupletar. Não sendo demais lembrar aqui que chegaram ao poder rifando passagens aéreas para Cuba (o paraíso deles), para bancar a campanha eleitoral do chefe do bando, mas, passados poucos anos, já estavam todos bilionários à custa da corrupção e da fraude (mostradas neste livro) praticadas em todos os segmentos do poder público do País.

    13 Anos de Arrastão é uma resposta dada através de centenas de cartas escritas pelo seu autor e publicadas em diversos jornais toda vez que a honra dos brasileiros era violentada pela insolência dessa súcia de picaretas que colocou o instinto acima da civilidade e da educação para impor suas ideias bestiais e seus costumes imorais.

    13 Anos de Arrastão é o relato pormenorizado de um furto coletivo praticado por um grupo de amigos defensores das mesmas causas, dependentes dos mesmos vícios, pertencentes ao mesmo bando, cúmplices nos mesmos crimes, acomodados ao mesmo abrigo, inventores das mesmas mentiras, inimigos do mesmo povo e traidores da mesma Pátria.

    13 Anos de Arrastão é a descrição escrita do itinerário de um bando de ladrões que ao em vez de terem voltado para suas prisões depois do induto que lhes foi concedido, foram para as ruas tentar se vingar do povo e da Nação que, um dia, corajosamente os expulsou daqui por terem feito o mesmo que fizeram à frente do poder.

    13 Anos de Arrastão é, afinal, um diagnóstico clínico de uma neoplasia maligna gerada no ventre da República Brasileira, caracterizada por uma categoria de agentes nocivos que depois de se alojarem nos tecidos orgânicos dos poderes se espalharam que nem metástases pelo organismo da Nação.

    Francisco Ribeiro Mendes

    A FESTA DA PIRATARIA

    Era 1º de janeiro de 2003 quando a Praça dos Três Poderes, em Brasília, ficou coalhada de pessoas para ver Lula receber a faixa presidencial. Todos ali pareciam se gabar em poder dizer que aquela era também a festa de posse do primeiro presidente de esquerda do Brasil.

    Pelo clima de euforia que se viu naquela festa e pelo tom de revanchismo, pareceu até com o que se ouve contar sobre a Queda da Bastilha na França. Também pelos gastos com o evento, pelos preparativos, pelos organizadores, pelos marqueteiros, pelos convidados presentes e pelos discursos revanchistas da posse daquele presidente, já dava para se ter ideia da intenção de todos. Dava para se imaginar o tamanho da farra do governo populista que estava se instalando no País naquele momento. Dava para se desconfiar do estrago que aquela gente ia fazer na política, na economia e na cultura do nosso País. Dava para se notar os companheiros de lutas clandestinas – terroristas, guerrilheiros, sindicalistas e Sem-Terra – reunidos ali e prontos para entrarem em ação assim que recebessem as ordens do chefe que, naquele momento, era a atração da festa. Mas, acima de tudo, dava para se desconfiar que aquela gente canalha ali ia usar o poder apenas para se enriquecer à custa do patrimônio dos brasileiros.

    A figura do ditador Fidel Castro na cerimônia de posse de Lula, sentado ao lado de José Dirceu – aquele que depois de ser trocado pela vida do embaixador americano se refugiou em Cuba para treinar guerrilheiros que atuariam no Brasil – e logo atrás deles, Dilma Rousseff, Franklin Martins, Frei Beto, José Genoíno e mais alguns completavam a encenação do propósito dos camaradas.

    Ao final da cerimônia, em entrevista à imprensa, o convidado mais ilustre de Lula ainda declarou:

    – Fico feliz porque não detemos mais a exclusividade do 1º de janeiro.

    Disse Fidel Castro para lembrar que naquela mesma data, em 1959, ele liderou um grupo de guerrilheiros e tomou o governo de Cuba. Ele deve ter se inspirado no fuzuê montado na Praça dos Três Poderes, para a posse do seu admirador, para também se lembrar dos seus dias de glória que o perpetuou no poder – Fidel Castro esteve no poder até o ano de 2006, quando passou o governo de Cuba para seu irmão.

    Naquele dia da posse de Lula, em meio a tanta euforia, escrevi a seguinte carta e encaminhei a alguns jornais:

    PIRATAS – Um bando de piratas invadiu um palácio em Brasília. Por toda parte veem-se os oportunistas se acomodarem em suas funções arranjadas; nos guichês de atendimento funcionários de boinas vermelhas e camisetas com estampa de Che Guevara debocham; nas salas de reuniões, hipócritas discutem uma malandragem remunerada; nas mesas de negociações, agiotas articulam calotes em contratos com empresas; nas secretarias o nepotismo escolhe a função dos parentes; nos gabinetes, a incompetência protocola os despachos e a preguiça engaveta-os; perdidos pelos corredores dos palácios os visitantes, ingênuos, se arrependem. Francisco Ribeiro Mendes, Brasília – DF.

    Essa carta foi encaminhada aos jornais logo após a posse do ex-presidente Lula da Silva em 1º de janeiro de 2003. Porém, ela não foi publicada. Pensando bem, até que foi bom os jornais não a terem publicado, senão poderiam ter dito mais tarde que foi obra de algum profeta, ou que eu teria psicografado Rob Kidd, já que aquela carta prenunciava a pirataria do governo do Partido dos Trabalhadores (PT) dali para frente.

    Naquele dia, eu me senti como um personagem de filme de ficção olhando aqueles mutantes invadirem minha cidade. Por um instante, pensei que estivesse sonhando e queria acordar para não ver mais aquela parvoíce. Mas não era um sonho, nem eu estava dormindo. E como se não bastasse essa certeza, a televisão não parava de mostrar aquela praça que antes eu nunca tinha visto tão vermelha e patuscada, tão suja e desorganizada, tão assaltada e corrompida. Eu me perguntava:

    – Que pecado o povo brasileiro cometeu para merecer isso? – E eu mesmo me respondia:

    – O pecado de não saber escolher e de ser um povo que se ilude fácil com conversa-fiada e mentira de trapaceiros e vigaristas.

    Com o passar dos tempos (pensei) as pessoas vão descobrir que cometeram um grande erro. Era o meu consolo naquele momento. Pelo jeito, nem precisou esperar muito tempo.

    Passada aquela pândega, os piratas começaram a agir seguindo o mapa do tesouro que procuravam: as riquezas do Brasil.

    A MONTAGEM DA FARSA

    Em 2003 o Brasil foi feito refém de uma quadrilha de ladrões que, durante 13 anos, usou os brasileiros como garantia para poder operar sua roubalheira.

    O primeiro ano do governo do PT, comandado por Lula, foi ocupado com as mudanças. Não as mudanças no País prometidas em campanha e no discurso de posse do então presidente eleito – que os ingênuos esperaram e confiaram –, mas as mudanças de domicílio dos camaradas que chegavam aos montes para se acomodarem no novo lar e assumirem seus novos postos.

    Porém, a falta de competência do novo governo não permitiu que as reformas prometidas em campanha pelo candidato eleito fossem executadas. Como exemplo disso, tivemos o Fome Zero, que não saiu do papel, e a Operação Tapa-Buracos, que só serviu para promover contratações sem licitação de empreiteiras que logo cuidaram de montar seu canteiro de obras em alguma Estatal onde iam lucrar, juntamente com os agentes dos poderes públicos, em seus contratos milionários. Enquanto isso, as metas esperadas se resumiram em cópias dos programas do governo anterior, que também não foram muito longe.

    Durante esse período de arrumação da casa, enquanto o governo alojava os camaradas em suas funções arranjadas, o Brasil obteve a menor taxa de crescimento na América do Sul (2,3%) e a segunda menor das Américas, só ganhando para o pobre Haiti. Foi Lula quem chamou o momento de arrumação da casa e pedia paciência à população, enquanto muitos auxiliares do presidente (não familiarizados ainda com as manhas petistas) deram vexame com declarações atrapalhadas. Foi quando o ministro do Desenvolvimento Social vinculou a migração dos nordestinos à violência urbana dizendo que:

    Se eles continuarem vindo pra cá, nós vamos ter de continuar andando de carro blindado.

    Outro ministro, o da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, afirmou que era a favor de o Brasil dominar a tecnologia de construção da bomba atômica (isso tudo quando Lula nem era ainda amigo de Ahmadinejad, o presidente do Irã na época). Precisou a Agência Internacional de Energia Atômica da Organização das Nações Unidas (ONU) pedir esclarecimentos ao governo brasileiro sobre as declarações do então em favor da tecnologia da bomba atômica. Ele deve ter dito aquilo para agradar ao chefe, quando viu tantos terroristas assumirem os principais postos do seu governo.

    Foi mesmo um período de trapalhadas, aquele.

    Nesse espaço de arrumação da casa só uma coisa prosperou: o lucro dos bancos, que no primeiro biênio do governo do PT foi maior do que todo o lucro observado nos dois mandatos do governo anterior. Só para lembrar, nesse período também aconteceu a explosão dos gastos públicos. E, sem saber como controlar e também porque já ultrapassava o Produto Interno Bruto (PIB), a economia do País operou com a maior taxa de juros real do Planeta.

    Foi quando – todos devem se lembrar – o presidente Lula colocou a culpa nos brasileiros pelos jurus altos, sugerindo que todos levantassem o traseiro e fossem procurar juros mais baixos nos bancos. "Às vezes o cara tá no bar xingando o banco, os juros, o cartão de crédito dele, mas no dia seguinte é incapaz de levantar o traseiro e ir ao banco mudar a sua conta para um mais barato". Disse o presidente do Brasil falando em rede nacional de televisão para todos os brasileiros, num programa chamado Café com o Presidente.

    Naquela ocasião, escrevi a seguinte carta que foi publicada no jornal Correio Braziliense em 27 de abril de 2005:

    JUROS – Não é por falta de coragem que os brasileiros não levantam o traseiro para sair à procura de juros baixos, como afirmou o Presidente Lula. É com medo da agiotagem dos bancos. Também porque o cidadão comum deste País tem medo de sair às ruas e ser assaltado. O empresário teme ser sequestrado. O estudante corre o risco de morrer de bala perdida na porta da escola. O produtor rural tem medo de se ausentar para ir ao banco e ter sua fazenda invadida pelos cangaceiros do MST.

    A forma grosseira com que o Presidente Lula colocou a culpa nos brasileiros pelos juros altos é uma injustiça. Na realidade, quem deveria levantar o traseiro das poltronas confortáveis dos Gabinetes são as autoridades do governo, para descobrir como vive insegura, desassistida e ameaçada a nossa população. Francisco Ribeiro Mendes, Brasília – DF.

    Os petistas governaram o Brasil inspirados nos mesmos ideais que criaram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST): na falta de respeito ao cidadão que trabalha e produz riquezas para o País. A maneira indelicada do presidente Lula foi como um coice de jumento (como dizemos lá no Sertão) contra a sociedade. Mas tudo era uma demonstração da sintonia das pessoas que iam governar o país. Por isso, a declaração do presidente não poderia ter sido diferente da do pé-duro do seu ministro do Desenvolvimento Social, quando discriminou os nordestinos chamando-os de bandidos. Depois das declarações do Ministro José Graziano, esperei que ele fosse implantar o programa Fome Zero lá na Região Semiárida do Nordeste matando as pessoas de lá, pois, assim, acabaria com a fome imediatamente. Felizmente, ele não pode adotar esse método porque foi afastado em seguida. Quando aquele ministro afirmou que o objetivo maior do seu programa era manter os nordestinos nas suas origens para que os habitantes das grandes metrópoles não precisassem blindar seus carros foi demonstrado, no mínimo, um despreparo para quem ocupa um cargo de Ministro de Estado, mesmo estando servindo a um governo como o do PT. Ainda bem que os nordestinos estão acostumados com essas agressões. Há mais de 40 anos eu estou longe daquela região, mas ainda me lembro que lá no sertão nós até temos um nome para essas coisas. Chamamos isso de baitolagem, para não sair do sério.

    O filósofo, orador e escritor romano Marco Túlio Cícero disse certa vez: "Nada perturba tanto a vida humana como a ignorância do bem e do mal". Na verdade, aquela afronta nem tomou grandes proporções, pois logo os nordestinos compreenderam que era coisa de gado ferrado e amansado, cujas reses correm sempre para junto do dono para comerem sal em sua mão.

    CORRUPÇÃO

    Passados dois anos de governo do PT, já não era mais segredo para ninguém a intimidade dos poderes do Brasil com a insensatez, a desordem e a corrupção.

    Quando o governo do PT estava descambando para o final do segundo ano do seu primeiro mandato, Lula se achava com a corda toda. Por um lado, porque contava com o sossego da oposição conformada com o pedido de paciência do presidente para arrumar a casa. E, por outro lado, com a bajulação dos seus apaniguados que não paravam de lamber suas botas. Daí, diante de tanto servilismo o presidente fechou os olhos para os compromissos e se dedicou à sua turma e à sua popularidade.

    Foi aí que o Brasil mergulhava num emaranhado de escândalos, de mentiras e de roubalheira, com um governo terceirizado por sindicatos, por Organizações não governamentais (ONGs), por sem-terras e por espertalhões da política viciados no lucro fácil do poder. Veio, então, a primeira grande crise do governo do PT. Foi quando aconteceu o escândalo Waldomiro, assim chamado porque envolvia o nome do principal homem da confiança do ministro da Casa Civil, José Dirceu, que, por sua vez, era o homem de confiança ou, por que não dizer?, o braço direito do então presidente Lula.

    Tudo veio à tona após a divulgação de uma gravação na qual o Subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, Waldomiro Diniz, aparecia extorquindo um bicheiro na tentativa de conseguir dinheiro para a campanha eleitoral do segundo mandato do Patrão. Na gravação, Waldomiro dava garantias ao bicheiro, conhecido por Carlinhos Cachoeira – que ficou mais conhecido dos brasileiros em 2012, já no governo Dilma Rousseff, quando foi pego numa Operação da Polícia Federal conhecida como Operação Monte Carlo, cujo escândalo foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) por ter envolvido importantes membros do parlamento brasileiro na época –, de que seria ajudado numa concorrência pública. Com o escândalo, o Sr. Waldomiro Diniz foi afastado das suas funções públicas, embora nunca tenha sido julgado ou considerado culpado por alguma coisa. O governo Lula sofria, aí, a sua primeira grande crise moral e de ética.

    Diante da roubalheira caracterizada, a oposição acordou e resolveu instalar a CPI dos Bingos, como ficou conhecida, mas que terminou numa grande concordata que foi chamada de pizza.

    Pelo menos aquilo serviu para desmascarar definitivamente a farsa do governo pirata do PT.

    O termo pizza associado à coisa duvidosa não veio da Itália, como muitos pensam, mas sim de São Paulo, pois ali havia o costume das pessoas se reunirem numa pizzaria para celebrarem um acordo. A grande verdade foi que o caso Waldomiro transformou-se na pedra fundamental dessa construção maldita chamada governo do PT, que, sem poder esconder mais nada, dali para frente se especializou em fabricar escândalos. Depois do escândalo do Waldomiro, foi um escândalo atrás do outro, mostrando a cada dia a roubalheira praticada por essa corja de gente vadia que chegou ao poder se aproveitando da fragilidade de muitas pessoas que acreditaram em suas mentiras. Pessoas cuja maioria era formada por miseráveis de riqueza e de conhecimento. Dali para frente, a regência do PT foi um verdadeiro arrastão de trambiques praticados pela turma do Lula num governo sem oposição.

    Outro dia, li um artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, escrito por um diplomata, na época presidente executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), no qual ele fazia um comentário sobre crise moral: "As notícias sucedem-se dia a dia. É ministro que cai após acusações de corrupção em sua pasta. É deputado que acusa os colegas de venderem emendas. É detento que consegue regalias na prisão por meio de facilidades concedidas por algum carcereiro. É obra concluída com base em documentos de autorização forjados. É estabelecimento comercial que consegue alvará por meio de propina...". Era assim que começava o artigo do diplomata Roberto Abdenur.

    Mas foi assim, também, durante todo o governo do PT, nas gestões Lula da Silva e Dilma Rousseff: com todas essas coisas acontecendo como se nada ou ninguém pudesse ser contra. Falava-se em oposição, mas o governo do PT não teve oposição. E àquela altura do campeonato, com tanta maracutaia acontecendo, quem não fosse do PT era integrante da roubalheira. Por isso, ficava calado com medo de ser envolvido nas tramoias do governo e perder a boquinha. Poucos se manifestaram e, assim, os escândalos continuaram sendo abafados quando eram denunciados pela imprensa ou desbaratados pela Polícia Federal que, para mim, foi o verdadeiro poder independente atuante no País durante todo esse período escandaloso que vivemos com os governos do PT.

    Voltando àquele período, as astúcias dos companheiros pareceram justificar, de fato, o período de arrumação da casa, como chamou o então presidente Lula, pois todos já pareciam perfeitamente entrosados e eficientes na execução das suas funções. A roubalheira acontecia com tanto requinte que até se desconfiava, pela perfeição na execução das tramoias, que pudesse ter sido idealizada por alguém do PT.

    A verdade foi que quando a CPI dos Bingos foi instalada para investigar o primeiro escândalo, também fora instalada a CPI dos Correios, criada para investigar denúncias recentes de corrupção nos Correios.

    Nesse momento, escrevi a seguinte carta, que foi publicada no Correio Braziliense em 7 de junho de 2005:

    CORRUPÇÃO – A CPI dos Correios certamente terá o mesmo fim que teve a CPI do Waldomiro. Nota-se isso quando as notícias já não ocupam os destaques das primeiras páginas nos jornais. Na verdade, essa CPI já nasceu prejudicada. Não se deve esquecer que, após a sua criação, o presidente do Senado abriu um prazo para a negociação em torno da retirada das assinaturas. Ou seja: um tempo para que alguns congressistas estudassem o valor das propinas. Agora este governo (campeão de escândalos) tenta barrar a CPI dos Correios, negociando acordo com a liberação de recursos orçamentários, usando o presidente da Câmara e o ministro da Fazenda numa atuação que deve causar inveja ao ex-assessor do Palácio. Se eu estiver errado, é porque não sou do ramo, mas sei que essa matulagem aos poucos vai comprometendo o conceito de moralidade pública em nosso País. Francisco Ribeiro Mendes, Brasília – DF.

    O governo do PT aprontou tanto rolo na tentativa de abafar a CPI dos Correios que as pessoas desconfiavam de tudo, de todos eles e de quem estivesse do lado do governo. Foi decepcionante para os brasileiros ver o presidente do Senado, naquela época, conceder prazo para que os parlamentares negociassem a retirada de assinaturas à criação da CPI dos Correios. Mas será que o presidente do Senado (que havia sido empossado há poucos dias daquela data), agindo assim, estava querendo retribuir algum apoio do governo à sua eleição para presidente daquela casa? Ou seria empolgação pela tão sonhada conquista? Não era difícil de saber, era só uma questão de aguardar, pois todos pareciam já estar contagiados pelo vírus petista, mesmo sendo de outros partidos.

    Quem sabe o presidente do Senado, àquela época, até já estivesse envolvido em alguma tramoia, como de fato se envolveu, mais tarde, a ponto de ter renunciado ao cargo para não ser cassado.

    O MENSALÃO

    Quando Lula se fez presidente, ele não convidou pessoas para governar com ele. Lula arregimentou um grupo de indivíduos para roubar o Brasil a seu comando.

    Antes mesmo da CPI dos Correios receber o seu relatório final já teve sua atenção desviada para o escândalo do Mensalão, que denunciava o pagamento mensal a parlamentares em troca de apoio e que culminou com a queda do tão poderoso Primeiro Ministro de Lula José Dirceu, acusado de comandar o esquema. O mensalão era, portanto, o próximo escândalo do governo do PT a tomar conta do noticiário do País, ainda no primeiro mandato do Lula.

    Saiba o que era e como foi essa roubalheira:

    O Mensalão foi um esquema de compra de parlamentares para que votassem a favor de projetos e emendas do governo. O Mensalão pode até ter sido um projeto petista para o futuro, imaginado há muito tempo atrás, para quando chegassem ao poder algum dia. A ladroagem do PT foi um projeto de longo prazo.

    A palavra mensalão foi usada pela primeira vez pelo denunciante do esquema, o então deputado Roberto Jefferson. O termo é uma variante da palavra mensalidade, usado para se referir a uma suposta mesada paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do governo, assim, o termo foi adotado pela mídia quando precisava se referir ao caso. O escândalo do mensalão foi destaque nos noticiários do mundo todo e reabriu a discussão sobre outros escândalos envolvendo o PT nos anos anteriores. Como o escândalo dos Bingos, o escândalo dos Correios, em 2004, e a misteriosa morte do prefeito Celso Daniel, em 2002, com denúncias de corrupção num possível esquema do PT na Prefeitura de Santo André, em São Paulo.

    A denúncia do mensalão se deu pela quebra de um trato entre o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), de Roberto Jeferson, e o PT (Partido dos Trapaceiros), o partido do governo. De acordo com o que foi apurado e divulgado pela mídia, o PT se comprometeu a pagar a quantia de R$ 150.000,00 a cada deputado federal do PTB em troca do apoio deles às tramoias de Lula. O não cumprimento da promessa, no valor estipulado e no prazo, teria provocado o rompimento da aliança entre os dois partidos, o que veio a culminar com a série de denúncias de corrupção que aconteceu a partir de maio de 2005. Muitos políticos aliados do PT e pessoas que de alguma maneira se relacionavam com o governo do então presidente Lula viraram personalidades do esquema do mensalão.

    Naquele escândalo, um fato foi bastante curioso: se o esquema beneficiava diretamente o governo com o apoio dos parlamentares, por que o chefe do governo se livrou de todas as acusações e, até mesmo, de um processo de impeachment?

    Conheça os parceiros dessa ladroagem e suas funções no bando:

    José Dirceu, chefe da Casa Civil, acusado de ser o cérebro daquele que foi o maior esquema de corrupção da história da República (até aquela data, porque surgiram outros piores até o final dos mandatos de Lula e de Dilma Rousseff); Delúbio Soares, o tesoureiro do partido; Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do então presidente Lula; João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da Câmara; José Adalberto Vieira da Silva (PT-CE) foi preso pela polícia federal com U$ 100.000,00 na cueca; José Genoíno, presidente do PT, denunciado por utilizar Marcos Valério como fiador de empréstimos ao PT junto aos bancos do Brasil, Banco Rural e BMG; José Mentor (PT-SP) foi o relator da CPI do Banestado que terminou em pizza, recebeu dinheiro de uma conta de Marcos Valério; José Nobre Guimarães, irmão do deputado José Genoino, foi acusado de ter recebido R$ 250.000,00 das contas de Marcos Valério; Josias Gomes (PT-BA) foi acusado de ter retirado pessoalmente a quantia de R$ 100 mil das contas de Marcos Valério; Juscelino Dourado, chefe de gabinete do ministro da Fazenda Antonio Palocci, teria participado ao lado de Rogério Buratti e Vladimir Poleto de operações de tráfico de influência no Ministério da Fazenda; Luiz Gushiken, ex-dirigente da SECOM (Secretária de Comunicação, com status de ministério), foi acusado de favorecimento de uma corretora de seus ex-sócios; Marcelo Sereno, ex-secretário de Comunicações do PT; Paulo Rocha, ex-líder do PT na Câmara, fez saques nas contas de Marcos Valério no valor de R$ 920 mil, através da sua assessora; Raimundo Ferreira Silva Júnior, vice-presidente do PT no Distrito Federal, que trabalhava no gabinete do deputado Paulo Delgado (PT-MG) também sacou dinheiro das contas de Marcos Valério; Rogério Buratti trabalhou como secretário na prefeitura de Ribeirão Preto durante a administração do prefeito Antonio Palocci (então ministro da Fazenda do governo Lula), foi também assessor do deputado José Dirceu na década de 1980 e fora preso em agosto acusado de lavagem de dinheiro (em busca do benefício da delação premiada, Buratti começou a fazer várias acusações contra o ministro da Fazenda); Sérgio Gomes da Silva, mais conhecido como o Sombra, trabalhou na administração do prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002 e, segundo o Ministério Público, foi o principal suspeito de ser o mandante do crime; Sílvio Pereira, ex-secretário geral do PT, foi responsável, ao lado de Delúbio Soares e Marcelo Sereno, pelo saque de R$ 4.932.467,12 das contas das empresas de Marcos Valério. Ao ser investigado por ter recebido uma Land Rover de presente de uma empresa privada que mantinha contratos com a Petrobras, Silvio Pereira se defendeu dizendo que quem mandava no esquema do mensalão eram Lula, José Dirceu, José Genoino e Aloizio Mercadante; Vladimir Poleto, economista e ex-assessor na Prefeitura de Ribeirão Preto (quando era prefeito o Ministro da Fazenda Antonio Palocci), ao lado de Rogério Buratti, foram acusados de fazerem tráfico de influência. Em 31 de julho de 2002, Vladimir Poleto ajudou a transportar caixas lacradas de bebidas de Brasília até São Paulo e, segundo Buratti, dentro das caixas haviam dólares doados por Cuba para a campanha de Lula; Wilmar Lacerda, presidente do PT no Distrito Federal, revelou à Polícia Federal que recebeu R$ 380.000,00 da empresa SMP&B, do publicitário Marcos Valério, seguindo orientação do tesoureiro do PT, Delúbio Soares; e, por último, Waldomiro Diniz, assessor do ministro José Dirceu, da Casa Civil, acusado de extorquir empresários para arrecadar fundos para campanhas políticas do PT, motivo de toda a investigação.

    Se o leitor quiser mais informação é só requerer uma cópia da relação de presos no presídio da Papuda, em Brasília, onde a maioria deles foi parar em 2014, ainda que tenham permanecido lá por pouco tempo.

    Conheça os aliados envolvidos nessa ladroagem:

    Antes do escândalo do mensalão, eram tidos como aliados todos os partidos que davam sustentação política ao governo do PT (PTB, PP, PL e PMDB) para que, em troca, seus membros pudessem agir livremente para praticar a corrupção. Era por isso que o Lula dizia não ver nada e não saber de nada, porque tinha seus agentes: Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou a prática do Mensalão, foi acusado de operar um esquema de arrecadação de contribuições eleitorais de fornecedores de estatais como os Correios, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e Furnas. Também foi acusado de crime eleitoral, quando recebeu R$ 4 milhões diretamente das mãos de Marcos Valério (enviado por José Dirceu) para o PTB, em uma operação não declarada à Justiça Eleitoral; José Carlos Martinez (PTB-PR - falecido) foi acusado de ter recebido R$ 1.000.000,00; Romeu Queiroz (PTB-MG) foi acusado de ter recebido R$ 350.000,00; José Janene (PP-PR), citado por Jefferson desde o início, era acusado de distribuir o Mensalão para a bancada do PP. Seu envolvimento foi comprovado pelo depoimento de seu assessor João Cláudio Genu à Polícia Federal, que confessou fazer os saques e entregar o dinheiro à tesouraria do PP; Pedro Corrêa, presidente do PP, foi denunciado também por Jefferson e incriminado por Genu; Pedro Henry (PP-MT), ex-líder na Câmara, também foi implicado pelo depoimento de Genu; José Borba (PMDB-PR), ex-líder do PMDB na Câmara; foi acusado pela diretora financeira da SMP&B de ter recebido R$ 2,1 milhões e de ter se recusado a assinar o comprovante de saque (obrigando-o a ir até a agência do banco para liberar o pagamento); Valdemar Costa Neto (PL-SP), acusado de ser o distribuidor do Mensalão para a bancada do PL, renunciou às pressas, antes que fosse aberto inquérito contra ele; Bispo Rodrigues (PL-RJ), que coordenava a bancada da Igreja Universal do Reino de Deus na Câmara, teria recebido R$ 150 mil; Anderson Adauto (PL-MG), ex-ministro dos transportes, filiado ao PMDB e prefeito reeleito de Uberaba em 2008, recebeu, por intermédio de seu chefe de gabinete, o valor de R$ 1.000.000,00 de Marcos Valério.

    Muitas pessoas também ficaram conhecidas depois do escândalo do mensalão. O empresário Marcos Valério, sem partido, sócio proprietário das agências de publicidades DNA e SMP&B, foi o operador do Mensalão. Marcos Valério também foi acusado, na época, de diversos crimes de ordem política, financeira, criminal, eleitoral e fiscal. Seu envolvimento com o PT e o mensalão lhe rendeu, logo no segundo ano do governo Lula, mais de R$ 150 milhões em contratos com diversos órgãos estatais do Executivo, como os Correios e a Câmara dos Deputados; Duda Mendonça, publicitário responsável pela campanha eleitoral de Lula recebeu de Marcos Valério, através da sua sócia Zilmar da Silveira, a quantia de R$ 15.500.000,00; Fernanda Karina Somaggio, secretária de Marcos Valério, resolveu testemunhar contra o seu ex-chefe, confirmando o envolvimento de Valério com Delúbio Soares e com diversos deputados acusados posteriormente de envolvimento com o esquema de corrupção, denunciando também que os pagamentos eram feitos em malas de dinheiro; Renilda Soares, esposa de Valério, denunciou que tudo era feito com a anuência de José Dirceu; Antônio Oliveira Claramunt (ou Toninho da Barcelona) foi preso e condenado por realizar operações financeiras ilegais. Ouvido informalmente por alguns parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, ele alegou que fez várias operações de câmbio para o PT. Em 2002, durante a eleição para presidente, o doleiro fazia operações quase diárias de troca de dólares, com valores entre 30 mil e 50 mil (declaração dele próprio); Daniel Dantas, empresário, dono do grupo financeiro Opportunity, com a ajuda de Marcos Valério, fez com que seu grupo fosse favorecido na disputa pelo controle da Brasil Telecom, travada contra o fundo de pensão PREVI e o Citibank. Dantas foi condenado em primeira instância pela justiça dos Estados Unidos; Paulo Okamoto, presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foi acusado de enviar R$ 29.436,00 de um empréstimo feito com ajuda do tesoureiro do PT, para o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), de acordo com uma carta que Delúbio Soares enviou a CPI do mensalão em 30 de agosto de 2005.

    Depois do mensalão, outros escândalos foram surgindo quase que mensalmente, sempre com a mesma característica. Esse foi o modo peculiar de ser do bando que governou o Brasil de 2003 a 2015.

    Apesar dos escândalos e desses processos contra todos os parlamentares do governo e da base aliada, Lula ainda foi reeleito, demonstrando a indiferença do brasileiro à corrupção e à safadeza praticada pelos políticos do Brasil.

    Ainda bem que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil noutra época, senão Portugal nem teria tido interesse em colonizar uma terra com tantos bandidos, ladrões e malfeitores como os que vimos atuando no governo do PT.

    Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer outro animal que esteja acostumado ao viver do homem. E não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. E com isso andam tais e tão rijos e tão nédios que não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.

    Esse é um trecho da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita ao Rei de Portugal por ocasião do descobrimento do Brasil. Todavia, se o navegador português tivesse descoberto o Brasil durante o governo do PT, o escrivão da frota de Cabral também não teria escrito algo muito diferente do que escreveu, não. Por exemplo, aonde diz que: "Eles não lavram nem criam, poderia ser perfeitamente mantido como está, já que no governo Lula ninguém fez nada e nem criou nada. Caminha poderia ter dito também que: Eles não governam nem legislam. Nem há aqui justiça ou lei, nem ordem nem respeito, ou qualquer outro costume que esteja ajustado ao viver do homem de cá."

    O escrivão da frota de Cabral talvez dissesse ainda, se tivesse descoberto o Brasil no tempo em que o PT governou o País, que: Eles vivem do que a terra produz por aqui, e com isso andam tais e tão folgados e tão abusados e tão debochados e tão malandros e corruptos que o não somos nós tanto com quanto poder, cultura e domínio temos.

    Mas se Caminha quisesse ser mais sucinto, poderia simplesmente ter mandado dizer ao Rei de Portugal que aqui só tinha gente ruim e que: Os habitantes desta terra não são índios, são piratas. Ele também não teria mentido se assim tivesse escrito.

    No início deste capítulo eu afirmei que o governo do PT nunca passou de uma facção criminosa. Porém, quero lembrar que não afirmei isso baseado apenas nas coisas que tinham acontecido até aquela data, pois daquele período (meados de 2005) até a presente data (final de 2015) os escândalos de corrupção continuaram acontecendo igualmente em gênero, número e grau, marcando os 13 anos de arrastão dessa facção criminosa, de fato.

    Desde aquela festa que fizeram na Praça dos Três Poderes por ocasião da posse de Lula que eu percebi a facção criminosa na qual ia se transformar o governo desses insurgentes que ficaram no poder por 13 anos.

    ABERTURA POLÍTICA

    Depois daquele golpe que aconteceu no Brasil, planejado pela esquerda e batizado de Abertura Política, nossos políticos nunca mais puderam andar de cabeça erguida.

    Tudo que aconteceu de ruim no Brasil nesses 13 anos de arrastão do PT foi reflexo de uma abertura política precipitada.

    O movimento que resultou no chamado regime democrático foi muito mais contraditório para nossa história política do que o movimento revolucionário de 1964 porque o processo de abertura política que se deu no Brasil não foi planejado por quem estava no poder, mas por quem queria o poder em suas mãos para promover o que vimos acontecer em quase todos os governos da Nova República: poucas realizações e muita corrupção. Ou se o leitor preferir dizer sobre quase todos os governos da chamada era da redemocratização (segunda versão): pouca experiência para governar e muita capacidade para praticar o que não presta.

    O processo de abertura política que se deu no Brasil contribuiu muito para o desmantelo que presenciamos na política brasileira com o poder nas mãos de pessoas erradas. Primeiro porque deram liberdade demais a quem nunca deveria ter saído da cadeia. Segundo porque financiaram aquela gente esquerdista com indenizações milionárias para que todos pudessem recomeçar. E, por fim, porque legitimaram a ação daqueles foras da lei para que até partidos políticos pudessem criar para justificarem suas quadrilhas de piratas e de ladrões que sempre foram.

    No Brasil não houve uma abertura política séria, o que aconteceu foi um golpe executado em favor desses marginais da esquerda que depois de perdoados e indenizados voltaram a praticar os mesmos crimes que costumavam praticar contra o Estado em outros tempos.

    As indenizações milionárias pagas a esses picaretas, disfarçados de perseguidos pelo Estado, serviram para que todos eles promovessem novamente o desmantelo da ordem política, social e econômica do Brasil. A abertura política que aconteceu no País foi uma armadilha da esquerda (no meio civilizado se diz estratégia) visando afrouxar as rédeas do poder para que aquela mesma gente pudesse voltar a praticar o que vimos acontecer no período compreendido entre 2003 a 2015 ou, mais precisamente, durante os governos do PT.

    Com o fim do Regime Militar, os companheiros aproveitaram para lavar a égua nos açudes da República que, diferentes dos açudes da minha terra, nunca mais faltou água para essa gente anarquista matar a sede.

    O ato inaugural do primeiro governo da Nova República foi a criação do pluripartidarismo. A partir disso foram dadas facilidades para que muitos políticos criassem seu próprio partido para defender seus interesses. Surgiram, então – não querendo plagiar o Sebrae –, os pequenos partidos e os grandes negócios que legitimaram a ação desses mercadores do parlamento. Esses parasitos das riquezas públicas que se alojaram nas vísceras dos poderes e gradativamente foram se espalhando pelo organismo da Nação até destruírem os valores cívicos e a ética dos poderes.

    Terminado o Regime Militar, que marcou o início da Abertura Política no Brasil, de lá para cá (até 2015), saiu governo e entrou governo e parecia que as coisas só iam ficando cada vez mais atravancadas. Até que veio o governo do PT e pandegou de vez.

    Entregar o país nas mãos dessa gente foi a verdadeira prova de que a sociedade brasileira, culturalmente, não estava preparada ainda para exercer uma democracia plena. Tudo porque não tivemos uma abertura política série, planejada e segura. Tivemos um golpe no sentido exato da palavra, maquinado por essa gente amotinada que ascendeu ao poder com o propósito de roubar e enriquecer ilicitamente.

    Lá pelos meados de 2005, em meio aos furtos coletivos praticados pelos agentes do governo Lula, eu escrevi a seguinte carta, que foi publicada no Correio Braziliense e no Jornal do Brasil em 9 e 10 de julho,daquele ano:

    CORRUPÇÃO – A nossa abertura política se deflagrou numa confusão de conceitos em que democracia foi confundida com liberdade e esta com libertinagem. A crise política do momento nos dá ideia do quanto nossos homens públicos evoluíram no campo das atividades contrárias à moral e ao direito em nome da tal abertura. O modelo político que vemos hoje no Brasil é um pacto de permuta entre os três poderes da República. Ou seja: o executivo não se importa com o que o legislativo está fazendo, em troca, o legislativo não liga para o que o executivo faz ou deixa de fazer e, em contra partida, o judiciário faz vistas grossas. O resultado é esta feira de troca-troca. Pobre Brasil! Francisco Ribeiro Mendes, Brasília – DF.

    A corrupção no governo do PT era tanta que durante algum tempo os jornais não publicavam as cartas dos leitores com os títulos encaminhados por eles. Usavam uma arte final que funcionava como um clichê para as opiniões referentes ao governo, publicadas na seção de cartas intitulada Corrupção. Com isso, os jornais atendiam coletivamente às inúmeras cartas enviadas à redação. Foi o que aconteceu com muitas cartas que, apesar do título sugerido dar a ideia do seu verdadeiro conteúdo, o jornal resumia ao assunto do momento: corrupção. Assim também aconteceu com muitas cartas que encaminhei a diversos jornais e que foram publicadas na seção de opiniões dos leitores com esse título, para dar sentido ao que mais praticava o governo na época.

    O PT trouxe a incerteza de volta para o Brasil. A desordem que tomou conta do Brasil nos governos Lula e Dilma foi o sinal de que os membros e seguidores daquela esquerda velhaca do País que foi expulsa uma vez daqui, ainda carregam, em suas veias, as mesmas características de amotinados e de foras da lei.

    A abertura política que se deu no Brasil fomentou esse socialismo disfarçado em que vivemos durante 13 anos, no qual todos trabalharam para sustentar um bando de malandros, dentro e fora do poder.

    A chamada Abertura Política que aconteceu no Brasil não passou de um golpe, planejado por aquela esquerda manjada que um dia tentou transformar o Brasil num quintal de Cuba.

    PT ESCOLA

    Falar em escola e em PT, ao mesmo tempo, me vem à ideia de que os petistas na escola gastavam mais borracha do que lápis.

    Quando veio à tona o escândalo do Mensalão, ficamos conhecendo muitos amigos do presidente. Muitos que sequer tínhamos ouvido falar, como o empresário Marcos Valério, sócio proprietário das agências de comunicação DNA e SMP&B, que faturou alto em contratos com órgãos públicos garantidos pelo governo do PT. Quando veio à tona o escândalo do mensalão, Marcos Valério tinha negócios nos Correios e na Câmara dos Deputados, além de outros contratos antigos que conseguiu prorrogar mediante negociações estranhas e nas quais certamente rolou muita propina. Segundo a reportagem de uma revista, o total dos negócios de Marcos Valério junto ao governo do Lula girava em torno de R$ 400 milhões ao ano.

    Com base nos fatos relatados, escrevi a carta PT ESCOLA, que foi publicada no Correio Braziliense (a exemplo de outras, com o título Corrupção) em 20 de julho de 2005:

    CORRUPÇÃO – Se foi em alguma escola que o Marcos Valério aprendeu a arte de triplicar seu patrimônio da noite para o dia, essa escola foi o PT. Basta que o povo se lembre daquele partido que, em uma campanha, rifava viagens a Cuba para angariar fundos, porque se dizia pobre, e já na campanha seguinte gastou 38 milhões, assim como o aluno, sem explicar de onde vinha o dinheiro e quem financiava a esbórnia. Francisco Ribeiro Mendes, Brasília – DF.

    O que justificou essa carta foi o fato de que não se pode acreditar que uma pessoa, sozinha, possa ser capaz de comandar tantos esquemas, envolvendo tanto dinheiro, tantas empresas, tantos bancos e tantos políticos, como aconteceu com Marcos Valério. Se alguém é capaz disso, só tendo passado por um treinamento numa escola especializada em trambicagem. E Marcos Valério encontrou essa escola no governo Lula, onde deve ter contado com os professores mais preparados na especialidade, com bacharelado em desonestidade, mestrado em malandragem e doutorado em corrupção.

    Quando veio à tona o escândalo do Mensalão, também surgiram muitas historinhas mandrack contra o governo do PT, como aquela da rifa do burro, que dizia:

    "Certa vez, três meninos foram ao campo e compraram o burro de um velho camponês por R$ 100,00, ficando combinado que o homem entregaria o animal no dia seguinte. Aconteceu que, quando eles voltaram para levar o burro, o camponês lhes disse:

    – Sinto muito, amigos, mas tenho uma má notícia: o burro foi picado por uma cobra e morreu.

    – Então devolva-nos o dinheiro!

    – Não posso, já o gastei todo, pois não imaginava que isso pudesse acontecer.

    – Então, de qualquer forma, queremos o burro.

    – E para que o querem? O que vão fazer com ele?

    – Nós vamos rifá-lo.

    – Estão loucos? Como vão rifar um burro morto?

    – Obviamente, não vamos dizer a ninguém que ele está morto.

    Um mês depois, o camponês encontrou novamente com os três garotos e lhes perguntou:

    – E então, o que aconteceu com o burro?

    – Como lhe dissemos, o rifamos. Vendemos 500 números a R$ 2,00 cada e arrecadamos R$ 1.000,00.

    – E ninguém se queixou?

    – Só o ganhador. Porém, lhe devolvemos os R$ 2,00 e pronto.

    Os três meninos cresceram e fundaram um partido político chamado PT."

    Como podem ver, não há limitação para a criatividade quando o momento é oportuno.

    O CÓDIGO DA VINCI

    Enquanto Lula foi presidente nada foi capaz de tomar o lugar das manchetes com os escândalos de corrupção promovidos pelo seu partido e seu bando de aloprados. Nem mesmo uma envolvente história de suspense contada num livro era capaz de desviar a atenção das pessoas diante da roubalheira do governo.

    Ao terminar de ler o livro O Código Da Vinci, do escritor americano Dan Brown – aproveitando o momento que mais subvertia nossas ideias, com os atos do governo –, escrevi a seguinte carta, que foi publicada no Correio Braziliense em 25 de julho de 2005:

    CÓDIGO DA VINCI – A CPMI pode não desvendar os mistérios da corrupção no governo, mas já contribuiu para decifrar o Código Da Vinci. As questões apresentadas no livro de Dan Brown levantam a hipótese de que Maria Madalena foi mulher de Jesus Cristo e, talvez, tenha tido um filho com ele. A dúvida é se hoje em dia existem descendentes daquela família sagrada. Os enigmas relatados no best-seller merecem nossa reflexão. Por exemplo: que Maria Madalena pode ter fugido para Portugal, não para a França; que seus descendentes podem ter vindo para o Brasil, trazidos por Cabral, no ano de 1500, para fugir de perseguição; que o filho de Madalena poderia não ser de Jesus, mas fruto de uma relação amorosa com o apóstolo Judas Iscariotes. Sendo assim, os descendentes da família do falso Santo Graal podem ser José Dirceu, Delúbio Soares, Silvio Pereira, José Genoino e o próprio Lula da Silva. Tudo é possível! Francisco Ribeiro Mendes, Brasília – DF.

    Aqui, se o leitor não quiser polemizar a questão com coisa misteriosa, poderá desenvolver outro raciocínio. Se revermos a história da nossa colonização vamos nos deparar com um fato que merece muito mais reflexão. No século do descobrimento do Brasil, Portugal mandou para cá, para ocupar o lugar dos índios e povoar a terra descoberta, centenas de criminosos condenados, a maioria deles ladrões. Certamente essas pessoas deram origem a muitas famílias por este imenso Brasil. É por isso que muitos indivíduos, possivelmente pertencentes a essa árvore genealógica, carregam até hoje as características que justificam sua origem: semblantes de revoltados, costumes anarquistas, dons de foras da lei e habilidades de piratas. Vou deixar a conclusão por sua conta!

    FRANCISCOS

    Os petistas governaram com tanta desonestidade que qualquer exemplo de bom caráter, logo era motivo de espanto e admiração entre eles.

    Quando um faxineiro de 55 anos, de nome Francisco Basílio, encontrou uma mala com US$ 10 mil no Aeroporto Internacional de Brasília (seu local de trabalho) e devolveu ao seu dono, o então presidente Lula, admirado, declarou na ocasião:

    – Se nós tivéssemos 180 milhões de Franciscos, certamente o dinheiro do Brasil daria para a gente fazer muito mais coisas para o povo pobre deste País.

    Quando li aquela declaração do então presidente Lula, que já andava comprando votos para se reeleger, escrevi a seguinte carta e mandei para o jornal Correio Braziliense, onde foi publicada no dia seguinte, em 29 de julho de 2005:

    FRANCISCOS – Certo, Sr. presidente, se tivéssemos 180 milhões de Franciscos no Brasil, como o Sr. afirmou, não viveríamos nesse engodo político que tomou conta do seu governo e de seu partido. A crise política em que mergulhou o seu governo, e ameaça o seu próprio mandato, é culpa de nomes que não são Franciscos. Sabemos que são Josés, Marcos, Delúbios, Genoinos, Luizes, Dirceus, Inácios, Silvios e muitos outros.

    É certo que o Francisco devolveu uma mala com US$ 10 mil sem saber a quem pertencia. É certo, também, que os outros, que não são Franciscos, não vão devolver nenhuma das malas milionárias que já roubaram, mesmo sabendo que o dinheiro pertence ao povo brasileiro. Francisco Ribeiro Mendes, Brasília – DF.

    Na verdade, o então presidente Lula nem estava aí para a crise moral do seu governo. Ele próprio, naquela época, apareceu na TV e disse (com aquela sua locução de fazer inveja a qualquer Bufo marinus):

    – Olha para a minha cara para ver se estou preocupado.

    Realmente, a única preocupação do presidente era cortejar aquele público que lhe elegeu e de se fazer de engraçado enquanto seu bando agia nos bastidores. O que o Lula estava precisando mesmo, quando chamou o Sr. Francisco para uma homenagem, era de um exemplo de honestidade para disfarçar seus descuidos por viver o tempo todo cercado pelos políticos do seu partido que, com a sua conivência, manipularam o maior esquema de corrupção já visto no Brasil, até aquela data, promovido por um governo. Talvez por isso o presidente tenha usado a figura do Francisco – aquele homem honestíssimo, sem sombra de dúvida – para limpar sua barra. Ou, então, porque quis dizer ao povo, em mais uma de suas declarações infelizes, que sabia o significado de honestidade, sim, mas que não estava nem um pouco preocupado em colocá-la em pratica.

    GOVERNABILIDADE

    Eram tantos desonestos no governo do PT que se a metade fosse presa teria que ficar em prisão domiciliar porque as nossas cadeias não iam comportar tantos bandidos.

    A corrupção era tanta que os petistas ou aliados do governo que não foram acusados de receber o tal do mensalão do Lula procuravam logo entrar noutro esquema para não ficar de fora da festa – quando digo mensalão do Lula é porque o esquema nasceu da sua determinação em comprar políticos para buscar o apoio e a popularidade que não conseguiria sozinho. O mensalão foi um esquema de compra de votos para garantir as aspirações de Lula: se reeleger e comprar popularidade. Portanto, o mensalão existiu para ajudar Lula a permanecer no poder. Negar isso é acreditar naquela sua desculpa esfarrapada de que não viu nada e não ficou sabendo de nada do que aconteceu no País durante o governo do PT.

    Ao final do primeiro mandato do ex-presidente Lula, a oposição perdeu a maior oportunidade de recuperar sua credibilidade política perante o

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