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Diário do Bolso - Os 100 primeiros dias
Diário do Bolso - Os 100 primeiros dias
Diário do Bolso - Os 100 primeiros dias
E-book103 páginas59 minutos

Diário do Bolso - Os 100 primeiros dias

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Sobre este e-book

O "Diário do Bolso" é um falso diário do presidente Bolsonaro, onde ele escreve suas opiniões sobre a vida, suas versões sobre os acontecimentos políticos, suas dúvidas, suas piadas, seus sonhos e, principalmente, seus pesadelos. Talkei?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de mai. de 2019
ISBN9786580401017
Diário do Bolso - Os 100 primeiros dias

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    Diário do Bolso - Os 100 primeiros dias - José Roberto Torero

    possível.

    Eu nunca pensei que ia fazer isso. Diário é coisa de menina. Mas, pô, agora eu sou presidente e tenho que escrever as coisas pra lembrar quando eu ficar gagá. Só não vou começar escrevendo Querido Diário porque isso é coisa de boiola.

    Bom, anteontem foi a posse. Coisa fina!

    Gostei daquela história de deixar os jornalistas esperando sete horas, presos num cercadinho, sem maçã, sem garrafinha de água, sem cadeira, sem banheiro, sem cafezinho e com um sniper fazendo mira neles. Tem que meter medo. Agora aquelas bichas vão saber onde enfiar as canetinhas.

    Falando em canetinha, aquilo de assinar a posse com uma Bic foi demais. Opa! Bic, não. Compactor. Eu devia cobrar mercham. Só espero que não façam um modelo com tinta vermelha.

    Falando em vermelho, na festa só o tapete é que tinha essa cor. Gostei de pisar nele, he, he.

    Uma boa sacada foi a Michelle fazer discurso em libras antes de mim. Agora quero ver se me chamam de machista. Se bem que aposto que vai ter algum comuna dizendo que eu não deixei ela abrir a boca.

    Bom, o importante é que cheguei chutando a porta!

    A ideia de passar a demarcação das terras dos índios e dos negros para a Agricultura foi genial. A Funai sifu. Quinze por cento das terras do país para essa gente é um exagero. Chega de índio e de quilombola! Vamos botar calça nesse pessoal!

    A mexida no Itamaraty também foi boa. De hoje em diante qualquer um pode ser chefe. Não precisa mais ser um diplomatinha de carreira, falar catorze línguas e blábláblá. Chega daquela bicharada mandando.

    O Moro ficar com a Coaf também foi demais. Agora aquela história do Queiroz vai pra debaixo do carpete. Ou será que o certo é falar pra debaixo do tapete? Tanto faz. Já assinei o decreto que proíbe qualquer um do Coaf de falar qualquer coisa. Sem dar carniça para os urubus, daqui a pouco todo mundo esquece o assunto. Acho que vou chamar isso de Operação Bico Fechado. Ou será que o certo é Boca Calada? Tanto faz.

    A tal da Comissão da Anistia também sai da Justiça e fica com a Damares. Agora não vão mais encher o saco.

    E acabei com o Ministério da Cultura. Intelectual é tudo marxista. Se depender de mim, vão morrer de fome. Artista bom não precisa de Ministério da Cultura. Olha aí o Zezé di Camargo, a Mara Maravilha e a Regina Duarte.

    Bom, agora chega. Prum primeiro dia já escrevi bastante. Tá na hora da reunião com o Onyx, com o Mourão e com os ministros. Reunião é um saco. Se pelo menos fosse num churrasco…

    Depois eu conto como foi.

    Até amanhã, querido Diário. Opa, querido, não!

    Poxa, eu disse que ia fazer um diário, mas não consigo nem fazer o diário ser diário. Ontem já furei. Presidente trabalha mais do que eu imaginava. Até me deu uma saudade do meu tempo de deputado. Aquilo sim era moleza.

    Bom, hoje vou contar como foi a primeira reunião com os ministros. Na verdade nem foi uma reunião-reunião. A gente deu só uma conversadinha, porque o importante mesmo era a foto. Mas mesmo assim foi um papo interessante.

    O primeiro a falar foi o Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Ele agora é ficha suja, mas com aquele penteado moderno e aqueles óculos coloridos, já já fica com a ficha limpa. Ele começou dizendo que acabou com a Secretaria de Mudança do Clima. E nem continuou, porque foi interrompido por umas palmas.

    Quem ficou de pé e aplaudiu foi o Ernesto Araújo, de Relações Exteriores. Ele falou que essa história de mudança de clima é uma tática globalista de instilar o medo para obter mais poder. Achei a frase tão chique que até anotei para escrever aqui.

    E ele não parou por aí. Continuou dizendo que o aquecimento global era balela e que não existia nada disso aí. Então eu falei:

    – Ernesto, o aquecimento pode ser balela, mas o ar condicionado vai continuar ligado!

    Pô, o pessoal caiu na gargalhada. Me senti mais engraçado que o Costinha.

    Depois a Damares pediu a palavra e disse: "O que vocês estão achando do meu trabalho? A história do rosa e azul ficou sete horas nos trend topics do Twitter. Mas eu tenho medo de estar exagerando."

    Eu falei para ela dar uma maneirada. Mas o Mourão me cortou e disse que a Damares era uma gênia. Menina, você tem que continuar com essas suas coisas. Aí ninguém vai falar da reforma da Previdência. Durante o regime militar, todo mundo ria das burradas do Costa e Silva enquanto ele preparava o AI-5. Tem que dar uma coisa para a esquerda se divertir enquanto a gente faz o ataque pesado. É a tática da distração. Qualquer major sabe disso.

    Pô, aquela história de major foi pra me acertar. Ele quis dizer que eu não tinha percebido a jogada. Claro que tinha. O Mourão vai ser um cara difícil. Tenho que tomar cuidado. Pena que não existe mais aquele sujeito que provava a comida antes do rei.

    Bom, pra minha sorte o Paulo Guedes começou a falar uns números da reforma da Previdência. Nessas

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