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Maria do jeito certo: Reflexões e entrevistas
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Maria do jeito certo: Reflexões e entrevistas
E-book193 páginas2 horas

Maria do jeito certo: Reflexões e entrevistas

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Sobre este e-book

Há inúmeras maneiras de se dirigir e de se relacionar com Maria, exemplo de obediência à vontade de Deus e de dedicação a seu Filho, Jesus. Mas serão todas elas maneiras certas? Estamos lembrando a Mãe de Jesus, ensinando sobre ela e cantando suas virtudes do jeito correto? Deve ser aceito sem restrições tudo o que se diz sobre ela na mídia? O fato é que sobre Maria existem muitos livros eruditos e dignos de estudos, que devem ser levados a sério. Mas também há os que oferecem ao leitor revelações pessoais, mensagens que Maria teria dado ao mundo através do autor ou de videntes, sobre os quais a Igreja ainda não se pronunciou. O autor reflete acerca do papel da Mãe de Cristo na Igreja, sobre os riscos da falta de entusiasmo e dos excessos devocionais, e propõe que nos questionemos sobre os limites a respeitar para vivermos uma fé adulta, que facilite o diálogo entre os cristãos e permita louvar e amar Maria sem exageros, mas com a admiração que ela merece.
IdiomaPortuguês
EditoraPaulinas
Data de lançamento30 de ago. de 2012
ISBN9788535632705
Maria do jeito certo: Reflexões e entrevistas

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    Maria do jeito certo - Pe. Zezinho

    Pe. Zezinho, scj

    Maria do jeito certo

    Reflexões e entrevistas

    www.paulinas.org.br

    editora@paulinas.com.br

    Meu profundo agradecimento

    ao meu irmão de vida religiosa,

    o dehoniano Pe. Mariano Weitzenmann, scj,

    doutor em Teologia Sistemática,

    que me orientou na pesquisa

    e na direção a seguir.

    Nota sobre o autor

    Estes artigos, textos, conferências e programas de rádio foram escritos entre os anos de 1980 a 2005. Marcam a trajetória de um pregador que falou a multidões sobre os mais diversos temas. Entre eles, sobre a Mãe do Cristo.

    Esta coletânea vem à luz a serviço dos leigos que pregam ou escrevem sobre Maria. São 25 anos de pregação sobre um assunto que nem sempre é colocado de maneira serena e clara.

    Sacerdote que fala e canta para milhões, compositor de mais de 80 canções sobre Maria, algumas das quais conhecidas e cantadas em mais de 40 países, e autor de mais de 90 livros, entre os quais vários sobre a Mãe do Cristo, Pe. Zezinho formou muitos jovens encantados com as virtudes da primeira cristã.

    Sempre foi claro em sua pregação: Maria vem depois! A sua, como ele sempre ressalta, é uma pregação cristológica que inclui Maria e não uma pregação mariológica que inclui Jesus. Ele não fala da mãe humana que teve um filho divino, mas do Filho de Deus que teve mãe na terra. Jesus é o seu foco, Maria a presença humana mais vizinha.

    É um livro questionador.

    Vale a pena percorrê-lo!

    Parte I

    Textos, conferências, sermões sobre a Mãe do Cristo

    Jeito certo!

    Não sei se meu jeito de amar e falar de Maria é o mais certo. Há quem saiba mais e melhor. Mas sei que não é certo falar dela sem consultar o que disseram e dizem os papas, os bispos e os teólogos. São milhares de estudos e de pronunciamentos que traçam uma visão e uma proposta de amor e de gratidão pela pessoa que mais perto esteve do mistério do Cristo na terra; tão perto que ele morou no ventre dela!

    Nossa Igreja fez um longo caminho na sua reflexão sobre a mãe de Jesus e vale a pena ouvi-la. Sou pregador da fé católica e sei dos riscos da falta de entusiasmo ou do seu excesso. Na pregação, não vale apenas o que sentimos sobre Maria. Vale também e, principalmente, o que a Igreja disse.

    Maria é nossa Rainha porque seu Filho é nosso Rei, mas seu Filho não se tornou rei porque sua mãe era ou é rainha. O trono é dele! A mãe que, neste mundo nasceu antes dele, veio e vem depois, porque seu Filho já existia antes dela.

    Pe. Zezinho, scj

    AS RAZÕES DESTE LIVRO

    Tenho, entre escritos e publicados, mais de 90 artigos, dois pequenos livros e cerca de 80 canções a respeito de Maria. Estou, portanto, longe de ser um católico que minimiza o papel da Mãe do Cristo na Igreja. Não falaria tanto dessa mulher abençoada e iluminada se não acreditasse na sua importância em nossa história e no cotidiano dos católicos. Algumas de minhas canções correm mundo, entre elas Maria de Nazaré, Mãe do Céu Morena, Senhora e Rainha. Eu seria, portanto, um dos últimos católicos a negar a importância de Maria para os cristãos.

    Mas foi por causa de um artigo meu – Os limites de Maria, além de mais dois outros –, em que proponho uma visão menos exagerada de sua pessoa e de seu poder, que passei a ouvir de católicos inconformados com minha pregação a dura acusação de que virei evangélico e sou contra Maria. No caso, pensar diferente deles é ser contra Maria. Confundem seu modo de crer em Maria com a verdade católica sobre ela. Assim, se há exagero, só pode ser dos outros. Eles estão certos e... ponto final!

    Achei que devia anotar em livro o meu jeito de ver a Mãe do Cristo, já que há centenas de outros livros anotando o jeito de outros irmãos. Se eles podem, eu também posso falar da Mãe Jesus.

    Quando ouço expressões tipo: Maria, concede-nos esta graça; Se Jesus não te atender, peça a Maria que ela arranque a graça de Jesus; O terceiro milênio será de Maria; Todas as graças do céu nos vêm por mediação de Maria; Tudo com Jesus, nada sem Maria; Ó Maria, teu nascimento nos trouxe a salvação, entendo, então, a importância de falar de Maria de um jeito mais claro. Há expressões que soam bonito para efeito de marketing, mas confundem. O poder de conceder graças é de Deus. Maria não as concede: ela as consegue porque ora conosco e por nós. Imprecisões sobre Maria podem levar a um conceito errado do seu papel no mistério da redenção. Pior: podem dificultar o diálogo entre os cristãos, que nunca deveriam se dividir por causa da Mãe do Cristo.

    ***

    Não sei tudo o que deveria saber sobre Deus e sobre Maria, mas sei o suficiente para lembrar aos irmãos católicos que exageram o papel da mãe de Jesus, que o Filho dela ainda é o Senhor e a ele é que tudo foi dado pelo Pai (Mt 11,27; Jo 3,35).

    Sei também o suficiente para lembrar aos irmãos evangélicos que mequeiram ouvir que Maria é muito mais seguidora de Jesus do que podemos imaginar. Depois de Jesus, ninguém experimentou tanto o mistério de Deus neste mundo. Ela não apenas o tocou. Trouxe-o no ventre. A menos que neguemos o Cristo, Maria permanece a pessoa que mais tocou no mistério de Deus, porque nunca o mistério de Deus esteve tão dentro de um ser humano.

    Não é a toda hora que uma mulher traz alguém como Jesus no ventre e vive a seu lado por mais de 30 anos. De Jesus, Maria entendia e ainda entende, lá no céu, onde agora está junto de seu Filho.

    Nós, católicos, cremos de todo o coração que Jesus salvou sua mãe e que ela está no céu com ele. Redentor eficaz, não espera pelo último dia do planeta para salvar quem ele veio salvar. Maria não está esperando o último dia! É assim que nós cremos. Textos os há para negar e para afirmar. Ficamos com os que afirmam que o sangue de Jesus salva!

    ***

    Resolvi, pois, escrever este livro. É também uma resposta carinhosa a um bondoso e santo arcebispo que se preocupa comigo e com meu trabalho. O que eu digo nos artigos e nas entrevistas de programas de rádio ora transcritos é um resumo do que ando pregando há quase 40 anos. Quem prega tanto como eu, corre sempre o risco de ouvir alguém dizer que eu disse algo que eu realmente jamais diria.

    O que eu disse e digo está aqui neste livro. Se ele contiver heresias, eu me responsabilizo e prometo corrigi-las em alto e bom som. Estou assinando estas páginas. Não posso, porém, ser responsável pelo que dizem que me ouviram dizer, se certamente ouviram errado ou ficaram magoados porque eu os contradizia.

    Espero que meu livro suscite debates e interrogações e ajude a pensar. Se, porém, eu disser aqui qualquer coisa que negue a sã doutrina católica, faço questão de ser corrigido, até porque, antes de publicá-lo, já o dei a especialistas que sabem mais do que eu de Bíblia, dogmas, cristologia e mariologia.

    Pelo sim, pelo não, eu, que não sou de me calar quando o assunto é catequese, começo a escrever e assinar estas páginas. Espero que ajudem a falar de Maria, sem exageros de um lado nem de outro. Se meu livro não servir, livre-se dele! Se deixar você inquieto, louve a Deus comigo!

    Quem disse que a fé tem que nos deixar calminhos e sossegados? Ou queremos saber mais e entender melhor, ou nossa fé estaciona! E sempre é bom saber um pouco mais sobre Jesus e sobre sua mãe. O que sabemos sobre Jesus é muito pouco. Sobre sua mãe também. O jeito é estudar Jesus. Maria, no contexto dele!

    Venha comigo! Tenho algo a lhe dizer!

    Pe. Zezinho, scj

    Taubaté, 31/8/2007

    MARIA, NEM DEMAIS, NEM DE MENOS

    Exagerar sobre Maria é desrespeitá-la.

    Ela tem o seu lugar certo no Reino de Deus.

    Sobre Maria há muito que dizer, mas pode-se dizer muito e de menos, muito e demais, pouco e de menos, pouco e demais. Depende do tamanho da heresia ou da indiferença. É tão errado elevar Maria demais quanto diminuí-la.

    Ela tem o seu justo lugar na história da salvação e deveria tê-lo também nas Igrejas e em seus grupos. Não é um lugar de deusa, como também não é o de uma mulher qualquer. Quem deu à luz alguém como Jesus não é um acidente histórico. Jesus não nasceu por acidente. Deus o queria aqui como filho bem amado e escolheu Maria para ser a mãe. E ela soube cumprir muito bem o seu papel.

    O mais filho entre todos os filhos de Deus, o mais íntimo de todos, o que veio do Pai e o chamou de meu Pai, chamou Maria de mãe

    e de mulher, conviveu com ela, com respeito de filho que a obedecia (Lc 2,51). Isso! Jesus obedeceu a Maria! E era dela que ele falava que, mais do que bem-aventurada por tê-lo gerado, era bem-aventurada por ter ouvido a Palavra de Deus e praticado o que ouvira (Lc 8,21; 11,28). Não a estava nivelando a qualquer cristã, porque não é qualquer uma que gera um filho como Jesus.

    ***

    Erram os que atribuem a Maria poderes que ela não tinha e não tem. Maria também tem que pedir, porque todo o poder foi dado a Jesus e não a ela (Jo 13,3). Mas, se Jesus delegou poder aos apóstolos (At 1,8; Mt 10,1; 28,18), é impensável que negasse poder a sua mãe. Jesus não disse em nenhum momento que delegaria todo o seu poder a Maria. Também não disse que não delegaria.

    Por isso, se é certo que não temos que pedir tudo por intermédio de Maria, e que Deus não precisa de Maria para nos dar todas as suas graças, também é certo que podemos orar com ela e pedir que ore conosco, como é certo que Deus a usa como sua serva e filha, da mesma forma que pastores e padres se dizem usados por Deus como servos e profetas. Se faz conosco, seus discípulos pecadores, fez e faz muito mais com Maria, santa e mãe!

    Quem prega que Deus só nos atende por intermediação de Maria, porque por ela passam todas as graças do céu, não entendeu o dogma de Maria Medianeira. Seria contra a Bíblia pensar assim. Quem prega isso não está pregando como católico. Os textos de Jesus são bem claros: a Jesus, o Cristo, foi concedido o poder (Mt 10,32; Jo 1,3; 13,13).

    Em nenhum momento ele diz que temos que buscar suas graças no colo de sua mãe Maria. A Igreja oficialmente jamais disse isso. Nem poderia dizê-lo. Ao contrário, aprendendo com Maria, ela diz que os servidores do casal de Caná devem ir ao Filho dela (Jo 2,5). Não fez sem o Filho; mandou ir a ele, porque o Filho faz! Esta é Maria!

    Deus não depende de Maria para nos atender. Mas não há alma cristã mais capaz do que Maria de orar conosco e por nós a Jesus. Nossa fé nos diz que um cristão que pedir a Maria que ore com ele e por ele estará pedindo ajuda à melhor pessoa a quem se pode recorrer depois de Jesus.

    ***

    Nós, católicos, cremos que os fiéis do céu intercedem pelos fiéis da terra. Por isso, falamos com os santos

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