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A Jesus com Maria: Montfort e o Tratado da Verdadeira Devoção
A Jesus com Maria: Montfort e o Tratado da Verdadeira Devoção
A Jesus com Maria: Montfort e o Tratado da Verdadeira Devoção
E-book91 páginas1 hora

A Jesus com Maria: Montfort e o Tratado da Verdadeira Devoção

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Sobre este e-book

Em A Jesus com Maria, Ir. Afonso Murad apresenta-nos uma leitura contemporânea da vida de São Luís Maria Montfort e de sua obra, o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, procurando ser fiel ao mesmo tempo às intuições do texto e ao ensinamento atual da Igreja. Este livro quer ajudar a conhecer quem foi São Luís e a responder algumas questões relacionadas à prática da Consagração, à luz da teologia e magistério da Igreja, e seu sentido no mundo atual.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de abr. de 2021
ISBN9786555270785
A Jesus com Maria: Montfort e o Tratado da Verdadeira Devoção

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    A Jesus com Maria - Afonso Murad

    Introdução

    Caro amigo, cara amiga:

    Você já leu ou ao menos ouviu falar do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de São Luís Grignon de Montfort? Nos últimos anos, ele se tornou mais conhecido, pois alguns movimentos católicos promoveram sua difusão, acompanhada pelo ato da Consagração a Maria, a escravidão a Maria e o uso das correntes. Este livro quer ajudar você a responder algumas questões: Quem foi Montfort? De onde se originou a prática da Consagração? Qual o significado dessa devoção para a Igreja? Qual seria a posição adequada de bispos, padres e agentes de pastoral diante desse fenômeno? Que critérios utilizar para um discernimento sereno, à luz da teologia e magistério da Igreja?

    Imagine como é desafiador compreender de maneira correta um texto escrito em francês, há mais de 300 anos. Como a cultura se modifica com o tempo e as línguas modernas evoluem, há palavras e expressões que precisam ser compreendidas no contexto da época e passar por um processo de atualização.

    Muita coisa que São Luís escreveu no Tratado não foi criada por ele. Antes, o santo captou e selecionou o que se dizia e se rezava naquele tempo. Voltemos para a Europa, no início dos anos 1700. A Igreja católica na França estava em combate aberto contra os protestantes calvinistas. Naquele tempo não havia clima de diálogo nem de colaboração entre as Igrejas cristãs. E, sim, de conquista de espaço. Internamente, havia um conflito aberto na Igreja com um movimento católico rigorista, chamado jansenista. A espiritualidade católica não se alimentava da Bíblia, e sim de uma infinidade de práticas devocionais e de orações decoradas. Praticamente, não havia oração espontânea nas comunidades. Rezar consistia em recitar fórmulas prontas ou criar outras. Em reação à reforma protestante, que pregava que o culto se dirigia somente a Jesus, como único e absoluto mediador, a Igreja católica estimulou a oração aos santos, especialmente a Maria. Esse clima favoreceu uma devoção que hoje consideramos exagerada, mas que era compreensível e aceitável naquela ocasião. Alguns, temendo que isso levasse a uma perda de centralidade de Jesus, criticavam os excessos. Como a teologia era muito árida, conceitual e distante da espiritualidade, aqueles que atuavam nas missões populares valorizavam uma espiritualidade mais afetiva e sentimental. Nesse cenário é que surge a obra de Montfort.

    Agradeço especialmente ao Irmão Anderson Barroso, religioso do Instituto dos Irmãos monfortinos de São Gabriel, conhecedor da vida e obra de Montfort, que corrigiu o livro.

    Faremos uma leitura contemporânea do escrito de São Luís, fiel ao mesmo tempo às suas intuições e ao pensamento atual da Igreja. Valorizamos a Tradição, sem ficarmos agarrados ao passado. Queremos responder aos apelos de viver a fé, com sentido, no mundo atual. Vamos lá?

    1

    Vida e Missão de Montfort

    Para compreender corretamente o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem é necessário conhecer a pessoa e a história de São Luís Maria Grignon de Montfort. Apresentaremos então uma síntese da cronologia de sua vida, tal como é descrita por R. Laurentin (2002), A. Bossard (1994), S. De Fiores (1994), M. Gendrot (1966) e B. Papàsogli (1990), a partir dos seus primeiros biógrafos, Blain e Grandet¹. Segundo Stefano de Fiores (1994, p. 795-800), missionário monfortino e respeitado mariólogo, há três tipos principais de interpretação sobre sua figura: as biografias edificantes, que o apresentam como um santo extraordinário, perfeito desde o começo, conforme o modelo de santidade dos séculos 18 e 19; as que destacam seu perfil espiritual; e as biografias realistas, que o caracterizam como um homem a caminho para Deus, situado em um contexto histórico. Selecionamos aqui fatos de sua vida e missão que ajudam a situar o Tratado em perspectiva teológica e pastoral.

    1. Aprendendo com a Vida de Luís Maria Grignon de Montfort

    Preparando-se para a missão

    Luís Maria Grignon nasceu em 31 de janeiro de 1673, em Montfort-la-Cane (atualmente, Montfort-sur-Meu), na região da Bretanha, noroeste da França. Seus pais o entregam à tia Andréa, sua ama de leite, um mês depois. Ali ele vive vários anos, na cidade de lffendic, com mais três irmãos de leite. Seu pai, João Batista, era advogado e pertencia à pequena nobreza bretã decadente. Tiveram dezoito filhos. Três se tornaram padres: além de Luís, José e Gabriel. E duas filhas, Sílvia e Guiena Joana se tornaram religiosas.

    Com 11 anos de idade, os pais enviam Luís para estudar na escola dos jesuítas, que tinha três mil alunos, em Rennes. Como filho mais velho, ele é preparado para ser o chefe da família. Mora na paróquia São Salvador, na casa de seu tio, padre. Destaca-se como aluno inteligente e estudioso. No tempo da escola descobre a beleza do mundo da arte: a pintura, a escultura e a poesia. Visita os pobres e os doentes. Participa da Congregação Mariana, movimento de leigos criado pelos jesuítas, visando cultivar entre os jovens o amor a Deus e a devoção a Maria. Três traços marcam Montfort, desde a adolescência: a constante busca da vontade de Deus, a devoção a Maria e o grande amor aos pobres. Provavelmente, na escola conhece a devoção à escravidão, que era difundida por dois jesuítas que ali atuavam. Com os jesuítas, desenvolve a paixão por Cristo e a contemplação da vida de Jesus, na espiritualidade

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