O código T

De Alexandra Fabri

O livro O Código T, de Alexandra Fabri, apresenta um sistema transformacional, uma metodologia, sob a ótica da psicanálise.

Por meio da trina estratégia do mergulho ao mar do autoconhecimento, ela propôs aos seus clientes três etapas: observar, analisar e transformar.

Além dos mais de sete cases apresentados, Alexandra fala sobre sua própria vida e como utilizou o método para se entender melhor, sendo capaz de analisar sob outra ótica suas atitudes e sentimentos.

Os personagens da obra apresentam queixas e situações muitos comuns: uma gerente que se estressa com a equipe pouco produtiva, um colaborador que "não vai com a cara" de outro...

Por meio dos três passos, Alexandra nos leva para um caminho de análise e introspecção, que revela o real motivo por trás dos sentimentos apresentados.

"Considerando que não podemos controlar ações e reações das pessoas e muito menos prever o que a vida nos reservará, aprender a nos administrar, diante dos problemas e dificuldades encontrados, é a solução mais simples que O Código T revela, embora eu não seja ingênua ao ponto de supor que será fácil", escreve a autora.

• Idioma: Português
• Editora: Literare Books
• Data de lançamento: 17 de dez. de 2018
• ISBN: 9788594551467

Pré-visualização do livro

Copyright© 2018 by Literare Books International

Todos os direitos desta edição são reservados à Literare Books International.

Presidente:

Mauricio Sita

Capa:

Felipe Doutel

Diagramação e projeto gráfico:

Lucas Chagas e Gabriel Uchima

Revisão:

Camila Oliveira

Revisão artística:

Edilson Menezes

Diretora de projetos:

Gleide Santos

Diretora de operações:

Alessandra Ksenhuck

Diretora executiva:

Julyana Rosa

Relacionamento com o cliente:

Claudia Pires

Literare Books International

Rua Antônio Augusto Covello, 472 – Vila Mariana – São Paulo, SP

CEP 01550-060

Fone/fax: (0**11) 2659-0968

site: www.literarebooks.com.br

e-mail: [e-mail]

Dedicatória

A minha mãe Terezinha (in memorian), que na medida exata de ser como foi, deu o suficiente para que eu chegasse até aqui. Amor e gratidão resumem a nossa relação que hoje transcende a materialidade de nosso ser.

Gratidão e muito amor...

A meu pai Waldomiro, com quem entendi a genuína demonstração do amor.

A meus irmãos Adriano, Liandro e Lisandra, que desde o início, acreditaram em mim, apostaram na força da obra e em minha jornada.

A meus filhos Ian e Isa, que sempre me enxergaram caminhando além do que eu mesma enxergava.

A Felipe, meu amor, companheiro e parceiro nas batalhas, conquistas, dores e alegrias, que me ajuda a percorrer e propagar o meu propósito de vida.

A Edilson Menezes e Silvia Patriani, pela paciência e carinho com que conduziram as orientações sobre esta obra.

Aos mestres que participaram, de algum modo, de minha reforma interna. Alguns ajudaram a construir um novo alicerce. Outros, as paredes. E alguns, a trocar uns tijolinhos. Todos foram essenciais para que hoje eu possa me orgulhar do que vejo e sinto, ao me deparar com a transformação que defendo na obra, ou seja, a nova versão de mim: Luiz Henrique Cardoso (Seu Luiz), Dr. Décio Natrielli, Célia Gevartoski, Dr. Sebastião Vidigal, Zilá Soucheff, Dr. Rosana Oliveira, Lilian Pellizzon Ribeiro e Bento Augusto.

E, por fim, a você que confiou em mim, levou a obra para casa e agora se debruça sobre as soluções. Que a sua transformação seja profunda e definitiva, como foi a minha. Boa leitura!

Prefácio

A autora lida com mentes vivas que possibilitam decifrar enigmas e códigos. Sua metodologia conduz cada personagem a se recriar, reinventar e transformar. A obra de Alexandra Fabri é, em suma, encantadora!

Como resultado, temos um trabalho criativo e, ao mesmo tempo, a autora apresenta uma liberdade científica revolucionária, associando uma grande exemplificação clínica com uma precisa compreensão teórica e mostrando, a todo momento, como a intuição ajudou esses personagens que lidavam com a presença de aspectos biopsicosocioculturais da problemática.

O Código T revela a verdade que preexistia nos personagens antes mesmo de tomarem conhecimento dela. A autora nos põe em contato com o segredo indizível do nosso trabalho, salientando que a vida de cada pessoa merece ser reinventada. Traz, ainda, contribuições valiosas sobre a metodologia e suas ferramentas, transgredindo não só as normas estabelecidas, como também as suas fronteiras.

O leitor tem uma oportunidade formidável de vivenciar suas emoções com alto teor reconstrutivo e transformador. A interpretação de cada personagem diante de si e de seu trabalho, é um estado singular de autodestruição, autoconstrução e resolução, partindo do teatro de uma vida comprometida pelas circunstâncias, para uma existência real, consciente e feliz.

Cada personagem é um criador que deve reinventar o próprio mundo diante do problema infinito oferecido pelo grupo de trabalho (culpas, julgamentos, autoestima comprometida, conflitos, problemas) transformando a incompetência aprendida em competência transformadora, com alto grau de simbolização, altruísmo, dadivosidade, bom humor e alegria.

Tinha razão o filósofo Sócrates, ao dizer que a verdade não está com os homens, mas entre os homens. Em cada personagem, a sua realidade ou verdade não possui um estado físico, mas uma existência de criação que se transforma com o tempo, sob o formato de apoio emocional que O Código T prestou.

Os personagens são itinerários que existem dentro de nós e possibilitam a chance de recriar nossas vidas. Por isso, o segredo indivisível do Código é se desvencilhar do peso da repetição de dogmas, regras e doutrinas institucionalizadas que criam culpa, comparação e julgamentos, além de obstruir o lado intuitivo de cada um.

A fórmula da transformação é um decifrador de enigmas que possibilita criar e recriar constantemente o campo real. Sua abordagem possibilita ao leitor ver a multiplicidade de personagens que existem dentro de nós. Como diz Aristóteles a memória é o escriba da alma.

O Código T nos traz uma contribuição especial nesse crucial impasse da espécie humana. A metodologia surge como um encontro que transforma e restaura. A autora traz a mensagem da maiêutica (parto das ideias) de Sócrates e o que é essencial ao século XXI:

Cada ser humano é um templo onde a vida se revela. Cada vida é um espaço no tempo onde se desenvolve a história humana. O modo de transmissão da herança cultural e espiritual deve favorecer a expressão e a liberdade do ser.

A metodologia permite encontrar a unidade dentro da diversidade, por meio da abordagem multidisciplinar, surgindo como um novo código de interação subjetiva.

A autora nos coloca diante de um contemporâneo modelo de sentir e pensar, onde o indivíduo se encontra no centro e o seu coração em todos os lugares, nos brindando com a imaginação criadora desses personagens, decifrando enigmas e códigos que libertam e transformam.

Dr. Décio Natrielli

Médico Psiquiatra, Psicanalista e Presidente da ABPC- Associação Brasileira de Psicanálise Contemporânea

O aquecimento da metodologia

Palavras destroem, palavras constroem...

Desconheço ferramenta tão poderosa quanto a palavra.

A manhã daquela segunda-feira parecia auspiciosa e especial. Olga abriu a janela e precisou de alguns segundos para acostumar os olhos à claridade, pois o sol reinava absoluto no horizonte. Estava eufórica. A entrevista, agendada para a tarde daquele dia, representava um sonho. Na reta final do processo seletivo, depois das dinâmicas em grupo e das entrevistas com a área de Recursos Humanos, restava a última entrevista com os diretores de jornalismo.

Se tudo desse certo, faria parte do time de repórteres de uma das maiores emissoras de televisão do país. Sentia-se preparada. Além do doutorado, passara o último ano investindo em educação. Vivenciara um intercâmbio no Canadá e participara de diversos treinamentos ligados ao universo da informação. Ainda se lembrava das palavras do diretor da emissora, dias antes.

— Olga, venha bem preparada. Você será sabatinada por cinco diretores e um deles adora fazer surpresas. De minha parte, já está contratada, mas precisa ser aprovada pelos demais!

Tenho tudo para conquistar a vaga. – refletiu, enquanto sentia a água morna do banho acalmar a pele e o estado de espírito. Exceto pelo compreensível nervosismo, estava disposta a dar o melhor de si na entrevista.

Assim que chegou, foi bem recebida pela secretária, mas precisou esperar por quase duas horas.

Dado o atraso, a segunda candidata chegou, se apresentou para a secretária e recebeu a mesma orientação de aguardar.

Como é bonita e alta. – refletiu Olga ao ver a outra candidata pela primeira vez.

A candidata passou por Olga e cochichou:

— Desista, baixinha. A vaga é minha!

Sem saber o que dizer, absolutamente surpresa pela deselegância, Olga se calou e ficou olhando. Quando pensou em responder, os diretores chegaram juntos, apertaram sua mão e se desculparam pelo atraso.

— Coisas da televisão, Olga. Você vai se acostumar com isso – argumentou o diretor de imagem.

Antes de entrar na sala, de soslaio, Olga viu no semblante de sua concorrente um sorrisinho sarcástico e tentou, em vão, se concentrar.

A sala de reuniões destoava de todo cenário moderno e preservava o estilo intimidador do século XIX. Depois que se sentaram ao redor da mesa oval, Olga sentiu ruir, aos poucos, toda a confiança daquela manhã. O diretor do núcleo deu início ao teste.

— Olga, você está ao vivo e sua matéria é sobre a queda política de um ex-governador que agora foi preso, envolvido num escândalo. Como daria a notícia? Pode começar...

Olga olhou para cada um deles. Não esperava que a entrevista se desse daquela maneira.

— Eu, é, bem, estamos aqui, diretamente do Palácio do Governo e...

O diretor de efeitos especiais, aquele que gostava de surpresas, sacou uma buzina de mão e a apertou com toda