O Homem Mais Rico da Babilonia
De Marco Neves
4.5/5
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Sobre este e-book
O Homem Mais Rico da Babilónia é uma colectânea de pequenas estórias que explicam ao leitor como enriquecer. Originalmente publicado em Nova Iorque em 1926, este livro agora traduzido para Português introduz os seus leitores às setes curas para uma bolsa magra, as cinco leis do ouro e várias outras estórias relacionadas com a aquisição de riqueza. Este livro é a principal inspiração da maioria dos livros actualmente publicados sobre finanças pessoais, e mais claro e simples de perceber do que a maioria dos livros actualmente publicados.
Marco Neves
Marco Neves is an author, speaker, trainer, executive coach, and Leadership Transformation Champion, supporting and leveraging leadership and team performance across organizations, using cutting-edge science. He created and has implemented WARP SPEED HABITS, a science-based approach to creating habits in business environments and Leading with Mind and Brain—BRAIN SCANS®, a neuroscience framework to support leaders and teams better navigate the emotional, social and (ir)rational workplace environment, in various organizations across EMEA.
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Avaliações de O Homem Mais Rico da Babilonia
3 avaliações1 avaliação
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Excelente livro, com bons ensinamentos e práticas que podem se aplicadas a qualquer um.
Pré-visualização do livro
O Homem Mais Rico da Babilonia - Marco Neves
Notas do Tradutor
No inicio de 2022, enquanto procurava livros na área das finanças pessoais, tropecei no livro "The Richest Man in Babylon" - vivendo fora de Portugal, muitos dos livros que leio atualmente são em inglês.
Depois de ler muitos livros de finanças pessoais, nenhum outro apresenta um sistema tão simples e claro para gerir os nossos rendimentos.
Na minha visita seguinte a Portugal eu procurei o livro em várias grandes livrarias, mas com pouco sucesso. Online as versões em Português também não abundam.
Por isso decidi traduzi-lo, e o resultado aqui está. Este é um livro pequeno e que não tenta ajudar os seus leitores a navegar a complexidade de escolhas à disposição de quem consegue poupar algum dinheiro e o quer investir no século XXI, na década de 2020.
Mas, depois de ler o livro a primeira vez, e bem antes de o começar a traduzir, eu percebi rapidamente que as ideas nele apresentadas fazem tanto sentido hoje como faziam há cem anos quando estas estórias foram inicialmente escritas.
Ao pensar no mundo que me rodeia, em que há uma grande disparidade de rendimentos, mesmo entre aqueles que vivem exclusivamente do seu trabalho, eu questionei-me se estas regras seriam úteis para todos.
É justo dizer àqueles que ganham um ordenado mínimo em Portugal que poupem dez por cento dos seus rendimentos da mesma forma que o dizemos a quem ganha cinco ou sete ou dez vezes mais? E, se estas regras se aplicam em Portugal, podem elas ser verdade também no Brasil? Ou no resto do mundo?
Se este fosse um livro acerca de justiça social, ele seria bastante diferente do que é. Mas este livro é uma coletânea de estórias para ajudar pessoas a melhorar a sua própria situação. É justo pedir àqueles que já vivem na pobreza que poupem uma parte dos seus curtos rendimentos? Talvez não. Mas é, provavelmente, a única forma que eles têm de influenciar o seu próprio futuro.
Este livro faz-me pensar na minha mãe. Sempre me lembro de ela dizer que só se compra aquilo que se pode, e de ser uma fã incondicional do trabalho. Quando era nova trabalhava tanto tempo quanto podia para poder juntar algum dinheiro - trabalhava numa fábrica onde chegava a fazer dois turnos de oito horas por dia, semanas inteiras. Com este dinheiro, mais tarde, comprou o terreno onde construiu a própria casa e com que pagou a maioria dos custos de construção. E muito do trabalho foi ela que o fez. Ao longo dos anos o terreno à volta da casa cresceu, ao mesmo tempo que a minha mãe criou três filhos quase sozinha, com pouco mais do que um ordenado mínimo. O meu pai morreu cedo, deixando-a com três filhos para criar - eu fiz doze anos passados uns meses, a minha irmã tinha menos um ano, e o meu irmão tinha quatro na altura.
A vida não foi fácil, não tínhamos grandes comodidades, a escolha de comida era limitada, muita da roupa era em segunda mão, mas não me lembro de faltar o pão e a minha mãe manteve-nos na escola para além do ensino obrigatório.
E ainda conseguia ir juntando algum dinheiro para ocasiões especiais.
E isso, hoje, faz-me pensar porque é que eu tive tantas dificuldades em conseguir controlar as minhas contas, conseguir ter dinheiro para comer e pagar as minhas despesas fixas.
O meu primeiro ordenado foi mais elevado do que o ordenado da minha mãe na altura, nunca lhe dei dinheiro para as despesas que ela tinha em casa, não me lembro de viver especialmente bem, mas ainda assim chegava ao fim do mês a ver a conta a chegar a zero - ou pior.
Por vezes penso como é que o conhecimento que a minha mãe sempre teve sobre como gerir o dinheiro nunca foi passado para mim e para os meus irmãos, e a minha única explicação é que porque o meu pai era menos poupado do que ela, para conseguir poupar algum dinheiro para emergências, a minha mãe tinha que esconder essas poupanças do meu pai, e com o tempo o tópico tornou-se taboo.
Só bem mais tarde, nos meus trintas, e depois de ter passado por apertos financeiros graves que comecei a conseguir controlar um pouco o meu dinheiro e a não chegar ao fim do mês com a corda ao pescoço, em grande parte porque algumas das regras neste livro me foram chegando por outros autores.
Mas, este livro é a base. É aqui que é preciso começar. E é, para mim, impressionante que cem anos depois ninguém tenha conseguido escrever um livro melhor, mais simples ou mais claro sobre como melhorar a nossa situação financeira.
Espero que esta minha tradução para português ajude a melhorar a vossa situação financeira.
Marco Neves
(O Tradutor)
Prólogo
A nossa prosperidade enquanto nação depende da prosperidade financeira pessoal de cada um de nós enquanto indivíduos.
Este livro lida com o sucesso pessoal de cada um de nós. Sucesso significa algo conseguido como resultado do nosso próprio esforço e habilidades. Preparação adequada é essencial para o nosso sucesso. Os nossos actos não podem ser mais sábios do que os nossos pensamentos. Este livro de curas para carteiras magras tem sido chamado um guia para perceber finanças. Esse é, de facto, o seu propósito: oferecer àqueles que têm ambições de sucesso financeiro uma perspetiva que os irá ajudar a adquirir dinheiro, manter o dinheiro e fazer o seu dinheiro extra ganhar mais dinheiro.
Nas páginas que se seguem somos levados para a Babilónia, o berço no qual foram criados os princípios financeiros básicos que hoje reconhecemos e utilizamos em todo o mundo.
Para os novos leitores, o autor deseja que estas páginas contenham para eles a mesma inspiração para fazer crescer contas bancárias, sucesso financeiro e a solução para difíceis problemas financeiros entusiasticamente reportados por leitores de costa a costa.
Para os lideres de negócios que têm distribuído estes contos em tão generosa quantidade para amigos, familiares, empregados e sócios, o autor aproveita esta oportunidade para expressar a sua gratitude. Nenhuma recomendação pode ser maior do que a de homens práticos que apreciam os seus ensinamentos porque eles próprios conseguiram alcançar sucessos importantes aplicando os mesmos princípios aqui apresentados.
Babilónia tornou-se a cidade mais rica do mundo antigo porque os seus cidadãos eram pessoas ricas para o seu tempo. Eles apreciavam o valor do dinheiro. Eles praticavam princípios financeiros saudáveis para adquirir dinheiro, manter dinheiro e fazer o seu dinheiro ganhar mais dinheiro. Eles davam a si próprios aquilo que todos nós queremos… rendimentos para o futuro.
G.S.C.
A História da Babilónia
Nas páginas da história não vive nenhuma cidade mais glamorosa do que a Babilónia. Basta o seu nome para nos trazer visões de riqueza e esplendor. Os seus tesouros de ouro e joias eram fabulosos. Naturalmente, imaginamos uma cidade tão rica localizada numa região de apropriada luxuria tropical, rodeada dos mais ricos recursos naturais de florestas e minas. Mas não era esse o caso. Estava localizada junto do rio Eufrates, no vale plano e árido. Não tinha florestas nem minas – nem sequer pedra para construção. E nem sequer estava localizada junto de uma rota natural de comercio. A chuva não chegava para plantar cereais.
A Babilónia é um excelente exemplo da capacidade do Homem para atingir grandes objetivos utilizando qualquer recursos à sua disposição. Todos os recursos que suportavam esta grande cidade foram feitos pelo Homem. Todas as suas riquezas foram criadas pelo Homem.
A Babilónia possuía apenas dois recursos naturais. Um terreno fértil e a água do seu rio. Com um dos maiores sucessos da engenharia deste ou de qualquer outro dia, os engenheiros da Babilónia desviaram água do rio utilizando barragens e canais de irrigação imensos. Canais que iam longe através daquele árido vale, levando vida ao solo fértil. Este é um dos primeiros sucessos de engenharia conhecidos conhecidos da história. A recompensa era uma abundância de colheitas como nunca tinha sido vista antes.
Felizmente, durante a sua longe existência, Babilónia foi governada por sucessivas linhas de reis para quem conquista e pilhagem eram apenas acidentais. Apesar de se envolver em muitas guerras, a maioria delas eram locais ou contra outros países que desejavam as fabulosas riquezas da Babilónia. Os fantásticos governantes de Babilónia ficaram na história por causa da sua sabedoria, empreendimento e justiça. Babilónia não produzia monarcas arrogantes que queriam conquistar o mundo conhecido para todas as nações pudessem pagar tributo ao seu egoísmo.
Enquanto cidade, Babilónia já não existe. Quando a força enérgica dos homens que construíram e mantiveram a cidade durante milhares de anos foram retiradas, a cidade rapidamente se desfez em ruínas desertas. O sitio da cidade é na ásia, a cerca de 950 quilómetros este do canal do Suez, a norte do golfo pérsico. A latitude é cerca de trinta graus acima do equador, praticamente a mesma de Yuma, Arizona (NT: ou Marrakech, em Marrocos). Possuía um clima similar ao desta cidade americana, quente e seca (NT: idem).
Hoje, este vale do Eufrates, noutros tempos uma região de agricultura de regadio, é uma vez mais um deserto árido e varrido pelo vento. Erva seca e arbustos do deserto lutam para sobreviver contra a areia soprada pelo vento. Desapareceram os campos férteis, e cidades gigantes e as longas caravanas de ricas mercadorias. Grupos de árabes nómadas, que sobrevivem guardando pequenos rebanhos, são os únicos habitantes da região. E assim tem sido desde cerca do início da era cristã.
Este vale está marcado por montes de terra. Durante séculos isso foi tudo que os viajantes pensavam deles, montes de terra e nada mais. A atenção dos arqueólogos foi finalmente direcionada para eles porque pedaços de cerâmica partida e tijolos apareciam com as ocasionais tempestades chuvosas. Expedições, financiadas por museus europeus e americanos, foram enviadas para a região para escavar e ver o que encontravam. Picaretas e enxadas rapidamente provaram que aquelas colinas eram antigas cidades. Cemitérios de cidades, podíamos chamar-lhes.
Babilónia era uma delas. Sobre ela, durante algo como vinte séculos, os ventos espalharam pó do deserto. Originalmente construída de tijolo, todas as paredes expostas tinham-se desintegrado e voltado para a terra uma vez mais. Assim é Babilónia, a cidade rica, hoje. Um monte de sujidade, abandonada há tanto tempo que nenhuma pessoa vida sabia sequer o seu nome até que ele foi descoberto removendo cuidadosamente o lixo de séculos das ruas e os escombros dos seus nobres templos e palácios.
Muitos cientistas consideram a civilização da Babilónia e das outras cidades neste vale as mais antigas de que há registo. A idade de algumas da ruínas foi provada chegando a até 8000 anos atrás.
Uma facto interessante nesta ligação é o meio utilizado para determinar estas datas. Foram descobertas nas ruínas da Babilónia descrições de um eclipse do sol. Astrólogos modernos rapidamente calcularam o momento em que tal eclipse, visível da Babilónia, ocorreu, e estabeleceram uma relação entre o calendário da Babilónia e o nosso.
Desta forma, foi provado que há 8000 anos, os Sumérios, habitantes da Babilónia, viviam em cidades muradas. Apenas podemos imaginar há quantos séculos é que tais cidades já existiam. Os seus habitantes não eram meros bárbaros vivendo dentro de muralhas protetoras. Eles eram um povo educado e culto. Até onde chega a história escrita, eles eram os primeiros engenheiros, os primeiros astrónomos, os primeiros matemáticos, os primeiros financeiros e o primeiro povo a ter uma linguagem escrita.
Já foi mencionado o sistema de irrigação que transformou o vale árido num paraíso agrícola. Restos destes canais ainda podem ser encontrados, apesar de estarem praticamente cheios com areia acumulada. Alguns deles eram tão largos que quando vazios, uma dúzia de cavalos podiam ser montados lado a lado no seu fundo. Em termos de tamanho, estes canais podem ser comparados favoravelmente com os canais mais largos que se podem encontrar no Colorado ou no Utah.
Além de regarem as terras do vale, os engenheiros da Babilónia completaram outro projeto de igual magnitude. Utilizando um sistema de escoamento complexo eles reclamaram uma área imensa de pântanos dos rios Eufrates e Tigre e tornaram-nas terrenos agrícolas.
Herodotus, o viajante e historiador grego, visitou a Babilónia enquanto esta se encontrava no seu melhor e deixou-nos a única descrição conhecida de um estrangeiro. A sua escrita faz uma descrição gráfica da cidade e de alguns dos estranhos costumes do seu povo. Ele menciona a fertilidade excecional dos seus solos e as colheitas imensas de trigo e cevada que eles produziam.
A glória de Babilónia esmoreceu mas a sua sabedoria foi mantida para nós. E isso é devido à sua forma de registo. Nesse dia