Poesias de nós: Além das camadas
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Poesia para você
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Poesias de nós - Belardino Pedreira
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Não precisa de Título
Eu nunca assinei meus escritos porque eu queria fugir de tudo e de todos. Sim, porque em várias obras que eu dei a autoria de José, Maria, Marta, João, Aristides, Conceição, você estava presente em cada detalhe, em cada letra, em cada palavra, rima, amor. Tentei sintetizar tudo o que eu sentia por você em eternidades e verdades, mas talvez eu tenha falhado, e como você sabe, eu tento fingir.
Não é que eu use máscaras ou queira ser um grande poeta, escritor, filósofo, merda, não, é porque às vezes as pessoas dão valor a um nome de um estranho que aparentemente sabe o que diz ao invés de ouvir um jovem escritor cheio de sentimentos, cheio de alma. E alguns desses sentimentos levam meu nome pelo simples fato de atiçar você a pensar:
Será que sou eu?
Será sobre mim?
Gosto dessa tortura sentimental que causa em você, pois é um jeito de me vingar do que seu belo olhar carente, o seu sorriso inundável, e seu cabelo ondulado me causam, sem falar claro da tua presença, a maior víbora que habita no acaso dos encontros nossos.
A verdade é que talvez você jamais saiba qual escrito meu é sobre você, mas nenhuma dessas obras que carregam teu nome nas entrelinhas é tão grandiosa quanto é a obra de amor mais clássica que eu e você escrevemos por várias vezes, o nosso abraço. Um dos únicos momentos onde nossos corações se tocam e aceleram como em um acelerador de partículas, e aí escondemos, é amor.
Sementes e Raízes
No início tudo são sementes que a gente planta
Na terra, base.
E que precisam de sol carinho
De água cuidados
E espantar os passarinhos.
E assim raízes fortes
Sustentam o início do trabalho
Dia após dia cuidando
E o crescimento acompanhando.
São alguns cuidados necessários
Para termos belas flores
Cheias de pétalas
Com os melhores odores.
Sementes, início.
Raízes, base.
Flores, nada no início são flores.
Nada nasce pronto.
Todos os dias nossas flores precisamos regar
E valorizar o trabalho árduo
Porque como tudo que é vivo sem cuidados pode murchar.
Povo
Nós somos o povo
Nós somos a nação
Que não aceita mais
Essa enganação.
Enganação que vem de berço
Nossos pais que não tiveram educação
E foram nos mostrando
O mal da corrupção.
Os engravatados que estão no poder
Nada mais são do que o reflexo
Do povo e da sua corrupção.
E o sonho?
O sonho do povo
É virar político
Para ganhar fácil já que assim é mais agradável.
E a imprensa?
Que não mostra a minha conduta
E me julga pela minha luta.
Eu tenho o direito de ir e vir,
Mas não querem que eu vá
Que eu pense
Ou lute.
Busco a liberdade para
Expressar meus ideais,
Mas às vezes somos todos ilegais.
Meu leão de luz
Bem cedinho e a juba está lá
Toda solta e cheirosa
Feito um travesseiro,
Soneca gostosa.
O meu leão de luz brilha
Em todas as horas do dia.
Na noite brilha o dengo
E na vida ilumina os dias.
A luz no fim do túnel escuro
É um caminho guiado
Para acordar dos pesadelos
E mostrar os sonhos esperados.
O meu leão de luz
Ruge para as dores
E cuida dos problemas
Com suas patas não há dilemas.
E o que fica na maioria das vezes
É a gratidão
O amor
E o abraço do ursão
Filhos da Nação
Enquanto nossos filhos transam nas escolas
Eles
mentem, enganam
E fecham nossas portas.
Somos o mal da sociedade
Somos o lixo sem igualdade
O que falam de nós
Filhos da nação
É pura enganação.
Nos ensinam que traição
É normal que vem das nove
E que entre irmãos
Há uma guerra astral.
Os astros revelam
Que no Brasil haverá guerra
Entre a internet e a novela
Sem nada esperar.
Enquanto discutimos cá
Nos roubam de lá
Raposas velhas que mandam em minha terra,
Mas do que adianta mudar
Se a acomodação tomou seu lugar.
E tudo isso meu pai oferecia dinheiro
Para que assim eu passasse de ano
Sem nenhum desespero,
Corrupção.
Calados
São vítimas de ladrões
Que acomodados carregam o fardo
De perder paixões
De tentar falar sobre dores
Que não entendem que não sentem.
Enquanto isso, somos roubados
Falam, Falam, Falam
Enganados
E mesmo assim
No final ainda pagamos os patos
E lavamos os pratos.
Verás que um filho teu
Não foge a luta,
Mas de vez em quando
Foge da conduta.
No verão
Foi no verão
Jamais esqueci
O tempo parou
Mas sei que ficou marcado.
O tempo passou
E o que eu senti
Foi lindo
Quando me abraçou
Meu mundo parou.
E de uma coisa eu sei
Pode até o mundo
Mudar as estações
O sol brilhar no inverno
A neve cair no verão.
O meu amor por você
Vai além das quatro estações
E as noites claras que caminhávamos pela praia
Tudo ficou guardado
E as pegadas que deixamos sobre a areia
Eu nunca vou esquecer.
E de uma coisa eu sei
Pode até o mundo
Mudar as estações
O sol brilhar no inverno
A neve cair no verão.
O nosso amor vai além das quatro estações.
Atitude do meu receio
Você é a poesia que eu não escrevi
Você é a música que ainda não cantei
É a vida que ainda não vivi
É tudo aquilo que eu idealizei
Tudo aquilo que um dia eu sonhei
Você é a luz da minha escuridão
A companhia da minha solidão
É a agulha no palheiro
Uma esperança nesse pardieiro
É a