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Tabebuias: Histórias reais daqueles que se livraram das drogas na Fazenda da Esperança
Tabebuias: Histórias reais daqueles que se livraram das drogas na Fazenda da Esperança
Tabebuias: Histórias reais daqueles que se livraram das drogas na Fazenda da Esperança
E-book111 páginas1 hora

Tabebuias: Histórias reais daqueles que se livraram das drogas na Fazenda da Esperança

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Sobre este e-book

Tabebuias ou Histórias reais daqueles que se livraram das drogas na Fazenda da Esperança
Jovens que se drogaram por desajsute familiar, falta de perspectivas sociais, traumas de abusos sexuais e outros motivos, superam o lodo da droga e florescem para a vida como a tabebuia - árvore que nasce na lama, mas produz belas flores.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de out. de 2015
ISBN9788578211684
Tabebuias: Histórias reais daqueles que se livraram das drogas na Fazenda da Esperança

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    Tabebuias - Christiane Suplicy Teixeira

    créditos

    TABEBUIAS ou Histórias reais daqueles que

    se livraram das drogas na Fazenda da Esperança

    © Editora Cidade Nova — São Paulo — 2001

    Revisão:

    Ignez Maria Bordin

    Capa, ilustrações

    e projeto gráfico:Márcio Paulo Soares de Oliveira

    Conversão para Epub

    Cláritas Comunicação

    ISBN 978-85-7821-168-4

    1a edição — janeiro 2001

    16a edição revisada — maio 2015

    Editora Cidade Nova

    Rua José Ernesto Tozzi, 198

    Vargem Grande Paulista — SP — Brasil

    CEP 06730-000 — Telefax: (11) 4158.8898

    www.cidadenova.org.br

    e-mail: vendas@cidadenova.org.br

    Sumário

    Dedicatória

    Prefácio

    Introdução

    Primeira parte

    Capítulo 1 - Esperando Frei Hans

    Capítulo 2 - A estufa

    Capítulo 3 - Tina

    Capítulo 4 - Eduardo

    Capítulo 5 - Paulo

    Capítulo 6 - A história de Eduardo continua

    Capítulo 7 - Fabiana

    Capítulo 8 - Nelson

    Capítulo 9 - Graziella

    Capítulo 10 - Quase meia-noite

    Segunda parte

    Capítulo 1 - Paulo

    Capítulo 2 - Fábricas

    Capítulo 3 - Fabiana

    Capítulo 4 - Tina

    Capítulo 5 - Religiosas

    Capítulo 6 - Na estrada de terra

    Terceira parte

    Capítulo 1 - Na estrada de terra

    Capítulo 2 - O envelope aberto de Mara

    Capítulo 3 - Ainda na estrada de terra

    Capítulo 4 - João

    Capítulo 5 - Padre Cesar

    Capítulo 6 - A cruz

    Capítulo 7 - Primeiro contato

    Apêndice

    A Fazenda da Esperanca

    Agradecimentos: Mara; João Manoel; Klaus; Beto e família; Ricardo; Elpídio; Ana Laura; Ana Paula; Andréa; as meninas da Casa de Maria; Quélcio; padre César; frei Hans; Marinéia; Cazé; César; padre Paul; Nelson; Iraci, Luci; Paulo, Cláudia e Ricardo; Charles; JP; Costanzo; Márcio Paulo; Márida.

    Dedico este livro a Fabiana Lobão de Freitas e a todos aqueles que corajosamente vivem sem ela.

    Prefácio

    Autoridades de todo o mundo estão preocupadas, nesse início de milênio, não só com os limites do tráfico de drogas, mas também com o perfil do usuário que se tem delineado nos últimos anos.

    Seguindo a cartilha da economia globalizada, esse mercado de delírio e loucura vem reduzindo custos e pessoal como qualquer outra atividade capitalista, além de, perversamente, ter descoberto como segmentar e frutificar seu público. Nesse sentido, Walter Maierovitch, presidente da organização não governamental de valorização da cidadania Instituto Giovanni Falcone, alerta para o fato de que hoje existe uma droga para cada comportamento; quem quer ficar mais solto para dançar toma ecstasy; quem gosta de Internet e jogos eletrônicos, toma ice; em países frios, como a Rússia, por exemplo, onde as saunas são muito comuns, as pessoas tomam popper, um tipo de relaxante; o ya-ba, por sua vez, aquece o turismo sexual e é largamente difundido na Tailândia.

    No nosso país, a maconha é a droga ilícita mais tolerada pelos mais diversos setores.

    Embora o consumo tenha aumentado significativamente nos últimos anos, a polícia prende menos usuários, a Justiça condena pouco e a escola aceita mais passivamente. Dados da Secretaria de Segurança Estadual do Rio de Janeiro, por exemplo, mostram que o número de pessoas flagradas com maconha vem diminuindo consideravelmente. Em apenas um ano, houve uma redução de sessenta por cento. No Estado de São Paulo, foi de trinta por cento. Em Porto Alegre, os casos caíram pela metade. A situação é semelhante em outras capitais brasileiras. A análise dos recentes censos penitenciários não deixa margem de dúvidas: o volume de condenações por uso de drogas caiu mais de vinte por cento nos últimos anos. Entre as maiores escolas particulares do país, o número de expulsões relacionadas com o uso de maconha também baixou; hoje, em apenas um de cada dez casos o estudante é convidado a se desligar do estabelecimento, geralmente quando fuma dentro das dependências escolares.

    Para nossa surpresa, no entanto, de acordo com um cálculo aproximado, quase setecentas toneladas de maconha são consumidas todos os anos no país. É quantidade suficiente para a confecção de setecentos milhões de cigarros e para deixar satisfeitos algo em torno de cinco milhões de usuários.

    No ranking do consumo de drogas, a maconha vem quilômetros à frente do crack, da cocaína, da heroína ou do ecstasy. Um levantamento do uso de drogas entre estudantes em dez capitais brasileiras, realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), revelou que o consumo frequente da maconha quadruplicou em apenas dez anos. O dado mais impressionante, no entanto, é outro. Conforme uma tendência também observada em outros países, esse aumento é maior entre adolescentes e jovens na faixa dos dezesseis aos dezoito anos. Consta que entre os jovens, treze por cento deles fazem uso da maconha no Brasil.

    O problema desse avanço da droga, ou da maconha mais precisamente, é a banalização do vício. A tolerância com o álcool e o cigarro produziu o fenômeno do cigarrinho e da cervejinha. Hoje há quem use a expressão baseadinho para identificar uma droga que, como o cigarro e o álcool, tem efeitos colaterais ruinosos. Na região de Porto Seguro, no Sul da Bahia, fuma-se maconha abertamente e sem nenhum constrangimento; as praias paradisíacas de Trancoso, Arraial d’Ajuda e Caraíva são hoje consideradas o paraíso das drogas, onde o termo doce é usado para ácido, e os preços são inferiores aos dos grandes centros.

    O impacto do crescimento desse verdadeiro mercado, o choque com o surgimento frequente de novas drogas, sem falar nas trágicas mortes por overdose e nas árduas e, muitas vezes, vãs lutas dos dependentes, deixam estarrecidos cidadãos, famílias e a sociedade em geral, que se veem impotentes diante desse risco iminente que a todos ameaça devorar.

    Preocupa ainda mais a atitude oficial de vários governos que se propõem a resolver o problema radicalmente de forma repressiva, como aconteceu na chamada cracolândia, antigo reduto de traficantes e dependentes de crack no centro de São Paulo. Em lugar de criarem centros educativos para suprir o papel da droga na vida dos dependentes, tratando-a, por conseguinte, como uma questão social, preferem o caminho da investidura policial e, no caso concreto, da reformulação urbanística e cultural. Ainda recentemente, o Ministério da Justiça se propôs a apoiar programas de redução de danos em presídios do país, com o objetivo de tentar reduzir o número de casos de Aids; os projetos preveem, entre outros pontos, a troca de seringas para usuários de drogas injetáveis como forma de diminuir a contaminação pelo vírus HIV. Atualmente, existem mais de duzentas mil pessoas em setecentos e cinquenta presídios brasileiros; os presidiários são considerados um dos grupos mais vulneráveis à epidemia da Aids.

    Ainda que o quadro seja extremamente agressivo e preocupante, na verdade os programas oficiais pouco ou nada contribuem para resgatar o dependente à sua condição humana, incutindo-lhe dignidade, autoestima, respeito, amor pela vida própria e alheia. Muito pelo contrário, encaram-no e orientam-no na linha da convivência com o vício, a fim de evitar riscos maiores, como se o mantivessem no túnel da morte, porém, diminuindo o processo de aceleração. Morte lenta e gradual parece ser a regra.

    Como Promotor de Justiça do Ministério Público

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