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Convivendo Com O Transtorno Bipolar
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Convivendo Com O Transtorno Bipolar
E-book174 páginas2 horas

Convivendo Com O Transtorno Bipolar

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Sobre este e-book

O transtorno bipolar é uma doença maníaco-depressiva bem mais grave do que a população imagina. O diagnóstico correto é um enorme desafio, tanto para o portador quanto para os familiares e a classe médica. A partir de sua experiência e reflexão pessoal sobre o assunto, a jornalista Lilian A. faz um relato detalhado sobre sua vivência com o portador do transtorno bipolar tipo I, a forma mais grave da doença. A autora fornece dados sobre os principais sintomas e dá dicas para uma boa convivência. O livro também traz informações de pesquisadores e psiquiatras experts no assunto. O transtorno bipolar é considerado a doença mental que mais está associada ao suicídio no Brasil e no mundo. O autoextermínio já lidera os principais rankings, estando entra as principais causas de morte. A melhor forma de prevenção é o conhecimento e tratamento adequado. Portanto, vamos conhecer a doença e tratá-la como melhor forma de combate e prevenção.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de jul. de 2018
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    Pré-visualização do livro

    Convivendo Com O Transtorno Bipolar - Lilian Araújo

    AGRADECIMENTOS

              A Deus todo poderoso que me inspirou e me capacitou para seguir o meu chamado de escritora – o que aceito com muita alegria – pois ele me fortaleceu para seguir em frente nesta longa caminhada. Agradeço também aos médicos psiquiatras e psicólogos que contribuíram com suas obras para o desenvolvimento e a conclusão deste livro.

    A Fabrício Almeida (IN MEMORIAM) que é o personagem principal desta história que irei contar. Sei que se ele estivesse aqui ficaria muito emocionado e muito orgulhoso de mim, pois sei o quanto ele tinha o coração bom, e adorava ajudar as pessoas. Fabrício, você foi e continuará sendo uma pessoa muito especial e preciosa para mim!

    Não posso me esquecer de agradecer também a minha filha Isabelle Soares por sua imensa paciência e compreensão durante o processo de escrita, e em todos os momentos da minha vida. Você também é muito preciosa aos olhos do Pai.

    PREFÁCIO

                Ao criar o teatro, os gregos desenvolveram a tragédia e a comédia, duas máscaras de uma mesma face: a alegria (comédia) e tristeza (tragédia).

    Retrataram as alterações do humor e do afeto, que são oscilações da vida de um ser humano.

    LILIAN ARAÚJO com seu livro, reporta-nos o conviver com seu amor, que oscilava o seu humor e afeto entre as duas máscaras da mesma face em que LILIAN descreve o transtorno bipolar do humor de seu querido amor, descrevendo os momentos de elação do humor, culminando com o taquipsiquismo (exacerbação das funções mentais), até o delírio de grandeza (megalomaníaco), quando passa e transmuta para a tristeza como um passe de mágica à depressão com sintomas de tristeza vital e anedonia, culminando com o suicídio trágico e a expiação de luto da autora, que através do seu saber de comunicadora e escritora faz sua autoterapia, na tentativa de entender e sair do luto, momento de extrema dificuldade afetiva para os que ficam.

    Dr. Edson da Paz

    Psiquiatra

    INTRODUÇÃO

              Quando criança, eu gostava muito de ler. Na estante da minha casa, havia uma coleção completa de obras de grandes escritores nacionais. Os livros que mais chamavam a minha atenção eram os do escritor Machado de Assis. O que mais atraía a minha atenção eram as formas de narrativa utilizadas pelo autor em primeira pessoa. Lembro-me de que li todos os seus romances: Quincas Borba, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Esaú e Jacó, Iaiá Garcia e Dom Casmurro.

    Entretanto, durante a adolescência deixei um pouco a leitura e os estudos de lado. Nessa fase de rebeldia, reprovei duas vezes consecutivas, até que meus pais resolveram me colocar em um colégio interno.

    Fui para o internato no ano de 1995. Lá eu conheci o Fabrício. Éramos bastante jovens, eu tinha apenas dezessete anos de idade e ele dezesseis. Ele era um rapaz muito comunicativo e adorava fazer amizades, mas, às vezes, eu o encontrava isolado e deprimido. Naquela época, éramos somente bons amigos. Conversávamos bastante durante os jogos e nos momentos de lazer que a escola nos proporcionava. Se dependesse somente dele, a amizade teria ido muito além. Porém, eu era muito nova e ele também para termos algum compromisso sério. Depois de um período no internato, cada um seguiu seu destino. Eu fui para Teresina, e Fabrício para o Recife.

    Depois dos trinta anos de idade reencontrei-o novamente, através da rede social Facebook, quer dizer: ele me encontrou e mandou o convite. Aceitei e então voltamos novamente a conversar. Depois de um ano e seis meses de convivência à distância; e três meses vivendo com ele diariamente, chegou meu grande propósito, escrever este livro.

    Neste livro, você vai encontrar exemplos de como Fabrício – portador do Transtorno Bipolar tipo I – vivia e se sentia, suas intervenções, descobertas e atenção dadas à doença. Como reagiu a essa intervenção, e como fazíamos para administrar a doença. Você também vai ter uma noção de como fazer para controlar os sintomas de depressão e mania.

    Também vou mostrar os principais medicamentos utilizados, recentemente, para tratar o transtorno bipolar e os vários tipos de comportamento do TB. Por isso, é importante que leia todo o contexto, para que possa entender melhor e tirar mais proveito das dicas que eu deixarei.

    Eu já sabia que Fabricio tinha o transtorno bipolar, e ele também; só não sabíamos que a doença é gravíssima, por isso não demos tanta importância. As informações que eu conseguira em pesquisas no Google e no YouTube davam apenas uma noção, mas sem profundidade. Só definia por alto o que era o transtorno, e que era aliada ao suicídio, mas não vi em nenhuma das minhas pesquisas que poderia ser uma doença com causas biológicas ou genéticas. Assim, eu creditava que poderia curá-lo através da minha fé e da oração, sem o uso de medicamentos.

    Mesmo sabendo do transtorno, não acreditávamos que essa era a causa dos seus problemas. Ele dizia que estava doente, mas não sabia explicar a doença porque apresentava sintomas, na maioria: físicos; e psicológicos quando era contrariado. Já estávamos procurando ajuda médica, mas da forma errada, pois ele já apresentava muitas dores em toda parte do corpo. Iríamos percorrer um longo caminho até descobrir a verdadeira causa, que era o transtorno bipolar. Ele já agendara alguns exames para tentar descobrir o que seria, mas não houve tempo. A doença o consumiu ao extremo.

    Depois que ele cometeu o ato, comecei a pesquisar a doença, e descobri que ele tinha o transtorno bipolar tipo 1, a forma mais grave da doença. Todos os sintomas físicos e psicológicos se encaixavam perfeitamente com os sintomas do transtorno. Lendo livros, fazendo pesquisas e interagindo, nas redes sociais, com pessoas que têm a mesma doença, fui descobrindo que o comportamento dele era idêntico ao de muitos bipolares. Percebi, a partir de então, que o comportamento dos bipolares, na maioria das vezes, é típico da doença, e comecei a me questionar: quando era o Fabrício de verdade? Conforme eu ia lendo o livro – Depressão Bipolar: um guia abrangente – que foi o primeiro livro que adquiri sobre a doença – eu via a descrição da personalidade dele em cada página, e descobri que, na verdade, não era a personalidade dele, mas um comportamento típico da doença.

    Mesmo sabendo que ele tinha algum problema psicológico e atribuindo, de certa forma, o comportamento irritado dele à doença, em alguns momentos, eu não sabia identificar isso, e achava que era a personalidade dele mesmo. Hoje, percebo que a doença, quando em estado crítico, domina totalmente a pessoa. A agressividade ocorre em qualquer momento, por qualquer besteira, não porque queira, mas porque eles, em certas situações não conseguem se controlar. Por isso, é imprescindível o uso da medicação para estabilizar essas variações de humor.

    Por falta de informação correta sobre a gravidade da doença, muitas pessoas – assim como eu – estão perdendo pessoas queridas para o suicídio. Diante dessa situação, com todas as informações que obtive – e por ter poucas informações relacionadas ao assunto – senti a necessidade de compartilhar com vocês a minha experiência, pois sei que existem pessoas que passam pelo mesmo problema que eu passei, e necessitam destas informações para tomar as providências necessárias. 

    Precisamos quebrar tabus, barreiras e tratar a doença de forma séria e correta. O paciente só poderá levar uma vida normal quando se conscientizar de que tomar a medicação é a melhor, se não a única, opção.

    Vou deixar registradas, neste livro, toda a minha experiência com o transtorno bipolar e toda a minha pesquisa. Alerto que não é fácil diagnosticar a doença, já que pode se manifestar de diversas formas, mas se a pessoa fala constantemente em cometer suicídio, anda irritada ou depressiva e apresenta alguma mania, pode ser que seja a doença. É melhor você marcar uma consulta com o psiquiatra, urgente, pois ele é o profissional mais indicado para realizar esse diagnóstico.

    Se for realmente diagnosticada a doença, o paciente deverá tomar a medicação, o mais rápido possível. Em casos de sintomas mais graves, poderá haver intervenção hospitalar. Nesses casos, ou em outros, o paciente deverá ser monitorado vinte e quatro horas por dia durante as fases de depressão e mania, seja pela família, por amigos ou pela equipe médica.

    Eu diria que, depois da medicação, que é o principal, seguido da psicoterapia, que é um complemento ou acompanhamento com o psicólogo, o que mais importa são o amor e o apoio da família. Quem convive com a pessoa com transtorno deve ser muito paciente, pois a mesma precisa de muita atenção, amor e apoio, tanto de amigos quanto de familiares.

    O convívio com o bipolar torna-se cada dia mais complicado quando em estado avançado, pois ora a pessoa está muito feliz e comunicativa, a ponto de lhe incomodar, ou está profundamente deprimida, isolando-se do convívio em sociedade.

    A fé e a oração são de fundamental importância na vida do Bipolar, mas, infelizmente, não há muito a ser feito sem a medicação, já que existe o fator biológico. Eu diria que a fé e a ciência (medicação), aliadas ao amor é o X da questão. Se não for dessa forma, só mesmo um milagre que ultrapasse a medicina, e a pessoa obtenha a cura por providência divina.

    Neste livro, você encontrará informações necessárias tanto para quem cuida e convive com o transtorno, quanto para o próprio portador da doença. É importante que os portadores leiam para entender, porque eles veem o mundo de forma tão vazia e negativa. Quero também alertar aos leitores que o TB é mais grave do que se imagina, já que está vinculado ao suicídio.

    Ao longo do livro, a família vai ter uma noção do que seja o transtorno, para que possa relatar para o psiquiatra os tipos de comportamento que mais se assemelham ao seu caso, caso conheça alguém com os sintomas aqui mencionados.

    Você encontrará também dicas de como reagir entre os episódios de depressão e mania, inclusive alguns métodos utilizados por profissionais renomados. Portanto, vamos iniciar a leitura e descobrir o que é a doença, como tratar e como lidar com pensamentos negativos.

    1. Diagnóstico do transtorno bipolar

    O Transtorno Bipolar (TB) é caracterizado por alterações de humor que se manifestam como episódios depressivos alternando-se com episódios de euforia (também denominados de mania), em diversos graus de intensidade.

            – ABTB

                Meu namorado Fabrício, de trinta e quatro anos, entende muito de computadores e de novas tecnologias, como a maioria dos jovens atualmente. Nós nos conhecemos no ano de 1995, em um colégio interno e nos reencontramos pela rede social Facebook, em agosto de 2013, dezoito anos depois. Quando percebi que era ele mesmo, aceitei imediatamente sua amizade, e começamos a conversar e lembrar-nos do tempo do ENA (Educandário Nordestino Adventista).

    Conversando com ele, descobri que ele morava sozinho e estava solteiro, assim como eu e, a partir de então, começamos uma amizade. Depois de dois meses de muita conversa,

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