Seres fabulosos da natureza: Volume 1
De Anne Alf
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Sobre este e-book
Criaturas extraordinárias, únicas, tendo características, personalidades e pensamentos próprios, vivem momentos espetaculares. Formas, cores, habilidades e dinamismo envolvente que uni e separa, conquista e liberta.
A exploração deste habitat sutil marca esta experiência ímpar para cada uma das personagens.
Criaturas que encantam, assombram e nos convidam a conhecer um mundo do qual participamos, mas que sutilmente não percebemos, do qual devemos cuidar a fim de vivermos em harmonia e respeito mútuo.
O respeito pelo meio ambiente, pela vida, com ética e preservação do ecossistema , define a história com ideias e ideais politicamente corretos e gostinho de quero mais.
Um convite para a aventura, com alguns suspenses de arrepiar os cabelos e ao mesmo tempo contagiante, em momentos de alegria e amizade sincera.
Seres humanos e fantásticos compartilham em plena floresta perigos e descobertas maravilhosas, selando amizade, amor e esperança.
Tecido para um público infanto-juvenil e até alguns adultos que desejem, através do mundo da leitura, expandir seus horizontes, mergulhar em frenéticas situações repletas de encantamento, amor, ódio, perdão e muitas, muitas surpresas que as nossas florestas, sutilmente, ocultam!
Assim podemos compartilhar com esses seres fabulosos peripécias e acontecimentos inesquecíveis e entrar em contato direto com a natureza!
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Seres fabulosos da natureza - Anne Alf
incondicionalmente.
UM: O bosque
Dia claro, sol a pino, temperatura quente no bosque. Mata verde, árvores nativas com suas copas enormes a sombrear tudo onde podiam alcançar. Suas flores! Que beleza! Umas mais coloridas que as outras, cores variadas de violáceo, nácar, fulvos, níveo! Como não, ausência de cor também prevalecia, em meio ao ambiente ecologicamente preservado...
Deitada na relva, a contrastar com o ambiente harmônico, arqueava um tórax ritmicamente desordenado: raiva, frustração, medo. Contudo, deixando-se envolver por um torpor irresistível, adormece...
— Será que está dormindo? — curioso... — Lícios, está me ouvindo? — falou girando ao seu redor — Ah! Volte aqui! Sim. Aonde vai? Volte aqui, seu homenzinho verde claro!
— Claro! Vê se não ofende! Seu... seu verde esfumaçado!
— Esfumaçado ficará você se não sair de perto deste... hum... será humano? Digo, digo humana? Parece ser fêmea, não, Lícios? — observou serpenteando-se todo, com suas caretas de quem estava se aborrecendo com tal aparição.
— Elytis... como é bonitinha essa humana! Fiuts! — grunhiu Lícios, empolgado por estar tão perto de uma humana.
— Vamos embora, sim? – Falou de mais longe o maior, pouca coisa, porém maior — Você pode acordá-la, não queremos isso. Vamos! Vamos! — disse, já se encaminhando para as árvores grandes que anunciavam o início da floresta.
— Você é rabugento mesmo, não? Fiuts! Como iremos acordar esta menininha sendo nós a metade de seu tamanho?
— Fiuts! Você verá já, já... Com seu estardalhaço, não me admira nada que essa menininha que nada é maior do que você, Lícios, acorde. — caçoou — Vamos! Vamos! Olhe o tempo! Ainda hoje, chuva vai cair!
— Chuva? Onde? — exclamou uma voz fina — Não é possível! Um céu tão azul... claro, nem vejo tantas nuvens assim!
— Lícios, que voz é essa, garoto? — falou o maior, virando-se para ver o amigo.
Mas, essa voz... não era de Lícios!
— Supremo Maximum! — berrou Elytis — Corre, Lícios! A menininha acordou e, tanto pior, ouve-nos e nos vê!
— Estou logo atrás de você, seu agourento! Viu? Ela acordou mesmo!
Ambos colocaram-se a correr; Lícios mais rápido que Elytis, que um pouco menos jovem e sedentário, possuía menos fôlego.
Mas os dois, de repente, pararam. Já estavam em mata densa, deixando o bosque para trás.
Mas, para a surpresa... a menininha estava logo atrás deles!
— Do que estão correndo? Posso saber? Como correm! São pequenos, menores que eu, mas correm! — exclamou a menina quase sem fôlego e com o rosto acerejado.
Encararam a menininha, aterrorizados. Ela tinha o dobro da altura deles, cabelos enrolados feito cipós emaranhados nos caules das árvores e da cor de castanhas de baru, olhos vivos, em tom que lembrava mel. Sua cor era de jambo moreno e tinha uma fita prateada brilhante amarrada na cintura, em um laço.
— Fiuts! — exclamou Lícios. — Elytis, talvez ela seja uma gnoma, ela tem a cor de gnomo, cor da terra. Pode não ser uma humana... menina! Ô, ô menina! Você é uma gnoma gigante, não é?
Elytis, mais experiente, sabia que não era uma gnoma gigante. Gnomos não são gigantes.
— Não seja bobo, Lícios! Não vê? É uma humana-menina e aquelas que veem criaturas como nós! — podia sentir seu coraçãozinho bater na garganta.
— Bom, se ela nos vê só pode ser bacana, né, rabugento? Senão, não nos veria! — sorriu com aqueles sorrisos, de quem... quer ser meu amigo?
— Rabugento é seu ancestral mais direto! E, não fale! Não fale... com ela! Falou...! — vociferou entre os dentes, Elytis.
— Menina! Ei, você pode me ver e ouvir? Sou Lícios. E você como se chama? Quer ser minha amiga? — gritou.
— Não grite. Ouço bem você. Sou Anisa. E vocês quem são? E também não sou um gnomo, sou uma menina!
E riu a valer.
— Gnomo... e esses existem, eu sei! Ah! Vocês são verdes, pequenos... — falava andando de um lado para outro, mão na cintura e a outra com o dedinho indicador em riste.
A esta altura, Lícios sentou-se no chão e disse:
— Não pise em mim! Por favor, tenho só cento e onze anos, nem atingi a maioridade ainda!
— Lícios, vocês são duendes! Gostei de seu pai. Como se chama? — disse Anisa, abaixando-se para encará-los.
Duendes, seres viventes das florestas, são de estatura pequena. Estes, da raça Viridis, tinham cerca de sessenta centímetros de altura.
— Ah! Elytis? Não é meu pai, é meu primo e tem cento e vinte dois anos. Parece velho porque é rabugento! Achamos que levou uma mordida de gnomo, eles são na maioria rabugentos, como Elytis.
— Eu tenho dez anos! Poxa! Você tem cento e onze!?! — riu com vontade!
— Com licença, conversa está