Maia entre mundos
De Janet Gale
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Sobre este e-book
Na floresta encantada, seres maléficos desejam possuir o poder supremo dos cosmos, então iniciam uma série de destruições, e mortes para tentar tomar posse deste poder.
As fadas e os seres encantados usam de todos os seus esforços para proteger a princesa Maia, que é a possuidora do poder dos cosmos, por isso, a levam ainda bebê para viver no mundo dos humanos, até que ela atinja a idade ideal para combater o mal que se instalou na floresta encantada.
Maia cresce acompanhada por seu fiel amigo Ganexa, um ser encantado que foi transformado em seu protetor, sem saber dos acontecimentos e destruições que estão ocorrendo na floresta encantada, ela segue com uma vida tranquila e feliz.
Um dia, em uma ação inocente, Maia sem saber transfere parte de seus poderes ao seu amigo Even, este rapaz será um grande aliado na luta contra o mal.
Na época do alinhar das estrelas, quando Maia está pronta para saber de toda a verdade sobre sua história, os seres maléficos invadem o mundo dos humanos fazendo grandes destruições, atingida pelas forças do mal, Maia precisa escolher e decidir por qual caminho quer seguir, confusa e atordoada, com todos os acontecimentos, enfraquecida ela se vê sem condições de lutar. Mas, os seres encantados terão um grande aliado na batalha contra mal, o seu amigo Even, o qual não estará sozinho nesta luta, pois ele contará com o auxilio de todos da floresta encantada.
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Maia entre mundos - Janet Gale
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Sumário
A perseguição
A fuga
No mundo dos humanos
Uma nova família
A floresta encantada
No vilarejo
Ida ao bosque
A captura das fadas
A invasão do vilarejo
De volta à floresta encantada
A luta entre o bem e o mal
A perseguição
A lua estava alta, clareando o escuro da floresta, e lá estava ela correndo contra o tempo, apressada, só conseguia pensar que precisava proteger a pequena criança que carregava em seus braços.
Atravessou o vale das pedras, após percorrer a clareira sobre a luz do luar, adentrou pela trilha das hortênsias, passou pelo vale dos vaga-lumes e seguiu atravessando o riacho, quase tropeçando, continuou firme, correndo cada vez mais e mais. Suas forças já estavam se esgotando, mas olhou à frente e vislumbrou o grande arco de pedra que se formara com a engenharia da natureza. Ela tinha que chegar e estava próximo do seu destino final.
Precisava escapar daquela perseguição que colocava em risco tanto a sua vida como a da pequenina. Quase sem fôlego, ela chegou ao recanto das fadas.
Exausta e muito ferida, já cambaleando, e com a voz enfraquecida, pelo enorme esforço, pediu ajuda, com o sofrimento e a tristeza estampados em seu rosto.
As fadas, apressadamente, foram ao seu auxílio e logo observaram em seus braços aquele lindo bebê.
Seus olhos, cheios de lágrimas e de dor, ainda assim, demonstravam felicidade por ter conseguido chegar àquele local e por saber que ali sua menina estaria protegida.
As fadas correram para ajudar, e a fada mestre foi ao seu encontro, perguntando:
— Rainha Minerva! O que aconteceu? O que houve?
— Eles invadiram o castelo, o rei está morto, eu não posso deixar que a levem, por favor, escondam-na, cuidem dela, não deixem que ninguém saiba quem ela é, até que ela chegue à idade da descoberta total de seus poderes e possa restabelecer o poder do nosso reino — disse a rainha em lágrimas. — Por favor, prometam-me que irão cuidar dela por mim e que ela estará segura, longe deste mundo, pois viveremos tempos de grandes destruições daqui para a frente, estaremos sobre o domínio do mal intenso. Ultrapassem o portal das dimensões e levem-na para o mundo dos humanos, lá ela estará segura. Evitem o contato para que ela não seja descoberta! — acrescentou ela.
Olhando para a criança inocente em seus braços, beijou-a com ternura e suspirou...
— Oh, meu lindo bebê... Eu amo você!
E, num gesto de transpor todas as suas energias, a linda rainha tocou o seu coração com sua mão e do seu corpo saiu uma luz intensa, uma energia muito forte que brilhou naquele lugar, as estrelas no céu se alinharam e um triângulo de luz desceu do céu envolvendo as duas. E então naquele instante ela transmitiu toda a sua energia para aquela pequena criança.
Colocou a menina no colo da fada mestre e, segurando a mão do bebê, começou a desaparecer lentamente aos olhos daquelas fadas que a tudo presenciavam.
A rainha Minerva, com a fisionomia agora sublime, foi se desintegrando aos poucos e, como pequeninas partículas de luz, foi subindo por aquele triângulo formado pelas estrelas que ali se alinharam.
Em volta da criança uma luz intensa azul suavizada por raios brancos e brilhantes se fez, e no seu pulso duas metades de rostos se desenharam.
Eram dois rostos, um virado de costas para o outro, que representavam o bem e o mal, e na luta entre essas duas divindades apenas uma sairia vencedora.
— Este símbolo significa a luz que todos nós temos, mas também as trevas que possuímos. Só depende de cada um por qual dos rostos quer ser dirigido, porque os dois andam lado a lado, cada um de nós tem um pouco do bem e do mal, porém cabe a nós decidir o que irá predominar em nossas vidas — disse a fada mestre.
As fadas, ainda atordoadas com o acontecimento inesperado, olhavam para aquela criança no colo da fada mestre, paradas, sem saber o que fazer.
A fada mestre era uma linda mulher que se chamava Gaia. Tinha os cabelos loiros, com reflexos brancos acinzentados, compridos, abaixo dos ombros, e encaracolados, lembravam os cabelos de um anjo. Trajava um lindo vestido azul-claro com véu, mangas em renda justas no braço, porém, próximo ao punho, abriam-se e tornavam-se em formato de triângulos, que desciam como se formassem um cone. Na cintura havia um cordão dourado, que se entrelaçava na lateral do seu corpo e em cada ponta havia uma estrela. No recanto das fadas ela era a que possuía o poder de proteção da floresta, possuindo também a magia dos quatro elementos: a terra, a água, o vento e o fogo.
Olhando para a pequena criança em seu colo, a fada mestre disse:
— Preparem os cogumelos, vamos confortá-la nessa noite. Esta criança precisa descansar. Avisem os vaga-lumes para irem a outra região e não mais iluminarem por aqui. Flores e folhas, peçam para os cipós nos cobrirem com raízes densas e o mais gastas possíveis. Esta noite não podemos ter iluminação neste lugar. Teremos que transformar este lugar em algo o mais sombrio possível, pois ainda estão procurando a princesa, e devemos lembrar que a luz do triângulo no céu pode ter sido vista por todos, por isso já devem saber que a rainha Minerva se foi. Senhores grilos e sapos, vão para outra região, façam uma sinfonia orquestrada tão linda como jamais fizeram, para despistarem os perseguidores. Hoje não podemos ter nenhum tipo de som que leve ao nosso refúgio. Círculos de cogumelos e grandes árvores, transformem-se em árvores secas e sem vida. Flores, apenas virem galhos secos e mortos. Temos que transformar este lugar em um pântano sombrio e assustador para que não notem que estamos aqui.
E todos começaram a seguir as orientações da fada mestre.
Em poucos minutos aquele lugar ficou como um pântano tão sombrio e sem vida, com uma névoa fria, que dava arrepios só de olhar.
Assim, a fada mestre pretendia esconder a linda princesa chamada Maia. Naquela noite, todos apreensivos em silêncio ficaram, aguardando até que os perseguidores passassem por ali.
Em pouco tempo o silêncio, que era absoluto, se fez quebrar por vozes se aproximando.
Eram os seres maléficos procurando a princesa Maia.
— Vamos! Vasculhem todos os lugares. Ela não pode ter ido longe, está ferida, deve estar procurando a ajuda das fadas — disse o comandante daquela perseguição.
O comandante era uma espécie de meio animal e meio homem, com o tronco da anatomia de homem. Vestia uma túnica que descia até os joelhos, aberta dos lados das pernas. Da cintura para baixo, tinha pernas e uma cauda, além do rosto, que lembrava muito um crocodilo gigante. No dorso da sua cabeça havia três barbatanas e abaixo delas uma espécie de meio capacete em metal que fazia combinar com o enorme colar que tinha no pescoço, também em metal. Suas unhas eram grandes, os dedos longos, os braços musculosos. Em uma das mãos carregava uma enorme lança, a qual de um lado tinha uma ponta menor e mais fina, como uma foice, e do outro lado era quadrada, como um machado. Andava sobre pernas que lembravam a pele enrugada de um crocodilo. Era como se fosse um homem, mas metade homem e metade animal. Ele se chamava Distis.
— Mas as fadas não ficam em pântanos, senhor — comentou um dos perseguidores.
O outro que o acompanhava era enorme, extremamente forte, porém a semelhança com um crocodilo era maior ainda, apenas a parte da barriga fazia lembrar um homem. Ele chegava a ser mais alto que o comandante, e seu tamanho era assustador, não carregava consigo nenhuma arma, apenas tinha uma túnica presa por um cordão prateado na cintura. Tinha um olhar sombrio e impiedoso, uma ironia macabra marcava seu rosto. Seu nome era Hotra.
— Ouçam os grilos, com certeza estão indo na direção deles para pedirem ajuda — o comandante Distis observou.
— É, o senhor tem razão — disse um outro ser, também enorme, com as mesmas semelhanças de fisionomia entre eles, porém este vestia uma armadura toda talhada em metal cinza-claro e segurava uma lança em que na ponta se faziam duas talhas muito afiadas. Em seu semblante havia uma fisionomia assustadora. Ele ficava o tempo todo erguendo a cabeça para o alto, como se estivesse farejando algo pelo ar. Essa era realmente a sua função naquele grupo, o de rastreador e farejador, o seu nome era Rasfeja.
— Eu os ouço em direção ao norte. Além de ser uma bela