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A Arquitetura da Personalidade
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E-book289 páginas3 horas

A Arquitetura da Personalidade

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Sobre este e-book

A arquitetura da personalidade propõe-se a subsidiar respostas para alguns questionamentos do indivíduo na busca do autoconhecimento: o que diz a mente, o cérebro e o corpo? Que mensagens estão por trás de minhas doenças? O que causa os sentimentos de ansiedade, desconfiança e angústia injustificáveis por pessoas, assuntos ou lugares?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de mai. de 2019
ISBN9788547326142
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    Um livro excelente, como um profissional em psicologia fiquei entusiasmado com essa leitura incrível, procurei outra obra do autor, mas infelizmente não consegui encontrar. E sim me vi obrigado a comprar a versão física para colaborar com autor dessa magnifica obra.

Pré-visualização do livro

A Arquitetura da Personalidade - Maria Aparecida Orlandi

COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO MULTIDISCIPLINARIDADES EM SAÚDE E HUMANIDADES

AGRADECIMENTOS

Sempre serei grata aos corajosos desbravadores de nossa mente e corpo: Darwin, James e Freud; aos pesquisadores que seguiram suas pistas e nos abasteceram com o conhecimento que temos hoje sobre emoções e afetos; aos ancestrais, répteis e mamíferos, que optaram por colocar seus corpos em modo de ação, lutando por fazer com que o processo evolutivo tivesse sequência, nos permitindo ter um cérebro tão avançado como o que temos hoje.

Agradeço: aos amigos que me incentivaram a socializar o conhecimento que adquiri ensinando o outro a viver melhor; aos jovens clientes que se entusiasmaram com a proposta de empreender a difícil viagem para dentro si.

Agradeço à Editora Appris pela eficiência, respeito e profissionalismo na confecção do livro.

Agradeço ao Prof. Dr. Marcos Liboni, que generosamente se dispôs a escrever o prefácio, oferecendo uma inestimável contribuição para que alguns pontos fossem mais bem esclarecidos.

Agradeço, sobretudo, ao leitor disposto a despender sua energia na leitura deste livro, mantendo assim o ciclo do pensamento complexo, fazendo circular o conhecimento.

PREFÁCIO

Já não era sem tempo que este livro se materializou. Você, meu caro leitor, que tem sede de necessidade de entendimento da natureza do funcionamento da mente humana e da personalidade do homem, tem em suas mãos uma obra realmente instigante e consistente.

Numa realidade na qual estamos expostos a uma miríade de informações e conhecimentos que, nas últimas décadas lançaram o homem a patamares nunca antes vivenciados na história, ter em mãos esta obra da Dr.ª Maria Orlandi é um privilégio.

É um privilégio porque o que a autora traz, com muita consistência e coragem, uma visão de conjunto de vários conhecimentos do Universo Psi para além de inter-relações comparativas, o que muitos autores desse amplo universo já fizeram ao longo dos últimos anos, lançando-nos a visão de um universo integrativo e explicativo da relação desses diversos conhecimentos.

Isto é uma grande sincronicidade. Digo isso porque, como médico psiquiatra, professor e pesquisador do universo mental do ser humano, a necessidade de uma visão integrativa dos vários conhecimentos que nos alimentam no trabalho com a Saúde Mental sempre foi um sonho para mim, sobretudo na conceituação e inter-relação do universo biológico com o psíquico, muitas vezes distante e que não se dialogavam.

Dessa forma, ter em mãos uma obra que aborda o tão almejado diálogo entre a biologia, a psicologia, com pitadas das ciências básicas, como a física, sob a óptica do pensamento complexo, é uma alegria, porque vemos barreiras conceituais – como a imiscibilidade dos conhecimentos da medicina com a psicanálise – ruírem.

Acostumado à literatura científica médica tradicional, mas apaixonado e cativado pela herança indissociável da psicologia e da psicanálise na composição da complexa formação do psiquismo humano, vejo nesta obra da Dr.ª Maria Orlandi um portal para uma nova concepção da personalidade do homem. E é um portal porque nos lança a um ambiente de explicação didática da integração de conceitos, desde o funcionamento básico biológico do ser humano para a sua mais complexa expressão do ser, a sua personalidade.

Ao ler as páginas desta instigante obra, somos expostos a combinação de conceitos de diversas áreas do conhecimento da psicologia, da psicanálise, da filosofia, da biologia, da medicina e também da física, de forma a construirmos, como a autora sustenta (de modo brilhante), uma visão bastante ampla da formação e do desenvolvimento da personalidade do ser humano, do normal ao patológico. E essa visão, necessariamente compreensiva, avança do universo mecanicista das causas e efeitos da realidade para um universo maior, sistêmico, vivo, integrado e circular da energia que nos compõe – como você verá ao ler este livro.

Posso me atrever a dizer que vejo nas palavras e descrições da autora um embrião de uma fisiologia integrativa da biologia-emoções-afeto-comportamento que culminam na personalidade do homem e essa visão é inovadora com, inclusive, uma análise didática de um personagem da literatura mundial ao final desta obra.

Convido a você, caro(a) leitor(a), estudante das diversas áreas do universo da saúde mental, seja você médico, psicólogo, psicanalista, estudante, cientista ou até um bom curioso sobre a natureza e desenvolvimento humano, a tirar um bom tempo para ler as palavras e o conhecimento trazido pela colega Dr.ª Maria Orlandi para nós.

Agradeço imensamente a oportunidade de prefaciar tão importante obra do universo da Saúde Mental e desejo do fundo do coração (e das minhas células, rs) que aproveitem todo o conhecimento que a autora traz tão cuidadosa e carinhosamente para nós.

Boa leitura!

Marcos Liboni

Médico Psiquiatra. Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP. Professor e coordenador da disciplina de Psiquiatria do curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina.

APRESENTAÇÃO

Modelo − da reflexão ao aprendizado

O modelo de compreensão do livro A Arquitetura da Personalidade traz a perspectiva de aceitação da diversidade do si mesmo, em que convivem partes saudáveis e partes fora da normalidade, porque as partes que formam uma personalidade possuem interesses, particularidades, necessidades e desejos.

Adotar um modelo, qualquer que seja, implica, de certo modo, introduzir o leitor no desafio da reflexão sobre a arquitetura da personalidade, pois a história de cada uma é única e eu não poderia falar de alguma em particular, apenas sugerir rumos, como é a finalidade de um modelo. O modelo serve de fundo para o leitor fazer relações entre as ocorrências dos fenômenos emocionais em um sistema e perceber a ressonância que elas teriam nos outros.

Quando nos apresentamos para a realidade externa, geralmente temos apenas parte da consciência daquilo que nomeamos personalidade, sobre sua formação e se o que expressamos é nossa verdadeira personalidade, ou se ela seria na verdade uma doença.

O aprendizado aqui proposto é sobre os muitos elementos que compõem a personalidade e sobre a dinâmica dos seus sistemas principais: sistema cerebral, sistema emocional, sistema afetivo e sistema comportamental, que pode inspirar o leitor na solução de um problema de saúde, comportamento ou vivencial.

Objetivo e proposta

A proposta deste livro é a de aproximar duas áreas principais do conhecimento, que estão diretamente implicadas na construção e na dinâmica da personalidade: psicanálise e neurociência. O objetivo é dar coerência ao termo personalidade, aproximando conceitos que falam: do organismo, do corpo, do cérebro e da mente que, afinal, é no que ela consiste.

Problema e questões

Ficou evidente para mim que não poderia suprir o leitor de todo o conhecimento sobre seu corpo, psique e comportamento. No entanto, neste livro há um esforço de dirigir as reflexões para os pontos mais interessantes (na minha intuição) sobre a arquitetura da personalidade e, quando não aprofundo nos detalhes, indico fontes que exigem diferentes graus de conhecimento, do básico ao avançado.

O problema maior apresentado pelo modelo de compreensão é o da própria arquitetura da personalidade. Falar dela não é o mesmo que falar de um prédio que tem: procedimentos, materiais, ritmo da obra previsíveis e determinado. Há que se atentar para os elementos, os detalhes, a incoerência entre eles e aquilo que se destaca como qualidades boas ou más, normal ou fora da normalidade, funcional ou disfuncional, saudável ou doente etc.

As questões que se apresentam quando se trata de compreender como se forma, sustenta-se e se apresenta uma personalidade, são de ordens diferentes e exigem respostas muitas vezes conflitantes com as áreas que abordamos. Organismo/corpo/cérebro/mente – o indivíduo − são movidos pela energia biocelular e psíquica, resultantes da transformação dos combustíveis: ar, água, alimentos, que supre cada célula do sistema nervoso e do organismo. É a qualidade do combustível, por sua vez, que induz as células para o movimento de motivação ou passividade de cada elemento nos sistemas da personalidade, portanto, tudo deve ser considerado de forma circular, pois o que ocorre em um sistema reverbera no outro. Ao leitor cabe a aceitabilidade generosa da perspectiva pela qual falamos naquele momento, sobre os fenômenos que ocorrem na dinâmica da estrutura sempre seguindo as coordenadas do pensamento complexo, em que tudo é circular, codependente e não resultante da causa-ação, embora, em alguns momentos, devemos recorrer a esse paradigma para melhor compreender os fenômenos fisioquímicos do organismo.

A personalidade − organismo-sujeito-eu-indivíduo – se apresenta para a realidade externa por meio do fluxo mental, que o comportamento transporta fidedignamente, quer o indivíduo queira ou não. O indivíduo apenas pode usar de artimanhas mais ou menos espertas para ludibriar por algum tempo e lugar na interlocução com o outro. Porém ele se apresenta como é ou como pode ser. O autoconhecimento é possível e, se necessário, um profissional pode auxiliar nos aspectos mais complexos quando eles exigirem um conhecimento mais profundo, sobre os elementos que formam os sistemas da estrutura da personalidade.

Metodologia da construção do modelo

Para chegar ao modelo de compreensão aqui apresentado, seguimos as pistas evolutivas dos dois modelos cognitivos de percepção da realidade interna/externa, que ocorre na formação da personalidade desde o surgimento do organismo até a instalação da mente. O salto evolutivo de todos os sistemas ocorrem sempre a partir das demandas psicobiocelulares para dar conta da complexidade da vida que evolui. Portanto todos os sistemas do cérebro − mente/psique, ideia/pensamento, emoções/afetos, comportamento emocional/comportamento afetivo −, vão se desdobrando no tempo a partir da experiência anterior que cada elemento memoriza. Os elementos por si mesmos agregam qualidades às novas experiências na execução das tarefas de manutenção do organismo e da polifonia na estrutura da personalidade.

O cérebro não comanda, ele organiza a dinâmica de respostas dos neurotransmissores, hormônios etc., direcionando-as para áreas somatossensoriais que estão sob a tensão de estímulos biológicos ou psíquicos, desde o sistema músculo esquelético aos avançados sistemas de organização do pensamento. Enfim, o arsenal neurofisioquímico subjaz na arquitetura da personalidade e este necessita de organização eficaz para a otimização do gasto de energia.

Análise demonstrativa por meio de um personagem literário

No final do livro apresento ao leitor um personagem fictício, William Wilson, criado pelo grande escritor Edgar Alan Poe. Ele descreve com ricos detalhes os fenômenos psicológicos que ocorrem na vida adulta do personagem, de forma que, usando o método retrospectivo e prospectivo, é possível ao observador constatar que o potencial patogênico do trauma se instalou na infância, como Freud sempre apregoou, quando dizia que as neuroses são adquiridas somente nessa época de formação da personalidade.

Méritos do modelo

A apresentação do modelo de compreensão, no formato de estrutura e de sistemas, congrega alguns méritos que podem passar despercebidos ao leitor e, por isso mesmo, pode levá-lo a perder o olhar generoso para as dificuldades que o modelo nos impôs: 1) o de alinhavar linearmente a apresentação dos conceitos sobre a atuação dos elementos da arquitetura da personalidade; 2) praticar o árduo exercício de conciliar conceitos de duas áreas emblemáticas, a Neurociência e a Psicanálise; 3) harmonizar as observações dos fenômenos psicológicos pelos pontos de vista das duas grandes áreas: dinâmico, econômico, estrutural, genético e adaptativo; 4) propor um modelo sob o paradigma do pensamento complexo e da física quântica, para permitir uma reflexão circular sobre a arquitetura da personalidade e, por consequência, do indivíduo.

Maria Orlandi

Sumário

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

FONTES DA INSPIRAÇÃO

1. PONTOS DE PARTIDA DAS TEORIAS SOBRE PERSONALIDADE

2. PRINCIPAIS TEORIAS SOBRE A PERSONALIDADE

CAPÍTULO II

CONTEXTO

1. CONCEITOS-CHAVE PARA COMPREENSÃO DO MODELO

2. A DINÂMICA DOS ELEMENTOS NO CONTEXTO GERAL DA ESTRUTURA

3. AS VICISSITUDES DO INSTINTO/LIBIDO COMO DESTINO DAS ENERGIAS NOS SISTEMAS DE FORMAÇÃO E SUSTENTAÇÃO

CAPÍTULO III

A ARQUITETURA DA PERSONALIDADE

1. ESTRUTURA DA PERSONALIDADE

2. ENERGIA: A GÊNESE DA PERSONALIDADE

3. ORIGEM DO INDIVÍDUO

4. OS SISTEMAS PRIMÁRIOS NA ARQUITETURA DA PERSONALIDADE

5. EMOÇÕES PRIMÁRIAS E SUAS FUNÇÕES

6. SISTEMAS DE FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE: SUPEREGO- AFETOS-CONSCIENTE

7. SISTEMA DOS AFETOS

CAPÍTULO IV

CÉREBRO

1. CONSIDERAÇÕES SOBRE A MORFOLOGIA DOS CÉREBROS

2. MEMÓRIAS

3. MENTE

CAPÍTULO V

SISTEMAS DE COMPORTAMENTOS

1. EXPRESSÃO DA PERSONALIDADE

CAPÍTULO VI

PSICODINÂMICA DA PERSONALIDADE

1. FENÔMENOS DE ORGANIZAÇÃO E DESORGANIZAÇÃO

2. A DINÂMICA DA PSIQUE NA ESTRUTURA DA PERSONALIDADE

3. CONSOLIDAÇÃO DA PERSONALIDADE − EU/EGO

4. PRINCIPAIS TIPOS DE FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE (NORMAL) PELA PERSPECTIVA DA PSICODINÂMICA DA LIBIDO

5. PSICOPATOLOGIAS DA PERSONALIDADE

6. DEFESAS PATOLÓGICAS

7. RESPOSTAS AO CONFLITO NEURÓTICO

8. ANSIEDADE – O MECANISMO DE DESORDEM DA ESTRUTURA DA PERSONALIDADE

9. O FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO RELACIONAL NA DINÂMICA DO CONVÍVIO SOCIAL

CAPÍTULO VII

ILUSTRAÇÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE UMA PERSONALIDADE FICTÍCIA, NOS RECORTES DO CONTO ‘WILLIAM WILSON’,

DE EDGAR ALAN POE (1978)

1. RECORTES DO CONTO E REFLEXÃO

2. ALGUNS PASSOS PARA APROVEITAR OS CONHECIMENTOS DESTE LIVRO

CONVERSA FINAL

REFERÊNCIAS

INTRODUÇÃO

O problema é que...

A eco-organização é tão complexa, tão eficaz, tão refinada, tão temperada e regulada, que tudo acontece como se fosse uma organização computacional/informacional/comunicacional recebendo informações, e emitindo instruções.

(Edgar Morin)

O autoconhecimento requer o esforço de olhar para dentro de si mesmo por vários ângulos, a partir do estado passivo/ativo do material biológico que nos constituiu e para os fenômenos mentais que são provocados pelas permanentes: ordem/interação/desordem/organização, isto é, pelos quatro pontos de vista do tetragrama, como é a proposição da filosofia de Edgar Morin, que adotamos para nossa reflexão. Assim, ficamos aptos a receber a felicidade de uma ‘boa saúde’, de aptidões para bem jogar o jogo de viver, para bem pensar o jogo de pensar,¹ e questionar:

O que minha mente me diz?

O que meu corpo me diz?

Qual a mensagem por trás das minhas doenças?

Por que não me relaciono bem com a família, amigos, colegas?

Sou passivo ou ativo emocionalmente?

Tenho frequentes sentimentos de ansiedade, desconfiança e angústia?

Tenho sentimentos negativos, sem justificativas por: pais, irmãos, estranhos, conhecidos, assuntos ou lugares?

Essas perguntas remetem ao conteúdo deste livro, no qual procurei trazer para o leitor um corpus de conhecimentos que aos poucos vai apresentando a planta da arquitetura da personalidade: os sistemas que a constituem, a dinâmica neurofisioquímica, desde os primórdios do ser como organismo até o tornar-se indivíduo. Isso não quer dizer que nos submetemos inquestionavelmente aos desígnios dos padrões biológicos existentes na sustentação e formação da estrutura da personalidade, mas que aceitamos o seu papel primordial na sua gênese e na do ser como indivíduo.

Organismo-Cérebro-Mente-Corpo

A evolução das três estruturas, organismo-cérebro-mente é o que torna possível a arquitetura da personalidade. A sinergia entre as estruturas se dá a partir do fato biológico de que um elemento se desenvolve a partir de uma base do sistema anterior, que sustentará sua existência na posterior, que se constituirá no substrato do sistema seguinte e assim por diante.

As características de cada elemento que formam as três estruturas dependem da função biopsicogênica de cada uma na construção e no equilíbrio da estrutura da personalidade.

Algumas características gerais das três estruturas, que serão exploradas nos seus detalhes no decorrer do livro já podem ser introduzidas ao leitor como ponto de partida para a reflexão sobre o lugar que cada uma ocupa na arquitetura da personalidade.

O organismo desdobra-se a partir das células básicas que formam o embrião humano, obedecendo ao padrão da evolução biológica cujos movimentos são a motivação ou a passividade da energia nas células, como escolha intencional do organismo em evoluir (intencional porque a lei da evolução da espécie designa que o organismo esgote seus esforços na manutenção da vida). Esse padrão de atuação das células no organismo se deve à questão do gasto ou da economia da energia, cujo montante ou qualidade de combustível – ar, água, alimentos – tem influência direta na sua decisão por um ou outro movimento.

Alguns eventos da vida do indivíduo ilustram o movimento fora do padrão dos elementos dos sistemas biopsíquicos do corpo. Exemplos: 1) uma criança que não cresce como deveria nas fases emblemáticas da puberdade e da adolescência, sendo essa uma época em que se espera um exagero na motivação biológica em razão da maior atividade dos hormônios. não crescer significa economia de combustível, há que procurar a razão; 2) o baixo rendimento de um atleta, que em determinado momento de sua carreira ocorre sem aparente explicação, pode significar que o organismo se sente ameaçado pelo desgaste nas práticas esportivas e no excessivo gasto de energia; 3) na velhice, fase em que o padrão de atuação biológica opta pela passividade, na clara decisão do organismo em

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