Peregrinas de Aparecida: pelas águas de Oxum

De Ademir Barbosa Júnior e André Cézari

Peregrinas de Aparecida: pelas águas de Oxum é um conjunto de relatos ficcionais que busca, acima de tudo, fazer uma exaltação do feminino. São 16 narrativas, cada uma relacionada a uma mulher que embarca em uma van – desde a Praça José Bonifácio, em Piracicaba (SP) – em peregrinação a Aparecida. Devotas de Nossa Senhora Aparecida e da orixá Oxum, com a qual a santa católica é sincretizada, esta será uma jornada inesquecível.
Representatividade, solidariedade, sororidade e fé são as palavras-chave que norteiam este livro. Cada uma com sua personalidade marcante, o leitor conhecerá um pouco de suas histórias e como a fé, em suas diferentes nuances, guia diversas vidas das mais distintas formas.
São 16 mulheres, 16 histórias, 16 odus, 16 caminhos e um só trajeto. Embarque nessa van e descubra o poder do feminino.

• Idioma: Português
• Editora: Aruanda Livros
• Data de lançamento: 23 de dez. de 2019
• ISBN: 9786580645077

Pré-visualização do livro

Texto © Ademir Barbosa Júnior, 2018

Direitos de publicação © Editora Aruanda, 2019

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Todos os direitos desta edição reservados à

Aruanda Livros

um selo da EDITORA ARUANDA EIRELI.

Coordenação Editorial Aline Martins

Preparação Iuri Pavan

Revisão Camila Villalba e Editora Aruanda

Design editorial Sem Serifa

Ilustrações André Cézari

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo nº 54, de 1995)

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Barbosa Júnior, Ademir

Peregrinas de Aparecida: pelas águas de Oxum / Ademir Barbosa Júnior. — Rio de Janeiro, RJ: Aruanda Livros, 2019.

ISBN 978-65-80645-07-7

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EDITORA ARUANDA

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Para os irmãos da Pastoral Afro da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Piracicaba, SP).

Para minha mãe, Laís Fabretti Barbosa.

E, claro, para minhas mães: Nossa Senhora Aparecida e Oxum.

Ave-maria de Morgana

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, mãe de Jesus, rogai por nós, aprendizes, agora e na hora de nosso desencarne.

Assim seja.

[…] O que mais atrai em Aparecida? O que mais atrai é a força divina que surge dessa imagem pequenina. […] É a imagem que tem o poder. Não há outra explicação. As pessoas vêm aqui para assistir à missa, mas missa tem em todo lugar. As pessoas vêm aqui para ver o padre, mas tem padre melhor em outros lugares. A questão é essa. É a imagem. A imagem é a fonte de onde brota a força divina. É uma experiência de fé. Não tem muito como explicar. Deus quis assim. As pessoas criam intimidade com a imagem. Se a gente olhar o sacrifício que as pessoas fazem para vir a Aparecida pode pensar que não faz muito sentido, a não ser que olhe pelo lado da pura fé. Sem fé, nada disso aqui teria sentido. É a força do mistério da fé. Mistério enquanto força divina que transforma a realidade. É isso.

Depoimento do padre João Batista de Almeida, reitor do Santuário Nacional de Aparecida, a Ricardo Marques.[1]

Sumário

Iolanda

Kátia

Celeste

Adélia

Teresa

Raquel

Ananda

Aléxia

Vivi

Morgana

Norma

Renata

Dai-nos a bênção

Anastácia

Vera

Conceição

Damáris

Iolanda

Iolanda é dona e motorista da van. Organiza excursões para todo o país, mas se especializou mesmo em ir a Aparecida. Público geralmente tranquilo, cerca de quatro horas de viagem de Piracicaba ao estacionamento da Basílica, uma parada para banheiro, seis pedágios distribuídos pelos arredondados 300 km. Serviço simples.

A van de 18 lugares foi comprada com muito esforço e com o dinheiro da venda de pastéis e empadas, faxinas, serviços de auxiliar de pedreiro e tantas outras tarefas que Iolanda assumiu, em especial depois da separação, ou melhor, do abandono do marido. Contudo, nem a necessidade, nem o tino comercial de Iolanda impediam um investimento a mais no conforto da van: