A culpa é do jeitinho brasileiro
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Sobre este e-book
No Brasil a corrupção parece ser um dos crimes com maior número de interpretações entre o certo e o errado, o moral e o imoral. Quem compra votos é corrupto, ladrão, bandido. Porém, quem o vende é
encarado como vítima, refém de um sistema que o obriga a cometer pequenos delitos em nome de sua sobrevivência.
Que moral é essa que definha um lado e protege o outro? A Culpa é do Jeitinho Brasileiro é uma obra provocante que relata, por meio de histórias verídicas, que parte do povo brasileiro, das massas que povoam metrópoles e vilarejos não são vítimas do sistema. Empresários, profissionais liberais, as camadas mais pobres da sociedade, todos colaboram de alguma forma para a existência do sistema que o próprio povo tenta derrubar. O inimigo não está apenas nos corredores do poder, muitas vezes ele está na casa ao lado, em silêncio, se passando por vítima de um sistema "opressor e corrupto".
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A culpa é do jeitinho brasileiro - Pedro Rodrigues Neto
Capa
Rosto
Pedro Rodrigues Neto
titulo.jpgTALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA
Logo%20Novo%20Seculo%203.pngSão Paulo, 2014
Créditos
Copyright © 2014 by Pedro Rodrigues Neto
Copyright © 2014 by Novo Século Editora
All rights reserved
Coordenação Editorial: Letícia Teófilo
Diagramação: Luiz Fernando Chicaroni
Capa: Alexandre Benites
Composição de Capa: Monalisa Morato
Revisão: Dayse Mendes / Patricia Murari / Novo Século
Diagramação para Ebook: Luiz Fernando Chicaroni
Texto adequado às normas do Novo Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa (Decreto Legislativo nº 54, de 1995)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Rodrigues Neto, Pedro
A culpa é do jeitinho brasileiro / Pedro
Rodrigues Neto. -- 1. ed. -- Barueri, SP: Novo
Século Editora, 2014. -- (Talentos da literatura brasileira)
1. Crônicas 2. Política brasileira I. Título
14 - 07050
CDD - 869.93
Índices para catálogo sistemático:
1. Crônicas : Literatura brasileira 869.93
2014
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À
NOVO SÉCULO EDITORA LTDA.
CEA - Centro Empresarial Araguaia II
Alameda Araguaia, 2190 - 11° andar
Bloco A - Conjunto 1111
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ISBN: 978-85-428-0332-7
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Agradecimentos
agradecimentos.jpgA vida e tudo o que ela me ensinou
Aos meus pais, Elizabeth e Pedro, professores, que conquistaram o sonho da casa própria depois dos quarenta anos; construíram a vida com sacrifício e força de vontade. Eu segui o exemplo deles e sempre procurei ganhar dinheiro com meu trabalho. Embora minha carreira seja bem diferente da deles, o exemplo que tive dentro de casa foi fundamental para não me render às tentações que o meio em que convivo me oferece.
Ao meu grande amigo e incentivador na profissão, Eugênio Odppis Junior, publicitário por quem tenho respeito e admiração. Sua participação foi fundamental no impulso da minha carreira.
Às mulheres da minha vida, minha esposa Tatiane e minha filha Camila, que ao meu lado vivem e dividem alegrias e infortúnios. Vida que se segue junto é muito mais fácil de ser vivida.
Pedro Rodrigues Neto
Prólogo
pr%c3%b3logo.jpgAssumir culpa é uma das grandes virtudes do homem. Quando descobrimos estar errados, as correntes que arrastamos se quebram e somos capazes de enxergar o novo. O Brasil é um país que precisa de autocrítica aprofundada. A corrupção está na política, mas também está nas ruas, nas casas, nas empresas, nas salas de aula. Não adianta lutar contra um inimigo que não se reconhece existir por inteiro.
Eu já errei, todos já erramos, porque nossa elasticidade moral nos permite ser assim. Fraudar um atestado médico para ficar em casa, sonegar impostos com a desculpa de que o governo nos leva muito, pagar a um guarda para não receber multas de trânsito, fazer pequenos esquemas para tentar ganhar um pouco mais com os negócios, tudo é jeitinho. Estamos acostumados a fazer isso e achar bonito, inocente, necessário. O Jeitinho Brasileiro acaba com nosso senso moral e crítico, nada que se diga ao contrário pode mudar isso. Somos os culpados, as vítimas, os mantenedores desse sistema.
Não fomos capazes sequer de protestar sem que parte dos manifestantes aceitasse dinheiro e recursos de partidos políticos e alas radicais da sociedade civil organizada para quebrar, destruir, deturpar um movimento legítimo. Não conseguimos nos organizar porque não pensamos de maneira homogênea quando o assunto é corrupção. Essa elasticidade moral nos afeta de tal maneira que patinamos correndo atrás do próprio rabo.
Os bem-sucedidos aproveitam a sua influência para seguir adquirindo mais e mais riquezas; a classe média segue reclamando eternamente à espera de uma oportunidade de se dar bem e subir de nível, enquanto a periferia insiste em fazer o papel de coitadinha e pegar tudo o que pode quando é época de eleição. Somos vítimas da própria existência e maneira de pensar. E, quando a ficha cai, é mais fácil dizer que o Brasil não tem jeito
do que lutar por uma mudança de atitude coletiva, pessoal. Sempre arrumamos um culpado para nossos próprios defeitos e falhas.
Campanhas milionárias só existem porque nas ruas, nos bairros, nas cidades, das maiores às menores, existem legiões de brasileiros famintos por dinheiro, gasolina e outras vantagens pessoais. Os tempos mudaram, ninguém aqui está falando de dentadura e cadeira de rodas, é preciso aceitar que não existe mais bobo nem ingênuo neste cenário. Todos sabem muito bem o que estão fazendo e, principalmente, o que querem.
Fraudes em licitações e desvio de verbas são possíveis porque no Brasil uma legião de empresários está disposta a compactuar com o sistema em troca de vantagens pessoais. Por fim, não existe uma maternidade dirigida a eleitores e outra para políticos. Político não é um espécime diferente na sociedade brasileira, pelo contrário. A maioria dos políticos surgiu das bases de trabalhadores, das escolas públicas, dos pequenos municípios. Todos foram povo um dia, todos um dia votaram ao invés de ser votados. Essa separação ilusória que se faz de classes precisa acabar. Um político nada mais é do que um cidadão que tomou a frente em sua região e se colocou à disposição para uma eleição. É um cidadão comum eleito pelo voto popular. Isso é democracia.
Os bons brasileiros que me perdoem, mas nós, os maus brasileiros, que em algum momento da vida cederam à tentação do Jeitinho Brasileiro, somos responsáveis por essa bagunça. Está na hora de deixar de procurar culpados e assumir responsabilidade pelos nossos atos e aceitar que toda ação tem uma reação igual ou contrária. Quem planta vento colhe tempestade.
Político também é povo, e o nosso povo é político. Pense nisso.
Quem é o verdadeiro corrupto?
Verdadeirocorrupto.jpgQuem é o corrupto no Brasil? O político que compra voto? Ou seria o eleitor que vende o voto? A pergunta é gasta, velha, quase que um lugar comum no dia a dia dos brasileiros quando o assunto é política e corrupção
. Mas e se dissessem a você que a corrupção não surge necessariamente na política, qual seria sua reação? Se lhe contassem que pelo menos dez pessoas que você conheceu durante toda a vida foram ativadoras, colaboradoras, incentivadoras da corrupção no Brasil, o que você pensaria?
São perguntas justas em um momento em que parecemos loucos gritando pela rua e pedindo justiça e honestidade a um inimigo que parece invisível, mas que todos conhecemos muito bem. O Jeitinho Brasileiro pode ser a resposta para todas essas perguntas. Se você um dia acreditou fielmente que, para acabar com a corrupção,