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Ptmorfose
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E-book41 páginas27 minutos

Ptmorfose

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Sobre este e-book

Ptmorfose é uma sátira ao famoso livro A metamorfose, de Kafka, em que um ser humano acorda metamorfoseado em um inseto gigante e, para esconder o estranho fato, vive confinado em seu quarto. Mas em Ptmorfose ocorre o contrário: uma lula é quem acorda metamorfoseada em humano. E, como se não bastasse, é confinada num quarto da Polícia Federal esperando por um policial japonês que o levará ao encontro de um juiz, que está passando a limpo a cena política e botando na cadeia deputados, senadores e empreiteiros. Em seu depoimento, o presidente da República revela pouco a pouco sua história e todas as tramoias utilizadas para conquistar e se manter no poder a qualquer custo. Mesmo que para isso seja necessário que ocorra a falência múltipla dos órgãos públicos. Assim se desenrola esta fantástica trama surreal até o apoteótico final. Um livro que veio para passar a limpo o universo da política nacional com humor e também com a "seriedade" que o assunto merece.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de mar. de 2017
ISBN9788542811087
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    Ptmorfose - Kafta

    Gulliver)

    METAMORFOSE: mudança completa de forma, natureza ou estrutura; transformação, transmutação.

    PTMORFOSE: mudança de forma política completa, inversão total de ideais partidários, transfiguração de fatos.

    certa manhã, quando eu, uma lula marinha, abri os olhos, após uma noite de sono nada tranquila, vi-me transformado em um monstruoso ser… humano.

    De pé fiquei e sentia-me bípede. Abaixei levemente a cabeça e vi que meu ventre estava grande, proeminente e parecido com um barril de chope. A camisa não cabia mais dentro da calça. Meus membros já não eram mais inúmeros tentáculos, mas apenas quatro: duas pernas e dois braços.

    Que diabos terá acontecido comigo, companheiro? – perguntei-me. Sonho não seria. O quarto pequeno, desarrumado, só tinha de familiar o jeito preguiçoso e largado de estar que eu era acostumado a deixar. Na parede em frente à minha cama, estava a gravura que continha o símbolo da Polícia Federal e, em cima do criado-mudo, ao lado da simples cama desarrumada, havia apenas um livro. Por cima dele, como que jogado às pressas, um exemplar de uma famosa revista semanal com a foto de um juiz estampando a capa e com os dizeres Ele salvou o ano.

    Olhei para a janela com grades e via que o sol acabava de nascer… Quadrado.

    O que é isso, companheiro? – pensei. Quem sabe se eu dormisse mais um pouquinho eu me esqueceria de todos esses absurdos? Mas isso parecia impossível porque eu tinha o costume de dormir na residência presidencial e a situação em que me encontrava me impedia de ter todas aquelas regalias. E, quando olhei para os lados e vi que estava encarcerado, levei instintivamente as mãos até o rosto. Como naquele quadro O Grito, de Munch.

    Santo Lenin! – pensei. Que barba é essa? Como tenho pelos no meu rosto! Então comecei a me lembrar de algumas coisas. Mas não eram as memórias de um molusco, e sim minhas lembranças humanas. E lentamente minha memória de humano começou a me trazer lembranças de reuniões de partido, campanhas eleitorais, movimentos sindicais, entrevistas, comícios, propinas, mensalões, esquemas escusos, desvios de verbas públicas…

    Senti no peito uma pontada, superficial, que notei

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