Viagem ao Próximo Nível
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Sobre este e-book
A vida jovem e despreocupada de Omi muda drasticamente quando o seu tio fica em coma. Confuso e confinado ele dirige-se a um antigo templo onde conhece um antigo monge, Guruji. Guiado pela sua velha alma, através de uma gruta escondida, Omi inicia uma odisseia espiritual aos reinos do mistério, magia, divindade e existência imortal. Numa tentativa de libertar a alma do seu tio que ficou presa algures nos níveis pós-morte, ele inconscientemente dirige-se para o mundo proibido onde a sua coragem e vigor serão testados até ao limite”. O conto clássico inspirado pela grandiosa batalha de Mahabharata é baseado nas aventuras espirituais na terra para além da vida. Capítulo após capítulo, os mistérios da existência humana serão revelados aos leitores, em que cada um selecionará o caminho abençoado para si.
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Viagem ao Próximo Nível - KUNAL NARAYAN UNIYAL
Biografia
––––––––
Kunal, licenciado pela Universidade de Cardiff é um experiente Mestre Marinheiro. Nascido em 12 de setembro de 1984, sempre revelou apetência pela escrita.
Contudo, foi apenas em 2014 que lançou a primeira coleção poética Kuch Khwaab Sagar Se
.
Recebeu reconhecimento nacional e internacional pela sua obra que inclui felicitações da House of Life em França e Nautical Institute em Londres. Seguiu-se pela sua poesia prosa intitulada Unanswered
que foi lançada no Festival Internacional de Filme e Literatura em 2015.Receveu um prémio, um Seafarer Choice Award em 2016 pela sua obra. As suas duas coleções de poesia que se seguiram Main Tula Hoon
e Sparrow in the Mirror
também foram bastante aclamadas e apreciadas. As suas obras foram traduzidas em inúmeras línguas nomeadamente Francês, Italiano, Espanhol, Português, Holandês e Urdu. Até ao momento foram publicadas 12 livros em diferentes línguas.
Além da escrita, Kunal é um entusiasta de teatro e escreveu um guião para curtas metragens.A sua curta-metragem Maaya
foi visualizada em inúmeros festivais de filmes.
Atualmente, encontra-se a colaborar com uma Academia Internacional Marítima na qualidade de diretor executivo.
Bençãos à Mãe
e
Sri Aurobindo
De onde veio, deve retornar.
Agradecimentos
A minha profunda gratidão à minha mãe, pai e ao meu irmão sem os quais o livro nunca teria existido.
À minha esposa Geetanjali e à minha adorável filha Svarika, que sacrificaram o seu tempo e espaço para que eu possa completar esta jornada espiritual.
Os meus agradecimentos em especial ao centro Auromira, Londres e aos sadhaks que me disponibilizaram um espaço para me acomodar e confortavelmente completar o meu romance nos pés do lótus de Sri Aurobindo. A obra pertence verdadeiramente a eles.
Índice
––––––––
O Início
––––––––
A minha jornada espiritual começou com um telefonema às três da manhã. Tinha acabado de regressar a casa após uma longa viagem de barco e estava a dormir profundamente. Liberto da minha responsabilidade de Capitão de navio, não me apercebi que o telefonema seria o início da minha nova aventura. Levou-me algum tempo após perceber que estava em casa e não no barco e que a chamada provinha do meu telemóvel, não do telefone de satélite.
Está, quem fala?
perguntei.
Sou eu, Ankit, sei que estou a incomodar-te a esta hora, mas és o meu único amigo em Dehradun agora.
Ankit era o meu companheiro próximo de infância. De facto, por nossa causa, os nossos pais tinham-se também tornado bons amigos. Agitado pela sua voz trémula perguntei:
Então Ankit, o que aconteceu? Não me pareces estar muito bem, espero que esteja tudo bem por aí.
Não, não está Omi, estou no hospital Max. O meu pai desmaiou há uma hora quando foi à casa de banho. Levámo-lo de imediato ao hospital; os médicos estão a dizer que ele entrou em coma e as suas hipóteses de sobrevivência são muito escassas,
ao dizer isto Ankit começou a chorar.
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Não conseguia crer no que ouvia, já que o tio Mathur acá pai de Ankit era uma das poucas pessoas saudáveis que tinha conhecido na maturidade dos seus sessenta anos. Ele nunca falhava a sua caminhada matinal nos últimos trinta anos nem tão pouco os seus exercícios de yoga de rotina. Embora não fosse um homem religioso por natureza, era, contudo, excelente com todos, um homem com um coração de ouro.
Arrastei-me para fora da cama e molhei a cara com água fria, para sair da profunda letargia em que me encontrava ainda do sono e mergulhar no estado de alerta próprio de quem se apresenta ao dever. Era uma manhã fria de dezembro; então, agarrei rapidamente no meu casaco, luvas de pele, peguei na minha empoeirada mota dirigi-me para o hospital.
O hospital ficava a oito milhas da minha casa e fiz o percurso em cerca de dez minutos apenas. Ao entrar no hospital, encontrei Ankit e a sua mãe na receção à minha espera. Quando me viram, a tia não conseguia controlar as lágrimas; tinha-me sempre tratado como seu filho. Abracei-a e disse-lhe que tudo ficaria bem. Apanhamos o elevador no primeiro piso para a U.C.I. Dado que era apenas permitido entrar uma única pessoa de cada vez, Ankit pediu-me para entrar e ele ficaria a aguardar na parte de fora. Quando entrei na U.C.I, conseguia ver o tio Mathur mesmo do outro lado do quarto onde um outro paciente estava juntamente com ele. À sua direita, havia um posto de enfermagem onde apenas uma enfermeira estava presente para o turno da noite; o gabinete do médico estava situado junto ao posto. Ela olhou para mim, sorriu e retomou a leitura da revista que estava a ler. O tio Mathur estava ligado ao ventilador sem quaisquer sinais de vida. Era a máquina que o mantinha vivo de outra forma não havia hipótese para ele. Era triste ver o tio numa situação daquelas já que sempre o encontrava a rir e a provocar-me sempre que o encontrava.
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Lembro-me uma vez de quando estava a jogar xadrez com ele e dei por mim prestes a fazer xeque-mate, dizendo-lhe:
Desculpe, não creio que consiga ganhar, suponho que seja o fim do jogo
. Ele sorriu na minha direção e respondeu,
Nunca é o final até quando terminar de vez; está tudo na tua mente,
dizendo isto ele moveu o meu bispo e o jogo virou inesperadamente a meu favor.
Estava ainda mergulhado nos meus pensamentos sobre esses tempos quando fui surpreendido por alguém que agarrava na minha mão. Quando olhei para baixo percebi que era o tio Matraque que apertava a minha mão com firmeza, muito convictamente. Não conseguia crer no que via já que estava em coma e era incapaz de mexer qualquer parte do seu corpo, exceto aqui onde segurava a minha mão. Chamei a enfermeira de imediato do posto de enfermagem que se precipitou para junto da cama onde permanecia.
O que se passa?
perguntou a enfermeira; por que está a gritar, o que aconteceu?
Ele agarrou na minha mão
dizendo isto apontei na direção da minha mão, encontrei a mão do tio na mesma posição anterior.
Mas há poucos segundos atrás ele segurou a minha mão, por favor chame o médico imediatamente; ele poderia ser reanimado,
disse.
Nesta altura o médico já tinha vindo, devido ao alvoroço que eu tinha provocado na U.C.I.
O que se passa?
perguntou Dr. Victor.
Senhor, este cavalheiro aqui diz que este paciente, que está em coma profundo, lhe agarrou na mão,
disse a enfermeira com um esgar de sorriso na sua face.
"Sr., quem quer que seja e qualquer que seja o grau de afinidade que tem com este paciente, deve estar com alucinações, impossível.
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Apertar a sua mão... ele não consegue respirar sozinho," disse o médico.
Sei que está perturbado a ver o seu familiar neste estado, mas o que diz é impossível e estou bastante certo que se tirar um bom dia de descanso, sentir-se-á melhor,
dizendo isto o médico e a enfermeira deixaram-me a sós com o tio.
Independentemente das palavras do médico, eu tinha a certeza que se havia agarrado à minha mão de alguma forma, senti que ele estava à procura de ajuda; havia algo estranho. Saí da U.C.I.
Está tudo bem?
perguntou Ankit.
Sim, tudo bem,
respondi já que não fazia sentido contar isto a ninguém sabendo de antemão que ninguém acreditaria em mim. Desci à área da receção com Ankit e dirigi-me a minha casa novamente. Enquanto conduzia também não conseguia afastar da minha mente o incidente da mão, mesmo antes de amanhecer e tentei dormir, pensando sobre o que o tio poderia querer contar-me e de que tipo de ajuda precisaria. Acordei tarde, tomei o meu pequeno-almoço e sentei-me na minha cadeira a bebericar uma chávena de café, ainda a pensar no episódio. Agarrei na minha bicicleta novamente e dirigi-me para onde costumo ir com frequência, refugiar-me no meu reduto de paz e segurança sempre que precisava de respostas para as minhas próprias perguntas.
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O Caminho Escondido
Cheguei ao meu refúgio de paz em meia hora. Era um templo, bastante isolado e escondido da intervenção humana, na zona montanhosa rodeada de floresta densa. Era conhecido como o templo de Bawadi , que significava 'templo com um poço". Quando era jovem acidentalmente descobri este templo e recorria a este com frequência para me refugiar durante horas estudando ou escrevendo, rodeado por paz. Havia uma taberna mesmo abaixo do templo e diziam que os Pandavas, durante a antiga era Védica, a usavam como refúgio quando os seus irmãos andavam à sua procura para os matar.
Mesmo Swami Vivekananda – o guru espiritual, meditou aqui por muitos dias. Assim, este lugar era ideal para aqueles em busca da paz e espiritualidade. Embora a gruta ainda estivesse abaixo do templo, ninguém sabia o que era e onde aquilo conduzia. Sentei-me por baixo de uma figueira – de-bengala, fechei os meus olhos, e tentei relaxar.
Alguém que questione deve ser atendido,
uma voz ressoou de algures.
Surpreendido abri os meus olhos e encontrei este monge alto, ou deveria dizer: o eremita que estava à minha frente. Ele tinha quase seis pés de altura, tez clara com uma longa barba branca e cabelo branco oscilando despreocupadamente na brisa suave. Um invólucro
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abaixo e uma folha fina na parte superior do corpo era tudo o que o protegia do rigoroso frio de dezembro, mas não se conseguia vislumbrar qualquer efeito do frio nele já que estava calmo e sereno ostentando um sorriso de sabedoria.
Desculpe, conheço-o e o que está a fazer aqui?
perguntei.
Da última vez que aqui vim não o encontrei por aqui, eis porque estava a interrogar-me sobre quem seria, disse, um pouco desconfiado:
mas de qualquer forma aceite as minhas saudações, Guruji".
"Não tem vindo aqui nos últimos três anos Omi.
Então como espera encontrar algumas pessoas no mesmo local quando o tempo muda a cada instante?" perguntou o guru a sorrir.
Como sabe o meu nome? Perguntei surpreendido
e como sabe que não tenho estado aqui nos últimos três anos?"
Esta questão é irrelevante, e você vagueia demasiado na terra de não-homem de perguntas e respostas. Eis porque se depara com dificuldades em descobrir o seu caminho e, com isso, o seu destino,
prosseguiu o guru nesta voz pesada mas feliz. E em relação à sua pergunta pela qual veio aqui, sim, ele precisa da sua ajuda.
Durante um bom momento fiquei estupefacto, já que havia um monge que estava mesmo em frente a mim que eu nunca, nunca tinha visto,
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Mas que me deu uma resposta que estava constantemente a incomodar-me. Não sabia se devia confiar nele ou não.Com todo este turbilhão na minha mente, ele disse:
Quando fica bloqueado entre fazer' ou 'não fazer ', devia procurar fazer porque fazer é sempre melhor do que o arrependimento de não fazer,
dizendo isso sentou-se à minha frente .
Ele segurou a sua mão porque você é a única esperança para o salvar e o tempo para ele está realmente a consumir-se num ápice. Já que pratica espiritualidade e tem acreditado na vida pós morte, ele encontrou em si o auxílio mais próximo e mais confiável, ele segurou a sua mão. Fisicamente ele podia ter sido ajudado por qualquer mortal mas, para além disso, você está entre os poucos médiuns espirituais que o podem resgatar do desconhecido, que todos conhecem mas onde muito poucos permanecem,
os olhos do guru iluminaram-se enquanto dizia isto.
Então, cabe a si decidir agora se quer salvar o seu tio das armadilhas da morte, percorrendo este difícil caminho rumo a um mundo totalmente desconhecido ou não. Pode parecer familiar a si mas será inteiramente diferente na sua existência como o respetivo tratamento. Todas as suas práticas espirituais, a sua fé no Todo-Poderoso e, acima de tudo, a sua força irão ser testados nesta jornada que só deve ser feita por aqueles que a querem aceitar,
descreveu calmamente o guru.
Mas o que preciso de fazer, onde devo ir, como devo iniciar a minha jornada? Não sei de nada,
disse com um ar incrédulo a envolver-me
Ha ha
riu-se o guru, "Sabe tudo, e já fez esta jornada um número infinito de vezes mas a um nível inconsciente; assim, a sua mente mortal não se lembra de nada. Só se abre quando fecha as portas dos seus sentidos, só então será perfeitamente guiada. A sua
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Alma fará a jornada, deixando atrás de si o seu frágil corpo à medida que continuar a evoluir, continuará a descobrir o que o seu ser imortal já sabe."
Mas lembre-se que há possibilidades que se possa atrasar ao encontrar Mathur e ele morreria já que apenas uma linha muito ténue das suas obras o mantém ligado à sua alma. Então, tem que se apressar,
advertiu o guru.
Em segundo lugar, se ficar perdido nesse mundo nunca seria capaz de regressar e ficaria para sempre perdido no trans. Assim, a vida será mais miserável que a morte porque ficará preso entre os mortos e os vivos e depois vai estar à procura do seu salvador,
dizendo isto o guru sorriu.
Eu sabia com toda a certeza, que ele não estava a exagerar. A missão havia-me sido confiada agora, cabia a mim decidir saber se eu fazia a jornada ou não.
Estava mergulhado nos meus pensamentos quando, repentinamente, uma voz dentro de mim disse:
Se morrer a travar esta batalha conseguirá o Céu, enquanto se sobreviver a ela governará o mundo
.
Foi um shloka de BhagwadGita que, por último, esclareceu todas as minhas dúvidas. Era isso. Este era o momento que estava a antecipar, estava a preparar-me para o mesmo, esta era a jornada para implementar todas as minhas práticas espirituais.
Tudo convergiu para este ponto de fazer o que se prega.
Virei-me para o guru, que estava a dar comida a esquilos nas imediações e perguntei-lhe:
Dê-me o caminho e eu devo andar, mesmo se cair ou falhar, devo caminhar.
O guru olhou para mim com um sorriso e disse:
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Sim, está destinado a caminhar e deve fazê-lo. Agora dar-lhe-ei algumas dicas para prosseguir a sua jornada até ao próximo patamar. Em primeiro lugar ouça, veja, sinta com o seu coração porque os seus sentidos não serão os mesmos e terá que basear o seu julgamento no seu instinto em detrimento da sua mente.
Após uma pausa continuou:
Em segundo lugar, seja muito vigilante acerca do que ouve e do que diz e siga as instruções dos seus guias muito cuidadosamente porque esse será o fator decisivo para a sua sobrevivência aqui. Em terceiro lugar, tanto encontrará ajudantes como distratores em vários momentos na sua jornada; escolha-os com muita precaução. E, por fim, não perca esperança em nenhum momento porque foi Ele que o escolheu e Ele irá guiá-lo. Então agora se estiver pronto, prosseguimos para o seu local de partida?
Ao escutar o guru, o meu coração batia tão descompassadamente com o entusiasmo e o medo do desconhecido. A missão já estava confiada e agora precisava de ser concluída. Eu estava è espera de ser conduzido a algum lance de escadas onde um veículo divino estaria à minha espera para embarcar e iniciar a minha jornada. Mas, ao invés, o guru foi pelas escadas que conduziam à cave do templo e eu apenas o seguia com curiosidade. Essas escadas finalmente conduziram à famosa gruta da glória védica onde o guru parou e indicou,
Este, meu filho, é o caminho para o patamar do desconhecido que foi frequentemente usado durante tempos pré-Védicos por videntes na descoberta da sua identidade e para comunicar com os Deuses. De facto, este era o caminho usado por eles para a última jornada para o céu que era finalmente terminada apenas pelo seu irmão mais velho, Yudhistara.
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Olhei para o guru com surpresa e perguntei:
Esta gruta existe há tantos anos e está ainda escondida, por que não estão a fazer a sua jornada agora?
Quem disse que não o estão a fazer,
afirmou o guru a sorrir: Dia após dia a jornada é feita por vários adivinhos, sábios, eremitas para comunicar com o divino; são apenas vocês os mortais, devorados pelos benefícios materiais que não são capazes de o ver. Este caminho podia ser percorrido apenas por aqueles que o fazem de maneira não egoísta e com a mente liberta de todo o ego e desejos deste mundo platónico, que de momento o decidiram fazer. Para descobrir a pérola da verdade. Então, meu filho, dê o primeiro passo e torne-se num deles.
Olhei para o guru, cumprimentei-o e comecei a penetrar na gruta. Quando estava prestes a entrar, o guru segurou na minha mão e colocou uma conta na palma da minha mão e fechou-a quando estiver em perigo, quando estiver sem chão agarre a conta e recite OM três vezes. Mas lembre-se, só pode ser usado uma vez e o mesmo sucede numa emergência grave também. Agora vá e reivindique o seu destino, Hari Om
.
Proferidas estas últimas palavras do guru, comecei a caminhar na gruta. Havia água a gotejar de todo o lado e eu estava a tentar evitar a água que caía; a gruta adensava a escuridão, escurecia em cada passo que eu dava.
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Terra do Passado
––––––––
A gruta parecia uma jornada interminável para o nenhures no qual continuava a caminhar uma e outra vez. Não estava muito escuro dentro já que podia vislumbrar o meu caminho ao longo da gruta. Tranças de trepadeiras estavam suspensas da parte superior da gruta, e a água gotejava, o que era muito difícil de evitar. Tinha que dobrar a minha cabeça para evitar bater na parte superior da gruta. Surpreendentemente, o ar estava fresco por dentro como se a gruta tivesse sido frequente e recentemente usada. Estava perdido nos meus pensamentos e não tinha ideia por quanto tempo tinha caminhado até que vislumbrei uma luz ténue a alguma distância. Alvoreceu, a minha jornada da idade da pedra tinha chegado ao final. Lentamente a luz ficou maior e mais brilhante. Finalmente, podia ver a saída desta gruta. Entretanto, percebi que à medida que me encaminhava para a parte mais funda da gruta o meu corpo se sentia mais leve. Podia sentir que a dor de costas da minha idade avançada se desvanecia quando saí da gruta. Senti-me como um rapaz de dez anos, ágil e descontraído. Além da gruta situava-se um enorme campo de mostarda que não tinha fim. A fragrância de mostarda pura enchia as minhas narinas. A uma certa distância, vi algumas pessoas a trabalhar nos campos. Inseguro do meu próximo passo, decidi aproximar-me dos agricultores e cumprimentá-los. Eles olharam para mim, sorriram e regressaram ao que estavam a fazer; a fazer colheitas. O que era tão surpreendente neles era a serenidade e a paz nos seus rostos
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Que nunca tinha visto nos rostos da minha localidade. Eles frequentemente pareciam preocupados, perturbados devido ao tempo, insetos, ou falta de fundos mas aqui estavam tão calmos tão serenos, ocupados a fazer o que sabiam fazer de melhor, cultivar.
Interrogava-me sobre o que lhes perguntar quando ouvi um cavalo a relinchar e o som dos seus cascos a alguma distância. Vi um cavaleiro no horizonte emergindo de uma nuvem de pó. Era um garanhão negro, mais poderoso do que algum cavalo que já tinha alguma vez visto, e o cavaleiro estava em perfeita sintonia com o animal. Ele parou e olhou para mim.
Vi um homem com seis pés de altura, na casa dos seus cinquenta anos, com uma constituição forte olhando para mim e uma arma suspensa do seu ombro. Ele fazia lembrar um qualquer proprietário de era da pró-independência, ouvimos com frequência falar sobre isso.
Ele gritou de cima do cavalo que raio está a fazer no meu território e a tentar falar para o meu?
subitamente ele fez uma pausa, olhou para mim surpreendido e perguntou, Indresh, és tu?
Era a minha vez de ficar chocado porque ele