O CHAPÉU DE TRÊS BICOS - Alarcón
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Sobre este e-book
Em O Chapéu de Três Bicos, um romance picaaresco, Alarcón apresenta-nos Frasquita - "a coisa mais bela que Deus jamais deitou ao mundo" - seu marido, Lucas e um certo corregedor lascivo e velhaco que se serve da autoridade do seu cargo para tentar seduzir a mulher alheia. Fresca, viva e satírica, esta história mostra o que pode ser o romance verdadeiramente popular quando realizado por um escritor de gênio.
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O CHAPÉU DE TRÊS BICOS - Alarcón - Pedro Antonio de Alarcón
PEDRO DE ALARCÓN
O CHAPÉU DE TRÊS BICOS
Título original:
El Sombrero de três picos
1a edição
img1.jpgIsbn: 9786587921532
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Prefácio
Prezado Leitor
Nascido na Espanha, Pedro António Joaquín Melitón de Alarcón (1833-1891) foi um escritor, romancista, contador de histórias, dramaturgo além de ativista político. Pertenceu a Academia Real Espanhola e é considerado um dos grandes escritores espanhóis. O autor defendeu em toda sua vida a arte como papel orientador e moralizador da sociedade e suas obras apresentam inúmeras críticas e retratos sociais do século XIX.
Em O Chapéu de Três Bicos, Alarcón apresenta-nos Frasquita - a coisa mais bela que Deus jamais deitou ao mundo
- seu marido, Lucas e um certo corregedor lascivo e velhaco que se serve da autoridade do seu cargo para tentar seduzir a mulher alheia. Fresca, viva e satírica, esta história mostra o que pode ser o romance verdadeiramente popular quando realizado por um escritor de gênio.
Uma excelente leitura
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Sumário
APRESENTAÇÃO
Sobre o autor e obra
O CHAPÉU DE TRÊS BICOS
I - De quando ocorre o caso
II - De como então se vivia
III - Do ut des
IV - Uma mulher vista por fora
V - Um homem visto por fora e por dentro
VI - Habilidades dos cônjuges
VII - O fundo da felicidade
VIII - O homem do chapéu de três bicos
IX - Arre, burra!
X - Sob a parreira
IX - O bombardeio de Pamplona
XII - Dízimos e primícias
XIII - O que a gralha disse ao corvo
XIV - Os conselhos do Fuinha
XV - Despedida em prosa
XVI - Ave de mau agouro
XVII - Um alcaide das arábias
XVIII - Onde se verá que tio Lucas tinha sono muito leve
XIX - Vozes que clamam no deserto
XIX - Dúvida e certeza
XXI - Em guarda, cavalheiro!
XXII - A multiplicação do Fuinha
XXIII - Outra vez o deserto e as mesmas vozes
XXIV - Um rei de então
XXV - A estreia do Fuinha
XXVI - Reação
XXVII - Respeito ao rei!
XXVIII - Ave Maria Puríssima! Meia-noite e meia e tudo em paz
XXIX - Post Nubila... Diana
XXX - Uma senhora de bem
XXXI - A pena de Talião
XXXII - A fé move montanhas
XXXIII - E tu?
XXXIV - Também a corregedora é bela
XXXV - Decreto Imperial
XXXVI - Conclusões, moral da fábula e epílogo
APRESENTAÇÃO
Sobre o autor e obra
img2.jpgQuem vai atrás de flores encontra espinhos. Quem vai atrás de espinhos encontra flores
Nascido na Espanha, Pedro António Joaquín Melitón de Alarcón (1833-1891) foi um escritor, romancista, contador de histórias, dramaturgo além de ativista político.
Fundou os jornais El Eco de Ocidente e El Látigo e era um membro proeminente do partido da União Liberal. Chegou a ocupar importantes cargos públicos, incluindo o de conselheiro estadual do rei Alfonso XII.
Em 1859, após esses inícios bem-sucedidos na literatura e na dramaturgia, Alarcón ofereceu-se como correspondente na Guerra da África, um conflito que enfrentou o Sultanato de Marrocos e o reinado da Espanha por dois anos. Em outubro daquele ano, ingressou no esquadrão de Caçadores da Cidade Rodrigo.
Durante a primeira metade da década de 1860, o escritor participou ativamente da vida política. Tornou-se membro do partido da União Liberal chegando a ocupar o cargo de deputado de Cádiz no Parlamento das Cortes.
Em 1877 entrou para a academia real espanhola consagrando-se como um dos grandes escritores espanhóis. O autor defendeu em toda sua vida a arte como papel orientador e moralizador da sociedade. Suas obras apresentam inúmeras críticas e retratos sociais do século XIX.
Este é o caso de O Chapéu de Três Bicos, que mesmo sendo uma obra picaresca, representa um crítica ao sistema social e político absolutista da Espanha e a sua elite que oferece impensáveis resistências quando vê em jogo os valores da sua identidade nacional.
Na obra, Alarcón apresenta-nos Frasquita - "a coisa mais bela que Deus jamais deitou ao mundo" - seu marido, Lucas e um certo corregedor lascivo e velhaco que se serve da autoridade do seu cargo para tentar seduzir a mulher alheia.
Fresca, viva e satírica, esta história mostra o que pode ser o romance verdadeiramente popular quando realizado por um escritor de gênio.
O CHAPÉU DE TRÊS BICOS
I - De quando ocorre o caso
Começava este longo século, que já chega ao seu termo. Não se sabe precisamente o ano; apenas consta que era depois de 1804 e antes de 1808.
Ainda reinava, pois, na Espanha, D. Carlos IV de Bourbon; pela graça de Deus, segundo rezavam as moedas, e por olvido ou graça especial de Napoleão, segundo os boletins franceses. Os outros soberanos europeus descendentes de Luís XIV já tinham perdido a coroa (e seu chefe a cabeça), na tremenda borrasca que desde 1789 corria está envelhecida parte do mundo.
A singularidade da nossa pátria naquele tempo não se limitava a esse fato. O Soldado da Revolução, o filho de um obscuro advogado corso, o vencedor de Rivoli, o vitorioso nas Pirâmides, em Marengo e em outras cem batalhas, acabava de cingir a coroa de Carlos Magno e de transfigurar completamente a Europa, criando e suprimindo nações, anulando fronteiras, inventando dinastias e fazendo mudar de forma, de nome,’ de lugar, de costumes e, até, de trajes as povoações pelas quais passava no seu corcel de guerra como um terremoto ambulante, ou como o Anticristo, nome que lhe fora dado pelas potências do Norte...
Apesar de tudo, nossos pais — Deus que os tenha em sua Santa Glória —, em lugar de odiá-lo ou de temê-lo, compraziam-se em comentar suas descomunais façanhas, como se se tratasse de um herói de livro de aventuras ou de casos ocorridos em outros planetas, sem que, nem de longe, receassem que pudesse, um dia, vir intentar aqui as atrocidades praticadas na França, Itália, Alemanha e em outros países. Uma vez por semana — duas, no máximo — o correio de Madrid chegava à maior parte das povoações importantes da Península, trazendo algum número da Gaceta — que tampouco era diária — e através dela as pessoas mais destacadas ficavam sabendo — supondo que a Gaceta tocasse no assunto — se havia um Estado a mais ou a menos além Pirineus, se se ferira outra grande batalha na qual tinham tomado parte seis ou sete reis e imperadores, e se Napoleão se encontrava em Milão, em Bruxelas ou em Varsóvia. .. Quanto ao resto, nossos avós continuavam vivendo à velha maneira espanhola, lentamente, agarrados aos seus antigos hábitos, na paz e na Graça de Deus, com sua Inquisição e seus Frades, com sua pitoresca desigualdade perante a lei; com seus privilégios, foros e exceções pessoais, com sua carência total de liberdade municipal ou política, governados simultaneamente por insignes bispos e poderosos corregedores — cujas esferas de ação era difícil delinear, pois uns e outros se metiam no temporal e no eterno — e pagando dízimos, primícias,