Sobre este e-book
Qual foi o seu maior mico? Micaela, a protagonista do novo livro de Angélica Lopes, tem vários para contar. E não se envergonha deles (pelo menos não ao ponto – extremamente perigoso – de tentar escondê-los). Desde que trocou o Rio de Janeiro pela (nem tão) pacata Monterey do Lajedo, a menina experimentou – um por um, dia após dia todos os sete tipos de mico catalogados na história da humanidade. Tudo isso num intervalo de apenas sete dias e com o agravante de ser nova na cidade. Mas, para seu consolo, ela sabe que, no fundo, "uma vida sem micos é que é um tremendo mico". Ou pelo menos uma vida muito menos divertida.
A estréia na escola foi marcada por um tombo fenomenal – mico do tipo um, estilo videocassetada. Recuperada dos hematomas, em sua segunda ida ao colégio, lá está ela de novo, envolvida numa situação mico estilo "Argh-Eca" (para quem não sabe: "qualquer situação pública envolvendo elementos nojentos, fluidos corporais, do próprio indivíduo ou de outros, tais como excreções, alimentos podres e fedores em geral"). Pensando friamente, os micos de Micaela até poderiam ajudá-la em seu esforço para tornar-se a menina mais tosca e antipática da turma, manter-se isolada e, finalmente, mostrar aos pais toda a sua insatisfação e conseguir voltar para o Rio de Janeiro. Mas isso pensando friamente. E não foi bem assim que as coisas se desenrolaram.
Com um estilo descontraído, bem-humorado e irônico, Micos de Micaela marca a volta de Angélica Lopes ao universo juvenil e mostra que a autora dos sucessos Vida de modelo e da série Melhores Amigas continua em ótima forma, com um livro que tem tudo para conquistar a garotada. Se depois de se divertir com as aventuras e desventuras de Mica você se lembrar dos seus king kongs, tem umas dicas no fim do livro sobre como superar micos traumáticos e até um espaço para você contar todos eles. Mico é não ler!
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Micos de Micaela - Angélica Lopes
Angélica Lopes
face.pngrocco.jpeg"Vergonha é roubar e não
poder carregar."
(Resposta que meu pai César costumava
dar toda vez que eu suplicava para ele não parar
nosso Fusca Azul Pavão na frente da escola.)
"O que é bonito
é para se mostrar!"
(Argumento da minha amiga Adriana Marins após
perder a parte de cima do biquíni na praia, bem na hora
em que o professor de Química passava pela gente.)
"Quem se garante
não paga mico."
(Teoria de supervalorização da
autoestima criada por meu irmão
Gustavo durante a adolescência.)
Este livro é dedicado a esses três sábios
e a tantos outros mais, que nos últimos 35 anos
vêm me ajudando a desmistificar a importância
da opinião dos outros sobre mim.
D aqui a um milhão de anos, quando algum pesquisador encontrar o fóssil deste livro (este mesmo, seu exemplar, que você terá guardado com o maior carinho!), a ciência se verá diante do seguinte enigma:
O que, afinal de contas, o mico tem a ver com a história?
06.jpgDepois da decodificação do nosso alfabeto e do cruzamento de uma série de informações, o estudioso acabará concluindo que:
Num país chamado Brasil, ao que tudo indica, qualquer situação embaraçosa vivida por um homo sapiens sapiens era imediatamente comparada a uma outra espécie de primata, a Callithrix jacchus, popularmente conhecida como mico.
O costume caiu em desuso após inúmeras campanhas de ativistas ambientais que consideravam uma grande injustiça ligar o pobre do bichinho à trapalhice de certos seres humanos.
cap1.pngESTILO: VIDEOCASSETADA
Descrição:
Tropeço, queda, estabaco; acontece de forma
inesperada e na frente de todo mundo; costuma
deixar sequelas como manchas roxas, ossos
quebrados, corpo dolorido e moral baixa.
Agravantes:
O acidente ser filmado e depois enviado
para um programa de TV; tudo acontecer bem na
cara daquele alguém especial.
Micaela
CLASSE : Mamífero
ORDEM : Primata
ESPÉCIE : Homo sapiens sapiens
Quem costuma dizer que um bebê é uma página em branco, se esquece de um pequeno detalhe: os nenéns já chegam ao mundo com vários campos de formulário preenchidos: nome completo, filiação, quarto decorado, endereço para correspondência, ultrassonografias na cortiça, ratinhos felpudos, estoque de fraldas descartáveis e um monte de gente se acotovelando para ser fotografada ao lado dele.
Página em branco mesmo, azeda e pálida, meio amassadinha e quase transparente de tão vazia, sou eu, neste exato momento da minha triste existência, minutos antes do meu pai pisar no freio do carro e avisar:
— Aí está sua nova escola, Mica. Boa sorte!
Hora da cortina se abrir e da senhorita Página em Branco entrar em cena, iniciando sua nova vida. Recém-nascida numa cidade de nome estranho, que ela finge esquecer a toda hora, num misto de negação da realidade e protesto.
— Anda, filha — insiste o pai carinhoso, tentando agir com a naturalidade de um dia letivo comum. — Senão você se atrasa.
Subo o pininho da porta e o máximo que consigo fazer é deixar escapar um suspiro de derrota. Até o mais básico dos direitos do ser humano — o de se esconder debaixo da cama — me está momentaneamente vetado.
A essa altura, minha doce e saudosa cama já foi desmembrada sem piedade, reduzida a um magro estrado de madeira e a um colchão enrolado com barbantes que agora sacolejam dentro de um caminhão rumo à tal rua dos Bugios. Ou seria dos Gibões?
Rumo a uma rua Qualquer Coisa de um lugar Qualquer Nota, longe de Qualquer Civilização e que tem como mais fascinante atração uma tal árvore centenária.
Ao bebezinho que nasce também sempre resta um último recurso, o de, em caso de emergência, chorar requisitando a presença de quem lhe deu à luz. Este artifício não está disponível para mim, uma vez que a minha progenitora está bem aqui, no banco do carona, analisando os estudantes que passam pela janela do nosso carro, com um sorriso mudo nos lábios.
Aposto como já aprovou pelo menos meia dúzia como meus possíveis amigos e esteja até se imaginando servindo cachorros-quentes para a galera, durante uma sessão de vídeo num futuro próximo.
Abro a porta e ponho o pé para fora do carro.
Ninguém aplaude nem chora de emoção.
Começar do zero, aos 15 anos, é um drama pessoal demais para ser compreendido por quem está de fora.
P rimeiro, William Bonner anunciou:
Os números do IBGE mostram que a crise econômica vai aumentar ainda mais no próximo semestre.
A princípio, nada pareceu mudar. Pelo menos, não de imediato. Lembro que o apresentador do telejornal deu uma engasgada de leve, pigarreou pedindo desculpas e depois repetiu a notícia como que para não deixar dúvidas. A campainha tocou me distraindo e fui incapaz de compreender aquele primeiro sinal.
Dias depois, novo indício: na despensa da área de serviço, bati o olho numa embalagem de sabão em pó de uma marca diferente da que minha mãe costumava comprar. Fato estranhíssimo, uma vez que dona Nelma é uma consumidora das mais fiéis.
Aquela caixa rosa néon do desconhecido produto Brancura Pura
fez a voz de William Bonner voltar à minha cabeça, numa associação de ideias meio maluca. Os números do IBGE mostram que a crise...
E foi aí que me dei conta: não é que já fazia algum tempo que eu não via nenhum iogurte por ali?!
Ao percorrer as prateleiras brancas da geladeira em busca de um último exemplar, mesmo que fora da validade, ou de qualquer outro item supérfluo que me trouxesse de volta a sensação de normalidade, não achei nada mais do que um mamão murcho e metade de um salaminho.
Tão desolada quanto o continente ártico, nossa geladeira abrigava apenas os víveres mais necessários à sobrevivência da família — e olhe lá!
Um fragmento de conversa, ouvido por acaso, alguns dias depois, me esclareceu o mistério:
