Sobre este e-book
Você já pensou em ser modelo? Todas já pensaram. E se não pensaram, vão fazê-lo nos próximos cinco minutos. Não tem escapatória. A partir de 12 anos, então, é infalível, qualquer garota quer ser Gisele Bündchen e brilhar nas passarelas, capas de revistas, campanhas de grifes famosas. O sonho de virar uma top model rica, famosa, badalada nos quatro cantos do planeta mexe diariamente com a imaginação de milhares de meninas no mundo inteiro. Se não der nem para encostar em Gisele, elas certamente encontrarão outros exemplos de brasileiras bem-sucedidas. E as novas Letícias, Isabellis, Geannes, Carolines, Danielas estarão sempre surgindo. Umas mais famosas. Outras, menos. Mas todas determinadas a cumprir um destino de celebridade.
Destino bem distante, mas bem distante mesmo do que Boaventura da Serra – ou qualquer outra cidade perdida no mapa do Brasil – poderia prometer para Karine, Michelle, Iris, Alan e Janaína, personagens de Vida de modelo, a nova e deliciosa história de Angélica Lopes.
Protagonizando uma rotina totalmente desprovida de glamour, onde vale tudo (mastigar de boca vazia e derramar shake dietético na pia, por exemplo) para ver os ponteiros da balança quase zerando, vencer a timidez, a inveja, os truques baixos e – sobretudo – para ter coragem de trocar um Xis-tudo com milk shake triplo de chocolate por alface e água, em doses moderadas, bem entendido, as meninas vão vivendo seus sonhos e trilhando seus próprios caminhos.
Por baixo de uma futilidade "aparente" a delícia indescritível de ver um sonho se realizar sobrevive. Sobreviverá sempre. Vida de modelo faz parte da coleção Rosa-choque, uma reunião de histórias que falam de amor, moda, comportamento, colégio, tristezas e amizade sempre em deliciosas comédias, exclusivas para as meninas.
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Vida de Modelo - Angélica Lopes
parte 1
a caça-
talentos
1
Se naquela tarde Karine não tivesse faltado à aula de inglês, por estar completamente sem vontade de encontrar CERTAS PESSOAS, talvez nada daquilo tivesse acontecido.
Ou se tivesse resolvido ir direto para casa, em vez de dar uma passadinha no posto de gasolina para comprar um pacote de biscoito,
... ou se, já na beira da estrada, não tivesse se abaixado para amarrar o tênis,
... ou ainda: se não tivesse feito aquele movimento de cabeça, tão absolutamente seu, balançando os cachos rebeldes, no exato momento em que Íris de Toledo, diretora da New Face Models, encostava o carro para consultar o mapa, talvez a história fosse outra.
Mas o fato é que as coisas aconteceram exatamente assim e, quando a menina voltou a se levantar, seu caminho já havia mudado.
A dois passos de distância, a poderosa empresária do mundo da moda exibia um estranho brilho no olhar:
– Ei, menina! Já pensou em ser modelo?
Karine não sabia, mas em breve deixaria de ser simplesmente ela mesma para se transformar na internacionalmente conhecida Karine Amorim.
Tudo por causa de um cadarço desamarrado. E de uma vontade louca de comer biscoito de chocolate.
2
Em casa, discou o número só para ter certeza.
– New Face, boa-tarde. Em que posso ajudar? – atendeu a telefonista do outro lado da linha, com sotaque paulista e entonação profissional.
– A Dona Íris, por favor... – arriscou Karine, coração acelerado.
– A Íris está de folga. Quem deseja?
– Ninguém. Quer dizer. Deixa pra lá. Eu ligo outro dia – metralhou e, ainda meio atrapalhada, quis se certificar: – Escuta. Aí é de onde mesmo?
A secretária estranhou a pergunta:
– Como assim? New Face Models, agência de modelos. Eu, hein! Cada uma que me aparece! – resmungou mal-humorada, antes de desligar.
Então era verdade! A moça da Cherokee não estava brincando.
– Não precisa me responder agora... – tinha dito algumas horas antes, lá no meio da estrada. – Toma meu cartão, conversa com seus pais e me dá uma ligada. Pode ser a cobrar, está bem, Karen?
– Karine.
– Pois é. Carine! Aqui de... Como é mesmo o nome dessa cidade? – quis confirmar, checando pela milionésima vez no mapa. Jamais poderia imaginar que o spa onde tiraria uns dias para relaxar fosse tão longe da civilização.
– Boaventura da Serra – adiantou-se a menina. – Quase na divisa com Monsenhor do Oeste.
– Ah, aqui está! Monsenhor do Oeste! Não é que eu me encontrei? Mas como eu ia dizendo... – arrematou voltando para o carro. – Já pensou? Diretamente daqui desse pontinho minúsculo e quase invisível no mapa para as capas de revista? O que você me diz, hein, Carina?
– Karine – corrigiu novamente e, por hábito, emendou: – Com K.
– Pois é. Foi como eu disse. Pense com carinho, Karine com K – recomendou a mulher em tom alegre, antes de sumir atrás da janela de vidro fumê.
A menina esperou o carro sumir no horizonte para entrar na loja de conveniência. Ao lado da caixa registradora, edições meio empoeiradas de revistas femininas descansavam esquecidas sobre o balcão.
pes.tifEscolheu essa última, que trazia uma morena de olhos esmeralda na capa e pensou:
Como alguém em sã consciência pode me achar bonita o suficiente?
Desde a infância, atendia pelo nada encorajador apelido de Mamãe Gansa, por conta do pescoço comprido e dos braços tão longos e tão brancos que mais pareciam um par de asas.
– Vou levar o biscoito – avisou para o atendente, que àquela hora estava em estado de hibernação pós-almoço e respondia a tudo com um preguiçoso abano de cabeça. – E essa revista também.
Encarou novamente os olhos cor de esmeralda da fotografia e sorriu. A possibilidade parecia absurda, mas talvez fosse a solução que ela tanto buscava: um jeito milagroso de escapar dali!
3
– Vamos ver se eu entendi – começou a recapitular Regina, no tom irônico que costumava usar quando queria provar seu ponto de vista e recusar veementemente algum pedido da filha. – Uma menina de 15 anos, atenção, vamos repetir, QUINZE ANOS, é abordada por uma mulher desconhecida no meio de uma estrada deserta. Essa mulher lhe faz uma proposta de emprego fácil e vida de sucesso em São Paulo. E a menina, além de acreditar, ainda acha que sua mãe vai autorizar! Você não lê jornal não, Karine? Eu, hein! Isso é golpe. Aliciamento de menores. Me admira você, que se diz tão esperta...
– Ai, mãe! Não sou idiota. Ela me deu o cartão, olha aqui!
Regina analisou com desconfiança e decretou:
– Esses vigaristas são capazes de tudo.
– Eu liguei pra lá – explicou Karine. – É uma agência mesmo.
Regina sabia que aquela discussão era totalmente inútil. Mesmo se permitisse, não haveria como pagar a viagem. Desde que o marido perdera o emprego na fábrica de calçados, a família vinha fazendo malabarismos para se manter. O salário que recebia como enfermeira no hospital público era agora a única fonte de renda da casa, casualmente incrementada pelos eventuais bicos que o marido fazia consertando eletrodomésticos na vizinhança.
– Parece que essa coisa de modelo paga bem – argumentou Karine, como se tivesse lido os pensamentos da mãe. – Pode ser uma solução para o MEU problema. E para a situação econômica aqui de casa também.
Entenda-se por meu problema
a tremenda rasteira que Karine havia levado recentemente quando descobriu que sua melhor amiga e seu namorado estavam ficando, bem debaixo do seu lindo narizinho e pelas suas costas, claro!
– Você sabe que eu sempre prezei nossa amizade, Ká! Mas não consegui resistir. Foi mais forte do que eu! – ainda tentou se justificar a cara de pau da Sílvia, aos prantos, no dia da descoberta, quando Karine pegou os dois aos beijos, na despensa da sua cozinha.
– Não contamos antes para não te magoar. Estávamos esperando o momento certo – tentou melhorar as coisas Marcelo, que se manteve de cabeça baixa durante toda a discussão, provando ser mesmo um covarde da mais baixa categoria.
A cena tinha acontecido há duas semanas e até aquele momento Karine não sabia como conseguira sobreviver a tanta decepção.
Como se não bastasse ter perdido as duas pessoas mais importantes da sua vida, ainda era obrigada a fugir delas!!
Sim, porque depois do flagrante, a dupla de pombinhos resolveu se assumir. Uma vez descobertos, passaram a não demonstrar mais nenhum constrangimento em exibir sua paixão em praça pública e ainda tinham a incrível capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo!
Onde quer que fosse, lá estavam os dois, agarrados, grudados, quase misturados de tão enroscados. Sílvia completamente torta, pendurada no pescoço dele, como se quisesse provar para Deus e o mundo que não iria deixá-lo escapar jamais.
Já Marcelo, que nunca fora muito carinhoso quando era seu namorado, agora parecia um ursinho de pelúcia no colo de Sílvia.
Mesmo tentando manter-se afastada do casal, Karine já havia testemunhado de beijinhos no nariz a soprinhos na nuca. O auge daquela tortura aconteceu no dia anterior, quando, na volta da escola, Karine avistou ao longe uma imagem tenebrosa: Marcelo fazendo cosquinhas na ex-amiga, que fugia desesperada, correndo pela rua, gritando:
– Ai, para, Má!
