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A urgência da Nova evangelização: vivendo em tempos desafiantes
A urgência da Nova evangelização: vivendo em tempos desafiantes
A urgência da Nova evangelização: vivendo em tempos desafiantes
E-book169 páginas2 horas

A urgência da Nova evangelização: vivendo em tempos desafiantes

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Sobre este e-book

São Paulo VI, São João Paulo II e o Papa Emérito Bento
XVI, durante seus pontificados, insistentemente clamaram
por uma nova evangelização na Igreja, e o Papa Francisco tem
dado continuidade a esse apelo em suas homilias e exortações.
Neste livro, Ralph Martin une sua voz à deles para ajudar-nos
a compreender o que é a nova evangelização e por que ela é tão
urgente.
Partindo de documentos da Igreja e dos Papas, dos Evangelhos
e das Cartas Apostólicas, o autor leva-nos a refletir sobre
nossa responsabilidade no anúncio da Palavra, não apenas
para aqueles que ainda não conhecem a salvação de Cristo, mas
também para aqueles que, embora batizados, não vivem um
relacionamento ativo de discipulado com Jesus.
A nova evangelização, para ser efetiva, precisa estar repleta
de paixão e entusiasmo e aberta ao Espírito Santo, que
nos mostrará como nos comunicar com as pessoas hoje. Somente
dessa forma poderemos cumprir a importante missão
de levar o Evangelho àqueles que são originários de ambientes
cristãos, mas que, por conta da secularização, perderam o sentido
da fé e não se reconhecem mais como membros da Igreja.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de set. de 2020
ISBN9786586698077
A urgência da Nova evangelização: vivendo em tempos desafiantes

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    Pré-visualização do livro

    A urgência da Nova evangelização - Ralph Martin

    Gerência geral: Rafael Cobianchi

    Capa: Renata Santiago

    Revisão: i9 Design

    Diagramação: Diego Rodrigues

    Tradutor: Vinicius Adamo

    Imagem capa: Istock / picture, Tanya St

    Produção do e-book: Schaffer Editorial

    Editora Canção Nova

    Rua João Paulo II, s/n – Alto da Bela Vista

    12 630-000 Cachoeira Paulista – SP

    Tel.: [55] (12) 3186-2600

    E-mail: editora@cancaonova.com

    loja.cancaonova.com

    Twitter: @editoracn

    Todos os direitos reservados.

    ISBN: 978-65-8669-803-9

    © editora canção nova, Cachoeira Paulista, SP, Brasil, 2020

    O que é a nova evangelização?

    Por que se incomodar?

    Nosso papel na nova evangelização

    Um novo Pentecostes para uma nova evangelização

    Qual é a mensagem?

    Qual resposta à misericórdia é necessária para a salvação?

    Orientações bíblicas para a nova evangelização

    O que é a nova evangelização?

    Fundamentada no Concílio Vaticano II

    São João Paulo II falou várias vezes durante o seu pontificado sobre a necessidade de uma nova evangelização. Com a sua morte, muitos se questionaram como se realizaria essa sua inspiração. Logo se tornou evidente que o Papa Bento XVI não apenas daria continuidade ao chamado para uma nova evangelização, mas também a tornaria o foco da Igreja em sua totalidade. Bento XVI institucionalizou a ênfase maior que São João Paulo II havia colocado na necessidade de uma nova evangelização, estabelecendo um Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização e designando a Nova Evangelização como o tema do Sínodo Mundial dos Bispos de outubro de 2012. Logo após sua eleição, o Papa Francisco, em sua primeira fala, mencionou a responsabilidade de evangelizar Roma. Em várias exortações, também deixou claro que somos chamados individualmente e como comunidades paroquiais a sair de nós mesmos e buscar os outros, aqueles que não frequentam e não estão próximos da Igreja. Portanto, as raízes da contínua ênfase dos Papas numa nova evangelização estão localizadas na lógica e nos documentos do Concílio Vaticano II, cujo quinquagésimo aniversário comemoramos recentemente. O Concílio foi convocado a partir de um sentimento de que se fazia necessária uma autêntica renovação da vida da Igreja, a fim de permitir uma comunicação mais efetiva da mensagem salvadora de Cristo ao mundo moderno.

    Como pontuou o Cardeal Avery Dulles, houve uma significativa mudança de ênfase do Concílio Vaticano I para o Concílio Vaticano II. Uma simples contagem de palavras indica uma profunda mudança de foco. O Concílio Vaticano I, que ocorreu de 1869 a 1870, menciona o termo Evangelho (evangelium) apenas uma vez, e não menciona nenhuma vez os termos evangelizar e evangelização. Menos de um século depois, o Concílio Vaticano II menciona Evangelho 157 vezes, o verbo evangelizar 18 vezes e o substantivo evangelização 31 vezes. Quando fala de evangelização, o Vaticano II geralmente se refere à proclamação da mensagem cristã básica da salvação através de Jesus Cristo.¹

    Confusão inicial

    Entretanto, na primeira década depois do Vaticano II, o foco principal parecia estar dirigido a questões como o compartilhamento do poder dentro da Igreja, o estabelecimento de corpos consultivos, como conselhos paroquiais e diocesanos, a implemenztação da liturgia nas línguas vernáculas, a orientação em direção à unidade dos cristão, o diálogo com as religiões não cristãs e o diálogo com o mundo moderno. Ao mesmo tempo, havia diversos desafios teológicos relacionados aos ensinamentos da Igreja em áreas como a moralidade sexual, o sacerdócio e até mesmo à unidade da identidade de Cristo, o que acabou disseminando confusão a respeito do que a Igreja verdadeiramente ainda acreditava e ensinava. Alguns teólogos famosos deram palestras ao redor do mundo todo falando sobre o Vaticano II como apenas o começo e insistindo em mudanças mais e mais radicais, o que levou ao descaso dos belos e absolutamente relevantes documentos do próprio Concílio.

    Foi somente em 1975, com a publicação da Evangelii Nuntiandi sobre a evangelização do mundo moderno, daqui em diante abreviada como EN, que alguns dos temas mais fundamentais do Vaticano II vieram à tona. Tanto Paulo VI quanto João Paulo II com frequência resumiram a finalidade mais profunda do Concílio como uma renovação em nome da evangelização. Como afirma Paulo VI, os objetivos do Concílio se resumem, em última análise, num só intento: tornar a Igreja do século XX mais apta ainda para anunciar o Evangelho à humanidade do mesmo século XX (EN, 2). Os Papas identificaram a renovação em santidade como a renovação primeira que o Concílio conclama, e os frutos primários dessa santidade como a nova evangelização. São João Paulo II afirmou em sua encíclica de 1990 sobre a evangelização, Redemptoris Missio (Missão do Redentor, a seguir abreviada por RM):

    O chamamento à missão deriva por sua natureza da vocação à santidade. Todo missionário só o é autenticamente se se empenhar no caminho da santidade: a santidade deve-se considerar um pressuposto fundamental e uma condição totalmente insubstituível para se realizar a missão de salvação da Igreja (Const. dogm. sobre a Igreja Lumen Gentium, 13) (RM, 90).

    O que é a Nova Evangelização?

    A partir de 1983, o Papa João Paulo II começou a clamar frequentemente por uma nova evangelização. Ele esclareceu que não era um chamado a um novo Evangelho, mas um novo esforço, caracterizado por um novo ardor em seu método e sua expressão² e direcionado de uma maneira nova não apenas àqueles que nunca ouviram o Evangelho, os territórios missionários tradicionais, mas também às nações cristãs ocidentais que foram descristianizadas e tornaram-se mornas.

    A nova evangelização não consiste em um novo Evangelho […] Tampouco implica em remover do Evangelho o que quer que a mentalidade moderna ache difícil de aceitar […] A nova evangelização tem como ponto de partida a certeza de que em Cristo existem riquezas inexauríveis (Ef 3,8), as quais nem a cultura nem o tempo podem exaurir […] Essas riquezas são, acima de tudo, o próprio Cristo, sua pessoa, porque ele próprio é a nossa salvação.³

    Ele distinguiu a evangelização primária, que é aquela dirigida aos que nunca antes ouviram o Evangelho, o cuidado pastoral, que é dirigido aos que já acreditam, mas que precisam talvez de uma conversão mais profunda, e a nova evangelização ou reevangelização, dirigida para os que são originários de culturas ou ambientes tradicionalmente cristãos, onde grupos inteiros de batizados perderam o sentido da fé e não mais se consideram membros da Igreja, vivendo uma vida totalmente desconectada com Cristo e seu Evangelho (RM, 33). Colocando de modo mais simples, a novidade da nova evangelização é a quem ela se dirige, isto é, os batizados que não estão vivendo um relacionamento ativo de discipulado com Jesus. Ela é nova também na paixão e no entusiasmo, o que São João Paulo II salientou como essencial para o seu sucesso, juntamente com a abertura ao Espírito Santo, que nos mostra novos métodos e expressões de fé com os quais podemos nos comunicar com as pessoas hoje.

    A urgência da Nova Evangelização

    Quando João Paulo II publicou a sua declaração sobre a visão e a missão para a Igreja Católica às vésperas do novo milênio, Novo Millennio Ineunte (No início do novo milênio, doravante abreviada como NMI), ele citou o colapso da sociedade cristã como a razão primeira da necessidade de uma nova evangelização e salientou o papel do Espírito Santo para que essa nova evangelização se tornasse efetiva:

    Alimentar-nos da Palavra para sermos servos da Palavra no trabalho da evangelização: tal é, sem dúvida, uma prioridade da Igreja ao início do novo milênio. Deixou de existir, mesmo nos países de antiga evangelização, a situação de sociedade cristã que, não obstante as muitas fraquezas que sempre caracterizam tudo o que é humano, tinha explicitamente como ponto de referência os valores evangélicos. Hoje tem-se de enfrentar com coragem uma situação que se vai tornando cada vez mais variada e difícil, com a progressiva mistura de povos e culturas que caracteriza o novo contexto da globalização. Ao longo destes anos, muitas vezes repeti o apelo à nova evangelização; e faço-o agora uma vez mais para inculcar sobretudo que é preciso reacender em nós o zelo das origens, deixando-nos invadir pelo ardor da pregação apostólica que se seguiu ao Pentecostes. Devemos reviver em nós o sentimento ardente de Paulo que o levava a exclamar: Ai de mim se não evangelizar! (1Cor 9,16).

    Esta paixão não deixará de suscitar na Igreja uma nova missionariedade, que não poderá ser delegada a um grupo de especialistas, mas deverá corresponsabilizar todos os membros do povo de Deus. Quem verdadeiramente encontrou Cristo não pode guardá-lo para si; tem de O anunciar. É preciso um novo ímpeto apostólico, vivido como compromisso diário das comunidades e grupos cristãos (NMI, 40).

    O colapso da sociedade cristã está sendo vivido na Igreja Católica como um despertador para a necessidade de um renovado fervor, tanto por santidade como por evangelização, enraizado na realidade continuada do Pentecostes.

    Países inteiros e nações, onde a religião e a vida cristã foram em tempos tão prósperas […] encontram-se hoje sujeitos a dura prova […]. Sem dúvida, a ordem de Jesus: Ide e pregai o Evangelho conserva sempre a sua validade e está cheia de uma urgência que não passa. Todavia, a situação atual, não só do mundo, mas também de tantas partes da Igreja, exige absolutamente que à palavra de Cristo se preste uma obediência mais pronta e generosa. Todo discípulo é chamado em primeira pessoa; nenhum discípulo pode eximir-se a dar a sua própria resposta: Ai de mim se não evangelizar (1Cor 9,16). (Christifideles Laici, Vocação e missão dos leigos, doravante abreviada como CL, 33-34)

    É preocupante ver o declínio radical na prática da fé em áreas tradicionalmente fortes do catolicismo da América do Norte, isso sem mencionar o que tem acontecido na Europa e na Oceania. As estatísticas de apenas uma diocese do Meio-Oeste americano é um exemplo do que está acontecendo em dúzias e dúzias de dioceses na Nova Inglaterra, nos Estados do Atlântico Central, no Meio-Oeste e no Meio-Nordeste e em muitas outras dioceses dos Estados Unidos e do Canadá.

    As estatísticas reportadas abaixo mostram essa queda em uma grande diocese do Meio-Oeste, mas os números que tenho visto em outras dioceses são bem semelhantes e típicos dos territórios católicos americanos.

    Últimos dez anos

    O colapso da cultura cristã, por mais fraco e ambíguo que tenha sido, de certa forma afetou profundamente as crenças e ações dos católicos batizados. Seja pelo declínio no comparecimento à missa ou pela queda radical nas vocações, seja pelo amplo rompimento de casamentos católicos, pela crescente frequência de coabitação entre católicos antes ou fora do casamento ou pela diminuição do tamanho das famílias, as estatísticas são amplamente conhecidas e terrivelmente chocantes.

    Entre outras coisas, essas estatísticas indicam que está acontecendo algo como um colapso institucional, evidenciado pelo grande número de escolas fechadas, pelas paróquias sendo juntadas a outras e diminuindo de tamanho e pelas atribuições múltiplas que jovens padres estão sendo chamados a administrar. Além desse colapso institucional, existe a evidência de um amplo repúdio aos ensinamentos de Cristo e da sua Igreja por um vasto número de católicos.

    Até mesmo aqueles que participam da missa regularmente muitas vezes são favoráveis a algumas crenças que são mais compatíveis com o pensamento pagão do que com os ensinamentos de Cristo. Apesar de muitos sinais positivos, a tendência

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