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Revolução 4.0 a educação superior na era dos robôs
Revolução 4.0 a educação superior na era dos robôs
Revolução 4.0 a educação superior na era dos robôs
E-book239 páginas2 horas

Revolução 4.0 a educação superior na era dos robôs

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Sobre este e-book

Com algumas das maiores celebridades em design institucional, metodologias e educação para o futuro no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos, este livro contém artigos sobre experiências transformadoras no ensino superior. Incluindo as tecnologias cuja fusão traz o virtual para o mundo real – característica da Quarta Revolução Industrial –, ele interessa a todos, de pais e alunos a empreendedores, professores e gestores institucionais, pois aborda a urgente adequação a um mercado com profissões que ainda vão surgir.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de out. de 2020
ISBN9786557480052
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    Pré-visualização do livro

    Revolução 4.0 a educação superior na era dos robôs - Editora de Cultura

    TÍTULOS DA SÉRIE SEMESP/EDITORA DE CULTURA

    Klaus Kleber & Leonardo Trevisan (Orgs.)

    PRODUZINDO CAPITAL HUMANO

    O papel do ensino superior privado como agente econômico e social

    José Roberto Covac

    PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS

    Contrato – Legislação – Jurisprudência

    Fábio Reis (Org.)

    FORMAÇÃO E EMPREGABILIDADE

    Os desafios da próxima década na educação superior

    LIDERANÇA E EDUCAÇÃO

    Formação de líderes na dinâmica do ensino superior

    EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR

    COMPETITIVIDADE E MUDANÇAS NO DNA INSTITUCIONAL

    Construindo a educação superior do futuro

    ORGANIZAÇÕES SUSTENTÁVEIS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

    (Re)pensando a gestão acadêmica para aumentar a competitividade

    ECONOMIA DA EDUCAÇÃO

    Geração de valor para a sociedade

    DESTRUIÇÃO CRIATIVA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

    Construindo modelos inovadores e sustentáveis para além da crise econômica

    INOVAR PARA TRANSFORMAR

    Como a inovação pode mudar o ensino superior

    Fábio Reis

    (organizador)

    Guilherme Pereira
    Hermes Figueiredo
    Joanna Bryson
    José Pastore
    Liz McMillen
    Maria Beatriz Balena Duarte
    Mauricio Garcia
    Pedro Doria
    Rodolfo Bertolini
    Rodrigo Capelato
    Sidnei Oliveira
    Stefanie Lindquist
    Tabata Amaral
    Thomas Philbeck

    2019 © Semesp

    2019 © EDITORA DE CULTURA

    Dados de Catalogação na Fonte (CIP)

    Aline Laura Nascimento Tavella CRB 8ª Região 8833


    R375r Reis, Fábio (organizador)

           Revolução 4.0: a educação superior na era dos robôs [livro eletrônico] / Fábio Reis (organizador). – São Paulo: Editora de Cultura, 2020.

    5730 kb; ePub.

           ISBN: 978-85-293-0212-6

           1. Ensino Superior no Brasil. 2. Educação. 3. Recursos Humanos. I. Título

    CDD 378.81


    Todos os direitos desta edição reservados

    EDITORA DE CULTURA

    Rua Pirajás, 1.117

    03190-170 – São Paulo – SP

    Fone: (11) 2894-5100

    atendimento@editoradecultura.com.br

    www.editoradecultura.com.br

    Partes deste livro poderão ser reproduzidas, desde que

    obtida prévia autorização escrita da Editora e nos limites

    da Lei no 9.610/98, de proteção aos direitos de autor.

    Primeira edição: Setembro de 2019

    Impressão: 5ª 4ª 3ª 2ª 1ª

    Ano: 23 22 21 20 19

    SUMÁRIO

    Capa

    Folha de Rosto

    Apresentação: Quarta Revolução Industrial: Desafios para o ensino superior

    Hermes Figueiredo

    1: Como será o futuro do trabalho?

    José Pastore

    2: A educação em nova era

    Thomas Philbeck

    3: O ecossistema de aprendizagem e a nova IES

    Rodolfo Bertolini

    4: O ensino superior no século 21

    Stefanie Lindquist

    5: O futuro do trabalho e o ensino superior

    Liz McMillen

    6: O desafio das profissões do futuro

    Rodrigo Capelato

    7: Ferramentas que transformam a educação superior

    Guilherme Pereira

    8: A inteligência artificial e o futuro da sociedade e do ensino superior

    Joanna Bryson

    9: Inteligência artificial aliada à inovação do ensino superior

    Maurício Garcia

    10: As mudanças da Revolução Digital

    Pedro Doria

    11: A comunicação digital e a geração millenials

    Sidnei Oliveira

    12: Inovação acadêmica: o contraponto do ponto

    Maria Beatriz Balena Duarte

    13: O futuro da educação tem que começar agora

    Tabata Amaral

    14: Desafios para as IES no contexto da Revolução 4.0

    Fábio Reis

    Sobre o Organizador

    Sobre os Autores

    APRESENTAÇÃO

    Quarta Revolução Industrial:

    Desafios para o ensino superior

    Hermes Figueiredo

    Presidente do Semesp

    No relatório The Future of Degree: How colleges can survive the new credential economy(1), publicado em agosto de 2017 pelo portal de notícias The Chronicle of Higher Education, a questão colocada era que a economia global, os empregadores e a própria sociedade exigem conhecimentos, competências e atitudes que não estão presentes na dinâmica das instituições de ensino superior. O documento estima que, em consequência da Quarta Revolução Industrial(2), o modelo convencional de formação acadêmica dos estudantes ficará cada vez mais distante das expectativas dos empregadores.

    Decorridos dois anos da publicação do estudo, ninguém contesta essa visão. Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial(3) e fundador do Fórum Econômico Mundial, diz que o emprego crescerá em ocupações e cargos criativos e cognitivos e diminuirá em trabalhos repetitivos e rotineiros. E, como não é comum o ensino superior valorizar a criatividade e a capacidade de resolver problemas, esse cenário poderá tornar nossas instituições acadêmicas obsoletas nos próximos anos.

    Não podemos esquecer que um estudo do Fórum Econômico Mundial(4) projeta que, até 2022, deverão ser eliminados cerca de 75 milhões de empregos em todo o mundo por força das mudanças tecnológicas que estão acontecendo. Embora o levantamento mostre que tais mudanças resultarão, ao mesmo tempo, na criação de 133 milhões de novos empregos, esse quadro vai exigir a melhoria da qualidade e da produtividade do trabalho, o que representa um desafio para a educação como um todo e particularmente para o ensino superior.

    Sem dúvida, o mundo do trabalho enfrenta uma verdadeira conflagração diante das transformações da nova era tecnológica. De um lado, a Indústria 4.0 nos proporciona acesso a produtos inteligentes, fomenta a inovação colaborativa, exige a reorganização de modelos operacionais das instituições burocráticas e pouco criativas e demonstra que haverá uma fusão dos mundos digital, físico e biológico de forma a criar grandes promessas e possíveis perigos. De outro, como indica o relatório do The Chronicle, o diploma do ensino superior como o conhecemos hoje poderá perder sua relevância nos processos de seleção e contratação, pois os empregadores querem admitir pessoas capazes de resolver problemas e de trabalhar com desafios e com a diversidade.

    Klaus Schwab argumenta, inclusive, que em futuro próximo as pessoas irão prestar serviços e realizar projetos para diferentes empresas e empregadores. Crescer na carreira exigirá maior flexibilidade dos indivíduos e uma reorganização da estrutura acadêmica das instituições de ensino. Os jovens tenderão a priorizar o investimento em uma série de cursos de curta duração que constituam um portfólio de habilidades e competências requeridas por um mundo que será impactado pelas mudanças da Quarta Revolução Industrial.

    Inteligência artificial e robótica, uso contínuo de algoritmos, plataformas integradas de conhecimento e oferta de produtos e serviços por meios digitais são alicerces das mudanças em andamento, tornando imperativo equacionar os desafios da educação superior para manter a competitividade e a sustentabilidade das instituições acadêmicas, com a adoção de modelos inovadores e mais eficazes para a formação e a capacitação dos futuros profissionais.

    Pensando no Brasil, é certo que quase todos os setores produtivos do país revelam baixo índice de investimento em inovação, o que os afasta da chamada fronteira tecnológica da Quarta Revolução Industrial. É evidente que nos falta uma cultura de estímulo à inovação e ao desenvolvimento das habilidades analíticas, indispensável para que as informações geradas pelas máquinas possam acelerar o processo de tomada de decisão e beneficiar o país como um todo. Precisamos incorporar esses valores com urgência, pois, do contrário, não teremos a menor chance de nos aproximar dos países que já saíram na frente nesse processo de transformação tecnológica.

    O Semesp tem consciência de tudo isso e sabe que é fundamental preparar as instituições acadêmicas brasileiras para essa nova ordem do trabalho e para as novas habilidades e qualificações profissionais que serão requeridas. Temos feito isso com a ajuda de um notável grupo de especialistas nacionais e internacionais, convidados a apresentar soluções, caminhos e possibilidades que nos permitam consolidar os avanços já conquistados e incentivar mantenedores e gestores do nosso segmento a incorporar em seus projetos acadêmicos a preparação dos alunos para as novas capacidades exigidas pelas transformações em andamento.

    Este livro é resultado dessa preocupação permanente. A escolha do tema, que foi amplamente debatido por ocasião do 20º Fnesp e resultou na edição desta obra, mostra nosso comprometimento em apontar tendências e provocar a reflexão sobre questões que sejam capazes de inserir as nossas instituições acadêmicas no século 21.

    Seus capítulos refletem o pensamento de renomados especialistas, a exemplo do professor José Pastore, PhD em Sociologia pela Universidade de Wisconsin, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e um dos maiores especialistas brasileiros nas áreas de relações de trabalho e educação, ou do Dr. Thomas Philbeck, diretor de Estudos de Ciência e Tecnologia do Fórum Econômico Mundial, organização que conduziu o importante estudo citado nesta apresentação, e de vários outros profundos conhecedores da nova realidade global presentes nestas páginas

    O Brasil não pode deixar de enfrentar esse desafio. Infelizmente, nosso país perpetua gerações sem acesso ao ensino superior, por conta de financiamento estudantil ineficiente, dificuldade de ingresso no ensino público e desmotivação dos jovens. E falta-nos, ainda, planejamento estratégico de longo prazo e capacidade para entender que questões como industrialização, criação de parques tecnológicos, geração de emprego e renda e implantação de programas educacionais para a população devem ser abordadas como políticas de Estado, não de governo, e que temas como a Quarta Revolução Industrial precisam ser tratados como uma oportunidade para reduzir desigualdades. É necessário também um grande esforço para que as instituições acadêmicas brasileiras possam assegurar a preparação profissional que corresponda às necessidades e características dessa nova realidade.

    Este livro pretende contribuir para a discussão dessas questões. Estou convencido de que os líderes do ensino superior privado brasileiro conseguem perceber o impacto da Quarta Revolução Industrial na organização e na dinâmica das suas instituições, bem como os princípios das mudanças que estão por vir. Por esse motivo, com sua publicação, uma vez mais o Semesp antecipa tendências, mostra caminhos e aponta possibilidades na intenção de ajudar as instituições de ensino superior privado a ampliar sua competitividade acadêmica e melhorar sua sustentabilidade. Até porque, para tanto, serão forçosas as mudanças institucionais com visão de futuro e a implantação de novos sistemas de ensino com uso de tecnologia. Os desafios são a inserção do país no século 21 e a garantia de empregabilidade das novas gerações de brasileiros em um mundo em transformação.

    Notas

    1- O documento em questão encontra-se à venda na loja The Chronicle em .

    2- Simplificando, entende-se por Quarta Revolução Industrial a convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas, isto é, tecnologias como robótica, inteligência artificial, big data (análise de grandes volumes de dados), nanotecnologia, impressão 3D etc., que serão conectados umas às outras por meio da internet. Mais detalhes no capítulo de Thomas Philbeck adiante neste livro.

    3- O livro A Quarta Revolução Industrial foi traduzido e publicado no Brasil em 2016. Nele, o autor, Klaus Schwab, defende que, apesar de perigos e ameaças decorrentes do uso indiscriminado das novas tecnologias, elas têm potencial para benefício de todos.

    4- O relatório mencionado é The Future of Jobs Report 2018, publicado em 17 de setembro de 2018 pelo Fórum Econômico Mundial, cujo texto (PDF em inglês) pode ser baixado no endereço <https://es.weforum.org/reports/the-future-of-jobs-report-2018>.

    1

    Como será o futuro do trabalho?

    José Pastore

    Doutor em Sociologia, Pesquisador

    Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)

    O cérebro humano pesa um quilo e meio, em média, e tem 86 bilhões de neurônios, que fazem 100 trilhões de conexões ativas, funcionando o tempo todo. Apesar dessa imensa capacidade, no novo mundo em que estamos vivendo, o cérebro dos melhores enxadristas não consegue competir com o de um robô. Atualmente, os campeões mundiais de xadrez perdem as partidas que disputam com computadores.

    Ninguém poderia imaginar algo assim quinze ou vinte anos atrás. Mas esse novo mundo é uma realidade. Não é mais ciência imaginada ou ficção científica. Estamos na era da inovação dos algoritmos, os quais operam no mundo real por meio de sequências de regras automáticas, que podem produzir resultados extremamente complexos.

    É também a era da biologia sintética, em que os alimentos podem ser produzidos sem recurso a plantas ou a animais. A era da realidade aumentada, com a qual podemos ver hoje exatamente o que se passou 500 ou 200 anos atrás, do descobrimento do Brasil às guerras napoleônicas.

    As novas tecnologias permitem que a grande maioria dos robôs aprenda diariamente enquanto trabalha. Eles podem diagnosticar doenças com muita facilidade – e com mais precisão do que os diagnósticos feitos pelo ser humano. Também são capazes de elaborar uma ação judicial e saber qual o argumento que tem mais chance de ser vitorioso num tribunal com muito mais precisão do que o processo montado pelo ser humano.

    Essas inovações estão abrindo caminhos, todos os dias, de uma forma que as pessoas nem esperavam que pudesse acontecer. Graças às novas tecnologias, tudo está mudando em velocidade espantosa e, na mesma velocidade, as tecnologias estão impactando o mundo do trabalho.

    O primeiro impacto da Revolução 4.0 no mundo do trabalho é a substituição de ações rotineiras, tanto manuais quanto não manuais. Mas as novas tecnologias começam a substituir também os trabalhos inteligentes. Atualmente, existem máquinas que fazem tradução simultânea de idiomas sem a intervenção de seres humanos. Essa atividade, apesar de muito sofisticada, já está sendo substituída pela inteligência artificial.

    Existem ainda muitas máquinas de inteligência artificial – AI na sigla em inglês(1) – que estão tomando decisões importantes no mercado financeiro. São robôs que usam as melhores combinações possíveis de algoritmos para comprar ou vender bens ou ações e maximizar a vontade de lucro do cliente.

    Tudo isso é possível porque as máquinas estão aprendendo todos os dias.

    Recentemente, um banco lançou um site no IPhone com inteligência artificial, cuja mensagem diz o seguinte: Por enquanto, nós não podemos dar todas as respostas. Mas continuem perguntando, porque, cada vez que vocês perguntam, esta máquina aprende e se capacita para dar mais respostas.

    Quadro 1

    Futuro das profissões - Mais ameaçadas

    Quadro 2

    Futuro das profissões - Menos ameaçadas

    Poderes da tecnologia

    As máquinas já falam, já traduzem, já interpretam e já corrigem os próprios erros. E a fertilidade delas tem sido muito alta. O número de robôs aumenta em proporção exponencial a cada hora, assim como várias outras inovações. Segundo uma estimativa, em 2030, com algo como 1 mil dólares, poderemos comprar a capacidade computacional completa de um cérebro humano. E mais: em 2050, com os mesmos 1 mil dólares, vamos poder comprar a capacidade computacional não de um, mas de todos os cérebros humanos da face da Terra!

    Será que os cérebros humanos ficarão obsoletos com a entrada de tanta tecnologia em velocidade tão espantosa? Considerando as peculiaridades dessas novas tecnologias, é possível notar que a primeira característica dessas inovações é que não são lineares. Ao contrário, elas têm trajetórias erráticas. Uma inovação entra em determinado setor e você acha que ela vai fazer o segmento se desenvolver linearmente. Mas, de repente, outro setor se apodera dessa inovação, que, ali, no nicho imprevisto, cria novos impactos. São inovações que têm desdobramentos totalmente inesperados, em todas as direções, e que ocasionam ondas de ruptura. Com frequência,

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