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Memórias de líderes da alta gestão: um legado para a humanidade - volume 1
Memórias de líderes da alta gestão: um legado para a humanidade - volume 1
Memórias de líderes da alta gestão: um legado para a humanidade - volume 1
E-book866 páginas8 horas

Memórias de líderes da alta gestão: um legado para a humanidade - volume 1

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Sobre este e-book

Memórias de líderes de alta gestão é um verdadeiro legado de renomados gestores para todos os profissionais do mundo corporativo

A narrativa diferenciada, coordenada por Cristiano Lagôas, em um jogo de perguntas e respostas, apresenta histórias inspiradoras sob a ótica de grandes nomes do mercado empresarial

A obra é um compilado de experiências, citações e histórias sobre grandes líderes, contadas por eles mesmos. A narrativa é como uma entrevista a cada capítulo, no estilo 'de frente' com os entrevistados. Cada qual de um ramo, com uma história diferente para acrescentar na carreira do leitor, permitindo que seja um livro sem um público estável, mas maleável a todo aquele que se interessar por crescer no mercado de trabalho.

O livro visa justamente esse aprendizado com uma forma teórica um pouco diversa, busca exemplificar cases de sucesso para que o leitor aprenda. Os pontos de vista diferentes, a volta às raízes e reflexões propostas servem para causar essa inspiração instantânea. Na leitura, o público contará com as experiências enriquecedoras de 72 especialistas renomados no Brasil e em Portugal.

Publicado pela Literare Books International, a obra tem como propósito perpetuar sabedoria, e por experiência é sabido que o resultado quando compartilhado é um aprendizado assertivo. Além de absorver novos conteúdos o leitor terá a oportunidade de refletir sobre algumas questões:

Como começou sua carreira profissional?

Qual sua visão de mundo atualmente? O que faz de você ser um empreendedor ou gestor? Quais suas inspirações, anseios…?

O que todos os líderes mais desejam é que o publico permita-se experimentar, viver, e com outras histórias crescer em suas carreiras.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de abr. de 2020
ISBN9786599029493
Memórias de líderes da alta gestão: um legado para a humanidade - volume 1

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    Pré-visualização do livro

    Memórias de líderes da alta gestão - Cristiano Lagôas

    contato@literarebooks.com.br

    Apresentação e agradecimento

    Guardar a memória, viver a história.

    (Alexandre Herculano)

    É com satisfação que apresentamos a série biográfica: Memórias de líderes da alta gestão – Um legado para a humanidade. Nela estão reunidas as histórias de 72 líderes da alta gestão, que revelam curiosidades do início da carreira, sonhos e desafios, que certamente irão inspirar a todos nós.

    Ao longo de mais de 12 anos ouvindo histórias de líderes da alta gestão, sempre considerei importante registrar a biografia dos líderes, para que, no futuro, a família e a sociedade pudessem resgatar o legado intelectual de cada autor.

    Gratidão a todos os autores por serem quem são. Esta obra é um reconhecimento por todo o esforço que tiveram para fazer deste mundo um lugar melhor.

    Compreendo exatamente os desafios, e aprendizados que norteiam os caminhos até a alta gestão. Caminho este que somente é superado com resiliência, humildade, empatia, engajamento, espírito de servir e persistência.

    Só tenho a agradecer, principalmente a Deus, que nos inspirou na idealização e coordenação desta obra literária.

    Não poderia também deixar de registrar o meu agradecimento à minha querida família, amigos, membros, conselheiros e colaboradores da Academia Europeia da Alta Gestão, que me inspiram com motivação, compaixão e alegria.

    Tenho certeza de que a publicação servirá como livro de cabeceira para os que estão no início da carreira, assim como para os líderes encontrarem soluções nas experiências compartilhadas. A obra é um verdadeiro compêndio de gestão, que apresenta cases do dia a dia da liderança, e tem como propósito contribuir para o registro biográfico da alta gestão, além de deixar um legado dos líderes para a humanidade.

    Gratidão e boa leitura!

    Cristiano Lagôas

    Presidente da Academia Europeia da Alta Gestão

    Biógrafo e Jornalista - MTB Nº 36.787

    Agda Lima

    Empresa:Talento RH Executive Search e Outplacement

    Função:CEO

    Como e onde você iniciou a sua trajetória profissional?

    Nasci no sertão da Bahia, em Paulo Afonso. Sou a filha mais velha e única mulher, de seis irmãos. Quando eu tinha 7 anos, meu pai colocou os seis filhos e mamãe em um carro e foi tentar a vida em São Paulo, à moda de um corajoso retirante. Escolhi a Psicologia como formação. No começo de minha carreira, escolhi atuar na área clínica, pois era a minha paixão. Morava em São Paulo. Após três anos de formada, ainda investindo no consultório com muita dificuldade, eu e minhas sócias precisávamos de uma saída para pagar as contas fixas. Elaboramos um guia de assistência psicológica em que cada psicólogo cadastrado nesse guia deveria ter idoneidade e estar cadastrado no CRP. Foi um sucesso, pagamos as contas e ainda conseguíamos viver da profissão.

    Perto do lançamento do guia, o projeto já pronto, fui surpreendida por uma separação brutal de um casamento de dez anos com dois filhos pequenos, um com três e outro de sete anos. Entrei em depressão profunda e com ela o projeto foi ao chão. As sócias não sabiam o que fazer. Meus pacientes foram redirecionados e não consegui me recuperar facilmente. Após um período muito difícil e sem recursos, meus filhos, Cauê e Gabriela, sentaram-se ao meu lado na cama e me disseram: mãe, precisamos de você, por favor, levante. Então, levantei. Levantei para sempre. Tomei um banho demorado e passei o restante do dia elaborando o quê e como eu faria. Olhando para a situação, era improvável conseguir emprego em outra área fora da psicologia clínica, que eu dominava, mas dada a situação, estava destroçada emocionalmente para dar continuidade. Não pude decidir outra coisa a não ser não retornar ao consultório. Fui procurar emprego em outras áreas e fui recusada diversas vezes, por não ter experiência e, evidentemente, pelo meu estado depressivo, por ter filhos pequenos, estar acima da idade para recomeçar. Depois de muitos nãos, procurei uma grande empresa no ramo de RH, buscando atuar na área, não passei no processo, mas decidi falar com o dono da empresa, que me fez aguardá-lo por 8 horas seguidas. Quando finalmente ele me atendeu e me perguntou o que me levava a querer aquela empresa, eu disse: Tenho dois filhos que precisam de mim e tenho uma habilidade bem desenvolvida, a de escutar profundamente necessidades. Era o que ele queria ouvir e estava procurando. Consegui o emprego e, após seis meses, me tornei gerente. Troquei esse emprego por uma empresa renomada, que tinha filiais pelo Brasil. Após alguns anos, já a pleno vapor, decidi que queria criar meus filhos em uma cidade menor que São Paulo, então mostrei ao dono da empresa as vantagens de abrir uma filial no Nordeste, através de um plano de negócios que desenvolvi e apresentei. Após 2 anos de sucesso nessa grande empresa, já na Bahia e com muitos resultados, criei coragem e abri a minha própria empresa no mesmo ramo, pois queria atuar com mais agilidade e diferenciais importantes para o segmento. Eu e meus filhos estávamos mais felizes, trabalhando até um pouco mais, mas os dois estavam mais seguros. Enfrentei preconceito por ser mulher e por ser separada em uma terra com cultura muito forte, mas ganhei qualidade de vida para mim e para meus filhos. Na época de faculdade, retornaram para São Paulo e ingressaram em universidades públicas (Unesp e USP).

    Muitos obstáculos foram enfrentados com garra e determinação. O mercado sempre sinalizou muita seriedade em meu trabalho. Meus filhos, minha equipe, clientes, amigos e família me fortaleceram em todas as dificuldades, e a vontade de fazer, cada vez com mais qualidade e excelência, aumentou.

    Abri a empresa em 2004 pensando em atender à demanda do mercado baiano pelo serviço de recrutamento e seleção de profissionais, outplacement, que é um serviço oferecido por grandes empresas para ex-colaboradores em transição de carreira. No início, eu não queria atender à área de Assessoria de Recolocação para Pessoas Físicas, mas a demanda veio com muita força e eu pensava em diferenciar esse serviço com a máxima qualidade que eu pudesse conseguir. Contratei uma equipe muito diferenciada e jovem, com energia e vontade de crescer. Hoje são consultores da área de RH muito bem colocados em meus próprios clientes. Viramos o celeiro de bons consultores no mercado e que são meus atuais clientes, fato que me orgulha muito.

    Acreditar que eu faria um bom trabalho foi um grande diferencial para que a empresa adquirisse força e permanência, desde o princípio.

    O pensamento estratégico, senso de projetos e a habilidade com gente foram metas cruciais para a escalada árdua. Sempre atenta à demanda de mercado existente, percebi que minha diferenciação derivou da minha formação em Psicologia, o que não é comum nesse segmento, que quase sempre é liderado por homens e administradores de empresas. Traços como garra, senso de urgência, empatia, visão inovadora, coragem e foco em gente, além da humildade para buscar ajuda no que eu não sabia e autoconhecimento, tornaram minha empresa rapidamente a marca mais forte e atrativa do mercado. Hoje a empresa tem, através de sua marca, projeção nacional, e muitos dos negócios fechados são oriundos de indicações de ex-clientes satisfeitos. Em 2014, ganhamos um prêmio de qualidade total nacional, o que nos deu muito orgulho, e em 2015 outro prêmio (Sebrae Mulher de Negócios). A percepção e o autoconhecimento desses traços comportamentais viraram uma forte bandeira e enriqueceram o negócio ainda mais. A gestão que desenvolvi teve e tem um caráter participativo em todas as áreas de atuação. Após 10 anos de empresa, fiz um convite formal para meu irmão, que morava em São Paulo, para integrar nosso time como associado. Henrique Ramos, administrador, já atuava comigo em projetos de recrutamento em São Paulo. Com a chegada dele, dividimos as unidades de negócio em duas grandes áreas: Recrutamento e Seleção e Carreiras, e mais recentemente, a área de Desenvolvimento Humano, liderada pela parceria de Carla Ottoni e Ana Thereza, outros presentes que ganhei da vida. Tem sido um sucesso absoluto. A colaboração e tranquilidade que esse time tem proporcionado é inestimável. Atualmente, Henrique lidera a área de Recrutamento e Seleção em São Paulo. A autonomia dada a toda a equipe faz com que ela amadureça muito rápido, e a meritocracia é aplicada a todo o time de consultores e parceiros associados.

    Outro ponto decisivo foi um sólido plano de negócios, que incluiu uma carteira diversificada de serviços na área de RH, com alto grau de conhecimento técnico e rede de relacionamentos, além de uma habilidade muito valorizada para todo e qualquer negócio: inteligência de mercado. Costumo dizer que nosso maior alicerce se resume a dois fatores: nossos valores e as pessoas.

    Hoje sou parceira de grandes projetos sociais e institucionais: Projeto Crescer, que atende a crianças carentes de Lauro de Freitas, Projeto Comvida, que promove a inserção de jovens aprendizes no mercado, e ABRH BA (Instituto Brasileiro de Recursos Humanos Bahia), Projeto Sua Carreira, desenvolvido pela Talento RH, que foi planejado para dar suporte a profissionais de baixa renda que não tem condições de pagar um projeto de assessoria. Nele, damos orientações de carreira e dicas para que esse profissional possa melhorar suas condições de buscar uma oportunidade. Toda a equipe participa. Todos mantêm o foco em inspirar e transformar carreiras e negócios. Nosso engajamento é intenso, praticamos meditação nas instalações da empresa, temos o Cine Pipoca TED, momento em que estamos juntos aprendendo mais e fortalecendo as relações, a empresa oferece subsídios para a pós-graduação, cursos específicos na área, horários flexíveis. São ações que valorizam o bem-estar da equipe.

    Minha visão de futuro é dar continuidade a um plano de crescimento sustentável, atendendo cada vez melhor a um mercado que apresenta muitos desafios, fomentando transformações de mentalidade e culturas, inovando, aliando a nossa marca a grandes parceiros para trabalhar de forma cada vez mais estratégica e proporcionar soluções transformadoras.

    Penso que minha história de vida e meu propósito como ser humano fortalecem a marca da minha empresa e vejo claramente a influência do DNA forte e corajoso dos meus pais. Por serem pais empreendedores e, acima de tudo, éticos, tive um grande exemplo dentro de casa, pude lutar pelos meus filhos para ser um bom exemplo também e observar que poderia lutar e cuidar daquilo que achava que não estava bom o suficiente. O restante veio com planejamento, luta diária com trabalho, garra e um sonho me apontando os melhores caminhos dessa jornada. Enfim, na construção de um patrimônio do qual me orgulho muito, agradeço aos pequenos e grandes obstáculos da vida que me trouxeram até aqui. Alguns obstáculos nos deixam muito vulneráveis, mas os saltos que damos a partir deles nos diferencia. A gratidão a cada dificuldade e cada oportunidade me tornou quem sou hoje. Uma mulher realizada e plena. Ter sucesso é apenas uma das consequências. Ter paz de espírito, fé na vida e ser cada vez mais humana, com pessoas incríveis na minha jornada, é tudo que tenho de melhor.

    Alguma história no relacionamento com o cliente que você gostaria de destacar?

    Ana Castro, importante executiva de RH de uma multinacional americana, me escolheu para liderar um programa de transição de carreira (outplacement), muito desafiador. A planta, uma multinacional americana, precisava fechar a operação no Brasil e migrar para o México e, com isso, precisou desligar 242 profissionais, do nível estagiário ao nível executivo. Ao mesmo tempo, estávamos fazendo um grande projeto de Recrutamento e Seleção da planta de uma multinacional que estava em implantação em Camaçari. Conseguimos aproveitar muitos dos profissionais que estavam no programa e eram compatíveis com as posições do recrutamento. Resultado final: um recorde de 100% de sucesso no nível executivo, 92% no nível de profissionais especializados e 80% no operacional. Esse projeto gerou o fortalecimento do vínculo com Ana Castro, que tem hoje sua própria consultoria na área de desenvolvimento humano e atua como parceira da minha empresa em projetos.

    Quais dicas você daria para aqueles que estão iniciando a carreira profissional?

    Invista tudo no seu autoconhecimento.

    Ao recrutar um profissional, quais características comportamentais você considera fundamentais?

    Profissionais que têm uma plena noção do seu propósito de carreira e vida e quem tem as soft skills desenvolvidas.

    Quais legados profissional e pessoal você gostaria de deixar para a sociedade?

    Eu me inspiro em poder transformar negócios e carreiras em projetos e soluções bem-sucedidas e relevantes.

    Cite alguns líderes que, em sua opinião, são inspiradores.

    Jorge Paulo Lemann me inspira pelo foco em desenvolvimento. Luciano Meira, um consultor na área de desenvolvimento humano e hoje parceiro da minha empresa, Ana Castro também.

    Como você define o papel da liderança?

    A liderança inspiradora é um estilo cada vez mais importante, pois revela no time suas principais habilidades, gera bem-estar e, dessa forma, a produtividade torna-se relevante.

    O que você faz para se manter motivada?

    Eu persigo a excelência em tudo que faço, valorizo o principal ativo de qualquer empresa, as pessoas.

    Qual a importância da inovação nas organizações?

    Essa é a condição primordial para que uma organização se mantenha oxigenada e sobreviva às transformações requeridas pelo mercado.

    Como você realiza o networking de maneira efetiva?

    O tempo todo em minha carreira eu cuido dos meus vínculos profissionais. Isso permitiu uma vasta rede de conexões importantes que me colocaram na liderança de mercado hoje.

    Do que você tem saudades?

    Sinto muita saudade dos meus filhos, que construíram suas vidas em outros Estados, e dos meus pais, que residem em São Paulo.

    Do que você tem orgulho?

    Sinto um orgulho enorme de ter contribuído de forma significativa para a carreira de muitos executivos e do trabalho realizado por todos esses anos.

    Qual o significado da palavra felicidade?

    Para mim, felicidade não é uma meta em si, são os momentos incríveis que temos, todos os dias, nas pequenas metas que conquistamos.

    Qual a sua citação favorita e por quê?

    Tudo começa e acaba com pessoas, porque ela expressa o meu propósito.

    Quais são seus hobbies preferidos?

    Gosto de ler um pouco sobre tudo e de conhecer novas pessoas em lugares novos quando viajo.

    Qual sonho você gostaria de realizar?

    No meu projeto de longevidade, pretendo construir um Day SPA Holístico para ajudar pessoas a se reconectarem através da natureza. Cuidar de gente de outra forma.

    O que você aprendeu com a vida e gostaria de deixar registrado nesta obra?

    O maior legado que pude construir foi através da percepção de que a resiliência que brota dos obstáculos nos fortalece.

    Qual mensagem de motivação você gostaria de deixar para os leitores deste livro?

    A descoberta do seu propósito, garra e perseverança são tudo que você precisa para seguir seus sonhos.

    Com base no que você vivenciou na sua carreira, qual o segredo do sucesso para ir da teoria ao topo?

    Determinação.

    Galeria de fotos

    Ana Maria

    Moreira Monteiro

    Empresa: Grupo AM3

    Função:CEO

    Quais os desafios da liderança no cenário atual?

    O grande desafio do líder das décadas de 1960, 1970 e até 1980 é compreender que a geração que está no mercado de trabalho já nasceu no digital e conhece o poder de pressão que as mídias sociais têm sobre as empresas e, consequentemente, sobre a liderança. Segundo o BCG, esses profissionais serão 44% da população até 2025, isso significa que inevitavelmente teremos que lidar com funcionários que mudam imediatamente de emprego caso não consigam enxergar um propósito na empresa que impacte positivamente a sociedade. Manter um time coeso e focado nos objetivos da empresa é, sem dúvida, um grande desafio para o líder, especialmente no cenário atual, que é dinâmico e apresenta constantes transformações. A liderança não virá pelo espírito de chefia e da autoridade, mas, sim, para quem conseguir enxergar os novos caminhos e mantê-los viáveis. A transformação digital, por exemplo, tem grande impacto no processo. É imprescindível que o gestor se aproprie das vantagens que esse mundo tecnológico pode proporcionar aos negócios, encontrando alternativas que o ajudem a superar os desafios na liderança.

    Qual a sua dica para os que desejam acelerar a carreira?

    Fica fácil compreender porque o significado de carreira é caminho, portanto, para os que desejam acelerar a carreira, é recomendável orientar sua jornada com um coach de propósito e planejamento de carreira, este profissional utilizará importantes ferramentas para contribuir com o indivíduo na compreensão de suas habilidades e principais forças, ficando mais claro direcionar seus talentos para atividades que trarão melhores resultados e menos estresse.

    Como você desenvolve a sua inteligência emocional para manter o equilíbrio produtivo e positivo?

    A capacidade de compreender e gerenciar o próprio sentimento, assim como o sentimento do outro, é uma habilidade que pode ser aprendida, aperfeiçoada e melhorada, desde que a pessoa queira. Quando há um conflito, procuro fazer as seguintes reflexões: o que em mim está gerando esse comportamento no outro? Estou sendo empática? Estou sendo racional? Consigo estimular um diálogo? Essas perguntas me ajudam a manter o equilíbrio produtivo e positivo diante das adversidades, colocando a inteligência emocional em prática para evitar conflitos.

    Como você define o seu estilo de liderança?

    Segundo os resultados dos assessments, meu estilo de liderança é natural e inspira respeito e confiança, com muita energia, desprendo intensa paixão para atingir objetivos, consigo gerar um alto nível de desempenho nos outros e meu apetite por vitória e realização é contagiante, tenho autoconfiança e automotivação suficientes para provocar grande ânimo nas pessoas e mantê-las em movimento em direção à meta.

    Como você cria equipes mais motivadas e comprometidas com o negócio?

    Para criar um clima que gere motivação e equipes comprometidas com o negócio, acredito que autonomia é regra número 1, procuro inspirar pessoas não só pelo exemplo e conhecimento técnico, mas também por demonstrar preocupação com elas como seres humanos. Administro minha empresa, Grupo AM3, há 30 anos com muita paixão e grande responsabilidade nas entregas de nossos serviços, acredito que isso deva também inspirar elevados níveis de desempenho, de maneira que as pessoas se sintam apoiadas, motivadas e com verdadeiro espírito de dono.

    Criar equipes mais motivadas e comprometidas com o negócio trata-se de um encontro de interesses. Por exemplo, se a empresa quer inovação, agilidade e usufruir ao máximo dos talentos da equipe, deve proporcionar um ambiente agradável para trabalhar, onde possa ter flexibilidade, falar de igual para igual com todos e acreditar que pode mudar o mundo com a ajuda deles.

    Compartilhe a sua experiência como Executive & Business Coach.

    Dou início ao processo de Executive & BusinessCoaching utilizando a Matriz de Diagnóstico AM3, conforme imagem a seguir:

    Atuar nessas frentes me faz reconhecer os pontos fortes e os GAP’s da empresa e dos profissionais, utilizo várias ferramentas de assessment para assegurar que as interpretações retratem a realidade, isso nos ajuda a impulsionar os pontos fortes e minimizar os riscos.

    Buscamos como resultados: melhor relacionamento no trabalho com os liderados (aumento de 60 a 80%); melhora no relacionamento com o líder (aumento de 70 a 90%); melhor relacionamento com os colegas (acima de 80%); aumento no nível de satisfação com o trabalho (50 a 70%) e crescimento no comprometimento com a empresa (de 40 a 60%).

    Em sua opinião, como será o futuro do trabalho?

    Em março de 2000, ou seja, há quase 20 anos atrás, quando cursava uma pós-graduação em Administração de Empresas com ênfase em Gestão Empresarial, nos foi pedida a leitura e interpretação do livro de Jeremy Rifkin sobre o fim dos empregos, em que ele defendia o declínio inevitável dos níveis de emprego e a redução da força global de trabalho. Confesso que fiquei em estado catatônico, pensando como seria o futuro do trabalho e como lidaríamos com tanta gente desempregada. Rifkin dizia que era preciso redefinir o papel do indivíduo em uma sociedade praticamente sem trabalhadores e que essa seria a questão mais premente nas próximas décadas, e hoje vejo que ele tinha razão, os trabalhadores estão cada dia mais propensos a se tornarem empreendedores, criando relações de trabalho cada vez mais virtuais, afinal são altamente conectados, inovadores, criativos, ágeis e engajados com o seu propósito de vida, com isso a postura frente às chefias muda, diferentemente das gerações anteriores, que respeitavam a hierarquia sem questionamento, essa é uma geração que, assim como busca identidade em sua função, quer servir a quem admira os valores e crenças.

    Na sua visão, como as novas tecnologias estão impactando o mundo dos negócios?

    Ultimamente as palavras mais proferidas no mundo corporativo são Mindset Change e Disrupção, aquilo que era comum, simples e previsível se tornou incomum, complexo e imprevisível. É preciso compreender as mudanças que a tecnologia vem implicando em nossas vidas e perceber que estamos na era do acesso e não mais da aquisição. As novas profissões que surgiram, como por exemplo, o especialista em customer experience (CX), precisa saber como lidar com um complexo processo para entender o relacionamento da organização com seus clientes, portanto os antigos mindsets não garantirão os novos negócios disruptivos que já estão impactando o mundo dos negócios de forma avassaladora.

    Como criar uma cultura corporativa de orientação ao cliente?

    A frase que mais utilizo com todos aqueles que representam a marca AM3 em nossos clientes é: O prazer de ver o cliente ganhando com o que entregamos é de enorme satisfação, espero que todos compactuem do mesmo pensamento, pois ele nos acompanha em todas as etapas do processo, sempre faço questão de reunir os stakeholders e perguntar: o que podemos fazer hoje para ajudar o nosso cliente a prosperar cada vez mais?

    Ter clientes satisfeitos e leais é um dos objetivos mais prazerosos para qualquer empresa. Isso porque, normalmente, tais aspectos mantêm o cliente ativo e propagador do negócio. Contudo, se negligenciarmos sua jornada com suas percepções, experiências e reações, podemos transformá-los em verdadeiros detratores de nossa marca, lembrando que jornada é o que o seu cliente vivencia com a sua empresa, nossas monitorias e auditorias levam em consideração a perspectiva dele, entender o que o seu cliente pensa, sente e faz em cada etapa de interação com a sua empresa é condição sine qua non para obtenção de resultados.

    Para você conseguir diminuir o esforço e aumentar a emoção positiva, você precisa entender o que o seu cliente sente e pensa em relação ao seu negócio. Além da monitoria focada na jornada, trabalhamos o behavior score, medindo e alinhando os indicadores de estresse, fora isso, outras métricas podem ser utilizadas, como o NPS (Net Promoter Score) e o CSAT (Customer Satisfaction Score). Essas são metodologias com finalidades parecidas e características distintas em sua concepção.

    Cite um exemplo de oportunidade que você encontrou na dificuldade.

    Imaginem o que é fundar uma empresa com o nome AM3 Telemarketing, a população desconhecia até mesmo o significado da palavra telemarketing, as pesquisas mostravam que para cada 100 habitantes, apenas três possuíam uma linha telefônica, por esse motivo, quando a empresa nasceu há 30 anos atrás, foi considerada por muitos um oceano azul. Para relembrar, a estratégia do Oceano Azul é o conceito criado por Chan Kim e Renée Mauborgne, que descrevem, no livro A Estratégia do Oceano Azul, a solução para as empresas crescerem em mercados inexplorados. Fomos pioneiros em consultoria na área e conseguimos editar a primeira obra literária brasileira com o título "Telemarketing, Sucesso nos Negócios". Fizemos muito por esse setor e fomos reconhecidos com prêmios relevantes, recebemos troféu ouro como a empresa que mais divulgou o telemarketing no Brasil, foram 2000 artigos publicados e 3 livros dedicados ao tema, estivemos algumas vezes no programa Pequenas Empresas Grandes Negócios e participamos do Fantástico com Renata Ceribelli, ambos da Rede Globo de Televisão, o mercado acabou me reconhecendo como a "lenda viva do telemarketing no Brasil", fui pesquisar sobre o que era essa tal de lenda viva e tive a grata surpresa que são pessoas cujos feitos são inacreditáveis, que realizaram proezas que suplantam os limites da imaginação. Fiquei feliz!

    E hoje, o que está sendo divulgado com exaustão pela mídia?

    "Mais de um milhão de brasileiros não querem receber telemarketing"

    Uma iniciativa do próprio setor de telecomunicações, após uma decisão da Anatel, confirmou essa tese. Em menos de 3 dias, 1,125 milhão de pessoas inscreveram seus números de telefone no site Não Me Perturbe, bloqueando ligações de operadoras de telefonia fixa, móvel, internet e TV.

    Diante dessa realidade, comecei a me perguntar: O que eu posso tirar de bom dessa situação? O que posso aprender com isso?.

    O que fiz foi reinventar o nosso business, estudar muito sobre novas tecnologias, concluir outras formações como Personal & Professional, Positive Psychology, Executive & Business e fui certificada pela Innermetrix como Analista Comportamental da Ferramenta ADVanced Insights, isso nos ajudou a entrar com mais facilidade em outros mercados.

    Para vocês terem uma ideia, a mais concorrida de minhas palestras nos anos 80 e 90 tinha o tema "Crescendo com o Telemarketing, hoje falo sobre os Impactos da Transformação Digital no Atendimento e Vendas e sobre Psicologia Positiva – A Ciência da Felicidade".

    E novamente o GRUPO AM3 está crescendo com muita força e determinação, justamente por termos encontrado na dificuldade uma incrível oportunidade.

    Como você vê o empoderamento feminino nas organizações?

    Desde a idade antiga a mulher sofre as consequências de uma sociedade patriarcal que concedeu aos homens o poder de decidir os rumos da humanidade. Hoje tenho percebido, em algumas empresas onde prestamos consultoria, um aumento no número de mulheres que estão sendo mais assertivas, dizendo não a tudo que as escravizam e as façam sentir diminuídas. Dizem não a desigualdade, humilhação, machismo, violência, agressões psicológicas, falta de respeito, abusos, assédios e tudo aquilo que menospreze suas potencialidades e vão contra seus valores.

    O caminho que muitas mulheres têm seguido para descobrir sua jornada é o caminho do autoconhecimento, autoconsciência e autodescoberta, acredito que com essas e outras atitudes o empoderamento feminino tende a aumentar consideravelmente tanto nos aspectos pessoais quanto profissionais.

    Qual a sua opinião sobre a diversidade nas empresas e os seus resultados?

    A diversidade precisa ser encarada com naturalidade e profissionalismo, tendo em vista os benefícios que traz às demandas atuais da sociedade e às empresas, respeitar as diferenças é fundamental, a empresa que falhar na abordagem e no tratamento adequado da diversidade provavelmente terá seus resultados afetados, pois a imagem poderá ser destruída de forma muito rápida pelo poder das mídias sociais. A frase que sempre repito: Respeite o outro com as diferenças e limitações!.

    Qual erro você cometeu que foi um grande aprendizado?

    Empreender só pela motivação de ganhar dinheiro leva certamente ao fracasso. Retorno financeiro só vem a longo prazo, depois de muita persistência. Quem pensa só no dinheiro tende a desistir no meio do caminho e foi o que aconteceu comigo quando resolvi comprar um negócio em um segmento que na época estava no auge, Spa Urbano, sem ter conhecimento e muito menos tempo para dedicar ao novo business, fiz a pior contratação para assumir a gestão do local, nesse momento a catástrofe foi instalada. E sob o risco permanente de perder tudo que havia construído com a bem-sucedida AM3, resolvi devolver ao antigo dono, sem ao menos recuperar o investimento, mas hoje penso que foi o melhor que fiz naquele momento, pois o prejuízo emocional advindo de uma decisão fundada em uma fantasia é gigantesco, levando a doloridas perdas.

    O que você faz para transformar o mundo e deixar o seu legado?

    Invisto muito em educação, quero transformar o mundo tornando o aprendizado mais inspirador, relevante e gratificante às pessoas.

    Revolucionar a forma como transmitimos conhecimento, trazendo alegria aos participantes, é um assunto que me fascina.

    Por isso, tenho dedicado parte do meu tempo ao estudo da felicidade como ciência, levando às organizações conceitos da psicologia positiva para descobrir, despertar e ampliar potencialidades humanas.

    Essa abordagem é atual e somente veio existir oficialmente no final dos anos 90. Segundo Martin Seligman, pai da psicologia positiva, psicólogo, professor da Universidade da Pensilvânia e ex-presidente da Associação Americana de Psicologia, a psicologia positiva se diferencia da abordagem tradicional por enfatizar suas pesquisas na direção de estados de funcionamento otimizados (estados ótimos), em vez de focar nas doenças. Os psicólogos positivos acreditam que a psicologia tradicional se concentrou durante muito tempo em entender doenças e pouco ou quase nada na busca por bem-estar, felicidade, emoções positivas e realização.

    E o que tenho feito para transformar o mundo e deixar o meu legado é me dedicar profundamente ao estudo científico do funcionamento e do florescimento humano em múltiplos níveis, que incluem as dimensões biológicas, pessoais, relacionais, institucionais, culturais e globais da vida.

    O que você mais admira em outra pessoa?

    O que mais admiro em outra pessoa é sua capacidade de manter-se simples mesmo depois de construir fortunas, respeitando o outro com as diferenças e limitações. Valorizo o bom humor e o comportamento das pessoas que sabem elogiar e repreender, assim como atrair relacionamentos que são importantes para elas.

    Do que você sente saudades na sua infância?

    Sinto muitas saudades de brincar com meus nove irmãos, subir nas árvores em busca de frutos, nadar nos rios sem poluição e brigar na fila dos balanços quando alguém tentava furar a fila. Ainda na infância, mas já alfabetizada, adorava dar aulas, participar de competições de leitura em voz alta sem erros, fazer contas sem uso de calculadoras e interpretar textos, valendo algumas balas e bombons. Como era delicioso!

    Qual o seu propósito de vida?

    Meu propósito é disseminar a ciência da psicologia positiva ao maior número de pessoas, times e organizações, para que juntos possamos construir um mundo melhor e mais feliz. As pesquisas mostram que ter propósito na vida é componente fundamental para a obtenção de resultados. A lógica é transparente: quando definimos um objetivo, fica mais fácil acordarmos todos os dias para irmos ao encontro dele.

    Qual a sua definição de sucesso?

    Quase impossível definir sucesso, perguntei para algumas pessoas e elas me responderam mais ou menos assim: Acredito que seja um estado de espírito, um momento, uma conquista, sensação de vitória, prazer pelo resultado. Concluí que todas as definições que me deram tratavam-se de um ponto de chegada e, para mim, sucesso é uma trajetória com evolução e crescimento constante. Passei a pensar dessa forma depois que tive uma aula com o professor de psicologia positiva Tal Ben-Sharar, conhecido por dar as aulas mais concorridas da Universidade de Harvard, ele afirma que sucesso não traz, necessariamente, felicidade. Ter dinheiro ou ser famoso só nos faz ter faíscas de alegria. A definição de sucesso para as gerações mais novas mudou. Não é que as pessoas não busquem dinheiro ou poder, mas há outros incentivos. No passado, sucesso era definido de maneira restrita, por exemplo, quem conseguia ser funcionário do Banco do Brasil, ou ficar na mesma empresa até a aposentadoria, era reconhecido como uma pessoa de sucesso. Agora, há uma ânsia por ascender em outras áreas, ter equilíbrio na vida pessoal e encontrar um propósito, ou seja, é evoluir de forma contínua, nos relacionamentos, qualidade de vida, aspectos profissionais e pessoais.

    Qual mensagem você gostaria de deixar para a sua família?

    Estar conectada com minha família para sempre me traz um conforto especial e um amor incondicional. Quando penso na família, reúno sentimentos incríveis de carinho, cuidado e gratidão. Minha filha Amanda e meu marido Luiz são a razão de tudo, antes deles surgirem na minha vida, eu não sabia muito bem o que era felicidade. Gratidão eterna!

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    André França Cardoso

    Empresa: Capgemini Brasil

    Função:VP de Serviços

    Como e onde você iniciou a sua trajetória profissional?

    No início de 1990, cursando meu último ano na Faculdade de Análise de Sistemas, ingressei como estagiário na IBM Brasil na função de suporte a desenvolvimento de sistemas. Logo no começo, tive a certeza do caminho escolhido e, após 10 meses de estágio, fui contratado pela própria IBM, dando início a uma nova fase em minha vida.

    Quais os principais desafios e resultados que você vivenciou ao longo da sua carreira?

    O principal desafio de minha carreira veio bem cedo quando, após 4 anos de experiência, obtive minha primeira designação gerencial. Comecei ali minha trajetória como futuro líder de unidades de negócios, entendendo que o maior desafio era justamente a liderança e gestão de pessoas. Conhecimento do mercado, a paixão pelo negócio e a capacidade de inovar-se a todo tempo são atributos fundamentais para um líder, porém a liderança das pessoas é sem dúvida na minha opinião o diferencial para alcançar resultados em alto nível. Em minha primeira designação, liderei um time de 15 pessoas, 7 anos depois, uma unidade de negócios com quase 1200 pessoas, chegando em 2005 já como executivo de unidade de negócios, liderando um time de quase 6000 pessoas. Em todos esses anos, os resultados obtidos foram muito sólidos e sempre com grande atenção na gestão de pessoas e talentos.

    Alguma história na gestão de pessoas que você gostaria de compartilhar?

    No início de minha jornada como gestor de pessoas, liderei uma área onde meu time se distribuía em três turnos devido à natureza da operação necessitar brindar serviços 7x24 (7 dias da semana, 24 horas por dia). Em uma das reuniões semanais que conduzia com o time do turno da noite, senti que uma das pessoas do time estava pouco participativa nas discussões e apresentava baixa energia. Busquei chamá-lo para uma conversa individual e, com alguns minutos, pude perceber que ele se sentia menos importante que os demais membros da equipe. Embora fosse uma pessoa com excelentes resultados operacionais na área, cultivava esse sentimento por sentir que seus companheiros tinham melhor preparação educacional. Ele tinha vergonha de expressar suas opiniões durante as reuniões por medo de cometer erros de linguagem. Procurei incentivá-lo a voltar aos estudos e buscar uma formação universitária para expandir seus horizontes e ao mesmo tempo trazer de volta sua autoestima. Disse que ele deveria fazer sacrifícios, mas que poderia contar comigo para ajudá-lo nessa jornada. Durante 2 anos fiquei acompanhando de perto e percebi que, pelo fato de eu estar comprometido junto com ele nessa jornada, gerei uma motivação extra para que superasse as etapas inicias, pois não era fácil trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Após 7 anos disso, eu já tinha me movido na empresa e ocupava a posição de executivo da unidade de negócio, depois de ter passado por várias áreas nos encontramos novamente, acidentalmente em um evento da empresa, onde ele veio me procurar para agradecer, pois tinha sido promovido a gerente da área onde ele se formou e disse que nossa conversa, anos atrás, foi fundamental para ele. Lembrou também que se sentiu motivado, pois viu um compromisso muito grande de ambas as partes no sucesso de sua jornada. Nesse momento, consolidou em mim o que já tinha constatado, que a liderança passa por uma forte gestão de pessoas. Gosto muito de uma colocação feita por um professor de MBA que conheci durante minha pós-graduação de MBA Empresarial em Gestão de Negócios, em que ele dizia que líderes precisam necessariamente gostar de pessoas para desenvolver bem seus papéis, porque deverá buscar ou será buscado diariamente por pessoas requerendo dele plena atenção, desde uma simples orientação sobre algum tema relacionado a suas atividades até a entender temas pessoais que possam estar atrapalhando seu desempenho. Segundo esse meu professor, existem dois tipos de líderes, aqueles que gostam de gente e aqueles que gostam de coisas. O primeiro consegue resultados mais duradouros, enquanto o segundo pode até funcionar no curto prazo, mas sucumbe a médio/longo prazos por sua incapacidade de escutar as pessoas.

    Quais dicas você daria para aqueles que estão iniciando a carreira profissional?

    Começaria dizendo para buscar fazer aquilo que goste. Sei que pode parecer clichê, mas não acredito em ninguém que tenha tido sucesso em sua carreira trabalhando em algo que não tivesse prazer algum. Quando gostamos da área em que atuamos, temos maiores chances de executar bem, ou seja, ser bom naquilo. Conheci pessoas que eram muito boas em algumas áreas mesmo sabendo que não eram suas preferidas. Mas foram exceções. Na grande maioria, os talentos surgiam nas pessoas que trabalhavam em áreas que realmente demonstravam aptidão e com isso se destacavam. Conseguiam demonstrar prazer, comprometimento e resultados. Aspectos que nem sempre são vistos nos times.

    Outra dica muito importante é a busca contínua por conhecimento através de treinamentos, projetos inovadores, experiências enriquecedoras, entre outros, para mantê-los sempre atualizados. Esses conhecimentos adquiridos sendo colocados em prática e testados trarão a confiança necessária para que as pessoas possam progredir e sentir sua evolução. Muito importante nisso tudo é praticar. Lembro muito bem de um treinamento que participei com enfoque em Liderança Executiva, em que na palestra de encerramento, o CEO Global da empresa perguntou quantos de nós praticávamos a liderança para nos tornarmos cada vez melhores. A princípio, muitos acharam a pergunta estranha, pois existe uma crença que um líder já nasce pronto, ou uma pessoa é ou não é. Ele então seguiu perguntando à plateia quantos ali jogavam tênis. Alguns levantaram a mão e, então, ele seguiu e perguntou se eles gostavam de jogar e quantas vezes na semana eles saíam para praticar o esporte. A maioria dos que estavam com as mãos levantadas responderam 2 a 3 vezes por semana. Ele finalizou sua mensagem dizendo que quando perguntou sobre liderança tivemos dificuldades em responder claramente se praticamos e com que frequência, porém, fomos muito assertivos quando ele mudou a pergunta para algum esporte, demonstramos até certo entusiasmo e orgulho em afirmar que gostávamos e por isso praticávamos. A conclusão que tirei desse treinamento e que serve de dica importante para os que estão iniciando seria sempre colocar em prática seus conhecimentos adquiridos. Conhecimentos de liderança são importantes, não importa sua posição na empresa, e é preciso praticar para se tornar um bom líder.

    Ao recrutar um profissional, quais características comportamentais você considera fundamentais?

    Ao conhecer os candidatos busco, além de seus conhecimentos e experiências, entender sua capacidade de adaptação a mudanças e sua resiliência. A inovação faz parte de nosso dia a dia, nos levando a viver cada vez mais com grandes transformações nos negócios e até mesmo em nossas vidas pessoais. Se uma pessoa não tem a capacidade de se adaptar a essas mudanças trazidas pelas grandes avalanches inovadoras, será um peso para as organizações que buscam agilidade na absorção delas em seus negócios. Vivemos em um mundo cada vez mais interconectado onde a velocidade das inovações trazidas pelas novas tecnologias são rapidamente incorporadas em nosso dia a dia. Se uma pessoa tiver dificuldades em se adaptar a essa realidade vai acabar se tornando extremamente reativo a isso, prejudicando a si mesmo, à sua equipe e aos resultados de sua empresa. Imagine uma pessoa que hoje não acredita ou tem dificuldade de entender e aplicar os conceitos de inteligência artificial, vai estar inconscientemente agindo como uma bloqueadora na adoção de novos conceitos e paralisando sua unidade de negócio na evolução do mercado.

    Outro aspecto importante no comportamento é a resiliência. Nesse sentido, busco entender a capacidade das pessoas de se reinventarem frente aos desafios de hoje. Vivemos cada vez mais em mercados altamente competitivos onde temos que nos adaptar e se transformar a todo momento. Transformar exige momentos em que podemos experimentar por algum tempo ventos contra, e as pessoas não resilientes passam a sofrer demais e, às vezes, se perdem em suas carreiras por não conseguirem administrar isso. Tenho notado que pessoas que são resilientes se tornam, ao longo de sua carreira, excelentes profissionais, com uma capacidade de adaptação muito forte. Com um mercado altamente competitivo e global é normal ocorrer grandes ondas de fusões e aquisições. Esse processo traz enormes desafios, pois unem empresas e pessoas com diferentes experiências e culturas. Não conseguir navegar em um ambiente assim, onde culturas pessoais e organizacionais estão incutidas há anos, irá levar esse processo ao fracasso.

    Como você define o papel da liderança?

    Costumo dizer que a liderança tem um papel essencial para os resultados dos negócios. O líder é o responsável direto pelo clima organizacional, sendo esse fundamental para que as pessoas se sintam estimuladas a buscar seus objetivos. No final são as pessoas que fazem a diferença na entrega dos resultados. E elas precisam estar motivadas e engajadas. Por isso, minha convicção do papel de liderança passa a ser essencial e, mais ainda, julgo ser indelegável.

    Qual a importância da inovação nas organizações?

    Inovação é essencial nas organizações. Sem ela irão morrer, desaparecer. Com um mercado amplamente globalizado, altamente competitivo, fortemente interconectado, será impossível sobreviver se as empresas não incorporarem inovações a todo momento em seus processos de negócios, gerando produtos e serviços melhores a seus clientes. A quantidade de informações geradas que temos disponíveis hoje ao alcance das empresas é incalculável. Imagine hoje uma empresa que necessita analisar uma grande quantidade de informações para melhorar seus processos de negócios a fim de lançar novos produtos ou serviços ao mercado. Se não tiver aplicado inovações através do bom uso de novas tecnologias, vai ser praticamente impossível. Fazer isso, com baixa ajuda da tecnologia, levará meses para coletar, tabular e gerar as informações necessárias para a correta tomada de decisão. Hoje, com a transformação digital ajudando as organizações a serem mais ágeis, as informações são coletadas de diversas fontes, de forma simultânea e agrupadas em grandes bases de conhecimento que, com a ajuda da computação cognitiva e inteligência artificial, fornecem acesso a análises e vários tipos de "insight" de forma extremamente rápida, o que algumas décadas atrás levaria meses hoje são minutos. Isso tudo vem transformando a forma com que as empresas interagem com seus clientes e mercados. Impossível pensar em organizações que não buscam a inovação como forma de se diferenciar e competir num mercado globalizado, interconectado e cada vez mais ultracompetitivo. Costumo dizer que, às vezes, a diferenciação está à distância de um click.

    Quais são seus hobbies preferidos?

    Viajar com minha família, sem dúvida alguma, é minha maior fonte de prazer e um dos meus hobbies prediletos. Nos conectamos de uma forma muito especial na busca do conhecimento de novas culturas e lugares. É um momento que realmente nos sentimos bem e realizados. Outro hobby que busco realizar e me encanta é a prática do golfe. Além da técnica e estratégia, que são fundamentais para uma boa partida, estar em contato com a natureza por longas horas é extremamente prazeroso e relaxante.

    O que você aprendeu com a vida e gostaria de deixar registrado nesta obra?

    Acredito que sigo aprendendo ainda e talvez essa seja a grande mensagem que gostaria de registrar aqui. Nunca deixe de buscar conhecimento e de aprender com as pessoas. Em toda e qualquer interação são momentos em que compartilhamos o que conhecemos e ao mesmo tempo aprendemos

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