Escola e democracia
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Escola e democracia - Dermeval Saviani
Escola e democracia
Coleção Educação Contemporânea
Esta coleção abrange trabalhos que abordam o problema educacional brasileiro de uma perspectiva analítica e crítica. A educação é considerada fenômeno totalmente radicado no contexto social mais amplo e os textos desenvolvem análise e debate acerca das consequências dessa relação de dependência. Divulga propostas de ação pedagógica coerentes e instrumentos teóricos e práticos para o trabalho educacional, considerado imprescindível para um projeto histórico de transformação da sociedade brasileira.
Conheça mais obras desta coleção, e os mais relevantes autores da área, no nosso site:
www.autoresassociados.com.br
Copyright © 2022 by Editora Autores Associados Ltda.
Todos os direitos desta edição reservados à Editora Autores Associados Ltda.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Saviani, Dermeval
Escola e democracia [livro eletrônico] / Dermeval Saviani. -- 44. ed. -- Campinas, SP : Autores Associados, 2022.
ePub
Bibliografia.
ISBN 978-65-88717-79-0
1. Democracia 2. Educação - Filosofia 3. Política e educação I. Título.
22-110997 CDD-379
Índices para catálogo sistemático:
1. Política e educação 379
CIBELE MARIA DIAS - BIBLIOTECÁRIA - CRB-8/9427
Conversão ebook – Bookwire – junho de 2022
[versão impressa: ISBN 978-65-88717-19-6, 44. ed. mar. 2021; 1. ed. set. 1983 ]
EDITORA AUTORES ASSOCIADOS LTDA.
Uma editora educativa a serviço da cultura brasileira
Av. Albino J. B. de Oliveira, 901 | Barão Geraldo
CEP 13084-008 | Campinas-SP
Telefone: +55 (19) 3789-9000
E-mail: editora@autoresassociados.com.br
Catálogo on-line: www.autoresassociados.com.br
Conselho Editorial Prof. Casemiro dos Reis Filho
Bernardete A. Gatti
Carlos Roberto Jamil Cury
Dermeval Saviani
Gilberta S. de M. Jannuzzi
Maria Aparecida Motta
Walter E. Garcia
Diretor Executivo
Flávio Baldy dos Reis
Coordenadora Editorial
Érica Bombardi
Revisão
Aline Marques
Rodrigo Nascimento
Capa
Dafne, a Sibila Délfica (detalhe), Michelangelo, afresco na Capela Sistina (c. 1510)
Diagramação e Arte-final
Érica Bombardi
Para Benjamim,
esperando que os filhos de sua geração alcancem estudar numa escola verdadeiramente democrática.
Sumário
PREFÁCIO À 44ª EDIÇÃO
PREFÁCIO À EDIÇÃO EM LÍNGUA INGLESA
MICHAEL YOUNG
PREFÁCIO À EDIÇÃO EM ESPANHOL
JONI OCAÑO
PREFÁCIO À 43ª EDIÇÃO
PREFÁCIO À EDIÇÃO URUGUAIA
EMA JULIA MASSERA GARAYALDE
APRESENTAÇÃO
CAPÍTULO 1
AS TEORIAS DA EDUCAÇÃO E O PROBLEMA DA MARGINALIDADE
1. O problema
2. As teorias não críticas
3. As teorias crítico-reprodutivistas
4. Para uma teoria crítica da educação
5. Post-scriptum
CAPÍTULO 2
ESCOLA E DEMOCRACIA I
A TEORIA DA CURVATURA DA VARA
1. O homem livre
2. A mudança de interesses
3. A falsa crença da Escola Nova
4. Ensino não é pesquisa
5. A Escola Nova não é democrática
6. Escola Nova: a hegemonia da classe dominante
CAPÍTULO 3
ESCOLA E DEMOCRACIA II : PARA ALÉM DA TEORIA DA CURVATURA DA VARA
1. Pedagogia nova e pedagogia da existência
2. Para além das pedagogias da essência e da existência
3. Para além dos métodos novos e tradicionais
4. Para além da relação autoritária ou democrática na sala de aula
5. Conclusão: a contribuição do professor
CAPÍTULO 4
ONZE TESES SOBRE EDUCAÇÃO E POLÍTICA
APÊNDICE
SETENTA ANOS DO MANIFESTO
E VINTE ANOS DE ESCOLA E DEMOCRACIA: BALANÇO DE UMA POLÊMICA 75
1. A temática central do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova
2. O contexto em que surgiu Escola e democracia
3. A manipulação de conceitos e do processo histórico
no livro Escola e democracia, segundo Clarice Nunes
4. Paschoal Lemme no Manifesto
: um estranho no ninho dos pioneiros?
5. A Escola Nova exercitando a teoria da curvatura da vara
ANEXO
CARTA DE ZAIA BRANDÃO
REFERÊNCIAS
SOBRE O AUTOR
Prefácio à 44ª edição
ançada em junho de 2018 em novo formato, a 43ª edição deste livro esgotou-se dois anos e meio depois, no final de 2020. Em consequência, está vindo a lume esta nova edição, no mesmo formato, porém acrescida dos prefácios às línguas inglesa e espanhola escritos, o primeiro, pelo professor de sociologia do currículo do Instituto de Educação da Universidade de Londres, Dr. Michael Young. E, o segundo, de autoria do professor Joni Ocaño.
Michael Young passou de um entendimento do tipo crítico-reprodutivista sobre o currículo escolar formulado na década de 1970 para, cerca de três décadas depois, assumir a visão de que o currículo escolar deve centrar-se na transmissão aos jovens dos conhecimentos historicamente relevantes, o que ele próprio traduziu como uma passagem do conhecimento dos poderosos
para o conhecimento poderoso
, ou seja, um conhecimento que, sendo assimilado pelos alunos, os tornará capazes de compreender o mundo podendo interpretá-lo e, na medida do possível, também o transformar. E foi gratificante para mim vê-lo escrever no prefácio à edição inglesa que compartilho com ele "a compreensão da importância das escolas e de sua capacidade única de conceder o acesso ao ‘conhecimento poderoso’ a todos os alunos".
Joni Ocaño vem desenvolvendo relevante trabalho de formação docente no Centro Regional de Formação de Professores do Norte do Uruguai, na região de Rivera, tendo publicado, em 2010, o livro Teorías de educación y modernidad, que tive a honra de prefaciar. No referido prólogo
, observei que essa obra traça um amplo e rico painel das teorias educacionais da era moderna que impressiona vivamente pela surpreendente capacidade de síntese apoiada na precisão analítica que permitiu ao autor captar, na vasta literatura examinada, as ideias centrais que caracterizam as principais teorias educacionais gestadas no interior da modernidade. E acrescento, em seguida, que somente um autor com sólida formação pedagógica, então com quase trinta anos de magistério e significativa experiência na formulação e execução de programas de formação docente, poderia nos brindar com uma obra que reúne com maestria as qualidades de um excelente manual e de um instigante ensaio pedagógico, ou seja: uma obra que expõe com precisão e interpreta com sobriedade o essencial da matéria que um estudante das teorias da educação deve dominar. E, a referida capacidade de síntese e precisão analítica, Joni exercitou, também, no prefácio à edição em língua espanhola do presente livro, apresentando uma clara síntese dos quatro capítulos de Escola e democracia em articulação com o contexto atual latino-americano.
Outro destaque a fazer ao ensejo desta nova edição é a homenagem de que foi alvo este livro em 3 de dezembro de 2020, na sessão da Education Review/ANPEd, Pequenos grandes livros que marcaram gerações
, pela obra Escola e democracia na 14ª Reunião Regional da ANPEd Sudeste, ocasião em que o conteúdo deste pequeno grande livro
foi destacado pelo professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Antônio Cunha, na qualidade de pesquisador sênior, e pela professora Ana Carolina Galvão, como jovem pesquisadora que vem se destacando como uma das mais ativas participantes do movimento coletivo de construção da pedagogia histórico-crítica.
Enfim, se temos bons motivos para comemorar o lançamento desta nova edição, não posso deixar de registrar que isso ocorre num momento de agravamento da crise geral em que mergulhou nosso país desde o movimento reacionário que resultou no golpe do impeachment da presidenta Dilma, consumado em 31 de agosto de 2016, crise que agora é tristemente potencializada com o recrudescimento da pandemia do Coronavírus. Tal recrudescimento decorre do fato de nos encontrarmos sob um governo federal que, tendo adotado a mentira como estratégia eleitoral, ao ser eleito converte a mentira em tática de governo. Assumindo o negacionismo e a necropolítica, em lugar de combater o vírus alia-se a ele, acelerando o ritmo das infecções e multiplicando o número de óbitos. Nessa conjuntura só me resta alimentar a esperança de que, permanecendo este livro em circulação, auxilie os professores na árdua tarefa de dotar os jovens do conhecimento poderoso
baseado no avanço da ciência como antídoto às informações falsas e às posições obscurantistas que se disseminam velozmente nas redes sociais.
São Paulo, 3 de março de 2021
Dermeval Saviani
Prefácio à edição em língua inglesa
onheci as ideias de Dermeval Saviani há quase trinta anos, mas foi apenas recentemente com essa tradução que me conscientizei de sua importância tanto dentro quanto fora do Brasil. Há muito admiro as obras sobre política e educação do revolucionário socialista italiano Antonio Gramsci. Fiquei muito impressionado com a maneira como o professor Saviani utilizou suas ideias e sua relevância no contexto brasileiro. Os contextos em que seu livro será lido por falantes da língua inglesa serão muito diferentes. No entanto, todos poderão se identificar com as desigualdades da sociedade brasileira que Saviani tem lutado para superar em sua longa carreira.
Saviani escreve como filósofo e eu sou um sociólogo, mas nós compartilhamos a compreensão da importância das escolas e de sua capacidade única de conceder o acesso ao conhecimento poderoso
para todos os alunos. Na seção do livro que analisa um estudo empírico de uma escola primária brasileira, Saviani mostra dois pontos importantes que não são encontrados nas obras de escritores anglófonos sobre educação. Um é que ele se baseia explicitamente em Gramsci sobre a importância do conteúdo do conhecimento em todas as disciplinas do currículo. É somente nas escolas que os alunos podem acessar esse conhecimento; os estudantes constroem seus conhecimentos no mundo moderno, não exatamente em sua experiência tal como supõem educadores progressistas como Dewey, mas no conhecimento em si mesmo. O segundo ponto de Saviani é mostrar muito claramente, em termos concretos e práticos, o que Gramsci quis dizer em seu argumento de que a educação é inescapavelmente política. Conforme exposto, Gramsci não quis dizer político
no sentido dos dogmas de um ou outro partido político ou apenas nas decisões tomadas por um governo, mas na atividade cotidiana dos professores em seu diálogo com os alunos.
O objetivo mais importante do livro de Saviani para mim é como ele descreve sua teoria pedagógica crítica e a identifica no contexto do Brasil contemporâneo e de sua realidade. Ele endossa, à sua maneira singular, a afirmação do educacionista inglês Harold Entwistle de que Gramsci combinou uma política revolucionária com um respeito conservador pelo conhecimento.
Finalmente, os leitores de língua inglesa de todo o mundo têm a oportunidade de conhecer e se envolver com o trabalho desse notável intelectual brasileiro cujas ideias têm uma base sólida no pensamento de Gramsci.
Embora muitas das obras de Gramsci sejam traduzidas para o inglês, poucas delas mostram como suas ideias pedagógicas se expressam no cotidiano dos professores da maneira que Saviani alcança.
Eu não achei este livro uma leitura fácil, porque ideias importantes nunca são fáceis de assimilar; ele faz seus leitores trabalharem duro. No entanto, eu insisti e recomendo o mesmo a todos os falantes de inglês envolvidos, ou não, na educação. É particularmente importante, neste momento difícil para o Brasil, lembrar que Antonio Gramsci, a quem Saviani é tão grato, é famoso no mundo da língua inglesa pelos chamados Cadernos do cárcere e por sua célebre frase pessimismo da razão, otimismo da vontade
. O espírito desse mote é mantido vivo no livro de Saviani.
Outubro de 2018
Michael Young
Professor de Sociologia do Currículo no Instituto de Educação da UCL.
Seu livro mais recente é Curriculum and the specialisation of Knowledge (Tradução livre: Currículo e a especialização do Conhecimento)
Com Johan Muller (Universidade de CapeTown) – seus interesses de pesquisa centram-se em torno da questão do conhecimento na educação e como o conhecimento poderoso
pode ser acessível a todos os alunos
Prefácio à edição em espanhol
s muy fácil imaginar más de un motivo para celebrar una edición en español de Escola e democracia . Personalmente mi experiencia con esta consolidada obra –hoy uno de los clásicos
de la pedagogía latinoamericana– tiene ya muchos años y ha sido muy fecunda en todos los aspectos de mi ejercicio profesional. Es lectura obligada en los cursos de grado y posgrado en educación que vengo desarrollando tanto en el ámbito público como privado.
Hace más de treinta años atrás en Uruguay se vivía la retomada democrática después de un oscuro período de dictadura militar. En esa particular coyuntura de apertura el Dr. Dermeval Saviani presentó en Montevideo las ideas que venía desarrollando en la obra. En aquel entonces tuvo una muy buena recepción entre docentes y estudiantes de magisterio y de profesorado, especialmente Las teorías de la educación y el problema de la marginalidad en América latina
–el texto que compone el primer capítulo del libro– por el análisis que ofrece de un amplio abanico de teorías de la educación, incluidas algunas que habían sido proscritas de los planes y programas de formación docente por el régimen anterior.
Desde principios del siglo pasado la educación pública uruguaya había alcanzado un grado de desarrollo que le permitía gozar de cierta autonomía relativa. Cada subsistema de enseñanza en el país constituía un Ente Autónomo
con estructuras de gobierno independientes entre sí y donde el Poder Ejecutivo tenía un grado de incidencia muy relativo; era la forma institucional particular que había asumido el liberalismo en Uruguay. La dictadura implantada a partir de 1973 interrumpió ese proceso estableciendo criterios centralistas que favorecieron el desarrollo de la tecnología administrativa y, con ello, el perfeccionamiento del control burocrático sobre la población escolar.
Ahora bien, este proceso de centralización aparentemente de naturaleza administrativo, encubría la intención de establecer nuevos fundamentos de la educación; era también un proceso de naturaleza ideológico articulado alrededor de las concepciones políticamente conservadoras que desmantelaron todas las experiencias progresistas que se venían desarrollando desde las primeras décadas del siglo XX en el país y promovieron la instalación de una pedagogía de inspiración tecnicista como forma dominante.
El regreso a la democracia en 1985 generó en el magisterio y el profesorado nacional la ilusión de retomar las experiencias y ensayos progresistas. Al amparo de un espíritu de prudente apertura ideológica, se instalaba en la educación cierto pragmatismo neo-escolanovista en el marco del constructivismo
piagetiano de amplia difusión entre docentes. Fue por esa época que una reproducción muy limitada de Escuela y Democracia comenzó a circular en Montevideo y vino a traer aires nuevos a la formación docente y al debate educativo nacional. De esta manera las ideas de Saviani se fueron abriendo camino tempranamente fuera del Brasil en países hispanohablantes donde comenzaba a crecer la demanda por la obra.
Diez años después se vivía, como en muchos países de la región, un proceso de reforma educativa de ímpetu economicista
, enmarcado en políticas neoliberales en las que se alentó el ascenso de técnicos y analistas simbólicos
a los principales puestos de decisión generando controversias en el magisterio nacional y una férrea oposición. Quehacer Educativo y la Revista de la Educación del Pueblo (ambas publicaciones de gran distribución entre maestros y estudiantes del magisterio y profesorado nacional) reprodujeron, en sendas separatas, partes de la obra. Esto permitió difundirla aún más en el país y avivar el debate sobre la educación.
Desde entonces el interés por el libro ha aumentado y muchas generaciones de profesores y maestros se han introducido al análisis de las teorías de la educación desde una perspectiva crítica a partir de la lectura de ese estimulante texto cuyo valor, especialmente para la formación docente, es inmenso. Pero las reproducciones que circulaban en Uruguay no eran completas; recién en el 2010 se pudo contar con la obra completa traducida al español en versión impresa gracias a una edición limitada publicada por la editora brasileña Autores Associados. De esta manera el libro se ha consolidado como un verdadero