Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Até que o amor nós abandone
Até que o amor nós abandone
Até que o amor nós abandone
E-book73 páginas58 minutos

Até que o amor nós abandone

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

A obra da Elena Chernikova é dedicada as dramáticas histórias de amor que se desenrolaram na mesma família em diferentes gerações no final do século XX. O tema principal da peça é amor, política, paixão, carreira, sexo, vingança, ciências psiquiátricas, memória, a busca da felicidade.

A obra é traduzida para o chinês, sueco e português. Esta obra foi uma finalista do concurso internacional de dramaturgos "Eurasia-2007". Em russo, a peça foi publicada na revista "Southern lights" (Odessa, Ucrânia).

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento13 de mar. de 2021
ISBN9781071592281
Até que o amor nós abandone

Relacionado a Até que o amor nós abandone

Ebooks relacionados

Artes Cênicas para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Até que o amor nós abandone

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Até que o amor nós abandone - Elena Chernikova

    ATÉ QUE O AMOR NOS ABANDONE

    Drama lírico

    ––––––––

    Personagens:

    O Velho

    A Senhora, sua amada

    O Médico-chefe de um hospital psiquiátrico

    A Filha do Velho

    O Amante da filha

    A Enfermeira

    Cena 1

    ––––––––

    Jardim florescendo. Sol brilhante. Um gazebo entre uvas no centro do jardim. O Velho e a Senhora estão a sentar em cadeiras de rodas.

    ––––––––

    A Senhora.  Maravilhoso, maravilhoso! Vinho, vinho!  Cidade do Vinho! O reino do vinho... o lúpulo do sol alto que alimenta a videira! Uma vida!

    O Velho. Oh sim, a Senhora sente tudo! Uma cidade de luz e vinho! Aliás, tenho certeza (baixa a voz) que ele, esse... nosso ... Mordomo!   Mon bonheur n'a pas de bornes! J'adore la vie! (Minha felicidade é ilimitada! Eu amo a vida! - FR. nota do autor)

    A Senhora. O Mesmo? Eu também! Veja os reflexos âmbares! "Mon bonheur n'a pas de bornes! J'adore la vie! Estamos nas ondas do beaujolais!  Beaujolais é sempre jovem, não apenas em novembro, oh, como é chato - trivialidade do calendário francês... Por que o Senhor fala do... médico... assim?  ... Tem medo dele?

    O Velho. Pode ter certeza, Senhora, ele é um problema. Para ele (em voz mais alta) eu sou como um verdadeiro viajante ... eu conheço a alma da Terra! Mas eu conto mais tarde... Prächtig, prächtig! Entzückend, entzückend! Wie es leicht ist, glücklich zu sein! (Sumptuosamente! Delicioso, delicioso! Como é fácil de ser feliz! – AL. nota do autor.)

    A Senhora. E assim sempre será... que felicidade ... ela vem se esperar! A felicidade pode ser esperada! Sumptuosamente! Até que a morte separe nós ... Contudo, a frase não é boa.

    O Velho.  Nada separe-nos, o meu amor, a minha bela senhora, a minha conquista...

    A Senhora. Deve viver uma vida longa na Rússia! Só agora entendi porque o meu marido falava assim, ele que fique em paz... Na Rússia é de saber esperar pela felicidade! Nós conseguimos! O meu querido homem! Eu amo-te mais do que a vida.

    Sons de música. Ao ouvir a bela melodia, O Velho e A Senhora abanam as cabeças como se fossem a dançar e a cantar juntos. Eles são felizes

    A Enfermeira entra, a balançar ao ritmo da música. Tem duas seringas em sua mão.

    A Enfermeira.  Almoço senhores, por favor, são servidos! Hoje tem um prato novo. Uma adição ao menu principal.

    Dá injeções.  O Velho e A Senhora, olhando se profundamente nos olhos, adormecem em cadeiras de rodas com rostos felizes.

    O sol põe-se. A música flutua.

    A Enfermeira (em voz baixa). Sim, doutor... um grande homem faz perguntas, gente pequena busca respostas. O Doutor é uma grande pessoa. Ele perguntou-me que resposta foi encontrada para Si? Eu realmente quero ajudar a Si, o querido doutor...

    Cena 2

    O Médico-chefe à sua mesa no seu gabinete lê um depoimento da Filha do Velho, que está a sentar-se calmamente no sofá, à espera de uma decisão favorável: ela quer levar o seu pai do hospital para casa.

    O Médico-chefe. Tenho receio, estimada, que a minha resposta será negativa! ... Infelizmente, recuso. O seu pai não pode ser tirado daqui.

    A Filha do Velho. Mas por que? Mas... ele é o meu pai!

    O Médico-chefe. Não parece possível.

    A Filha do Velho. Eu tenho dinheiro. Muito, muito. O suficiente. Ele terá tudo. Vou levá-lo aos teatros...

    O Médico-chefe. Isso não é obrigatório. Ele não está interessado no papel dos outros.

    A Filha do Velho. Vou comprar um cinema em casa para ele. Vou conectar uma internet. Ele vai ter normal... realidade virtual!!! Eu posso levá-lo para as montanhas, para o mar, o Doutor disse que ele tem um coração forte, os aviões não fazem mal a ele.

    O Médico-chefe. Querida, ele viaja de uma forma diferente, não como a senhora.

    A Filha do Velho. Ele vai viajar o tempo que quiser. Eu posso fazer tudo agora! Eu morava em Espanha, lá o meu marido abandonou-me, mas agora eu tenho dois apartamentos, uma filha, uma casa fora da cidade, um gato, um cachorro, tenho tudo! Entenda, ele deu-me a vida, e eu ainda não lho agradeci. Nunca, nunca. Eu notei que como crianças nunca dizem obrigado.

    O Médico-chefe. A menina é uma observadora.

    A Filha do Velho. Eu preciso do pai! Para mim! Eu preciso! Do Pai! O meu pai!!!

    O Médico-chefe. Eu compreendo, compreendo.

    A Filha do Velho. Aqui não deve haver recusa, algo está errado. O que aconteceu? Por que precisa deste paciente? Talvez eu devo compra-lo (ironicamente)?

    O Médico-chefe. Não é preciso. Ele é ambientalmente perigoso.

    A Filha do Velho. Parece que o Doutor está a gozar comigo.  Tem polícia ambiental aqui?

    O Médico-chefe. Não.  Eu estou a ajuda-la.

    A Filha do Velho. Eu preciso do pai, não é da sua ajuda.

    O Médico-chefe. Acha?

    A Filha do Velho. Pare!

    O Médico-chefe. Por favor, sente-se, porque levantou-se?

    A Filha

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1