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Nunca Para Sempre
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E-book127 páginas1 hora

Nunca Para Sempre

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Sobre este e-book

Tu podes escrever um romance de amor. Independentemente da tua experiência, quer pretendas iniciar o teu primeiro projeto como se estivesses a escrever há já algum tempo, neste livro vais encontrar todas as bases necessárias para dar forma àquela ideia que tens na tua cabeça. Anaïs Wilde e Lola Fortuna partilham contigo a sua experiência como tradutoras do género, escritoras e professoras de narrativa. 
Neste livro vais encontrar as bases para criar:
personagens
enredos
tensão sexual
sensualidade

IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de mai. de 2021
ISBN9798201234485
Nunca Para Sempre

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    Nunca Para Sempre - Anaïs Wilde

    ESCREVER

    ROMANCE DE AMOR

    officeArt object

    Anaïs Wilde e Lola Fortuna

    Introdução

    O amor move o mundo. Não é uma frase feita, mas uma realidade que todos sentimos em maior ou menor medida em algum momento das nossas vidas. Estas borboletas no estômago quando vemos alguém especial não são nada comparativamente à enorme injeção de energia que recebemos quando estamos apaixonados. Quem é que nunca saltou da cama apesar de ter dormido duas horas para ir ver quem ama? E a dedicação que colocamos quando nos arranjamos sabendo que podemos encontrar no trabalho ou na escola a pessoa que amamos? Não há nada que dê mais energia, entusiasmo, ou alegria de viver.

    Daí que o tema nos agrade e que nunca tenhamos o suficiente. Não nos cansamos dele. Gostamos de nos apaixonarmos e gostamos de ver a forma como os outros se apaixonam. Gostamos de vê-lo diretamente, com as pessoas que conhecemos e gostamos de ler sobre isso. Sim, ler... E escrever!

    Se escrever é já em si um trabalho gratificante, fazê-lo sobre o amor é ainda mais. Criar mundos, orientar as vidas das personagens, decidir aquilo que fazem e dizem, ver como ganham vida no papel, na nossa cabeça e na das nossas leitoras é um trabalho muito gratificante, mas não simples. Por isso a Anaïs e eu (Lola Fortuna) decidimos escrever este livro, para partilhar aquilo que aprendemos sobre o género romântico e os seus subgéneros através de uma vida dedicada profissionalmente aos livros. E a verdade é que não só somos verdadeiras leitoras (devoramos mundos de papel, podemos garantir-vos), como a vida e as carreiras de profissão em filologia nos levaram a viver de temas relacionados com o mundo da literatura desde há vários anos.

    Com este livro queremos acompanhar-te no teu percurso enquanto escritora. Estejas a enfrentar o teu primeiro livro ou estejas a escrever há mais tempo. Queremos contribuir com o nosso grão de areia para te ajudar nessa tarefa, para que não sofras a escrever, mas que possas dedicar-te a fundo às letras e consigas transmitir essas ideias que tens dentro de ti.

    Por isso, vamos começar por nos apresentar; eu, Lola Fortuna, trabalhei durante mais de quinze anos como revisora de estilo e tradutora. A Anaïs Wilde também foi revisora de estilo e ensinou escrita criativa no mundo anglo-saxónico durante vários anos antes de se lançar na escrita. Viemos de um mundo muito académico, onde se leem os clássicos e se desvaloriza tudo o resto, sobretudo a denominada de literatura «popular». Como é evidente, a literatura romântica encontra-se dentro do rotulado como popular. «Pop», se estivermos num país de língua inglesa. E gostamos deste último rótulo, porque alude à frescura do género, por ser algo vibrante, leve, que emociona todos os dias, refletindo os gostos das pessoas e a sua forma de pensar.

    O género romântico, além daquilo que os critérios rígidos das universidades possam ter como opinião, encontra-se vivo. Sim, talvez mais vivo do que qualquer outro género literário e é aí que reside a sua beleza. O romance de amor não admite espartilhos, remove-os para mostrar a nu e fazer com que as leitoras desfrutem. Talvez este seja um bom momento para referir que, se ao longo do livro tivermos decidido utilizar o feminino tanto para falar de escritoras como de leitoras não é para colocar de parte os homens, mas porque simplesmente -até agora- o género romântico tem sido predominantemente feminino tanto do lado de quem escreve como de quem lê. Parece-nos enriquecedor que aos poucos os homens também estejam a entrar nesta área, uma vez que sem dúvida alguma que darão uma nova visão e uma nova variedade. Efetivamente todos os dias aparecem mais autores e todos os dias os seus romances nos surpreendem mais e apaixonam. Além disso, uma vez que chegou o momento de explicar que não temos qualquer intenção de excluir ninguém, vamos dizer que aqui iremos falar de casais rapaz-rapariga, mas desde logo toda a teoria que encontrares neste livro pode ser aplicada a casais homossexuais. Não fomos movidas por um desejo de exclusão, sentimos simplesmente que a honestidade da nossa parte é escrever sobre aquilo que conhecemos, que é o romance de amor heterossexual.

    Para terminar, convém salientar que o romance de amor, como qualquer outro, é um género vivo. Os romances que são escritos agora não se assemelham em nada aos romances de há dez ou vinte anos. Se pararmos para pensar nisso iremos perceber a brevidade do tempo que isso representa. Em qualquer outro género não se notam grandes diferenças num intervalo temporal tão reduzido, mas pelo contrário no romance sim.

    Género vivo, porquê?

    Talvez um dos motivos porque o romance de amor se altera e ramifica tanto seja porque, em grande parte, reflete o mundo feminino e este encontra-se em constante evolução. É isto que nos prende como leitoras e aquilo que deves ter em conta quando escreves. Gostamos de nos mirar como num espelho, encontrar nas protagonistas caraterísticas com que nos identificamos, mas também ver as protagonistas a viver o tipo de vida que gostávamos de ter. Neste sentido, o romance de amor é altamente desejado, ou seja, mostra aquilo que procuramos. Daí que as histórias com protagonistas milionários, por exemplo, ou de raparigas de «classe média» pelas quais se apaixona um famoso tenha tanto sucesso.

    ––––––––

    Porquê um livro sobre como escrever?

    Porque quem gosta de livros e do género romântico em especial vai gostar de o respeitar e cultivar da melhor forma possível. Escrever é um trabalho e, como qualquer trabalho, deve ser aprendido e praticado até ser dominado. É preciso conhecer os seus segredos, o tecido que compõe o romance em geral e o romance de amor em particular. Não basta ser uma leitora voraz de romances de amor, também é preciso aprender a ler do ponto de vista de um escritor. Não, não é a mesma coisa, iremos desenvolvê-lo ao longo deste livro e, em cada ponto, iremos convidar-te expressamente a colocar em prática aquilo que aprendeste tanto naquilo que estiveres a escrever (ou quiseres escrever futuramente) como naquilo que estiveres a ler. Iremos indicar-te que parte deves procurar nas tuas novas leituras. E é quando nos aproximamos do romance de amor como consumidoras que queremos saber somente quem se apaixona, o que é que vai acontecer, o que faz a rapariga e o que faz o rapaz. Roemos as unhas enquanto passamos as páginas para ver como resolvem o problema que os impede de ficar juntos. Suspiramos com cada beijo, com cada encontro íntimo.

    Quando és escritora desfrutas também com aquilo que acontece e com o movimento dos protagonistas. Mas não te fixes apenas naquilo que acontece dentro do romance, mas também na forma como.  Sabes quais são as partes que qualquer boa história deve ter e defines a forma como a autora as estruturou. Digamos que é aquilo que acontece ao cozinheiro profissional. Já sabe quais são os ingredientes de uma lasanha (para apresentar um exemplo qualquer), mas quando come uma preparada por outra pessoa avalia a quantidade de molho bechamel, de recheio, de salsa, as especiarias utilizadas. Se encontrar algum ingrediente que geralmente não é utilizado na lasanha o cozinheiro irá avaliar se a sua inclusão foi um uma decisão acertada ou um erro. Por outras palavras, quando come uma lasanha, um cozinheiro profissional irá dizer se está boa ou não ou descobrir a que sabe porquê. Esta é a abordagem que te recomendamos ter a partir de agora. Todos os romances de amor que leres a partir deste momento deve passar pelo filtro que nos indicará os aspetos corretos e os erros.

    Nenhum carpinteiro vai começar a fazer uma cadeira só porque se senta numa todos os dias. Um padeiro também não vai assumir que sabe fazer pão só porque o come todos os dias. Em ambos os casos, deve estudar o trabalho, aprender as suas técnicas e segredos, daí que te convidemos a escrever um romance de amor e encares a tarefa como um trabalho e lhe dediques o carinho e a atenção que merece. 

    Hoje em dia o romance de amor é um dos géneros mais vendidos. Milhões de leitoras desfrutam em todo o mundo de histórias que fazem com que os seus corações batam como batiam quando viveram o primeiro amor. Gostamos de nos apaixonar, gostamos de sentir grandes paixões através das páginas, sejam elas digitais, ou em papel. Gostamos de entrar em mundos maravilhosos onde impera o glamour, o cavalheirismo, onde os detalhes bonitos se encontram na ordem do dia. E sim, gostamos de sofrer e chorar desalmadamente com os acontecimentos com que nos identificamos.

    Hoje, mais do que nunca, o género romântico encontra-se VIVO e com uma saúde que promete mantê-lo ativo durante muitos, muitos anos. Por outro lado, a revolução digital permitiu a entrada de novas vozes: autoras e autores que se quiseram fazer ouvir sem pedir autorização. Alguns bateram à porta das grandes editoras, outros não. Em ambos os casos, não permitiram que nada se interpusesse no caminho que liga a sua criatividade aos leitores. O romance de amor é um espaço particularmente fértil para os autores independentes e, enquanto leitoras, ficamos felizes com isso uma vez que isso fornece frescura e vitalidade ao género.

    Finalmente, esperamos fornecer-te com este livro ferramentas que te ajudem a explorar esta ideia que tens às voltas na tua cabeça. Pode servir para desbloquear uma história que tinha chegado a um ponto morto ou dar uma pista sobre o motivo pelo qual não te consegue convencer este romance que terminaste. Esperamos que gostes da leitura, sobretudo, que experimentes, que apliques aquilo que aprendeste aqui. Escrever é como tocar piano, não vais

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