Nada é tão romântico quanto o fim do mundo
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Sobre este e-book
— Vitor Martins, autor de "Quinze dias"
Gustavo sempre foi apaixonado por seu vizinho Thales, mas duas coisas o impedem de falar sobre o assunto. Primeiro: ele não tem ideia se o sentimento é correspondido. Segundo: tem um apocalipse zumbi acontecendo na cidade. Agora, os dois viajam juntos pelo fim do mundo, tentando escapar dos mortos-vivos enquanto Gustavo toma coragem para confessar seus sentimentos antes que algo mais aconteça. Afinal, fugir de zumbi é difícil, mas você já tentou se declarar para o crush?
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Nada é tão romântico quanto o fim do mundo - J. Venegas Álvares
NADA É TÃO ROMÂNTICO QUANTO O FIM DO MUNDO
J. VENEGAS ÁLVARES
1ª EDIÇÃO
2021
Logo da editora Dame BlancheCopyright © 2020, Dame Blanche, J. Venegas Álvares
CAPA
Johnatan Marques
PREPARAÇÃO
Sol Coelho
DIAGRAMAÇÃO
André Caniato
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Álvares, J. Venegas
Nada é tão romântico quanto o fim do mundo [livro eletrônico] / J. Venegas Álvares ; ilustração Johnatan Marques. -- 1. ed. -- São Paulo : Editora Dame Blanche, 2021.
ePub
ISBN 978-65-87759-10-4
1. Ficção brasileira I. Marques, Johnatan. II. Título.
CDD-B869.3
21-54509
Índices para catálogo sistemático:
1. Ficção : Literatura brasileira B869.3
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
Todos os direitos reservados
Para minha mãe, que me disse para nunca apagar nada do que eu escrevesse.
SUMÁRIO
Nada é tão romântico quanto o fim do mundo
Agradecimentos
Sobre J. Venegas Álvares
Seja bem-vindo ao fim do mundo!
Talvez essa não seja a melhor expressão, afinal as árvores continuam aí, os rios também, e a maioria dos animais… Vou reformular: seja bem-vindo ao Fim do Mundo Como Conhecíamos™.
Apesar dos diversos candidatos a causar o fim, o apocalipse zumbi foi o vencedor dessa roleta russa mundial.O que foi bastante inusitado na minha opinião; eu realmente estava botando fé no aquecimento global. Um príon congelado há milhares de anos foi descoberto por um grupo de cientistas que estava na Antártida justamente tentando descobrir como prevenir o aquecimento global.
Irônico, né? Eu sei, mas foi o que aconteceu.
Perdão, eu me empolguei e esqueci de me apresentar: eu sou Gustavo, um dos últimos humanos ainda vivos. Não tenho muitas habilidades de sobrevivência, exceto pelo meu mestrado em botânica, que não foi muito útil no Mundo Como Conhecíamos™, mas que agora me permite reconhecer plantas úteis, como quais não comer e quais tem fins medicinais. Algo importante para quem não quer terminar como um remake de Na Natureza Selvagem.
Também sou, em geral, bastante covarde, o que é uma habilidade essencial para se sobreviver a um apocalipse. Quem tem coragem, se arrisca. E morre.
Eu nunca me arrisco, então, aqui estou.
Mas o que, ou melhor, quem realmente me manteve são e salvo é o Thales.
Thales e eu nos conhecíamos num senso bastante vago da palavra. Ele morava no mesmo prédio que eu, às vezes nos esbarrávamos no corredor e nos cumprimentávamos com um aceno de cabeça e um e aí
. O que eu considero muito maduro e adulto da minha parte considerando que Thales é um dos homens mais bonitos que eu já conheci e eu tinha uma leve paixonite por ele. Leve
apenas porque agora superei isso e posso dizer que: é oficialmente amor.
Não que ele saiba disso, óbvio. Nem que vá saber enquanto estivermos vivos ou pelo menos não zumbificados. Eu mencionei que era covarde, certo? Isso não se aplica apenas a ter medo de zumbis, mas também a nunca, nunca mesmo, confessar meus sentimentos para as pessoas que eu gosto até, inevitavelmente, elas conhecerem outras pessoas, se apaixonarem e eu sofrer ouvindo qualquer música triste por duas semanas consecutivas, lamentando pelo amor que nunca vivi… O que talvez seja um pouco complicado de acontecer agora que nós dois somos alguns dos últimos seres humanos na face da Terra, mas você entendeu o