Metamorfose: Drama
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Sobre este e-book
Gláucio Imada Tamura
Gláucio Imada Tamura é um escritor nipo-brasileiro que se dedica a escrever contos de drama, horror, terror, suspense e mistério, às vezes somando-se com boas doses de humor. Quanto à narrativa, tem como principal inspiração as experiências que viveu na infância e adolescência, também confissões que ouviu de amigos, sem contar a influência dos milhares de livros que leu e as centenas de filmes que já assistiu com sua família. È autor dos seguintes contos: “Quem vai ficar com a p*rra do VHS?!”, “Pesadelo”, “Mistério na Chácara 21”, “Período Fértil”, entre outros.
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Metamorfose - Gláucio Imada Tamura
Atenção!
Pode haver na narrativa deste livro; cenas de sexo explícito, conflitos familiares, palavras obscenas, violência exacerbada, etc. Caso você sinta alguma aversão a estes temas, o recomendável é não continuar...
Metamorfose
A primeira vez que Eduardo Himura apeou no aeroporto de Narita, no Japão, ele ficou impressionado com algo que ele não estava acostumado a ver no Brasil.
Caralho, que tanto de japonês!
.
Era o que ele sussurrou vislumbrado, lembrando-se das inúmeras vezes que quando criança, ele ouvia alguém na rua chamar a atenção de outro, enquanto o desconhecido apontava o dedo em sua direção, caçoando da sua cara achatada, dos seus olhos riscados, rasgados como diziam, e dos cabelos tão lisos e pretos, como jabuticaba quando chegou a hora de ser colhida. Mas estranhamente naquele aeroporto apinhado de gente parecida, apesar dos costumes nipônicos que seus pais já praticavam em casa, como as palavras ditas em nihongo, as comidas saborosas compostas pelos onigiris, pelos sushis, os sashimis, as sopas de missô acebolado, os doces de arroz recheados com feijão adocicados, — sem contar as músicas japonesas ouvidas desde manhã até o varar da madrugada pela avó doente em casa, — apesar de tudo isso; ali, pela primeira vez no Japão, Eduardo reviveu sentimentos nostálgicos da sua infância no Brasil: sentindo-se um peixe fora d'água, ou mesmo um estranho no ninho, percebendo-se sem lugar, no único lugar que imaginou ser isso possível: no país de origem.
"Ora bolas, eu não sou japonês, eu sou é brasileiro!".
Ele repetiu esta frase por seguidas vezes pra si, enquanto fitava japoneses vistosos metidos em ternos engravatados, pretos ou acinzentados, e as japonesas elegantes, vestindo trajes finos, coloridos, com olhares altivos por onde passavam.
Também havia pessoas mais velhas, sozinhas no lento caminhar, segurando um copo de café ou chá na mão, enquanto contemplavam o horizonte das pessoas no saguão do aeroporto. Já os mais jovens passavam em bandos apressados, com o sorriso solto, escancarando a brancura dos dentes em gargalhadas frenéticas, no gesticular agitado, fluindo uma energia vibrante enquanto passeavam pelas lojas. Apesar das diferenças não tão sutis, ou seja, se cadenciando os passos ou descompassando em trotadas apressadas, parecia que todas elas emergiam uma aura diferente, mais iluminada, segura de si, possivelmente imantada naquele país do 1° mundo.
Respire e inspire...
.
Impactado com tanta informação ao redor, o jovem Eduardo reorganizou seus pensamentos, primeiro buscando auxilio numa respiração mais longa e profunda. E quando se tornou impossível não se perder nas cores, nas falas, nas letras japonesas estampadas por todos os lados, ele buscou recordar os principais motivos que trouxeram ele e sua família para vierem trabalhar no outro lado do mundo. Nisso, a voz do pai começou a ecoar na sua mente, principalmente:
Filho, estamos viajando para o Japão para juntarmos dinheiro. Só pra isso! Já te disse que um homem sem patrimônio não vale nada?!
.
Eram apenas algumas das falas já gravadas no inconsciente dos filhos, um tipo de herança psicológica deixada latejando em suas almas, mas que foram incrustadas desde a infância, e muito mais intensificadas na véspera da partida.
Quando o jovem Eduardo recordava dos tios, primos e dos amigos da escola, sofria logo saudades eternas da sua vida no Brasil. Sentia saudades de todos, principalmente de uma garota chamada Lyz, que a deixara com promessas de um retorno rápido, ainda sentindo o gosto do primeiro e único beijo que deram após terem descido de um coletivo superlotado. Ela disse antes do avião partir:
Aproveite a oportunidade, Eduardo. Afinal, pensa comigo, não é todo dia que alguém muda de continente, né?!
.
Depois ele lia e relia as seguidas cartas dos amigos da escola, 1° ano para ser mais exato, e que com o passar dos meses, — não mais movidas pelo fervor da recente despedida — chegavam mais intercaladas, ocupando cada vez menos espaço na caixa dos correios.
No entanto, sua maior companhia sempre foi a de Emily Himura, a irmã dois anos mais nova. Libriana, calma e sensata, às vezes a pequena ficava por horas a fio alugando os ouvidos do irmão, seja com temas relevantes que ouvira na escola ou mesmo com algo interessante que tinha lido em algum livro que julgara fascinante, pego na: Três Poderes, a biblioteca municipal localizada apenas a dois quarteirões de casa. Com a carinha de anjo, gestos de menina princesa, Eduardo a amava profundamente. Apesar da pouca idade, Emily era o porto seguro da sua alma, um consolo sincero quando as tormentas e as tempestades juvenis caíam sobre a cabeça do irmão, assolando sua alma pudica.
E, enquanto a família atravessava o saguão do aeroporto, à procura do portão de saída onde de frente já esperava o táxi, o pai lançou um comentário:
Tóquio é uma cidade interessante. Novas experiências e novos aprendizados nos aguardam neste país
.
E enquanto o táxi percorria as ruas e avenidas de