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Instruções dos Espíritos vol. 3: Psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro - Organiz. Mário Coelho
Instruções dos Espíritos vol. 3: Psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro - Organiz. Mário Coelho
Instruções dos Espíritos vol. 3: Psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro - Organiz. Mário Coelho
E-book387 páginas5 horas

Instruções dos Espíritos vol. 3: Psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro - Organiz. Mário Coelho

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Sobre este e-book

Por meio de indagações ao plano espiritual, apresentadas sob a forma de perguntas feitas diretamente aos Espíritos benfeitores em reuniões mediúnicas no Centro Espírita Léon Denis, esta obra esclarece assuntos ainda tão pouco conhecidos pela razão humana, porém essenciais à compreensão da bondade e justiça divina. Alguns dos temas abordados: trabalho na casa espírita, assistência fraterna, divulgação da doutrina espírita, importância das obras sociais, educação espírita na escola e no lar, papel do evangelizador, conduta do trabalhador espírita, dentre outros. Integra coleção composta por três volumes.
IdiomaPortuguês
EditoraM-Y Books
Data de lançamento6 de jul. de 2021
ISBN9786589897033
Instruções dos Espíritos vol. 3: Psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro - Organiz. Mário Coelho

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    Instruções dos Espíritos vol. 3 - Espíritos Diversos

    CIP - BRASIL - CATALOGAÇÃO NA FONTE

    SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

    B158i

    Balthazar (Espírito)

    Instruções dos Espíritos / psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro; ditado por Balthazar; organização Mário Coelho. — 1. ed. — Rio de Janeiro: CELD, 2021.

    382p.; 21 cm. (Instruções dos Espíritos; v3)

    Inclui índice

    ISBN 978-65-89897-03-3

    1. Espiritismo. 2. Obras psicografadas.

    I. Pamphiro, Altivo Carissimi. II. Coelho Mário.

    III. Título. IV. Série.

    17-44255

    CDD 133.93

    CDU 133.9

    Instruções

    dos Espíritos

    VOLUME III

    Coletânea de entrevistas

    com Espíritos dirigentes do

    Centro Espírita Léon Denis,

    psicofonia do médium

    Altivo Carissimi Pamphiro.

    Organizado por Mário Coelho

    1ª Edição

    CELD

    Rio de Janeiro, 2021

    INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

    VOLUME III

    Coletânea de entrevistas, com Espíritos

    dirigentes do Centro Espírita Léon Denis,

    psicofonia do médium

    Altivo Carissimi Pamphiro.

    Organizado por Mário Coelho

    1ª Edição: julho de 2021.

    L 4270817

    Capa:

    Roberto Ratti e Márcio P. Almeida

    Diagramação:

    Roberto Ratti

    Revisão de originais e copidesque:

    Albertina Escudeiro Sêco

    Revisão:

    Teresa Cunha

    Produção de ebook:

    S2 Books

    Para pedidos de livros, dirija-se ao

    Centro Espírita Léon Denis

    (Distribuidora)

    Rua João Vicente, 1.445, Bento Ribeiro,

    Rio de Janeiro, RJ. CEP 21610-210

    Telefax (21) 2452-7700

    E-mail: livraria@leondenis.com.br

    Site: www.edicoesleondenis.com.br

    Centro Espírita Léon Denis

    Rua Abílio dos Santos, 137, Bento Ribeiro,

    Rio de Janeiro, RJ. CEP 21331-290

    CNPJ 27.921.931/0001-89

    IE 82.209.980

    Tel. (21) 2452-1846

    E-mail: editora@celd.org.br

    Site: www.celd.org.br

    Todo produto desta edição é destinado à manutenção das obras sociais do Centro Espírita Léon Denis.

    Logotipo Celd     Logotipo ABDR

    Altivo Carissimi Pamphiro

    (1938-2006)

    SUMÁRIO

    Capa

    Ficha catalográfica

    Folha de rosto

    Créditos

    Prefácio

    Capítulo I. Reunião 4 — Assistência Fraterna

    Capítulo II. Reunião 8 — Divulgação Doutrinária – I

    Capítulo III. Reunião 9 — Divulgação Doutrinária – II

    Capítulo IV. Reunião 10 — Divulgação Doutrinária – III

    Capítulo V. Reunião 11 — Obra Social Antonio de Aquino – I

    Capítulo VI. Reunião 12 — Obra Social Antonio de Aquino – II

    Capítulo VII. Reunião 13 — Obra Social Antonio de Aquino – III

    Capítulo VIII. Reunião 14 — A educação fora da Casa Espírita I — No Lar

    Capítulo IX. Reunião 15 — A educação fora da Casa Espírita II — Na Escola

    Capítulo X. Reunião 16 — A educação dentro da Casa Espírita

    Capítulo XI. Reunião 17 — Evangelização de Adultos, Jovens e Crianças

    Capítulo XII. Reunião 18 — Educação

    Capítulo XIII. Reunião 57 — Centro Espírita – I

    Capítulo XIV. Reunião 58 — Centro Espírita – II

    Capítulo XV. Reunião 59 — Centro Espírita – III

    Capítulo XVI. Reunião 50 — Caso Social – I

    Capítulo XVII. Reunião 51 — Caso Social – II

    PREFÁCIO

    Este contato, mais estreito, com entrevistas com o Plano Espiritual que dirige o Centro Espírita Léon Denis, iniciou-se como uma fonte de esclarecimentos que servisse de base para os Encontros Espíritas sobre Medicina Espiritual, que começaram, também, em outubro de 1989. As entrevistas ocorriam uma vez por mês. Os responsáveis pelos Encontros Espíritas sobre Medicina Espiritual eram Luiz Carlos Dallarosa, Eneida Caruso Carvalho e Maria Emília G. Tourinho, amigos queridos.

    Passados 17 anos do término dessas entrevistas, a trabalhadora da Distribuidora de livros e médium da Casa, hoje trabalhando na Livraria João de Deus, do Centro Espírita Léon Denis, Luzia Soares, de posse desse material — que muitos tentaram revisar para futura publicação, mas que por uma série de dificuldades pessoais não o fizeram, (e creio que isso foi providencial pois, na época, não se tinha tanto acesso à Internet como hoje o que muito ajudou na elaboração de notas, e na confirmação de alguns dizeres e dados) — pediu autorização ao Plano Espiritual para que alguém trabalhasse nos textos para futura publicação. Com a devida permissão, ela convidou-me para a revisão, claro que, se eu não aceitasse o convite outro seria convidado.

    Confesso que foi muito exaustivo, pois tive que adaptar muitos textos de uma linguagem falada para uma linguagem escrita, muitas vezes eliminei algumas perguntas e fiz uma ligação entre duas respostas, de maneira a tornar os textos menos cansativos. Com frequência tive também que mudar um ou outro texto fazendo-o de acordo com as leis vigentes no país, evitando, assim, qualquer dano a qualquer pessoa, para tanto, busquei, nos casos contados, trocar personagens ou fatos, para que ninguém fosse identificado com seus problemas analisados. Sem contar que foram cerca de 800 páginas a serem trabalhadas. Fi-lo em seis meses e estando debaixo de muitas lutas, talvez até mesmo para meu aprendizado de poder servir estando em provas, visando um ideal.

    Ver este trabalho publicado é um preito de gratidão que faço aos Benfeitores do Centro Espírita Léon Denis: Balthazar, Antonio de Aquino, Hermann, Espíritos generosos que contribuíram para estas mensagens e também a todos os outros dirigentes espirituais do CELD sintetizados aqui pelo Apóstolo do Espiritismo: Léon Denis.

    Não militar para que esta obra fosse publicada seria deixar que se perdesse o trabalho grandioso que Benfeitores Espiri­tuais trouxeram para nós, bem como não valorizar o esforço do querido médium e amigo Altivo Carissimi Pamphiro.

    Pelas respostas desses insignes Benfeitores posso afiançar, sem medo de errar, que temos material para os nossos estudos dos Encontros e Cursos da Casa para os próximos 50 anos, no mínimo, bem como grandioso material de estudo para nossa conduta, como pessoa, como espírita, em família, na profissão, na mediunidade, na convivência com os outros, no Centro Espírita e diante dos que trazem problemas, aflições, doenças ou quedas morais.

    Percebi, pela natureza e elevação das respostas, que esses nossos Benfeitores estão, pelo menos, umas 10 a 15 encarnações à minha frente.

    Agradeço à querida esposa Sheila e às filhas Eneida e Dayane Evangelista (que me adotou como pai) pela compreensão, por terem permitido que eu doasse parte do escasso tempo em que fico com elas, para este trabalho. Agradeço ao meu corpo físico por ter suportado os sacrifícios de eu me debruçar muitas horas sobre estes textos em detrimento das minhas horas de repouso, muitas vezes dormindo somente poucas horas por noite.

    Agradeço ao bom amigo espiritual, Dr. Victor, pelo amparo e inspirações para que eu pudesse levar adiante este trabalho, bem como aos próprios autores espirituais que muitas vezes chamei pelo pensamento rogando a assistência para revisão de um texto ou outro.

    Obrigado, Senhor, por ter permitido que essas palavras dos Bons Espíritos chegassem até nós, e por eu ter sido alguém que, de alguma sorte, pudesse colaborar para que a Luz não fosse posta debaixo do alqueire [ 01 ] e o conhecimento chegasse a muitos.

    O organizador

    Dados do organizador:

    Mário Coelho é trabalhador do Centro Espírita Léon Denis, desde 1982, como palestrante, instrutor do Curso de Orientação Mediúnica e Passes (COMP), e ministrando algumas aulas para o Encontro de Medicina Espiritual. Atua também como médium da psicografia. No campo da assistência social privou durante duas décadas da companhia do médium Altivo Pamphiro, que, junto com Dr. Hermann, socorria os enfermos do, ainda, Núcleo Beneficente Antonio de Aquino, hoje, Obra Social Antonio de Aquino (OSAA); e esse contato com esses trabalhadores do Bem muito o influenciaram na sua vida de médico, sua profissão, na qual trabalha desde 1995. É um dos responsáveis pelo trabalho de preces aos suicidas, há quase três décadas. E esse contato mais direto com Dr. Hermann serviu de estímulo para que se programasse na organização deste livro.

    Capítulo I

    Reunião 4 — Assistência Fraterna

    26 de janeiro de 1990.

    B. [ 02 ] — Pela graça infinita de Deus, paz! Balthazar, pela graça de Deus.

    Iniciemos os nossos trabalhos rogando a Deus e a Jesus que encontremos o equilíbrio e a luz. Sintonizando com os benfeitores espirituais mais próximos, deem-se o autopasse.

    Que Deus abençoe nossa noite de estudos.

    E. — Gostaríamos de iniciar uma fase de perguntas relativas ao nosso trabalho, propriamente dito, nesta Casa; este pedido de esclarecimentos está ligado à assistência fraterna que prestamos nos vários dias de trabalho realizados aqui no Léon Denis. [ 03 ] Para que nossas dúvidas ficassem bem explicadas, fizemos algumas considerações em relação àqueles que nos procuram para o atendimento fraterno.

    De uma forma geral, identificamos quatro grupos: primeiro, os que vêm por problemas de saúde; segundo, por problemas materiais; terceiro, por problemas emocionais; e quarto, por problemas espirituais.

    Nesta ordem não colocamos hierarquia de valores, apenas denominamos os grupos porque achamos que seria conveniente.

    Outro aspecto é como atendemos essas pessoas, o que devemos lhes dar como apoio? Então, anotamos a nossa boa vontade e o trabalho da Casa, do ponto de vista material; geralmente, neste atendimento, fazemos uma triagem dessas pes­soas, seja para as reuniões públicas, seja para o aprendizado nos cursos, seja para o trabalho de passes de cura e, paralelamente, encaminhamos nomes de pessoas para o trabalho da desobsessão, quando indicados. Então, gostaríamos de pedir esclarecimentos em relação a este atendimento, do ponto de vista espiritual. Como este trabalho, que sabemos ser muito maior do que fazemos, se encadeia? Esta pergunta está diretamente ligada ao fato de querermos aprender e ter maior empenho no trabalho propriamente dito.

    B. — A tarefa da assistência fraterna deve se fundamentar no espírito de caridade e de compreensão com as fraquezas alheias; quando uma criatura chega aqui é porque, dentro dela, terminaram os seus limites de resistência ou de explicação para o que lhe acontece.

    Quando chegam a esta Casa — espíritos credores da Instituição ou dos médiuns, ou de alguém que pertença à Instituição — essas criaturas são recebidas, se podemos dizer deste modo, com uma certa prioridade. Isto fica claro quando vocês recebem pessoas e sentem uma espécie de obrigação no seu atendimento, uma necessidade de solucionar-lhes os problemas, por solidariedade pura ou mesmo por simples desejo profundo de ajudar. [ 04 ]

    A assistência fraterna, portanto, tem muito a ver com a necessidade daqueles que aqui estão e que aqui vivem. Ajudadas estas criaturas, de modo natural o auxílio se estende para outras, suas conhecidas, suas amigas que, seguindo ou vendo o exemplo ou a cura de tais pessoas, como que chamam as outras. Neste caso, nem sempre haverá uma situação credor-­devedor, mas sempre haverá alguma coisa que ligue entre si tais elementos.

    Buscando resolver, orientar, transmitir, modificar enfim, a mente dos que chegam até aqui, tentamos equilibrar suas emoções ou os seus sentimentos; o desempenho desta tarefa promoverá, num prazo mais ou menos longo, a integração daquele que faz a assistência com os planos maiores. Já aquele que recebe a assistência buscará os graus de ascensão que o levam para as regiões de onde saem os cooperadores fraternos.

    Então, entendemos que o trabalho da assistência fraterna tem a ver com a caridade no amplo sentido do termo, cabendo a vocês descobrir em que circunstâncias se deve agir, mais ou menos energicamente, com as criaturas que chegam. Isto está a cargo de vocês, é um aspecto que a Espiritualidade lhes passa, com toda a responsabilidade que temos em dar a tarefa para pessoas que, às vezes, ainda não têm tão profunda preparação intelecto-moral-espiritual.

    Agora, quais são as pessoas que, não sendo espíritas, vêm buscar o socorro material? São as que vivem apenas o dia a dia, querem aproveitar, usufruir. Essas pessoas não descobriram ainda o caminho que podem trilhar e que as levará até Jesus. As outras criaturas que chegam aqui, buscando recursos para sua emoção, são as que têm erros, mais ou menos profundos, mas têm erros. Por isso as suas dificuldades enormes de conviver com o que se chama, convencionalmente, de erro. Há muita dificuldade na convivência com o errado, extrema dificuldade, e as pessoas que fazem a assistência fraterna deverão ter muita atenção, mas muita atenção mesmo, para viver ao lado do erro sem se contaminarem.

    Finalmente, chegam aqui aqueles que têm seus problemas espirituais, e estas pessoas, que trazem marcas profundas na sua alma, no seu espírito, precisam ser recebidas pelos que amam, pelos que trabalham e pelos que oferecem algo de si porque, se não houver amor, se não houver vontade de oferecer algo, se não houver a chamada disposição, elas não conseguem ser assistidas. Resulta daí que, muitas vezes, vocês veem dificuldades em passar criaturas para este ou aquele elemento da assistência porque, instintivamente, as criaturas sabem quais são aqueles que agem por amor ou não.

    E. — Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta dentro daquilo que o senhor explanou: poderia nos explicar melhor o que seriam espíritos-credores nessa relação da assistência fraterna, seria uma ligação entre credores e devedores? Nós estaríamos reencontrando antigos afetos ou pessoas com quem já convivemos ou que prejudicamos e, de uma certa forma, atuando em benefício delas?

    B. — Não tenham dúvida! Não tenham dúvida! Quase todos os casos a que prestam assistência são de pessoas a quem vocês devem alguma coisa, individualmente ou solidariamente. A solidariedade também existe e você pode atender, por solidariedade, alguém que acompanhe uma sua amiga aqui na Casa. Mas não existe acaso, quando uma criatura vem para cá, ela o faz na certeza absoluta de receber o auxílio; seus guias a conduzem na convicção de que a sensibilidade de vocês estará aguçada a ponto de resolver ou, pelo menos, ajudar a resolver o problema pelo qual essa criatura passa.

    E. — E quanto ao que o senhor falou sobre agir energicamente, o que seria esse agir energicamente? Eu pensei na seguinte situação: às vezes, as pessoas vêm nos procurar porque, por exemplo, no meu caso, sou médica, atuo numa área específica da Medicina, e elas vêm exclusivamente me pedir para resolver um determinado problema. Então eu procuro conversar com essa pessoa, inserindo-a dentro do contexto espírita, da Casa Espírita, procurando ver o lado humano da vida dela, e saber por que ela veio aqui, se antes já havia frequentado uma Casa Espírita, se conhece a Doutrina Espírita. Eu aprendi a agir assim com o tempo, no início ficava muito afoita, muito ansiosa, achando que, necessariamente, teria que resolver o problema dessa pessoa. Como agir energicamente? Seria alguma coisa ligada a essa atitude?

    B. — Você não pode deixar que a criatura se sobreponha aos grandes interesses do trabalho da Casa, e, até mesmo, num certo momento, ao interesse também de vocês. Num certo momento! Porque, quando uma criatura chega aqui e você sente que ela não está com a menor atenção ao trabalho da Casa, é justo que, antes de fazer qualquer receituário, haja uma conversa entre vocês (estão a sós e podem fazer isto), um verdadeiro ensino para tais pessoas, para que saibam o que estão fazendo aqui; esta é uma das formas de agir com energia. A criatura só virá nesta situação: se estudar, se trabalhar e coisas desse tipo que vocês fazem.

    E. — Seria uma conscientização?

    B. — Seria uma conscientização com o acréscimo do conhecimento; vocês têm a conscientização para que a pessoa entenda o que está fazendo, mas o conhecimento vai torná-la preparada para qualquer situação futura.

    E. — Seria ensiná-la a caminhar?

    B. — Seria ensiná-la a caminhar.

    E. — Ainda, para mim, e acho que para alguns de nós aqui, é muito difícil o contato da relação humana que fazemos com os assistidos; aquele grupo de pessoas que o senhor citou, pessoas que são incrédulas, que vêm pela necessidade do atendimento médico gratuito, que elas acreditam que vão ter, como se fosse uma associação, ou vêm pedindo um milagre, achando que irão encontrar um médium que traga a resposta através da clarividência ou de outro mecanismo. Existe até uma certa relação hostil, quando a pessoa vem para conversar conosco, à medida que explicamos que ela está na Casa Espírita. Seria válido convocarmos essa pessoa, dentro dessa atitude enérgica, para frequentar a Casa?

    B. — Se ela tiver coragem... depende da coragem dela.

    E. — Mas a conduta seria convocar? Quer dizer, não ter timidez em relação a isso...

    B. — Não há razão para ter timidez, porque as criaturas estão amadurecidas o bastante para receberem o conhecimento que a Doutrina Espírita traz; poderão ter maior ou menor acesso à informação, maior ou menor dificuldade mas, em tese, elas já estão amadurecidas para isso.

    E. — Elas já poderiam fazer a opção de aceitar ou não?

    B. — É claro! Já teriam isso.

    E. — Mas essas criaturas que já têm condição de aceitar, seriam aquelas que nos procuram ou qualquer criatura?

    B. — Isso é indiferente! É indiferente!

    E. — Há pessoas a quem se ensina, e elas até começam na Doutrina, vêm à nossa Casa e tudo mais, então, pensamos que vão prosseguir neste aprendizado mas, de repente, desistem e somem... Nesse momento sentimos uma frustração muito grande, porque julgamos que elas vão caminhar, mas de forma inesperada, regridem bastante. E a nossa atitude neste momento? Como devemos agir?

    B. — Vocês conhecem bem a Parábola do Semeador? São sementes em terra não preparada, não há razão para se intimidarem, assustarem e inquietarem. Não há problema nisso! [ 05 ]

    E. — Há pessoas que vêm por problemas de mediunidade, procurando um trabalho na Casa como forma de resolução desses problemas, mas a complexidade das tarefas exige de cada um de nós um preparo. Como lidar com elas? Até quando permitir o ingresso e incentivar este ingresso ou pedir-lhes ainda tempo e mais estudo?

    B. — Entendemos que essas criaturas só devem ter acesso aos cursos por plena e manifesta caridade, só. A rigor, elas não deveriam frequentar, seria uma espécie de concessão, porque sabemos, semelhante à Parábola do Semeador, que a semente não vai cair em terreno bom, e logo vai morrer. Não nos preocupamos com este número de pessoas porque sabemos que uma boa parte delas desistirá de modo espontâneo.

    E. — É esperado?

    B. — É esperado, há uma margem estatística para nós de cerca de 20 a 25% de desistência para estes casos.

    E. — Intuitivamente, eu tenho sido exigente no atendimento fraterno, no que diz respeito às pessoas comparecerem à Casa, estudarem a Doutrina e compreenderem aquilo que está acontecendo entre elas. As que eu vejo acompanharem realmente o ritmo da Casa, melhoram sensivelmente, e eu tenho tido bons resultados; as outras, simplesmente não querem frequentar ou não querem tomar conhecimento da Doutrina e vão embora. Esse rigor, a que eu tenho submetido os assistidos, está exagerado ou deve ser mais ou menos por aí?

    B. — O certo seria todos agirem assim. A rigor, cada um de vocês que dá a autorização para alguém, deveria pedir que essa pessoa, aos sábados, o procurasse, até para conseguirem fazer uma espécie de acompanhamento. É uma das maneiras pela quais vocês poderão tentar solucionar o assunto.

    E. — Aí, na próxima vez que elas vierem às reuniões...

    B. — ...pedir que elas venham diretamente falar com vocês.

    E. — Eu peço, mas as pessoas não vêm, elas somem...

    B. — Vá convivendo com o problema até você começar a ter como regra, ou as pessoas terem como regra, procurar vocês. Entretanto, é preciso lembrar, em favor delas, que vocês devem ter um local fixo na Casa, durante as sessões públicas, de modo que possam ser encontradas mais facilmente.

    E. — Quando o senhor nos esclarecia sobre os tipos de pessoas que chegam aqui para serem atendidas, falou das que vêm com seus erros, e observou que aqueles que fazem o atendimento deveriam viver lado a lado com os erros, mas sem se contaminarem. É possível que isso possa ocorrer? Porque eu vejo assim: as pessoas que trabalham no atendimento têm uma responsabilidade, então, é como se já trouxessem consigo a necessidade de virem estabilizadas para o trabalho. Essa contaminação pode acontecer?

    B. — Pode, e depois você não absorve um erro em um dia apenas, conforme seja a atitude da criatura, de persistência, de insistência junto a vocês, pode afetá-los perfeitamente. Vocês não estão isentos disso, não estão isentos do assédio espiritual até no último dia ou no último ano de trabalho mediúnico. Não estão isentos!

    E. — Irmão Balthazar, tenho dúvidas quanto à disciplina e à compreensão; refiro-me à disciplina de nós mesmos, diante da dificuldade que a criatura está apresentando, e ante o que a Casa pode oferecer, e a compreensão dos problemas dessa criatura. Às vezes, somos rígidos numa determinada disciplina, outras, temos que ser compreensivos, entender que a criatura não pode fazer tal e tal empreendimento, mesmo porque ela talvez ainda não tenha compreensão da Doutrina Espírita, e o sofrimento pelo qual a pessoa passa também é muito grande; enfim, como podemos solucionar (se é que podemos) esses problemas, até mesmo interiormente, porque há momentos em que a dúvida é grande, e nós, nesse intuito de ajudar, ora ficamos mais compassivos do que de fato se deve ser, ora a atitude é maior do que deveria; nós pecamos por muito ou pecamos por menos.

    B. — No estudo dessas questões, no saber discernir, no saber dividir é que reside a sabedoria de vocês, por isso mesmo é difícil compreenderem com certa rapidez sobre os acertos e desacertos ocorridos. O que deverá existir sempre, na atitude de vocês?

    E. — Fazer o melhor, seguir uma certa disciplina em torno da Casa, do pensamento. Mas, quando não há absorção desse pensamento, a pessoa compreende e dá tempo ao tempo, como na Parábola do Semeador, deixa que a terra se adube primeiro, não é?

    B. — Que se adube naturalmente.

    E. — Até para nós mesmos, certo?

    B. — Principalmente.

    E. — Eu vejo isso frequentemente com as criaturas que atendo; percebo, em muitos casos que analiso, que os problemas pelos quais a pessoa passa, às vezes, vêm totalmente contra meus próprios problemas; o que ocorre porque somos seres humanos, certo? E essa análise, essa percepção, serve muito para discernirmos, ajuda-nos a compreender os outros. Seria uma maneira de personalizarmos o trabalho que desenvolvemos; como se aquela pessoa que chega estivesse distanciada de nós ou que estivéssemos acima dela?

    B. — Pode ser isto, mas se você prestar bem atenção, vai ver que não é por aí, a resposta anterior que eu dei já explica tudo.

    Encerremos por hoje.

    Paz a todos, meus filhos, Balthazar pela graça infinita de Deus.

    Capítulo II

    Reunião 8 — Divulgação Doutrinária – I

    25 de maio de 1990.

    B. — Pela graça infinita de Deus, paz! Balthazar, pela graça de Deus.

    Amigos e irmãos, iniciamos nossas tarefas da noite, como sempre o fazemos, dando-nos o autopasse, preparando, assim, o nosso organismo para o trabalho do bem que vai ser realizado. E, no autopasse, meditemos na presença dos bondosos espíritos, nas outras salas, incentivando os trabalhos que nelas se realizam. Que Deus nos ajude, a todos, nesta noite de trabalhos espirituais. Graças a Deus, muita paz!

    Forças generosas do Bem e da Paz, do Amor e da Luz, graças a Deus! Preparemo-nos, e, preparados, daremos início aos trabalhos da noite.

    E. — Irmão Balthazar, voltando às tarefas da nossa Casa, e acatando uma sugestão sua, estamos solicitando esclarecimentos quanto às diretrizes espirituais da divulgação doutrinária, no que se refere ao trabalho do expositor. Naquela ocasião, o senhor se expressou de forma a nos mostrar a diferença fundamental que existe entre falar e ensinar, entre cooperar com a divulgação e apenas falar.

    Para facilitar sua resposta, relacionamos os setores de divulgação da nossa Casa, em Bento Ribeiro e na Mallet. Primeiro, quanto aos Encontros aqui realizados: o Encontro no carnaval, o Encontro sobre temas referentes à vida e à obra de Léon Denis, e o trabalho, ainda não realizado, mas em curso, do Encontro sobre a vida e a obra de Bezerra de Menezes. Segundo, quanto às exposições de temas, feitas nas diversas atividades e reuniões públicas da nossa Casa. Terceiro, quanto ao ensino nos cursos básicos, assim como na orientação mediúnica, e, por último, quanto ao ensino junto às crianças e aos jovens. Dentre os cursos há, também, o curso das obras de Léon Denis.

    Sabemos que a pergunta é extensa e não temos a pretensão de o senhor respondê-la inteiramente hoje; poderemos fracioná-la. Mas, de qualquer forma, expomos toda a pergunta, para que o senhor tenha uma noção das nossas dúvidas, do nosso pedido. [ 06 ]

    B. — As respostas, nosso irmão Luís, presente à reunião, dará parte delas, principalmente no que se refere aos Encontros, cabendo a mim os estudos que se fazem aqui nas sessões normais.

    O que nós entendemos por expositor doutrinário, pode-­se resumir da seguinte maneira: é a criatura que vai clarear o assunto para as pessoas que estão a ouvir o tema a ser estudado. Este clareamento impõe um conhecimento doutrinário, tanto quanto possível, aprofundado, ao mesmo tempo exige, de quem fala, uma grande dose de compreensão dos problemas humanos e também um mínimo de amor no coração. Por que isto? Porque se não houver o conhecimento, o assunto explanado não fica suficientemente claro para quem o ouve. Se não houver compreensão das dores humanas, o assunto poderá parecer superficial, principalmente, para quem sofre. E, se não houver amor, o assunto ou as pessoas parecerão insuficientes, tolas, pessoas que transmitirão, então, uma visão errada para quem as ouve. Daí, repetindo-me: precisarmos de quem fale, de quem entenda e de quem sinta. Todos os que estão sendo convocados para o exercício da palavra, de um modo ou de outro, estão alertados quanto ao assunto, tanto de maneira indireta, informal, dada pelo médium, como de maneira mais ou menos velada, instruída por nós, ou de maneira bastante clara, se as pessoas estiverem atentas ao que ouvem do próprio estudo da Doutrina.

    De posse destes valores mínimos para que se faça uma exposição, passemos agora às sessões que se realizam aqui. Na sessão das segundas-feiras, à tarde, o objetivo é trazer o conhecimento das obras de Léon Denis para as pessoas; portanto, além desses três valores já apresentados, se requer, ao expositor, o amor e o entendimento daquilo que Denis nos transmitiu; amparados pelo conhecimento, amparados pela noção de vida, de sofrimento humano, e amparados pelo amor. O conhecedor da obra de Denis deverá, principalmente, transmiti-la e transpor, para as mentes dos nossos ouvintes, as virtudes do conhecimento da obra em si mesma. Deverá, assim, conhecer a obra e amá-la, para que a transmita com amor.

    No que se refere a O Livro dos Médiuns, junto aos conhecimentos doutrinários, portanto, junto ao aprofundamento do estudo, pede-se que o expositor transmita segurança ao público, mostrando-lhe o verdadeiro caminho que leva ao conhecimento da Doutrina, à prática da mediunidade. O expositor deve procurar retirar todo e qualquer sentimento em torno do maravilhoso, do mágico, quanto à comunicação espiritual. Ao lado deste fato, o de se tirar o domínio do maravilhoso, deve-­se, entretanto, passar respeito à visão elevada da convivência com os espíritos e, ainda mais, à responsabilidade que é ou de que se reveste o intercâmbio mediúnico.

    Na reunião de estudos sobre O Evangelho..., pretendemos que se use, exatamente, a visão kardequiana sobre a fé, ou seja, aquela visão que nos faz raciocinar que a fé, para ser verdadeira, deve estar ao lado da razão. Portanto, o estudo das leis trazidas por Jesus, o estudo das suas atitudes e o estudo do seu comportamento, mas tirando, também, o sentido mágico, sobrenatural que as pessoas colocam na figura do Cristo, porém, ao mesmo tempo, transmitindo um profundo respeito, amor mesmo, à figura generosa e bela de Jesus; figura de que, mesmo entre os espiritistas, se está longe de avaliar toda a extensão do seu mandato sobre a Terra. Quanto às sessões das quartas-feiras, em que a obra estudada é O Evangelho..., ainda se deseja que haja o consolo, a confortação, a consolação, porque não se pode apenas transmitir conhecimentos, isto basta para os que são fortes, mas para os que estão doentes ou doídos, cansados ou aflitos, genuflexos ou derrubados, pede-se que haja a visão compreensiva, amorosa mesmo, do fato, da dor que estão sentindo.

    Em O Livro dos Espíritos, entendemos que o expositor deve ser uma criatura, por excelência, digna, que transmita com dignidade as noções filosóficas, ou seja, transmita o embasamento filosófico que a Doutrina nos dá sobre os vários assuntos que o livro traz. Ao falar de Deus, juntar ao conhecimento e ao amor, o respeito, a dignidade, a noção da paternidade divina. Ao falar do mundo espírita, ressaltar a objetividade, a clareza de conceitos, transmitir o que já existe, aproveitando subsídios dos milhares de médiuns, dos milhares de livros que falam sobre o assunto, para que as criaturas entendam a extensão do mundo invisível e também sua governabilidade porque, por mais que as criaturas sejam diferentes, elas são conduzidas por alguém que as orienta. Governar, para nós, significa, portanto, orientação. Falar do mundo invisível, ou da Parte Segunda de O Livro dos Espíritos, é dar orientação às pessoas sobre aquilo que elas irão encontrar, quando vierem para o mundo espiritual. Já a parte moral, é necessário que se aborde com o mesmo cuidado com que se fala sobre as questões que constam em O Evangelho... e na obra de Denis: é o respeito, respeito à convicção dos outros, mais a clareza das nossas definições, a postura adequada dos nossos pensamentos, a singeleza aliada à objetividade; e, falando das esperanças, das consolações, lembrar aos nossos amigos que eles estão convidados a abrir a janela para o futuro, mostrar aos homens que eles não estão sós, abandonados, desesperançados, perdidos.

    No que se refere aos cursos, o princípio básico é o mesmo, sendo que se espera das criaturas a transmissão de todos

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