Mosaico da vida: Coletânea de textos
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Sobre este e-book
Eu tentei expor algumas faces da vida em relação a sentimentos por meio de textos. Sim, textos escritos com o coração, com o sentimento mais puro existente neste mundo que é o amor.
Aqui eu acabei escrevendo sobre as coisas que eu tenho em mim que todo mundo já passou um dia. A tentativa de se autoconhecer, de entender a vida, de amar e, claro, a de superar.
Neste exato momento, você está lendo palavras escritas por mim e esta é a conexão mais íntima que eu já tive com alguém. A minha vida é um mosaico e é assim que ela se encaixa: tocando cada parte de quem se atreve a se misturar comigo.
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Mosaico da vida - Daiane Barros
Dedicatória
Para todos aqueles, de alguma forma, incompreendidos que se identificarão com as palavras descritas aqui.
Eu sou assim; ligada na tomada. Sempre querendo encontrar uma razão pra tudo. Pessoas como eu sofrem mais. Se decepcionam mais. Por outro lado, crescemos. Evoluímos. Amadurecemos. Nada é estático em nossas vidas. Nada é à toa. Tudo ganha uma compreensão, tudo é degrau, tudo eleva.
Martha Medeiros
Prefácio
Sempre procurei razões para praticar o ato de escrever. Perfeita não sou, estou longe disso, mas, desde quando as emoções ficaram à flor da pele, resolvi escrever textos que retratam verdadeiramente o meu eu interior. Mas sempre me questionei o porquê desse extravaso em forma de arte.
Por que eu escrevo? Escrever é um verdadeiro ato de altruísmo. Desconfio de que todas as pessoas que escrevem têm um pontinho de egoísmo. Sabe por quê? Porque a gente escreve para se entender. É uma tentativa frustrada de tentar se traduzir e não se afogar nas palavras.
Eu não escrevo para você. Eu escrevo para mim. Para falar do meu próprio ego, fazer metáforas com a vida. É um mal necessário? Talvez. É, na verdade, um mero jogo de palavras...
Alegro-me quando algum leitor me fala: nossa, perfeito, isso me descreveu
. E fico pensando se tenho bola de cristal. Ou é só bom coração. Ou é o fato de saber me colocar no lugar das pessoas. Penso e chego à conclusão de que é nenhuma das opções citadas. É estranho dizer, mas dá um alívio em saber que não sou anormal em sentir o que sinto. Só falo indiretamente por medo de julgamentos.
Está aí, eu escrevo porque eu preciso. E se isso servir, sinta-se abraçado. Estamos no mesmo barco. Com um pouco de juízo, saímos desse abismo e aprenderemos a remar. Talvez você, assim como eu, só precise acreditar.
Capítulo 1
Um estudo interior
É muito difícil escrever uma autobiografia. Sempre que tento começar falando da minha pessoa, eu me enrolo e acaba saindo nada, porém desenvolvi um método de tentar me descrever sem ser por meio de textos prontos ou comuns. Resolvi me expressar, pegar toda a minha personalidade e colocar em preciosas palavras escritas no papel. E não pense que eu fico pensando em como me descrever. A inspiração chega e eu só escrevo. Às vezes sou menina, na maioria das vezes, mulher. Sempre em constante evolução.
Quem se descreve, se limita. Frase cafona, porém, realista. Acho que é por isso que eu não me limito. Por meio da minha escrita, você não vai saber meu nome, minha data de nascimento ou tampouco de onde eu sou. Citando um dos meus livros preferidos: O essencial é invisível aos olhos
.
E é aqui que você vai conhecer o meu essencial. Aquilo que realmente importa. A essência verdadeira profundamente escrita pela pessoa que mais me conhece: eu mesma.
Meu lado A
As pessoas sempre vão embora... Já dei minha cara a tapa várias vezes e muitas pessoas em quem eu confiava me bateram bem forte. E eu olho para todos os lados tentando entender o porquê disso...
A palavra intensidade
me resume. Sou o tal excesso que não cabe em lugar algum, mas transborda. Sou aquela que dizem entender, mas, no final das contas, nem Freud explica. Chegada animada e despedida sofrida. Não sei ser um mero sentimento frio.
Tensa, intensa, cada vez mais sozinha? Drama, carência. Tô inquieta nesses pensamentos malucos que só buscam uma explicação de por que eu ser assim.
Sou aquela que buscam quando estão sozinhos e que deixam de lado quando estão por transbordar. Sou o olhar, o riso, o choro. Até, quem sabe, uma eterna lembrança daquilo que nunca aconteceu
Coração machucado, cansado de apanhar. Frio por dentro, calor por fora. O aperto de mão do adeus, o abraço fraterno. Sou o céu mais iluminado da noite. O reflexo da lua nas águas. Sou o espaço do que fui e do que um dia serei. Eu sou…
E o medo?
Queria um lugarzinho aconchegante, pessoas queridas para me dar muitos abraços apertados e a velha frase clichê vai ficar tudo bem
. Eu vivo tão intensamente, morro de saudades todos os dias, e às vezes nem sei o que eu vou fazer. Mas tudo isso é passageiro, como tudo na vida.
Dá um medo danado de seguir em frente sozinha e de não se achar. Que coisa mais complexa. Tanto que vem à tona aquela sensação de abrir a geladeira, procurar, procurar e não saber o que você está buscando. E eu sinto isso o tempo todo.
Tem dias que quero ficar na minha. Tem dias que quero extrapolar e encher a cara. Tem dias que quero sair por aí sem rumo, só para sentir o vento na cara e ter a sensação de liberdade. A rotina é repetitiva. Às vezes, ela me afunda. Sinto que o mundo vai acabar amanhã e eu ainda não vivi o suficiente. Será uma perda de tempo? Será que o que estou fazendo é certo?
Quero alugar a felicidade, talvez por um momento. Mas tá todo mundo à minha volta meio assim, cheio de buraquinhos nos seus respectivos corações. Todo mundo com essa sensação de que não está dando certo.
Eu ainda não