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Lutero e a vida cristã
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E-book311 páginas6 horas

Lutero e a vida cristã

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Sobre este e-book

"Este livro ilustra novamente por que Martinho Lutero permanece um recurso quase inesgotável. Trueman explica por que Lutero pode ser um tão perceptivo, encorajador, humano e até engraçado guia para a vida cristã. Especialmente importante é a clara comunicação de Trueman do porquê de a cruz de Cristo ter alicerçado a abordagem de Lutero a quase tudo, e por que uma 'teologia da cruz' pode motivar poderosamente os crentes também hoje." (Mark A. Noll)
IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de out. de 2021
ISBN9786559890293
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    Lutero e a vida cristã - Carl Trueman

    Lutero e a vida cristã. Teologia e vida alicerçadas na cruz de Cristo. Carl Trueman. Série Teólogos e a vida cristã. Cultura Cristã.

    Se você pensa que conhece Lutero, leia este livro. É uma obra notavelmente edificante e esclarecedora. Exibindo os interesses de um pastor e o rigor de um historiador, Carl Trueman nos proporciona uma análise de Lutero sobre a vida cristã que é tão ‘humana’ quanto o próprio reformador alemão. Mesmo assim, é muito mais do que Lutero sobre a vida cristã. É um dos melhores sumários de Lutero no contexto.

    Michael Horton, Professor de Teologia Sistemática e Apologética, Westminster Seminary da Califórnia; autor, Calvino e a vida cristã, O cristão e a cultura, Um caminho melhor e Doutrinas da fé cristã, todos da Cultura Cristã.

    Carl Trueman conseguiu uma tremenda façanha: ele não apenas nos deu um volume que é erudita e historicamente matizado, e ao mesmo tempo acessível e agradavelmente contemporâneo; ele também conseguiu capturar o brilho e a ousadia de Martinho Lutero em um espaço relativamente pequeno. Trueman precisa ser elogiado por apresentar um Lutero que não é como nós em tantas maneiras, e também um Lutero de quem podemos aprender muito.

    Kevin DeYoung, Pastor Sênior, University Reformed Church, East Lansing, Michigan

    Este livro ilustra novamente por que Martinho Lutero permanece um recurso quase inesgotável. Trueman explica por que Lutero pode ser um tão perceptivo, encorajador, humano e até engraçado guia para a vida cristã. Especialmente importante é a clara comunicação de Trueman do porquê de a cruz de Cristo ter alicerçado a abordagem de Lutero a quase tudo, e por que uma ‘teologia da cruz’ pode motivar poderosamente os crentes também hoje.

    Mark A. Noll, Professor de História, unidade de Francis A. McAnaney, Universidade de Notre Dame

    "Trueman nos dá não somente a teologia de Lutero, mas também Lutero como teólogo, o que, por sua vez, se conecta conosco, na qualidade de teólogos. Aprendemos a partir do insight de Trueman, acerca de Lutero, que a teologia não é somente o que sabemos sobre Deus, ou mesmo o quanto sabemos, mas está intimamente conectada a quem nós somos. Trueman nos dá Lutero – constipação, perspicácia, contradições, e tudo o mais. Nós, também, finalmente temos uma apologética teológica de um senso robusto de humor."

    Aimee Byrd, autora, Housewife Theologian e Theological Fitness

    Não é tarefa fácil escrever um volume pequeno resumindo a teologia e a importância de Martinho Lutero para a vida cristã. Mesmo assim, Trueman o fez soberbamente, com serenidade e entusiasmo. Altamente recomendado como uma introdução excelente a um cristão e ser humano notável.

    Michael A. G. Haykin, professor de História da Igreja e Espiritualidade Bíblica, The Southern Baptist Theological Seminary

    Este livro nos leva para um passeio atraente e agradável pelo pensamento de um dos teólogos mais influentes da cristandade. Escrevendo com sabedoria e estilo acessível, Trueman vai até o coração da teologia de Lutero, mostrando como os ensinos dele em áreas como a lei e o evangelho, justificação pela graça mediante a fé, e os meios de graça se conectam com a vida cristã diária dos crentes. O conhecimento perspicaz e a escrita clara de Trueman nos dão uma introdução maravilhosa ao pensamento de Lutero. Eu realmente o recomendo.

    Justin S. Holcomb, Ministro Episcopal; Professor de Pensamento Cristão, Gordon-Conwell Theological Seminary; autor, On the Grace of God

    Neste livro atraente encontramos um retrato cativante de Lutero, o pastor, um homem de raça pura que conheceu as alegrias espirituais e as físicas, e as dores da vida e os desafios diários formidáveis de ser um cristão num mundo caído. Numa prosa elegante e estimulante, cheia de conhecimento pastoral e teológico e levedada com seu humor característico, Trueman tanto mantém Lutero em seu próprio tempo quanto nos une numa conversa sobre como o doutor alemão fala ao nosso. A exploração profunda de Trueman de um dos maiores escritores sobre a vida cristã desafia a todos nós a cancelar nossos ingressos para jornadas de autoexploração e autoexpressão para buscar algo mais autêntico. De uma distância de 500 anos, Lutero nos diz que a história não é sobre nós; é sobre o que Deus fez por nós.

    Bruce Gordon, Professor de História Eclesiástica, unidade de Titus Street, Yale Divinity School; autor, Calvin

    Este livro combina habilmente um aprendizado histórico profundo com uma sabedoria pastoral prudente, para nos apresentar um Lutero não adaptado – um que certamente tanto surpreenderá quanto ofenderá àqueles que são familiares somente com retratos higienizados do reformador de Wittenberg. Mas esse é o Lutero do qual precisamos, porque esse é o Lutero real – não as ficções dos hagiógrafos – o, que tem mais a nos ensinar sobre a vida cristã. Tanto leitores novos quanto os antigos de Lutero obterão muitos benefícios do livro de Trueman.

    Scott R. Swain, Professor Associado de Teologia Sistemática e Reitor Acadêmico, Reformed Theological Seminary, Orlando, Flórida

    Eminentemente agradável, engraçado, e sempre com um olho na igreja de hoje, Trueman nos traz ao mundo, aos diabos e tudo o mais de Lutero, e nos mostra a centralidade da cruz e do poder objetivo da Palavra de Deus para o entendimento de Lutero sobre a vida cristã. Mais importante, conhecemos Lutero nos termos de Lutero. Sua ampla visão da liturgia e dos sacramentos está ao lado de suas visões mais familiares sobre a autoridade da Escritura e a justificação somente pela fé. Todos que estão interessados em Lutero ou na Reforma precisam ler esse livro excelente.

    Carl Beckwith, Professor Associado de História e Doutrina, Beeson Divinity School; autor, Hilary of Poitiers on the Trinity

    Lutero e a vida cristã. Teologia e vida alicerçadas na cruz de Cristo. Carl Trueman. Série Teólogos e a vida cristã. Cultura Cristã.

    Lutero e a vida cristã © 2017 Editora Cultura Cristã. Traduzido de Luther on the Christian Life Copyright © 2015 by Carl R. Trueman. Publicado pela Crossway, ministério de publicações da Good News Publishers, Wheaton, Illinois 60187, USA. Esta edição foi publicada por acordo com a Crossway. Todos os direitos são reservados.

    T866l

    Trueman, Carl

    Lutero e a vida cristã / Carl Trueman; traduzido por João Pedro Cavani Ferraz de Almeida. _ São Paulo: Cultura Cristã, 2017

    224 p

    Recurso eletrônico (ePub)

    ISBN 978-65-5989-029-3

    Tradução Luther on the Christian life

    1. Biografia 2. Doutrina cristã 3. Vida cristã I. Título

    CDU 27-584

    A posição doutrinária da Igreja Presbiteriana do Brasil é expressa em seus símbolos de fé, que apresentam o modo Reformado e Presbiteriano de compreender a Escritura. São esses símbolos a Confissão de Fé de Westminster e seus catecismos, o Maior e o Breve. Como Editora oficial de uma denominação confessional, cuidamos para que as obras publicadas espelhem sempre essa posição. Existe a possibilidade, porém, de autores, às vezes, mencionarem ou mesmo defenderem aspectos que refletem a sua própria opinião, sem que o fato de sua publicação por esta Editora represente endosso integral, pela denominação e pela Editora, de todos os pontos de vista apresentados. A posição da denominação sobre pontos específicos porventura em debate poderá ser encontrada nos mencionados símbolos de fé.

    ABDR. Associação brasileira de Direitos Reprográficos. Respeite o direito autoral.Editora Cultura Cristã

    Rua Miguel Teles Júnior, 394 – CEP 01540-040 – São Paulo – SP

    Fones 0800-0141963 / (11) 3207-7099

    www.editoraculturacrista.com.br – cep@cep.org.br

    Superintendente: Haveraldo Ferreira Vargas

    Editor: Cláudio Antônio Batista Marra

    Para Catriona.

    Que é Catarina em gaélico.

    Que rima com a palavra latina catena.

    Disse o suficiente.

    SUMÁRIO

    Prefácio da série

    Prólogo, por Robert Kolb

    Prefácio

    Abreviações

    Introdução: O que Genebra tem a ver com Wittenberg?

    1 • A vida cristã de Martinho Lutero

    2 • Teólogos, sacerdotes e reis

    3 • A teologia da Palavra pregada

    4 • A liturgia da vida cristã

    5 • Vivendo pela Palavra

    6 • Libertos da Babilônia: o batismo e a missa

    7 • Lutero e a justiça cristã

    8 • Vida e morte neste reino terreno: governo, chamado e família

    Conclusão: A vida como tragédia, a vida como comédia

    Epílogo, por Martin E. Marty

    PREFÁCIO DA SÉRIE

    Alguns podem nos chamar de mimados. Vivemos numa era de recursos significantes e substanciais para cristãos sobre viver a vida cristã. Nós temos pronto acesso a livros, séries em DVD, material on-line, seminários – tudo no interesse de nos encorajar em nossa caminhada diária com Cristo. Os leigos, as pessoas nos bancos das igrejas, têm acesso a mais informação do que os estudiosos sonharam em ter em séculos anteriores.

    Mesmo com toda essa abundância de recursos, ainda nos falta algo. Faltam as perspectivas do passado, perspectivas de um tempo e de um lugar diferentes do nosso. Colocando em termos diferentes, nós temos tantas riquezas em nosso horizonte atual que tendemos a não olhar para os horizontes do passado.

    Isso é lamentável, especialmente quando se trata de aprender e praticar o discipulado. É como ser dono de uma mansão e escolher viver em apenas um cômodo. Esta série convida você a explorar os outros cômodos.

    Conforme formos explorando, visitaremos lugares e tempos diferentes dos nossos. Nós veremos diferentes modelos, abordagens e ênfases. Esta série não pretende que esses modelos sejam copiados sem crítica alguma, e certamente não pretende colocar essas figuras do passado no alto de um pedestal, como alguma raça de supercristãos. Esta série pretende, entretanto, nos ajudar no presente a escutar o passado. Nós acreditamos que há sabedoria nos últimos 20 séculos da igreja, sabedoria para viver a vida cristã.

    Stephen J. Nichols e Justin Taylor

    PRÓLOGO

    O pequeno monge agostiniano, que dificilmente podia levar suas tristezas e clamores de seus próprios lábios a Deus, finalmente encontrou uma voz que ecoou por toda a Europa ocidental em sua própria época. Suas palavras ainda estão direcionando a igreja cristã em todos os cantos do mundo de hoje.

    Alguns luteranos gostam de fazer uma reivindicação de propriedade sobre Martinho Lutero, como se fosse possessão exclusiva deles. Carl Trueman demonstra que o reformador de Wittenberg pertence a toda a igreja de Jesus Cristo. Quando os tipógrafos uniram Lutero com Johannes Gutenberg, eles transmitiram suas conversas com Deus e com seus companheiros crentes por intermédio da imprensa, e não somente pelo próprio tempo deles, mas também no nosso tempo. Trueman tira vantagem disso e passa a conversa para nós, seus leitores. A partir de seu ponto de vista como um historiador comprometido com a confissão reformada da fé, ele aborda sensivelmente essa figura separada dos cristãos do século 21 por séculos e culturas contrastantes. No entanto, ele interpreta esse pensador com o qual não concorda sempre como um parceiro de conversação digno, atraente e vivaz. Trueman, aqui, esclarece tanto para luteranos quanto para cristãos de outras tradições como Lutero se comprometeu com a Escritura Sagrada e viveu sua mensagem do poder criativo e recriativo de Deus, e de sua profunda misericórdia.

    A partir de uma perspectiva externa à tradição que reivindica o nome de Lutero (e algumas vezes até levou a sério a sua mensagem), Trueman conduz o leitor às voltas e reviravoltas da carreira de Lutero. Ele explica como o contexto do pensamento occamista alemão e da piedade monástica interagiram com os textos bíblicos que Lutero prometeu interpretar para o benefício do povo de Deus, quando ele fez seu juramento como doutor da Bíblia, um mestre da Palavra de Deus. Este estudo, perceptivamente, traça a interação da consciência turbulenta e tenra de Lutero com os escritores das Escrituras e com a enorme variedade de sensibilidades religiosas de seus parentes camponeses, parecidos com o de seus príncipes dominadores. Trueman escolheu judiciosamente citações da própria pena de Lutero para animar sua narrativa.

    Lutero encontrou na Escritura que Deus não é agradado com sacrifícios externos, com mera performance ritual de um dever religioso. Deus é um Deus de conversação e comunidade, um Deus cujas palavras criam e constituem a realidade. Lutero finalmente fora mergulhado na conversa com esse Deus, que veio à existência humana para morrer numa cruz, e reivindicar a vida para o povo dele. Nós frequentemente pensamos em Lutero como um teólogo tão fixado em Jesus Cristo e em sua cruz, que não poderia prestar muita atenção aos frutos da fé e da vida de nova obediência aos planos do Criador para a vida humana. Na verdade, Trueman elucida o fato de que, conforme o professor pregava à congregação de Wittenberg e escrevia para a instrução dos leitores pelas terras alemãs, Lutero enfatizava o viver como filhos renascidos de Deus. Sua sólida doutrina da criação o levou a desfrutar os dons do Criador tanto em bênçãos materiais quanto nas relações tecidas na própria essência da vida humana em comunidade. Portanto, ele falou à necessidade e aos desejos humanos dentro da urdidura e da trama da vida diária, com todas as suas tentações e seus chamados divinos para servir como máscaras de Deus em sua criação. Em todas as batalhas de Lutero com sua própria consciência, com camponeses teimosos e príncipes arrogantes, com os poderes de Satanás avançando contra ele e prontos para queimá-lo na fogueira, Trueman descobre um de nós (p. 57), de quem podemos aprender muito, quer concordemos com ele em todos os pontos ou não.

    Assim, esse volume nos apresenta uma conversa de outro um de nós que viu Lutero de perto ao longo dos anos, o ouviu cuidadosamente, e agora compartilha mais do que pequenos pedaços de pensamento. Este livro estabelece um plano para viver a vida piedosa sobre a base da aproximação de Deus às suas criaturas humanas como o Verbo que se fez carne, um Verbo que entrega uma promessa em formas orais, escritas e sacramentais. Ele concretiza a sabedoria de outra era que se encaixa à nossa própria era porque é derivada da Palavra de Deus. Neste estudo, Trueman facilita uma conversação recompensadora no decorrer das eras e conduz o leitor a espionar Lutero enquanto ele ouvia e conversava com seu Deus, e com o povo fiel de Deus.

    Robert Kolb

    Concordia Seminary, Saint Louis

    Herzog August Bibliothek, Wolfenbüttel

    PREFÁCIO

    Eu amei Lutero quase desde o momento que eu compreendi o evangelho pela primeira vez. Ao lado de Agostinho, Aquino, Owen, Warfield, Lloyd-Jones e Packer, ele foi uma das minhas companhias teológicas particulares. E ele me fez rir muito mais frequentemente do que qualquer um desses outros nomes auspiciosos. Assim, me pedirem para escrever sobre ele para essa série da Crossway foi uma honra e um deleite. No entanto, eu sou tentado a sugerir que você deixe este livro de lado e leia Lutero por si mesmo, pois quem iria querer olhar para uma foto do Grand Canyon ou do monte Everest se tiver a chance de vê-los por si mesmo? Mas, para aqueles que querem uma introdução ao grande e falho gênio da Reforma de Wittenberg, creio que este livro servirá a esse propósito e, de fato, estimulará o apetite para tanto.

    Eu gostaria de agradecer a Steve Nichols e a Justin Taylor por me convidarem a escrever este livro, e, além disso, a serem excepcionalmente pacientes conforme eu não cumpria os prazos de entrega, um após outro. Eles correram um risco em pedir a alguém que não fosse da tradição luterana para fazê-lo, mas espero que o produto final passe pela inspeção mesmo entre os realmente luteranos por aí. E, como sempre, eu gostaria de agradecer ao outro pessoal da Crossway que ajudou a conduzir o livro de manuscrito à publicação.

    Eu também gostaria de expressar minha profunda gratidão a Robert Kolb por tirar tempo para ler o manuscrito e escrever um prólogo agradável e gentil. Bob é um grande clérigo e erudito luterano. Ele me ensinou, por meio de seus escritos, a como amar e entender a Lutero, e é um privilégio ter sua aprovação sobre os trabalhos deste clérigo reformado. Da mesma forma, sou grato, satisfeito e honrado por Martin Marty proporcionar um epílogo tão gentil.

    Algumas das ideias deste livro foram testadas no Southern Baptist Theological Seminary em Louisville, estado de Kentucky, onde fui honrado a ministrar as Gheens Lectures no outono de 2012, sobre o tópico de Lutero como um pastor teológico. Assim, sou grato ao Presidente Mohler e ao (então) Deão Russell Moore pelo convite gentil de passar tempo com seus alunos.

    Também sou grato aos curadores e ao corpo docente do Westminster Theological Seminary, por me concederem licença na primavera de 2014 para finalizar este livro; e também a Ben, Charles, Cris, Dick, Sandy e Tom. Como membros do Conselho da Cornerstone Presbyterian Church (OPC), em Ambler, estado da Pensilvânia, juntamente com a congregação, providenciaram um lar espiritual feliz no qual minha família e eu temos sido alimentados regularmente com a Palavra e os sacramentos por mais de uma década, ainda que de uma forma que Dr. Martinho não aprovaria totalmente.

    Os agradecimentos são também a amigos que me ensinaram muito sobre a vida cristã, especialmente o lugar do riso, tão central ao próprio Dr. Martinho: Todd, Aimee, Matt, Max, Paul e Alicia. Vida longa às piadas! Finalmente, dedico este livro à minha própria Senhora Katie. Como escrevi no último livro que dediquei a ela há cerca de 16 anos: sine qua non. Isso é mais verdadeiro hoje do que naquela época.

    ABREVIAÇÕES

    As fontes abreviadas como "LW", seguidas pelos números de volume, são de Luther’s Works, edição norte-americana, vols. 1-55, org. Jaroslav Pelikan e Helmut T. Lehmann (Filadélfia: Muhlenberg and Fortress; St. Louis: Concordia, 1955-). Títulos de volumes citados estão incluídos nesta lista:

    Cidades citadas na vida de Lutero num mapa da Alemanha moderna

    • INTRODUÇÃO •

    O QUE GENEBRA TEM A VER COM WITTENBERG?

    Foi há muito tempo, e muito longe daqui,

    e era muito melhor do que é hoje.

    meat loaf, paradise by the dashboard light

    1

    É tradicional começar um livro como este perguntando: por que escrever um livro sobre Lutero e a vida cristã? Mas, no caso do Reformador de Wittenberg, isso poderia parecer sem sentido. Depois de Agostinho, nenhum clérigo-teólogo influenciou a igreja ocidental mais do que Lutero, ao longo dos séculos. Não apenas sua declaração pastoral no século 16 precipitou a divisão da igreja medieval, mas muitas de suas preocupações particulares – a clareza da Escritura, a centralidade da Palavra pregada, a justificação pela graça por meio da fé, e a Ceia do Senhor – ajudaram a definir o Protestantismo em relação ao Catolicismo Romano, e a determinar quão diferentemente as comunidades protestantes viriam a entender a si mesmas em relação umas às outras. Em resumo: um entendimento da abordagem de Lutero à vida cristã é fundamental para entender as variedades do cristianismo ocidental prático pelos últimos 500 anos.

    Mesmo assim, leitores de Lutero deveriam estar cientes de alguns problemas desde o início. O primeiro é que sua teologia se presta a porções de extratos dramáticos. Muitos que nunca leram Lutero em qualquer profundidade maior estarão familiarizados com várias frases que ele usou ou que são popularmente atribuídas a ele: teólogo da glória, teólogo da cruz, justificação pela graça somente pela fé, o Deus oculto e o Deus revelado, a escravidão da vontade, a epístola de palha. Nenhum cristão com interesse em teologia pode não ficar intrigado por tal vocabulário; mas ficar intrigado ou se familiarizar com essas frases não é a mesma coisa que entender exatamente o que elas querem dizer, e menos ainda entender como elas se adéquam numa visão completa da vida cristã.

    Esse problema é particularmente grave quando levamos em conta a propensão evangélica a reinventar heróis do passado como evangélicos dos dias de hoje. Numerosos personagens têm sido sujeitos a isso ao longo dos anos: Dietrich Bonhoeffer e C. S. Lewis, para nomear apenas dois dos mais óbvios. Porque esse deveria ser o caso não é imediatamente óbvio, mas talvez isso tenha algo a ver com a relutância atual na cultura norte-americana de se relacionar positivamente com qualquer um que tenha sérias diferenças ideológicas. Infelizmente, isso quer dizer que ninguém pode aprender com outros: se sempre recriarmos outros em nossa própria imagem, nunca seremos verdadeiramente desafiados pelas maneiras nas quais eles diferem de nós.

    Lutero não foi um evangélico norte-americano moderno. De fato, nem o pensamento do mundo dele nem o seu mundo físico eram os do evangelicalismo norte-americano. Para muitos evangélicos modernos, por exemplo, o estudo particular da Bíblia é crucial para entendimento deles sobre a vida cristã, enquanto os sacramentos são secundários. A tradução, em alguns círculos batistas, de permitir batismos repetidos para aqueles que se arrependem continuamente e se mantém incertos de se o seu batismo anterior foi verdadeiramente seguido de uma profissão real de fé mostra quão baixa visão sobre o batismo os evangélicos podem ter. E alguns, para não dizer todos, evangélicos consideram a Ceia do Senhor como nada além de uma mera exibição simbólica.

    Para Lutero, entretanto, a ideia de que o estudo particular da Bíblia pode ser a parte mais importante da vida cristã, de forma universal, teria sido bizarra: afinal, poucos dos seus paroquianos eram capazes de ler, mesmo se pudessem adquirir um livro. Quanto a sacramentos, o entendimento de Lutero sobre justificação é conduzido em grande parte pela sua visão transformadora do batismo; eu fui batizado fora sua defesa escolhida contra as tentações que o diabo sussurrava em seus ouvidos; e ele estava convencido de que Ulrico Zuínglio era de um espírito diferente, questionando assim o seu cristianismo, precisamente porque o teólogo suíço argumentava que a Ceia do Senhor era simbólica. Em resumo: Lutero não teria reconhecido

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