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Introdução ao Yoga: com tradução de Fernando Pessoa
Introdução ao Yoga: com tradução de Fernando Pessoa
Introdução ao Yoga: com tradução de Fernando Pessoa
E-book148 páginas2 horas

Introdução ao Yoga: com tradução de Fernando Pessoa

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Sobre este e-book

Annie Wood Besant foi uma das maiores espiritualistas da história, tendo participado de diversos grupos ocultistas e dedicado boa parte de sua vida ao ativismo social e político. Nascida em 1847 na cidade de Londres, na Inglaterra, Besant distanciou-se ainda jovem das religiões tradicionais do Ocidente, focando seus estudos em conhecimentos esotéricos.

No final da vida, juntou a paixão por causas sociais e pelas crenças místicas quando foi morar na Índia, na virada para o século 20. Foi em Varanasi, o centro espiritual da Grande Índia, que Annie apresentou a série de 4 conferências que formam os capítulos desta obra. Como a própria autora resumiu:

'Estas conferências visavam dar um esboço geral do Yoga, a fim de introduzir o estudo e a prática dos Sutras de Patanjali – o mais importante dos tratados de Yoga. Preparar o estudante para o seu caminho espiritual, tal é o objetivo do presente livro e a razão das numerosas citações tiradas de Patanjali. No entanto, os leitores não familiarizados com o Yoga poderão adquirir algumas noções sobre a Ciência das Ciências; quiçá alguns deles se deixarão levar pelo seu estudo.'

***

Número de páginas
Equivalente a aproximadamente 110 págs. de um livro impresso (tamanho A5).

Sumário (com índice ativo)
- Prefácio
- I. A natureza do Yoga
- II. Escolas intelectuais
- III. O Yoga considerado como ciência
- IV. O Yoga do ponto de vista prático
- Epílogo: A vida de Annie Besant

***

[ uma edição Textos para Reflexão distribuída em parceria com a Bibliomundi - saiba mais em raph.com.br/tpr ]

IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de mar. de 2022
ISBN9781526055422
Introdução ao Yoga: com tradução de Fernando Pessoa
Autor

Annie Besant

Annie Wood Besant (1847 – 1933) foi uma escritora, teósofa, erudita, militante socialista, maçom, ativista e defensora dos direitos das mulheres, uma das mais notáveis oradoras da sua época e autora de uma vasta obra literária sobre teosofia, misticismo e espiritualidade em geral.

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    Introdução ao Yoga - Annie Besant

    Prefácio

    Estas conferências visavam dar um esboço geral do Yoga, a fim de introduzir o estudo e a prática dos Sutras de Patanjali – o mais importante dos tratados de Yoga.

    Assim, eu realizei, com a colaboração do meu amigo Bhagavan Dâs, uma tradução desses Sutras, acompanhada do comentário de Vyasa e de outro comentário escrito segundo os conhecimentos teosóficos, o que ajudará a elucidar as dúvidas.

    Preparar o estudante para esta tarefa mais árdua, tal é o objetivo do presente resumo e a razão das numerosas citações tiradas de Patanjali. No entanto, os leitores não familiarizados com o Yoga poderão adquirir algumas noções sobre a Ciência das Ciências; quiçá alguns deles se deixarão levar pelo seu estudo. 

    Annie Besant

    I. A natureza do Yoga

    Reservaremos esta primeira conferência para analisar no seu conjunto o Yoga, para determinar o seu lugar na ordem natural, as suas características peculiares e a sua participação na evolução humana. 

    O QUE É O UNIVERSO?

    Contemplemos em primeiro lugar o mundo que nos cerca. O que significa a sua história? O que ela nos diz em geral, quando a estudamos? Ela se apresenta para nós como um cenário no qual se movem os povos e os acontecimentos, mas na realidade isso tudo não se trata nada além de sombras que dançam. As nações, os reis e homens de Estado, os ministros e os exércitos são sombras, e não realidades. 

    Quanto aos grandes eventos, as batalhas e revoluções, a grandeza e decadência dos Estados, tudo isso são sombras ainda mais distantes da realidade. Se o historiador aprofundar as suas investigações, se for se ocupar das condições econômicas, das organizações sociais, das tendências e das correntes intelectuais, estará sempre no meio de sombras sem consistência alguma, projetadas por realidades invisíveis.

    O mundo está cheio de formas ilusórias. Os valores que se dão a elas são falsos. As proporções são deformadas. Os objetos que as pessoas mundanas olham como preciosidades são rejeitados pelos espiritualistas como coisas sem valor. Os diamantes deste mundo, que fazem reluzir de mil formas os raios do sol exterior, têm valor apenas para o homem que se apega ao brilho do vidro. A coroa de um rei, o cetro de um imperador, a majestade do poder terrestre nada são em absoluto para o homem que já vislumbrou a majestade do Eu. 

    Ora, então nada existe de real, de verdadeiramente precioso? A esta pergunta responderemos de modo diferente do que fariam a maior parte das pessoas:

    O Universo só existe para o Eu.

    Se o Grande Arquiteto concebe o plano dos Seus mundos e os chama à existência, Ele não é movido a isso pelo que o mundo exterior pode dar, muito menos pela beleza ou pelo prazer. Ele preencheu Seus mundos com objetos belos e agradáveis. Acima da nossa cabeça a imensa abóbada celeste, depois as montanhas de cumes nevados, os vales verdejantes, todos perfumados de flores; o oceano insondável, por vezes tranquilo como um lago, outras vezes erguendo as suas ondulações furiosamente – tudo existe não pelos objetos em si, mas pelo valor que eles apresentam ao Eu; não pelo que esses objetos possam ser por si próprios, mas para que se prestem às vontades do Eu e possam tornar possíveis as Suas manifestações. 

    O mundo, com todos os seus encantos, com a sua felicidade e o seu sofrimento, com as suas alegrias e as suas dores, foi concebido com uma soberana sabedoria, de modo a poder levar o Eu a manifestar os Seus poderes. Do nevoeiro do fogo ao Logos [razão universal], tudo existe para o Eu. O imperceptível grão de pó, o mais poderoso Deva [deus] das regiões celestes, a planta alpina que cresce num canto ignorado, a estrela que brilha sobre nossa cabeça, tudo isto existe para que os fragmentos do Eu único, revestidos de numerosas formas, possam, ao realizar a sua própria identidade, manifestar os poderes  do Eu através dos seus corpos materiais. 

    Um Eu único tanto reside no humilde pó como no Deva mais exaltado. Mamansha, a minha porção, uma parte de mim mesmo, como os chama Sri Krishna, eis o que são todos esses Jivatmas, todos esses Espíritos Vivos. Para eles o Universo existe. Para eles o sol brilha, as ondas quebram nas praias, os ventos sopram, a chuva cai: de modo que o Eu possa compreender que se manifestou na matéria, espalhado pelo Universo. 

    O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA

    A Teosofia, tão hábil em exposições luminosas, nos ensina que a mesma gama ou série de acontecimentos se repete incessantemente em ciclos maiores ou menores. Assim, se você compreender um dado ciclo, compreenderá todos os demais. A constituição de um sistema solar e a do sistema humano estão submetidas às mesmas leis. As leis através das quais o Eu desenvolve os Seus poderes no Universo, do nevoeiro de fogo ao Logos, repetem-se idênticas no Universo humano. Se as compreender num, poderá também compreendê-las no outro. Desvele-as no pequeno ciclo, e o grande logo se revelará. Desvele-as no grande ciclo, e o pequeno logo se tornará inteligível.

    A grande evolução que vai da pedra até Deus prossegue durante bilhões e bilhões de anos, durante períodos imensuráveis. Mas, nos limites da humanidade, este longo processo efetua-se num ciclo mais curto, tão curto que, por assim dizer, é como se não existisse se comparado ao grande ciclo. Num ciclo ainda mais reduzido, efetua-se semelhante evolução no indivíduo, que se desenvolve rapidamente sob o impulso de todas as forças acumuladas no passado.

    Essas energias que se manifestam e se revelam no decurso da evolução são cumulativas na sua ação.  Impregnadas na pedra, no mundo mineral, elas aumentam, acentuam-se e executam a sua evolução no mundo mineral. Tornando-se excessivamente fortes para o mineral, passam ao reino vegetal. Daí em diante a sua divindade manifesta-se sempre em escala cada vez maior, até o momento em que, tornando-se demasiadamente poderosas, elas passam ao reino animal. 

    A sua expansão interior continua; elas assimilam as experiências do animal. Então, elas transpõem os limites do animal e tomam o caráter humano. No ser humano elas não cessam de aumentar, acumulam-se com uma força sempre crescente, exercem sobre os limites que as contêm uma pressão sempre cada vez mais vigorosa. Finalmente, abandonando o reino humano, elas atingem o nível super-humano. Este último processo evolutivo chama-se Yoga. 

    Como cresce o indivíduo? O homem que atualmente vive sobre o nosso planeta tem detrás de si a sua longa evolução em outras cadeias análogas a nossa; precisamente a evolução de que acabo de falar, e que o faz trafegar do mineral ao vegetal, do vegetal ao animal, do animal ao homem, depois do globo lunar, a nossa última morada, ao globo que chamamos Terra.

    Aqui, a nossa evolução tem detrás de si toda a força do período evolutivo efetuado. Por isso, quando se abre o ciclo mais restrito, chamado Yoga, o homem é impulsionado por todas as energias acumuladas na evolução humana, e é graças a elas que ele percorre tão rapidamente este novo ciclo. Se não conectarmos o nosso Yoga à evolução da consciência como um todo, ele permanecerá ininteligível, pois as leis da evolução da consciência num Universo são idênticas às do Yoga, e os princípios que dirigem o desenvolvimento da consciência na grande evolução humana são os mesmos princípios observados no Yoga e metodicamente aplicados ao desabrochar da nossa própria consciência. O Yoga, quando o homem o aplica pela primeira vez, não é de forma alguma, como muitos tendem a imaginar, um processo novo. 

    De um extremo ao outro a evolução é uma, os períodos sucessivos são os mesmos, as sequencias similares. Quer se trate do desenvolvimento da consciência no Universo, na raça humana ou no indivíduo, as leis que devem ser estudadas são as leis gerais. O Yoga ensina a aplicação racional e sistemática dessas mesmas leis à nossa própria consciência. Todas as leis são uma, apesar das diferenças que marcam os estágios da sua manifestação. 

    Observe o Yoga deste ponto de vista, e este mesmo Yoga que nos parecia tão estranho e tão distante do dia a dia tomará para nós um aspecto familiar, de aparência perfeitamente reconhecível.

    Ao estudar o desenvolvimento da consciência e a correspondente evolução da forma, vocês irão se admirar de passar do reino humano ao reino super-humano, de transpor os limites da humanidade e de caminhar numa região onde a Divindade se manifesta mais livremente. 

    A UNIDADE DO EU

    O Eu no indivíduo e o Eu no Universo são um. Quaisquer que sejam as energias que se manifestem na totalidade do mundo, essas energias também existem em nós num estado germinal e latente. Quanto ao Eu supremo, esse não evolui; n’Ele nada há a acrescentar nem nada a subtrair. Os Jivatmas fazem parte d’Ele, a Sua natureza é a deles e eles não manifestam os seus poderes na matéria sem que as condições ambientais chamem esses poderes à atividade. Se a unidade do Eu entre as diversidades do Não-Eu adquirir para nós alguma realidade palpável, o Yoga já não nos parecerá um objetivo inatingível. 

    COMO SE ACELERA O DESENVOLVIMENTO DO EU

    Todos vocês aqui já são homens e mulheres instruídos e ponderados. Souberam se elevar até o topo desta longa escada que vai do pó, a primeira das formas revestidas pela Divindade, à forma exterior: esta que, na nossa atual pessoa, Lhe serve de templo. A Divindade manifestada dorme no mineral e na pedra; acentua-se cada vez mais nos vegetais e nos animais; e finalmente aparenta, para os ignorantes, ter atingido no homem o Seu ápice. Ora, é aqui que irão se deter? Não farão nada mais? Depois de terem desenvolvido suas consciências até este ponto, ainda lhes parece impossível que ela um dia alcance a Divindade?

    Assimilem esta verdade: que as leis da evolução da forma e as do desenvolvimento da consciência são idênticas no Universo como no homem, e que é graças a essas leis que o Yogue chama à atividade as suas faculdades latentes; assim sendo, vocês podem compreender que é inútil viver na montanha ou no deserto, inútil se ocultar numa caverna ou

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