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O Homem de Nazaré
O Homem de Nazaré
O Homem de Nazaré
E-book227 páginas6 horas

O Homem de Nazaré

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Sobre este e-book

Quando lemos os Evangelhos narrados pelos quatros evangelistas, notamos que cada um deles tem seu foco sobre o mesmo personagem, porém com ênfases em diferentes pontos de sua vida.
O Homem de Nazaré não se trata de mais uma narração da paixão de Cristo, mas uma história de um Deus que se entregou para que se cumprisse Nele a Lei de Moisés, cuja pena para quem desobedecesse era a morte. Num mundo repleto de corrupção e maldade de todos os níveis, para não deixar que a humanidade morresse, Ele se fez homem e interviu para que o Pai não destruísse novamente a sua criação, colocando-se por livre vontade como oferenda para sacrifício de expiação dos pecados humanos.
Jesus foi homem, sofreu, chorou, foi duro nas suas palavras e se apresentou como única salvação da humanidade quando disse que era o caminho, a verdade e a vida. Foi julgado teologicamente, politicamente e criminalmente, não teve direito à defesa, não teve direito a um julgamento segundo a Lei Judaica e foi condenado sem ter uma acusação oficial de acordo com a Lei Romana. Cristo selou com a sua morte a derradeira aliança entre o Pai e os Filhos. A única e nova aliança.
O Homem de Nazaré conta a história de um Deus que sempre quis ser chamado de filho do homem, ao passo que muitos homens queriam ser chamados de deuses.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento8 de ago. de 2022
ISBN9786525422268
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    Pré-visualização do livro

    O Homem de Nazaré - Alberto Cruz Kuendig

    Prefácio

    Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede. Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas possuirá a luz da vida. Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Estarei com vocês, todos os dias, até o fim do mundo. (Jesus Cristo)

    Introdução

    Lendo e pesquisando vários artigos e livros, como História dos Hebreus, de Flávio Josefo, Jesus, Mestre de Nazaré, de Aleksandr Mien, A Paixão de Cristo segundo o cirurgião, de Pierre Barbet, a trilogia Jesus de Nazaré, do Papa Bento XVI, A História da Humanidade, de Hendrik Willem Van Loon, Evangelho Secreto da Virgem Maria, escrito por Santiago Martín, O Homem Mais Inteligente da História, O Homem Mais Feliz da História e O Maior Líder da História, os três de autoria de Augusto Cury, além de outros autores como William P. Young e Pedro Siqueira, mas tendo sempre como base, é claro, a Bíblia Sagrada, resolvi escrever este livro. A vida de Jesus é tão linda que nunca deixará de nos impressionar e nos surpreender com os ensinamentos que continuam sempre atuais. Seu ensinamento é atemporal. Ele continua agindo em nosso meio todos os segundos.

    Com esse trabalho eu pretendo mostrar um breve relato de como foi desde Noé, a primeira destruição da humanidade, até a vinda do Espírito Santo para dar força e coragem para que a boa nova fosse levada a todos os cantos da Terra. Cristo sempre fala no imperativo, porém sempre pergunta se a humanidade aceita. Ele respeita o livre-arbítrio. Há muitos mistérios que só a fé poderá nos esclarecer. Cristo é real.

    Peço ao Espírito Santo que ilumine sempre o que devo escrever, como devo escrever, o que devo contar e como devo contar. Algumas passagens escrevo na presente obra, O Homem de Nazaré, justamente para mostrar quem Jesus é. Foi Natanael quem perguntou se de Nazaré poderia vir alguma coisa boa. Já fazem mais de 2.000 anos que estamos lutando por aquilo que Ele nos ensinou.

    Seção I

    Capítulo 1

    Quando cheguei, senti que você gostaria de estar aqui comigo. Mesmo que você não me chame para conversar, sinto que o nosso laço de amizade é forte. Quando você não me chama, eu vou fazer outros serviços, porém sempre estou atento ao seu chamado. Hoje tive a ideia de lhe chamar. Nós estamos em setembro. É primavera. Veja que espetáculo! Vamos caminhar um pouco? Sinta o toque da brisa no rosto! Olhe as nuvens... parecem pontos de algodão enfeitando o céu azul. Sinta o perfume das flores do campo. Respire bem fundo e deixe essa fragrância encher seus pulmões. Isso, você ficou mais alegre, seu semblante mudou. Quem criou flores tão lindas e graciosas? Veja cada detalhe das flores! São perfeitas. E o canto dos pássaros? Mostra a vida pulsando com toda a sua energia em todos os cantos. Qual músico poderia compor tão belas melodias? Ouça a voz do vento! Nos faz sentir como uma planta nova que recebe o seu primeiro raio de sol. Venha comigo… venha, vamos sentar sob aquela árvore, ali à beira do riacho. Hoje eu vou lhe contar o que tanto tem me perguntado. Não vou contar em ordem cronológica, mas conforme a necessidade, para te explicar.

    Começarei relembrando os fatos que aconteceram após o dilúvio. Não é fábula e nem uma história complicada a vinda e a vida de Jesus Cristo. O que aconteceu no início do mundo podemos até discutir, mas lembre-se que, naquilo que é essencial devemos caminhar unidos. Acredito que o período desde a criação do Universo, Adão e Eva até o nascimento de Noé já é de seu conhecimento. Foi uma aliança que não deu certo. A primeira aliança de Deus com o homem não foi eficaz. Deus não poupou nem os anjos que haviam pecado, tampouco poupou o mundo antigo, porém salvou Noé, que se tornou o mensageiro da justiça junto com as pessoas que estavam com ele na arca. Se há outra teoria, não vou discutir! Eu respeito a diversidade. Assim penso que é mais interessante começar a história com os fatos pós-dilúvio. Os homens se apresentam como autossuficientes, ofendem o que não conhecem ou não cabe em sua lógica, e acabarão recebendo a morte como consequência. Deus, naquela época, estava magoado com a sua criação. O homem se propôs a criar uma super-humanidade, agindo como se fosse seu próprio deus. Deus olhou, com o coração partido, a sua mais bela criatura se desfigurando.

    Quando Deus iniciou a sua obra, a Terra estava vazia, sem vida, disforme, num caos total. Era como um monte de barro em torno de um oleiro que depois irá ser transformado em um belo vaso. Deus criou a luz e a separou das trevas. Deus criou o firmamento para separar as águas: as que estavam em cima e as que estavam embaixo. Olhe como o céu está azul e repleto de nuvens hoje! Muito bem! Deus pediu para as águas que se encontravam sob o céu para se juntarem num só lugar. Elas obedeceram e apareceu o chão seco. Criou-se, dessa maneira, os mares e a terra. Porém a terra estava sem vida e Deus pediu que a terra produzisse relvas, ervas que dessem semente e árvores que dessem frutos. A terra obedeceu e assim o fez. Deus pediu para a noite criar as estrelas e o dia criar o sol para que pudesse iluminar a terra. Deus ordenou que as águas produzissem os seres vivos que a habitassem e que também as aves de asas voassem sobre a terra. Deus pediu que a terra produzisse os seres vivos, cada um segundo a sua espécie. Deus mostrou que tudo foi criado por Ele, através de sua Palavra. Não havia divindade na natureza e nem em outro lugar. Ele era e é o único Deus que existe.

    Como um oleiro, Ele transforma o caos numa bela obra e coloca a sua assinatura: Era bom o que havia criado (Gênesis 1:25). No entanto chega ao ponto máximo de sua criação quando Ele diz: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança(Gênesis 1:26). Nesse ato fica bem explícito que Jesus já existia assim como o Espírito Santo, o que é confirmado, por Cristo, quando Ele vem ao mundo. O homem é chamado, nesse momento, a participar da obra da criação. Ali, na gestação do homem e da mulher, se dá o ponto central de toda a criação de Deus. Mais uma vez Ele coloca seu selo, E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom (Gênesis, 1:25), uma assinatura diferente das outras quando Ele acrescenta o advérbio de intensidade muito.

    Deus não quis deixar o homem sozinho. Deus sabia o que era solidão e que ela poderia trazer tristeza. O homem foi criado para ser feliz, não para ser triste. Naquele momento Ele resolveu criar uma auxiliar semelhante ao homem que era sua imagem e semelhança, o que equivale a dizer que a mulher, também, é a imagem e semelhança de Deus.

    A humanidade, por nunca ter visto a face de Deus, conversado frente a frente com Ele ou tocado Nele, criou uma imagem de um Deus carrasco, intocável e distante, diferente daquele que plantou o jardim do Éden, um paraíso na terra, onde a humanidade pudesse viver. Deus é tolerante, compreensivo, amoroso, presente, no entanto os homens não obedecem ao projeto de vida, amor, fraternidade e partilha que Deus propos. Quando Deus pede ao homem para nominar os animais que existiam é para provar que o homem já participava de sua obra criadora. Entretanto a desobediência de sua principal criatura o deixa magoado.

    Quando, mais tarde, Cristo ensina a oração do Pai Nosso, ele revela um Deus de amor, um Deus que é voltado inteiramente para a humanidade, um Deus que deseja ser o Nosso Pai, sem exclusão. Desde o início da história até hoje, muitos buscam enquadrar Deus em seus projetos, em seus conceitos, em suas atitudes, em suas lógicas, chegam a matar em nome Dele. Um dos mandamentos que passou a Moisés é não matar de forma nenhuma. Existem muitas formas de matar uma pessoa. Deus é a favor da vida, mas não é um gênio que está prisioneiro dentro de uma garrafa e que, com um esfregar das mãos, Ele sai da garrafa para atender aos desejos de seu dono. Os homens colocam Deus numa gaiola, como se fosse um passarinho e querem que cante conforme suas músicas, como se fosse uma propriedade individual e exclusiva, e cada um tenta vendê-lo como se aquele fosse o melhor. Esquecem que existe um só Deus. No entanto Ele procura se libertar, pois tem sua personalidade, é único, é infinito e só quer morar no coração da humanidade para que seu projeto seja concluído.

    No começo, levado pela desobediência do homem, formaram-se duas raças distintas de homens sobre a Terra. Uma era denominada de Filho dos Homens, que eram descendentes de Caim, e a outra era chamada de Filhos de Deus, descendentes de Sete, ambos filhos de Adão. Deus não discriminou ninguém, mas o próprio homem criou a sua divisão entre aqueles que acreditavam em um Deus único e aqueles que não acreditavam. A maldade do homem era grande. A Terra estava cheia de imoralidade e violência. Os anjos que acompanhavam Lúcifer cantavam e dançavam sobre a Terra, causando muita dor e dano à humanidade. A Terra estava corrompida e o homem, desfigurado.

    Arrependido de ter feito o homem e com o coração magoado, Deus resolveu varrer toda a maldade da Terra e dar à humanidade a chance de um recomeço. Contou para Noé, homem justo que achou graça diante de Deus, o que pretendia fazer e pediu que alertasse as pessoas, porém elas não lhe deram ouvidos. Elas escutaram a mensagem, entretanto não acreditaram. Tinham ouvidos para escutar, no entanto não ouviram. Estavam entorpecidas com o veneno do acusador. Quando caiu o dilúvio, já era tarde. O mundo voltou ao caos primitivo, entretanto nem tudo havia se perdido, pois recomeçaria com Noé.

    Quando as águas do dilúvio baixaram e os que estavam na arca puderam pisar em terra firme, Noé ofereceu sacrifícios a Deus, temendo que Ele fizesse inundar a Terra todos os anos. O próprio Noé construiu uma imagem de um Deus vingativo. Deus, para deixá-lo mais tranquilo, prometeu que isso não aconteceria. Todas as vezes que chovesse sobre a Terra, colocaria um sinal no céu para que Noé não se preocupasse com essa possibilidade. Você pode me perguntar se realmente houve o dilúvio ou se a água cobriu a Terra toda. Apesar da ciência, como conhecimento humano, ser passível de mudanças, pesquisadores apontam o Grand Canyon como um dos monumentos criados pelo dilúvio. Uma testemunha que encanta a todos que o visitam! No entanto, na diversidade, viver em dúvida é parte do exercício da fé! Eu acredito no que está escrito na Bíblia.

    Os três filhos que Noé teve com Naamá, Sem, Jafé e Cam, junto com os seus descendentes, desceram para as planícies e foram aconselhados por Deus para que saíssem e colonizassem outros lugares, para cultivarem mais terras, desbravarem outros territórios, produzirem alimentos para a sua subsistência, para que pudessem se multiplicar e assim evitar nascer divergência entre eles, o que poderia levá-los à guerra entre si. Eles se espalharam pelo mundo todo. Alguns foram para a África e Ásia, outros foram para a Europa e Norte da Ásia. Hoje, com o avanço da ciência, parece que a genética atual vem corroborar com o que está na Bíblia, pois estudos do DNA mitocondrial da humanidade apontam três troncos de ancestrais da humanidade pós-dilúvio: três mulheres, com certeza, esposas de Cam, Jafé e Sem.

    Alguns homens, no entanto, já carregavam dentro de si a desconfiança de que, se obedecessem a esse conselho divino, ficaria muito mais fácil de Deus os dominar, por isso não obedeceram. Acharam por bem ficarem onde estavam para ver o que aconteceria. As divergências surgiram junto com a ideia de que seria fraqueza depender de um Deus criador para cuidar deles, que eles bastavam a si mesmos. Novamente Deus os aconselhou a saírem e colonizarem outras terras.

    Um neto de Cam, filho de Noé, valente e corajoso, foi aquele que iniciou o projeto de que suas fortunas dependiam unicamente deles e não de um Deus Pai criador que lhes proporcionava tudo de bom que haviam ajuntado. Sua aspiração foi mais além: iniciou uma campanha para ser o governador daquele povo. Para esse intento teriam que construir uma torre tão alta e forte que alcançasse o céu, e que nada, nada mesmo, nem Deus, conseguiria destruí-la. Assim ele protegeria seu povo, estaria perto de Deus e não deixaria que nada de ruim Ele fizesse para o povo da Terra.

    Se Deus ousasse enviar outro dilúvio à Terra, ele poderia vingar o seu povo, porque estaria cara a cara com Deus. Ninrode, era esse seu nome, protegeria o povo e eles não dependeriam mais de um Deus invisível. Convencidos de que essa ideia era sua salvação, pois Ninrode estaria sempre ali, visível, começaram com todo afinco a construção da torre de Babel. A construção acontecia noite e dia e em pouco tempo já estava tão alta que superava a expectativa de qualquer engenheiro ou construtor. No entanto eles não esperavam que, apesar de sua estrutura tão alta, a sua debilidade seria bem maior.

    Deus, na sua bondade e misericórdia, deixou que tudo fosse acontecendo como eles planejaram. Não queria exterminá-los como fizera com seus antecessores, o que parecia não ter servido de exemplo para eles. Apesar de não gostar daquela loucura toda que havia tomado conta do seu povo, do abandono, do desrespeito que lhe ofereciam, preferiu tomar uma outra decisão. Uma forte tempestade derrubou a torre e todos aqueles que estavam trabalhando na sua construção começaram a falar em línguas diferentes, o que causou a maior confusão porque até então a língua usada pelos homens era uma só.

    A grande diversidade de línguas obrigou esse povo, de quantidade quase infinita, a se dispersar, porque ninguém entendia a língua do outro. Deus assim, através de sua providência, foi conduzindo-os para outros lugares e a Terra foi se povoando e as nações foram surgindo.

    Mais tarde foi construída, no local onde a torre fora erguida, uma cidade chamada Babilônia, pois Babel em Hebreu significa confusão.

    Capítulo 2

    Com o mundo praticamente povoado, surgindo diferentes nações com ideias e objetivos diferentes também, era inevitável que os povos iniciassem a busca pelas respostas de suas origens. Nessa caminhada alguns deixaram de acreditar naquilo que seus antepassados acreditavam. Uns adoravam os astros legando a eles a sua proteção e origem; outros erguiam ídolos de pedras se curvando diante deles por suas supostas forças de proteção e de origem de tudo o que havia na Terra; outros ainda prestavam culto à natureza e a seus habitantes; outros acreditavam que não existia nada além do próprio homem e que dele emanava toda força e vida. Não precisavam acreditar em mais nenhuma força sobrenatural, porém cada um só precisava acreditar em algo que suprisse as suas necessidades.

    O mundo já não era mais um rio que corria manso, levando sua água clara para o mar. A paz, a justiça e a felicidade não eram mais companheiras inseparáveis do homem como havia sido proposto inicialmente no projeto do Criador. Deus olhava com tristeza o homem, que era para Ele a sua melhor e mais extasiante obra. Precisava mudar o pensamento de sua criação, mas, a ela, Ele havia dado o direito do livre-arbítrio. Estava de mãos atadas. Suas mãos, que gestaram o homem do barro, que o modelaram a sua imagem e semelhança, agora estavam amarradas pelo amor que nutria por eles, amor que O fizera criar um jardim para abrigar a sua mais nobre criatura. Já havia passado por outras tristezas com a sua criação, no entanto essa doía mais. Havia caído na pior armadilha que poderia existir relacionada ao amor: a traição.

    A imagem de Deus estava distorcida. O politeísmo era predominante, existia um deus para cada crença. Deus se tornava propriedade particular. Apenas o homem não enxergava o abismo para o qual caminhava. Deus a tudo via e o seu coração de Pai sangrava de tristeza. No entanto havia prometido que, assim como a destruição entrou no Seu projeto por um homem, por um homem Ele resgataria a sua criação, trazendo de volta o filho à casa paterna. Porém precisava que fosse da vontade do próprio homem. O mal não existe assim como não existe a escuridão ou o frio. O que existe realmente para o mal é a ausência de Deus, para a escuridão é a falta de luz e para o

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