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Primeiros Passos Na Doutrina Espírita
Primeiros Passos Na Doutrina Espírita
Primeiros Passos Na Doutrina Espírita
E-book614 páginas13 horas

Primeiros Passos Na Doutrina Espírita

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Sobre este e-book

Todos os dias, nas casas espíritas, aporta uma quantidade regular de irmãos interessados no conhecimento do Espiritismo. Curiosos uns, desesperados outros, enfermos aqueloutros, porém, todos eles, de uma forma geral, carentes e necessitados da medicação divina que só Jesus pode nos oferecer, e o Espiritismo, que é uma religião totalmente embasada nos seus ensinamentos, possui esse papel fundamental. Desde muito tempo, com o passar dos anos na labuta Espírita, sentimos o desejo de poder escrever algo que pudesse ser útil ao Espiritismo, até mesmo como forma de gratidão, por tudo o que essa Doutrina maravilhosa tem feito por nós. Verificamos então, que muitos dos que chegavam a casa espírita, da qual fazemos parte, traziam sempre muitas indagações que não poderiam ser respondidas sem que eles tivessem que compulsar várias obras doutrinárias. Foi então que decidimos pesquisar e agrupar vários assuntos que julgamos importantes para compor esta obra, e que serão de muita valia para os que estão iniciando na Doutrina. Assim, podemos dizer que o principal objetivo deste livro, é fornecer para o principiante espírita um embasamento doutrinário, elementar, e em um só lugar, para que ele possa iniciar a sua jornada nas “estradas luminosas” que compõem o Espiritismo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de mai. de 2012
Primeiros Passos Na Doutrina Espírita

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    Primeiros Passos Na Doutrina Espírita - Ricardo Rêgo Barros

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    1

    Ricardo Rêgo Barros

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA

    VOLUME II

    * Todo o produto desta edição é destinado à manutenção de obras

    assistenciais responsáveis por crianças órfãs.

    2

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    3

    Ricardo Rêgo Barros

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA

    VOLUME II

    1ª. Edição

    Recife

    Ricardo Rêgo Barros Silva

    2012

    4

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    5

    Ricardo Rêgo Barros

    © 2011 por Ricardo Rêgo Barros

    Supervisão Editorial

    Ricardo Rêgo Barros

    Revisão de Provas

    Ricardo Rêgo Barros

    Revisão Geral

    Ricardo Rêgo Barros

    Capa

    Ricardo Rêgo Barros

    Impressão e Acabamento

    Editora Clube de Autores

    Contato: ricardo.rbs@gmail.com

    Registro no E.D.A Nº 567.192

    Livro: 1.082 Folha: 256

    1.08

    6

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    7

    Ricardo Rêgo Barros

    SUMÁRIO

    PARTE III – PRINCÍPIOS BÁSICOS

    I. Prefácio..............................................................................................12

    II. Introdução........................................................................................14

    01. Deus.................................................................................................18

    02. A Criação Divina............................................................................30

    03. As Leis Divinas...............................................................................44

    04. O Universo......................................................................................80

    05. Os Espíritos....................................................................................88

    06. Classificação dos Espíritos...........................................................98

    07. Os Mundos Físicos e Espirituais...............................................116

    08. Diferentes Categorias de Mundos Habitados..........................128

    09. A Vida no Mundo Espiritual......................................................136

    10. O Elemento Material...................................................................144

    11. Os Reinos da Natureza...............................................................160

    12. A Evolução do Espírito..............................................................178

    13. O Homem Como Ser Trino.......................................................196

    14. A Imortalidade da Alma.............................................................212

    15. A Reencarnação...........................................................................222

    16. A Desencarnação.........................................................................238

    8

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    17. A Lei de Causa e Efeito..............................................................260

    18. Determinismo e Livre Arbítrio..................................................278

    19. Influência dos Espíritos em Nossos Pensamentos e Atos.. 288

    20. A Perfeição Moral........................................................................294

    9

    Ricardo Rêgo Barros

    Dedico este livro a todos aqueles que um dia, assim como eu, tiveram a

    benção de necessitar de um tratamento espiritual, e foram abençoados de poder

    encontrar uma casa espírita, através da qual conheceram essa Doutrina

    maravilhosa que é, sem sombra de dúvidas, o Consolador prometido por Jesus.

    Foi a dor, essa sublime professora, que me fez procurar essa ajuda

    espiritual, e em consequência disso, estar hoje integrado de corpo e alma no

    Espiritismo. Posso afirmar com toda a certeza de que ele é o responsável por

    mudar por completo minha vida. E mudou para muito melhor.

    Aquilo que, à primeira vista, parecia ser um mal, foi o motivo maior

    para o meu reencontro com Deus.

    10

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    11

    Ricardo Rêgo Barros

    I. PREFÁCIO

    A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec,

    completará agora, em 2012, cento e cinquenta e cinco anos. Não é

    muito tempo de existência se formos compará-la com outras

    doutrinas bem mais antigas. Entretanto, temos de convir que, para

    nós, que somos seus adeptos, já é tempo mais que suficiente para

    ser compreendida e vivenciada, se considerarmos que, os

    princípios básicos, que formam o seu corpo doutrinário, são tão

    antigos quanto a própria humanidade.

    As casas espíritas, que abrigam os adeptos e também

    recebem novos integrantes diariamente, têm a responsabilidade de

    bem atendê-los, prepará-los e mantê-los, no tocante ao bom

    entendimento da Doutrina, em todos os seus aspectos: religioso,

    filosófico e científico. No entanto, durante o tempo que já

    militamos no Espiritismo, e também pelo fato de conhecermos,

    em virtude dos trabalhos que realizamos, vários centros espíritas,

    observamos ainda que muito se tem por fazer a esse respeito. São

    muitos os centros espíritas que carecem de uma melhor estrutura,

    e não me refiro aqui à estrutura física, mas sim de pessoal

    qualificado para melhor atender as necessidades básicas que um

    núcleo de Espiritismo exige.

    Em todo o mundo, empresas, instituições e órgãos que se

    destinam à prestação de serviços ao público, investem, a cada dia,

    na busca pela qualidade na prestação desses serviços. É aquilo que

    todos nós conhecemos hoje como: Qualidade Total. M as aí, alguém

    pode gritar: "Vamos com calma! Estamos em uma instituição

    religiosa! Qualidade Total não deve se aplicar a esse caso!". Ao

    que nós responderemos: "Como não se aplica? E por acaso a casa

    espírita não presta um serviço à comunidade? Por acaso não

    presta serviços às pessoas? O ato de prestar um serviço não

    implica no recebimento de honorários. Não visa, apenas, à

    12

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    obtenção de lucro. Serviços podem ser prestados de forma

    gratuita, como é o caso dos núcleos espíritas e tantas outras

    instituições sem fins lucrativos, e não será por isso que estes

    devem ser feitos: a toque de caixa.

    O Espiritismo, ou melhor, a casa ou o centro espírita, que é

    uma instituição pública, tem unicamente o objetivo de prestar

    serviços às pessoas; porque não? Senão vejamos: Esclarecer

    através das palestras públicas; através de seminários e cursos sobre

    a Doutrina; oferecer o consolo das mensagens dos amigos

    espirituais; oferecer os serviços de passes; ofertar aos enfermos o

    tratamento espiritual; receber os necessitados, auxiliá-los e

    socorrê-los através das reuniões mediúnicas; oferecer a

    evangelização ao público em geral; disponibilizar vários serviços

    assistenciais, enfim, esses e tantos outros, são serviços que a casa

    espírita presta ao público em geral. Definitivamente é uma

    prestação de serviços!

    Daí, os núcleos espíritas terem a extrema necessidade de

    buscarem, com muita determinação, uma qualificação total

    naquilo a que se propõem. Para isto, manter sempre em suas

    dependências um programa de estudos constante da Doutrina, e,

    principalmente,

    da

    mediunidade.

    Formar

    trabalhadores

    plenamente alicerçados nos pontos basilares do Espiritismo e com

    conhecimento sólido nas tarefas a que se propõem, tornará, a casa

    ou centro espírita, cada vez mais capacitada para suprir as

    necessidades de um público que cada vez mais busca, nas hostes

    da Doutrina, um lenitivo para suas dores; uma qualidade total no

    atendimento de que necessitam.

    Este singelo trabalho que começou a ser desenvolvido em

    1995 e cujo foco inicial era informar acerca do que seria um

    tratamento espiritual na casa espírita, tomou outras proporções

    graças a essa necessidade, que muitos núcleos de Espiritismo

    possuem, de dispor de mais uma ferramenta didática para servir

    aos que neles adentram.

    13

    Ricardo Rêgo Barros

    É um livro que serve como fonte de consulta; como uma

    espécie de: manual de operação; de como se deve manusear o

    Espiritismo. É um trabalho simples, sem grandes pretensões,

    porém, deverá ser de grande valia para aqueles que estão tateando

    agora neste vasto campo de conhecimento religioso, filosófico e

    científico.

    Nenhum assunto incluso neste livro é novidade para os

    adeptos mais antigos. Tudo está embasado, principalmente, nas

    obras básicas de Kardec. O que podemos aqui destacar é que o

    leitor iniciante poderá encontrar esses assuntos, tão necessários

    para o início de sua jornada, em um só lugar.

    Temos a certeza de que valerá à pena.

    14

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    15

    Ricardo Rêgo Barros

    II. INTRODUÇÃO

    Caro leitor, aqui estamos com o segundo volume de nossa

    obra. Nela, o principiante no Espiritismo terá a oportunidade de

    continuar com o seu aprendizado, através do estudo de temas

    previamente selecionados, que lhes proporcionarão um melhor

    entendimento acerca do assunto.

    No primeiro volume tentamos abordar alguns assuntos

    que, no nosso entendimento, iriam preparar o terreno para a

    construção da base desse conhecimento acerca da Doutrina.

    Ele foi dividido em duas partes, onde a primeira delas

    abordou os seguintes temas: a religião e o seu papel na vida do

    homem; sobre Jesus e a religião Cristã; sobre o porquê o

    Espiritismo é o Consolador prometido pelo Mestre; sobre a

    introdução ao Espiritismo(histórico, definição, o seu caráter, o

    tríplice aspecto, as obras da codificação, e a síntese da vida de

    Kardec). Essa foi a parte referente a introdução ao Espiritismo.

    Na segunda parte, o leitor pode encontrar assuntos com as

    orientações que fazem jus ao título do livro: "Primeiros Passos na

    Doutrina Espírita". São assuntos que trazem informações iniciais;

    para quem realmente está começando a frequentar uma casa

    espírita, tais como: o papel do centro espírita na sociedade; como

    identificar se determinada casa é realmente espírita; os passos

    iniciais; qual a literatura inicial recomendada; como devemos nos

    portar na casa espírita e perante suas atividades; quais seriam os

    tipos de atividades que o neófito poderia participar dentro da casa

    espírita; e, por fim, o que é ser espírita.

    Agora, neste segundo volume, procuramos relacionar

    temas que formam as bases da própria Doutrina, começando com

    Deus, que é a causa primeira de todas as coisas, e depois seguindo,

    numa tentativa de ordenação lógica, com os outros assuntos de

    grande importância para quem realmente quer conhecer o

    Espiritismo.

    16

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    O leitor irá observar, no decorrer da leitura deste volume,

    que os capítulos são totalmente integrados, uns aos outros, pois os

    assuntos se complementam e, se aqui foram divididos em

    capítulos, isso se deu de forma meramente didática, para facilitar o

    estudo, pois optamos em não alongar demais os capítulos.

    Como exemplo, poderemos citar os capítulos que tratam:

    do universo; da criação divina; do elemento material; da evolução do Espírito;

    dos reinos da natureza etc., que tratam de um mesmo tema central,

    porém cada um trazendo detalhes mais diversificados.

    É possível que outros temas importantes estejam fora de

    nossa relação, por falha de nossa parte, e nesse caso, pedimos ao

    leitor que nos informe quais seriam eles, através de email, e nós os

    acrescentaremos em novas edições da obra. Todavia, acreditamos

    que, os que aqui foram relacionados, irão auxiliar, ou melhor,

    deverão, pelo menos, situar o principiante no ponto de partida do

    caminho que o levará para um estudo mais aprofundado.

    Quiçá nosso objetivo possa ser alcançado, e todo aquele

    que ler esta obra dela possa se beneficiar e colher bons frutos.

    Esse foi sempre o motivo que nos moveu para o desenvolvimento

    deste trabalho.

    17

    Ricardo Rêgo Barros

    PARTE III

    Princípios Básicos

    18

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    19

    Ricardo Rêgo Barros

    01. DEUS

    Falar sobre Deus não é uma tarefa que esteja ao alcance de

    Espíritos inferiores como nós. E isso é explicável, por nos faltar,

    ainda, uma bagagem espiritual muito grande para poder

    compreendê-Lo.

    Necessitaremos de muitas, mas muitas reencarnações

    mesmo, e, consequentemente, de muito aprendizado, para que

    possamos ter uma melhor compreensão acerca da grandiosidade

    de Deus.

    Parafraseando aqui, o que dizem os Espíritos elevados, só

    poderemos tentar explicar e/ou entender Deus, de acordo com os

    acanhados conhecimentos que possuímos. Daí, podemos

    entender porque existem tantas divergências de definições acerca

    Dele.

    Neste capítulo tentaremos – e com muita pretensão de

    nossa parte - fazer algumas colocações acerca do que entendemos

    a respeito do nosso Pai Celestial.

    É evidente que teremos que aproveitar muitas coisas que

    outros autores espíritas - tanto encarnados como também

    desencarnados - nos informaram em várias obras de suas autorias.

    Iremos aqui, transcrever muitas informações necessárias e

    importantes, não só das obras da codificação, que serão sempre

    nossa base do Espiritismo, como também nas ditas:

    complementares, para nos auxiliarem nessa questão de tão alta

    envergadura.

    ***

    Nos dias atuais, diante de tantos desequilíbrios morais

    vivenciados pela humanidade - graças aos Espíritos ainda presos

    às paixões inferiores, como muitos de nós ainda somos –

    20

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    podemos perceber o quanto necessitamos de um entendimento

    mais apurado acerca de Deus, nosso Pai, Criador e Amigo.

    Sem sombra de dúvidas, somente com Ele "habitando em

    nossos corações" - o que poderá ser comprovado pelos nossos

    atos - é que poderemos reverter essa situação, e criarmos um

    mundo melhor e mais justo, onde os sentimentos da fraternidade,

    da paz e do amor possam sempre prevalecer em qualquer ação

    que empreendermos.

    Assim, chegamos a conclusão que: no que diz respeito a

    essas verdadeiras calamidades morais que assolam nosso

    mundo, se nós, que fazemos parte dele, tivéssemos um pouco

    mais de fé em nosso Pai e seguíssemos Suas leis sábias e justas, ou

    seja, se praticássemos os dois únicos mandamentos ensinados por

    Jesus: "Ama a Deus sobre todas as coisas e a teu próximo como a ti

    mesmo", com toda certeza não estaríamos a vivenciar tanta maldade

    e tanto desequilíbrio em nossa civilização.

    ***

    Para que possamos entender verdadeiramente Deus, e

    consequentemente toda Sua obra, necessário se faz que

    possuamos mais religiosidade; que estejamos revestidos do

    verdadeiro sentimento Cristão.

    Quando aqui falo de mais religiosidade, não me refiro às

    religiões tradicionais; aquelas que formam as escolas dogmáticas,

    cujos credos - para aqueles que compreendem o Cristianismo de

    Jesus, e não o dos homens - como bem disse Kardec, "são

    incapazes de encarar a razão frente a frente, e em qualquer época da

    humanidade".

    Durante muito tempo estamos a conviver com certos

    dogmas que, graças a falta de fundamentos racionais, só

    contribuíram para nos afastar, cada vez mais, de um entendimento

    claro do que seja realmente a religião; do que seja verdadeiramente

    21

    Ricardo Rêgo Barros

    o Cristianismo. Muitos desses conceitos nos distanciaram ainda

    mais de Deus.

    Muitos são os equívocos que as religiões tradicionais ainda

    mantém em suas bases, acerca do Criador e de Suas leis.

    Entretanto, sabemos reconhecer o mérito que elas possuem em

    tentar elevar a criatura humana a uma condição melhor, ou seja,

    em tentar elevar o homem até o Pai.

    Um fato que o leitor não deve deixar de considerar é que,

    a evolução é um processo lento e poucos ainda são os que já

    despertaram para a verdadeira compreensão acerca de Deus.

    ***

    Allan Kardec, na questão de número um de O Livro dos

    Espíritos, fez a eles a seguinte pergunta: Que é Deus? E obteve a

    seguinte resposta: "Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas

    as coisas". Essa resposta, clara e objetiva, com certeza foi a forma

    pela qual os Espíritos superiores definiram, de forma sintética, o

    entendimento que eles possuem de Deus. Além do mais, se eles

    tentassem explicá-Lo de maneira mais analítica, com toda a

    certeza iriam nos confundir ainda mais; e isso por um motivo

    muito simples: a nossa linguagem é ainda muito limitada para se

    definir muitas coisas; não só sobre Deus, mas também sobre a Sua

    criação.

    No estudo que iremos fazer aqui, vamos nos valer, e não

    poderia ser de outra forma, dos ensinamentos trazidos pelos

    Espíritos superiores, pois é evidente que eles possuem uma

    compreensão bem maior do que nós sobre o assunto.

    Mas é importante que o leitor saiba que, somente os

    Espíritos puros, assim como Jesus, é que possuem um entendimento

    completo sobre Deus e sobre Suas leis; daí o motivo dele ter dito:

    Eu e o Pai somos Um!.

    22

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    Joanna de Ângelis, através da psicografia de Divaldo

    Franco, nos traz os seguintes ensinamentos acerca da Divindade:

    "Toda e qualquer tentativa para elucidar a magna questão da

    Divindade redunda sempre inócua, senão infrutífera, traduzindo esse desejo a

    vã presunção humana, na incessante faina de tudo definir e entender.

    Acostumado ao imediatismo da vida física e suas manifestações, o

    homem ambiciona tudo submeter ao capricho da sua lógica débil, para reduzir

    à sua ínfima capacidade intelectual a estrutura causal do Universo, bem assim

    as fontes originárias do Criador.

    Desde tempos imemoriais, a interpretação da Divindade tem recebido

    os mais preciosos investimentos intelectivos que se possam imaginar.

    Originariamente confundido com a Sua obra, mereceu ser temido pelos povos

    primitivos que legaram às culturas posteriores a sedimentação supersticiosa das

    crendices que fundamentavam o seu tributo de adoração, transitando mais

    tarde para a humanização da divindade mesma, eivada pelos sentimentos e

    paixões transferidos da própria mesquinhez do homem...". (03).

    Diante do que nos diz Joanna, o homem, para que

    pudesse entender o Criador, teve a necessidade de igualá-Lo à

    condição humana, invertendo assim os papéis, pois, ao invés de

    ele (o ser humano) ser a imagem e semelhança do Pai, Este é que

    se tornou a sua imagem e semelhança.

    Continuando ainda com ela:

    "Diversas escolas filosóficas do século XIX desejaram padronizar as

    determinações divinas e a própria Divindade em linhas de fácil assimilação,

    na pretensão de limitarem o Ilimitado. Outras correntes de pesquisadores

    aferrados a cruento materialismo, na condição de herdeiros diretos do

    Atomismo Greco-romano, do pretérito, descendentes, a seu turno, de Lord

    Bacon, como dos sensualistas e cépticos dos séculos XVIII e XIX, zombando

    da fé ingênua e primitiva, escravizada nos dogmas ultramontanos dos

    religiosos do passado, tentaram aniquilar histórica e emocionalmente a

    23

    Ricardo Rêgo Barros

    existência de Deus, por incompatível com a razão, conforme apregoavam,

    mediante sistemas sofistas e conclusões científicas apressadas, como se a

    própria razão não fosse perfeitamente confluente com o sentimento de fé, inato

    em todo homem, como demonstram os multifários períodos da história.

    Sócrates já nominava Deus como A Razão Perfeita, enquanto

    Platão O designava por Ideia do Bem.

    O neoplatonismo, com Plotino, propôs o renascimento do Panteísmo,

    fazendo Deus, o Uno Supremo, que reviverá em Spinoza, não obstante

    algumas discussões na forma de Monismo, que supera na época o Dualismo

    cartesiano. O monismo recebe entusiástico apoio de Fichte, Hegel, Shelling e

    outros, enquanto larga faixa de pensadores e místicos religiosos empenhava-se

    na sobrevivência do Dualismo.

    Mais de uma vez alardeou-se que Deus havia morrido,

    proclamando-se a desnecessidade da fé como da Sua paternidade, para,

    imediatamente, reiterada vezes, com a mesma precipitação, voltarem esses

    negadores a aceitar a Sua realidade.

    A personagem concebida por Nietzche, que sai à rua difundindo

    haver matado Deus, chamando a atenção dos passantes, após o primeiro

    choque produzido nos círculos literários e intelectuais do mundo, no passado,

    estimulou outras mentes à negação sistemática. Fenômeno idêntico acontecera

    no século anterior, quando os convencionais franceses, supondo destruir Deus,

    expulsaram os religiosos de Paris e posteriormente de todo o país,

    entronizando a jovem Candeille, atormentada bailarina de Ópera, como a

    Deusa Razão, que deveria dirigir os destinos do pensamento intelectual de

    então, ante Robespierre e outros, em Notre-Dame. Logo, porém, depois de

    múltiplas vicissitudes, o curto período da Razão fez que Deus retornasse à

    França, e muitos dos seus opositores a Ele se renderam, declarando haver

    voltado ao Seu regaço, cabisbaixos, arrependidos, melancólicos. Deus vencia,

    mais uma vez, a prosápia utopista da ignorância humana!

    Repetida a experiência no último quartel do século das luzes,

    tornou a ser exilado da Filosofia e da Ciência por uns e reconduzido

    galhardamente por outros expoentes culturais da Humanidade.

    24

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    Novamente, ante o passo avançado da tecnologia moderna, através

    da multiplicidade das ciências atuais, pretende-se um Cristianismo sem Deus,

    uma Teologia não teísta, fundamentada em cogitações apressadas, que

    pretendem levar o homem à busca das suas origens, como desejando

    reconduzi-lo à furna, em vez de situá-lo em a Natureza, mantê-lo selvagem

    por incapacidade de fazê-lo sublime.

    Tal fenômeno reflete a apressada decadência histórica e moral das

    velhas Instituições, na Terra de hoje, inaugurando uma Nova Era...

    As construções sociais e econômicas em falência, as arquiteturas

    religiosas em soçobro, as aferições dos valores psicológicos e psicotécnicos

    negativamente surpreendentes, o descrédito inspirado pelos dominadores, em si

    mesmos dominados, pelos vencedores lamentavelmente vencidos pela

    inferioridade das paixões em que se consomem, precipitaram o agoniado

    Espírito humano na busca do nada, das formas primeiras, rompendo com

    tudo, como se fora possível abandonar a herança divina inata indistintamente

    em todas as criaturas, para tentar esquecer, apagar e confundir a inteligência

    com os impulsos dos instintos, num contumaz e malsinado esforço de

    contraditório retorno às experiências primitivistas da forma, quando ainda

    nas fases longevas de formações e reformações biodinâmicas...

    Concomitantemente, porém, surgem figurações morais, espirituais,

    mística e científicas, sofrendo os embates que a dúvida e o cepticismo impõem,

    resistindo, todavia, estoicamente, na afirmação da existência de Deus,

    apoiadas pela Filosofia e Ética espíritas, que são as novas matrizes da

    Religião do Amor, pregada e vivida por Nosso Senhor Jesus Cristo.

    Conclusão - Deus é Amor, afirmava João.

    Meu Pai, dizia reiteradamente Jesus, conceituando-O da forma

    mais vigorosa e perfeita que se possa imaginar. E Allan Kardec, mergulhando

    as nobres inquirições filosóficas nas fontes sublimes da Espiritualidade

    Superior, recolheu através dos Imortais que "Deus é a Inteligência suprema,

    causa primária de todas as coisas", em admirável síntese, das mais felizes,

    completando a argumentação com a asserção de que o homem deve estudar "as

    25

    Ricardo Rêgo Barros

    próprias imperfeições a fim de libertar-se delas, o que será mais útil do que

    pretender penetrar no que é impenetrável", concordante com o ensino do

    Cristo, em João: "Deus é Espírito, e importa que os que O adoram, O

    adorem em Espírito e verdade."- (03).

    De acordo com o que foi exposto, fica muito claro que o

    homem sempre teve, e ainda tem, uma grande dificuldade de

    entender o nosso Criador, entretanto, enquanto crescia em

    inteligência

    e,

    consequentemente,

    ia

    adquirindo

    novos

    conhecimentos acerca da vida e das leis da natureza -

    considerando também as conquistas e descobertas realizadas pela

    ciência - novos horizontes foram para ele se abrindo.

    Esse avanço intelectual da humanidade se deu em vários

    campos da área científica, tais como: na astronomia; na química;

    na física; na biologia; na antropologia; na psicologia; enfim, tanto

    em setores do micro como do macrocosmo. Diante disto, Deus

    foi sendo alvo de várias interpretações e definições, atestando ou

    não a sua existência e, até mesmo de sua autoria nas coisas

    existentes no universo. Teria mesmo o universo sido criado por

    Ele ou tudo não passaria de obra do acaso?

    Continuemos mais com Joanna de Ângelis:

    À medida, porém, que os conceitos éticos e filosóficos evoluíram, a

    compreensão da Sua natureza igualmente experimentou consideráveis

    alterações. Desde a manifestação feroz à dimensão transcendental, o conceito

    do Ser Supremo recebeu de pensadores e escolas de pensamento as mais

    diversas proposições, justificando ou negando-lhe a realidade.

    Insuficientes todos os arremedos filosóficos e culturais, quanto

    científicos, posteriormente, para uma perfeita elucidação do tema, concluiu-se

    pela legitimidade da Sua existência, graças a quatro grupos de considerações,

    capazes de demonstrá-lo, de forma irretorquível e definitiva, a saber:

    26

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume II

    Cosmológicas – que O explica como a Causa Única da sua

    própria causalidade, portanto real, sendo necessariamente possuidor das

    condições essenciais para preexistir antes da Criação e sobre-existir ao sem-fim

    dos tempos e do universo;

    Ontológicas – que O apresenta perfeito em todos os Seus

    atributos e na própria essência, explicando, por isso mesmo, a Sua existência,

    que, não sendo real, não justificaria sequer a hipótese do conceito, deixando,

    então, de ser perfeito. Procedem tais argumentos desde Santo Anselmo, dos

    primeiros a formulá-las, enquanto que as de ordem cosmológica foram

    aplicadas inicialmente por Aristóteles, que O considerava o "Primeiro motor,

    o motor não movido, o Ato puro", consideração posteriormente reformulada

    por Santo Tomás de Aquino, que nela fundamentou a quase totalidade da

    Teologia Católica;

    Teleológicas – mediante as quais o pensamento humano,

    penetrando na estrutura e ordem do universo, não encontra outra resposta

    além daquela que procede da existência de um Criador. Ante a harmonia

    cósmica e a beleza, quanto à grandeza matemática e estrutural das galáxias e

    da vida, uma resultante única surge: tal efeito procede de uma Causa perfeita e

    harmônica, sábia e infinita;

    Morais – defendidas por Emmanuel Kant, inimigo acérrimo das

    demais, que, no entanto, eram apoiados por Spinoza, Bossuet, Descartes, e

    outros gênios da fé e da razão. Deus está presente no homem, mediante a sua

    responsabilidade moral e a sua própria liberdade, que lhe conferem títulos

    positivos e negativos, conforme o uso que delas faça, do que decorrem as linhas

    mestras do dever e da autoridade. Essa presença na inteligência humana,

    intuitiva, persistente, universal, faz que todos os homens de responsabilidade

    moral sejam conscientemente responsáveis, atestando, assim, inequivocamente,

    a realidade de um Legislador Absoluto, Suprema Razão da Vida." (03).

    27

    Ricardo Rêgo Barros

    Os Espíritos dizem a Allan Kardec, com muita

    propriedade, que é pelas obras que se conhece o autor. Com isso posto,

    basta que nós observemos à nossa volta e reflitamos sobre a

    grandiosidade da obra Divina que demonstra, de maneira

    irretorquível, a existência de uma inteligência infinitamente

    superior a nossa. Isso nos leva a seguinte conclusão: tudo aquilo

    que não foi criado pelo homem, inclusive o próprio homem, foi

    criado por um ser Supremo, qualquer que seja a denominação que

    a Ele atribuamos. Um Ser possuidor de atributos incomparáveis,

    tais como: A Eternidade, a imaterialidade, a imutabilidade, a unicidade, a

    Onisciência, a Onipotência e que tenha a soberana justiça e bondade; caso

    contrário, teremos que presumir que tudo foi criado, apenas,

    como fruto do acaso.

    Ainda segundo o Espírito

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