Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Apostas De Rei
Apostas De Rei
Apostas De Rei
E-book242 páginas3 horas

Apostas De Rei

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Jovem homem apaixonado levado pelo seu caráter a enfrentar o deserto, a espionagem, a prisão, a morte, a não volta e a ilha deserta. A história de um rapaz que fica sabendo que o pai da moça que ama a perdeu numa aposta, e que após recuperá-la terá de cumprir uma missão de espionagem no castelo de outro reino. A racionalidade e a praticidade, as mudanças de atitudes perante as adversidades, tudo presenciado na jornada proporcionada pelas apostas de rei.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de jul. de 2015
Apostas De Rei

Relacionado a Apostas De Rei

Ebooks relacionados

Religião e Espiritualidade para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Apostas De Rei

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Apostas De Rei - Everton M. Da Silva

    Everton M. da Silva

    APOSTAS DE REI

    Clube de Autores

    1ª Edição - 2015

    Edição do Autor

    Capa: Asè Editorial

    Imagem: Canstockphoto

    CAPÍTULO UM

    1

    O lugar era uma típica feira do século treze, com suas barracas e tendas, um grupo considerável de gente, alguma desordem ou bagunça, principalmente com as mercadorias, e alguma higiene. Era formada essencialmente por uma rua com tendas e barracas nos lados, com seu funcionamento levando pessoas a andar pela rua parando nos locais de vendas para ver as mercadorias.

    O dia estava claro e quente, com poucas nuvens no céu; essas poucas esparsas. O reinado, onde aquelas pessoas se encontravam, em compensação aos outros, era um dos melhores. Não o bastante, é claro, ainda faltava melhorias. Mas era um dia bom aquele, onde mesmo os defeitos, assim como o costume ao ambiente, faziam esquecer todo ou qualquer ruim.

    A moça, Anísia, praticamente já se tornando uma jovem mulher, estava parada ao lado de uma barraca, meio escondida, olhando um rapaz que estava do outro lado da rua e de costas para ela conversava com algumas pessoas de uma tenda. Preocupada em ser descoberta no que fazia, ela olhou para os dois lados da rua procurando se alguém estaria olhando o que acontecia e, sem que ninguém a visse, voltou a olhar o rapaz. Havia reparado ele pouco antes dali, e sem que o mesmo a tivesse visto, seguiu-o até o momento em que ele parou, sendo quando ela decidiu também parar e esperar, só que escondida... Há um brilho em seus olhos ao fazê-lo, além de carregar um leve sorriso contigo; está animada, feliz por vê-lo.

    Ele continuava conversando, visivelmente animado e sempre apontando algo em sua mão; é quando fez sinal que iria sair, virando o corpo um pouco para o lado e dando um passo para fora da tenda. A moça então, preparada, se apressou e saiu de sua posição, indo para a rua.

    Assim que ela começou a andar pelo local, o rapaz, já também na rua, a viu, andando ao mesmo passo que ele, indo ambos na mesma direção.

    — Oi! — alegrou-se ele. — Que bom encontrar você. Se soubesse que estava na sua hora de passar teria esperado. Não posso perder as oportunidades de vê-la. E veja só! Estamos indo na mesma direção, juntos.

    A alegria dele era outra coisa bem visível; muito mais palpável do que a dela.

    — Fico feliz que você esteja feliz — disse ela, disfarçando ao máximo, apenas sorrindo. E reparou nele olhando para trás, procurando algo. — Não se preocupe, eles não estão comigo.

    Ele sorriu para ela com a notícia.

    — Isso é bom — aliviou-se ele. — Então, como está sendo o seu dia até agora?

    — Como os outros, não acontecendo nada de mais, até agora. E o seu? O que está levando?

    Ele moveu a mão e olhou o embrulho que carregava.

    — Algo que os rapazes do trabalho queriam que eu pegasse; algo leve.

    — Mas o que é?

    — Eu não sei. Apenas pediram que pegasse e levasse para eles.

    — Era o que você estava fazendo naquela tenda lá atrás?

    — Sim, era o que estava... — interrompeu-se, surpreso. — Ah, você me viu lá!

    — É, eu vi você lá. Estava conversando, não imaginei que fosse sair agora.

    — E ia passar direto?! Poderia ter esperado, ou chamado minha atenção, mesmo me cumprimentado — cobrou ele. — Se fosse uma garota que gostasse de mim teria esperado para irmos juntos. Não pensou em esperar um pouco em algum lugar enquanto eu conversava?

    Ela sorriu, não para ele, mas para si mesma, lembrando de que tinha feito justamente isso, esperado escondida por ele. Mas não respondeu, nem disse nada a respeito. Serbe se deu por vencido.

    — Sim, era o que eu estava fazendo lá — respondeu ele. — São familiares de um dos rapazes do trabalho, muito boas pessoas.

    — Não me disse como foi o seu dia — lembrou ela, sentindo certa frieza repentina nele. — Me conta como foi o seu dia para compensar.

    — Do mesmo jeito; parte trabalhando, o resto do tempo pensando em você, imaginando-a comigo — falou ele, voltando a se alegrar. — Vendo-nos morando num belo lugar, construindo uma vida juntos. Pura fantasia, que parte dela tento transformar em realidade.

    — Eu estou feliz nessas fantasias? — perguntou ela.

    Ele sorriu, virando o rosto para o outro lado para que ela não o visse.

    — Você está de acordo — respondeu. — Já eu fico feliz quando estou imaginando. Ficaria mais ainda se você tornasse realidade minhas fantasias... Há a possibilidade disso tornar-se realidade?

    Eles são interrompidos quando alguém grita alto chamando outra pessoa e ele assusta. Olham na direção e veem duas pessoas cumprimentando-se. Depois, meio agitado, ele olha para todos os lados procurando.

    — Pensei que fosse algum dos seus irmãos — disse ele.

    — Você não precisa se preocupar com eles, não precisa conquistar a todos. Só precisa conquistar a mim.

    — Então eu preciso ainda, pensei que já estivesse meio caminho andado para isso — comentou ele. — Mas então há uma possibilidade de eu conseguir?

    — Eu não disse que você vai conseguir, apenas estou dizendo para ignorar meus irmãos. Já que quer ficar comigo, tem de conquistar só a mim.

    — Você nunca responde a minha pergunta — sorriu ele, esquecendo as preocupações.

    — Sim, há uma possibilidade de você conseguir o que quer — respondeu. Ela olhou para ele. — Talvez eu venha a gostar de você ao ponto de um dia ficar escondida esperando você terminar de conversar para só então aparecer para que caminhemos juntos, realmente querendo isso.

    — Isso seria algo bom — disse ele. — Eu tenho medo de revidar com seus irmãos e você parar de gostar de mim. É difícil aguentar tudo o que eles fazem sem reagir ou sem expressar nada a respeito, mas eu seguro.

    — Bem, eles são meus irmãos, e mesmo não gostando de certas atitudes deles, ainda são meus relativos. Se for ficar com você uma coisa que não gostaria era de ver vocês brigado, eles são minha família e você estaria se tornando parte dela, não gostaria que você fosse a causa de minha separação deles. Mas confesso que tenho medo de você não aguentar muito tempo, desistir de mim por causa do que eles fazem com você. Eu não consigo fazer muita coisa, a não ser falar para eles pararem, mas eles nunca me ouvem, e algumas dessas brincadeiras que fazem são muito ruins.

    — É, eu já pensei algumas vezes em desistir, mas lhe gosto muito.

    — Obrigada!

    — O maior incentivo para desistir vem de meus amigos, não gostam dessa situação. Eu conto algumas vezes o que acontece, aí eles respondem que não vale a pena, há mulheres melhores, vidas mais fáceis, que mesmo se conseguisse ficar com você, e isso me desse alegria, não conseguiria suportar seus irmãos. Passar a vida desse jeito não é bom, não vale a pena.

    Ela inclinou a cabeça um pouco para baixo e olhou preocupada para ele. Mesmo com todo o tempo que se conheciam ficara sabendo só agora que havia pessoas minando a sua área, e eram justamente os amigos dele, pessoas que ela sabia que ele gostava.

    — Acha que seus amigos me aprovariam? — perguntou ela.

    Ele olhou para ela por um instante e começou a responder abaixando a cabeça.

    — Não sei, mas acho que não. Eles perceberiam qualquer tipo de infelicidade em mim e culpariam você ou qualquer coisa relacionada a você, afinal você seria a coisa nova em minha vida.

    — Estão falando de nós? — perguntou uma voz vinda detrás deles.

    Era um dos irmãos dela aparecendo entre eles e abraçando-os. Enquanto o casal olhava para ele, o outro irmão já caminhava ao lado do rapaz. E ela começou a se preocupar, lamentando com ela mesma por eles terem chegado.

    Dalino e Ledo eram bastante parecidos, não tanto na aparência, mas em escolhas, sempre seguindo o mesmo caminho, concordando entre eles em quase tudo. Tinham praticamente a mesma altura e idade, não muito diferente das do casal de jovens, mas eram um pouco maiores e menos diferente entre eles, e devido a tudo isso pareciam bem mais velhos.

    Eram bons rapazes e com a exceção do tratamento que davam ao pretendente da irmã, não faziam coisas ruins. Agiam naturalmente conforme alguém daquela idade agiria, melhor até um pouco do que isso por causa da experiência de vida que tinham, que resultava em evitar sempre se envolver em problemas. E essas escolhas a primeira vista não pareciam vir do exemplo do pai, ou não, olhando mais profundamente talvez fosse justamente o pai ser como era que acabou por formar os filhos do jeito que eram, levando-os a tentar não cometer os mesmos erros ou ser do mesmo jeito. Mas tudo isso cai por água quando se referia ao rapaz.

    O pai dela era outro que não gostava dele. E se a mãe ainda estivesse viva, talvez até ela mesma acabasse por não gostar dele. Diferente dos filhos, porém, o pai não parecia ter um desgosto oportuno, mas sim algo permanente. Chegava as raias de desprezar o rapaz, vendo tudo nele como algo de muito ruim para a filha. Alegrava o fato dos filhos compartilhar com ele do desaprovo do pretendente da filha, imaginando que legava aos filhos a tarefa de protegê-la, que eles seguiam o mesmo caminho por causa dele, como se eles concordassem da escolha do pai. E agora, juntando-se ao rapaz e a irmã, os irmãos empreitavam em suas conversas, prontos para manifestarem seus incômodos para com ele.

    — Não — respondeu o rapaz. — Não estávamos falando de vocês.

    — Ele devia estar falando dela, isso sim — respondeu Ledo, mostrando sua presença ao lado do rapaz. — Ele estava cortejando você de novo, Anísia?

    — Não, Serbe e eu falávamos sobre o que ele leva consigo.

    — E o que você leva, Serbe? — perguntou Ledo, tentando pegar o pacote das mãos do rapaz.

    Serbe revidou e segurou o pacote das mãos de Ledo que tentava tomá-lo, puxando-o bruscamente para si.

    — Não, não posso deixá-lo pegar isso, não é meu!

    — Está bravo hoje ele — disse Dalino, soltando a irmã e ficando abraçado só com o rapaz, apertando ele contra seu corpo. — Vamos pegar isso se quisermos pegar.

    — Deixem ele em paz, ele não está fazendo nada — pediu a irmã.

    Dalino empurrou Serbe para o lado de modo a ficar entre ele e a irmã.

    — Só quando ele começar a ficar longe — disse. — Conforme ele fica perto, mais a gente implica, não é Serbe?

    — É o que parece.

    — Cheguei ao meu trabalho — disse Anísia, começando a sair da feira. — Então parem de implicar com ele. Estou me afastando agora, não há necessidade de vocês fazerem nada.

    — Isso é a gente que decide — disse Dalino, empurrando o rapaz.

    — Aposto que essa mente dele só fica pensando em você — continuou Ledo, acompanhando o irmão e empurrando Serbe. — Temos que tirar isso dele também.

    Anísia se distanciou deles enquanto olhava o rapaz sendo empurrado pelos irmãos, até entrar num portão grande que levava até algumas residências próximas do castelo onde trabalhava.

    Serbe ficou olhando o portão por alguns instantes, pensando que preferia ir com ela em vez de ir para o seu trabalho, mas que como sempre se separavam. Então reparou nos irmãos ainda juntos dele enquanto caminhavam.

    — Fique longe dela — disse Dalino, e aproveitou para empurrá-lo outra vez.

    — Sabe, se vocês ficarem empurrando para longe todos os pretendentes dela, acabarão por terem que sustentá-la durante toda a vida, como já vem fazendo.

    — Nós a ajudamos apenas — retrucou Dalino.

    — E vão acabar precisando fazer isso durante toda a vida, em vez de seguirem com a de vocês, vocês vão ver.

    Ledo deu um empurrão nele.

    — Se a gente não puder ajudar ela, o pai cuida.

    Sem revidar dos empurrões, Serbe começou a rir.

    — Aquele?! — falou. — Coitada. Aquele não consegue nem se ajudar, muito menos ajudar ela, a não ser em beber — acrescentou ele. Os irmãos se olharam, envergonhados, sabiam que ele tinha razão. — São vocês quem cuidam da moradia com ela, aquele velho não ajuda em nada.

    Dalino empurrou Serbe.

    — Para com isso — falou ele.

    Serbe, sendo jogado para frente de novo, parou de falar por um instante. Estava começando a se cansar daqueles empurrões.

    — Seu pai também te ajuda, você não vive sozinho — lembrou Ledo.

    — É, ele me ajuda, diferente do de vocês. Mas eu pretendo cuidar da minha vida, vou ter que me virar, como meu pai faz, sem ajuda de ninguém. Se Anísia resolvesse ficar comigo ela me ajudaria, só que aí eu teria que acabar ajudando aquele pai de vocês.

    Dalino empurrou Serbe novamente.

    — Já falei, para com isso.

    Ledo aproveitou o rapaz sendo jogado para frente e o empurra para o lado.

    — Olha o buraco! — disse.

    Serbe, cambaleando para o lado devido aos dois empurrões, perdeu parte do equilíbrio e quase caiu. Os irmãos riram do quase tombo dele. Já ele aproveitou o impulso e continuou naquela direção, saindo da feira e continuando o seu andar por de trás das barracas e tendas. Não voltou para a rua, ficando por lá mesmo, onde não seria importunado pelos irmãos da moça a não ser que fossem até ele. E eles não foram, ficaram a olhar o rapaz de onde estavam, esperando pelo momento em que ele voltasse. Quando perceberam que ele não voltaria começaram a chamá-lo.

    —... Não vamos mais te empurrar, não precisa ficar andando por aí.

    — Vamos, Serbe, a Anísia está longe, não precisa ficar aí, pode vir para cá.

    Ele permaneceu na mesma, sem dar atenção, fingindo que não escutava. Assim ficaram todos durante um tempo, cada qual em seu canto; o rapaz andando por de trás das tendas e os irmãos na rua da feira, sempre olhando Serbe andar. Até que um deles pegou uma pedra no caminho, esperou Serbe passar por detrás de uma tenda e jogou a pedra nele. A pedra acertou nas costas dele, em seu lado direito. Ele fez de conta de que nada aconteceu. Então outra pedra é arremessada até ele, acertando no meio de suas costas. Essa, mais forte, o faz sentir e ele passa a mão nas costas.

    Dalino pegou outra pedra no chão.

    — Já chega — disse Ledo. — Deixa ele em...

    Ledo foi interrompido por um som alto e próximo. Uma pedra atinge com força a parte frontal esquerda da cabeça de Dalino, tão forte que ela se despedaçou, voando pedaços pelo ar, acertando até mesmo em Ledo. Com o impacto Dalino é arremessado para o lado, fazendo com que Ledo se afastasse da posição em que estava. Ambos pararam para ver de onde viera a pedra; Dalino com a mão na cabeça, sentindo fortes dores.

    Não faltava muito para o fim da feira, onde Serbe ficaria e os irmãos da moça continuariam. Serbe estava chegando ao local onde trabalhava, um pouco mais à frente, num prédio antigo e grande. É na entrada deste prédio que os irmãos veem a pessoa que arremessou a pedra neles. Um jovem homem mais alto e mais velho do que todos eles, amigo antigo de Serbe. Um tanto sério, ele encarava os dois rapazes quando abaixou pegando outra pedra no chão. Os dois irmãos olharam Serbe, agora já na entrada do prédio, e resolveram ir embora. Percebendo isso, e como os irmãos teriam que seguir em frente, o homem se direcionou até o centro da rua da feira e esperou pela passagem deles, com a pedra na mão.

    — Vem, Júlio, deixa-os passar — pediu Serbe.

    Júlio fez sinal para os dois irmãos passarem, chamando-os, mostrando a rua onde ele estava. Os irmãos não se arriscariam a tentar passar por ele, acabariam recebendo o que fizeram à Serbe, então Dalino empurrou Ledo e os dois saíram da rua, indo por detrás das tendas do outro lado da feira, fazendo oposição ao lado que Serbe percorreu. O homem não fez nada, só ficou olhando eles desviarem, passando por outro caminho. E entre uma tenda e outra uma pedra voou com força, jogada por Júlio, quase acertando um deles; eles nada fizeram.

    O jovem homem, Júlio, continuou olhando-os enquanto se afastavam até saírem da feira, seguindo depois para o prédio onde ele e Serbe trabalhavam. Encontrou Serbe já lá dentro e ambos foram por um corredor para os fundos do lugar.

    — Por que você deixa eles te baterem? — perguntou Júlio. — Se não fizer nada, eles não vão parar.

    — Eles só fazem isso comigo... Eu acho. É por causa da irmã deles.

    — Você tem que abandonar aquela garota, com este tipo de família ela provavelmente não deve prestar também. Quanto mais perto dela mais eles vão te atormentar, você tem de se afastar. Você consegue coisa melhor, e mais fácil, e sem tormento, ou melhor, sem irmãos.

    Neste tempo da conversa eles já estavam trabalhando, carregando sacos de arroz e trigo que seriam levados para vilas distantes no reino. E assim permaneceram, trabalhando e conversando sobre as coisas que aconteciam a cada um deles. Depois, quando pararam para esperar mais carregamentos e ficaram descansando, um colega apareceu, entusiasmado para mostrar-lhes algo.

    — É uma nova invenção, vinda de terras distantes — disse o colega enquanto pegava o objeto num saco. — Falaram o nome, mas eu esqueci.

    — De onde veio? Você falou em terras distantes, que terras distantes? — perguntou Júlio. — Todas elas são terras distantes.

    — Isso não me falaram, mas acredito que a pessoa que me conseguiu não sabia também.

    Com o objeto em mãos ele mostrou aos outros. Era pequeno e redondo, do tamanho e formato de um relógio de bolso, e parecendo um. Era bonito, bem feito; uma bela invenção moderna. Pela constituição, pelas peças que o faziam, se via que não era dali, que só poderia ser de outro lugar. Ali no reino eles não estavam tão avançados para criar algo como aquilo. Mas ali estava um, trazido de longe até eles.

    — Ele basicamente é uma ferramenta para não se perder — disse o colega. — Ao menos foi isso o

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1