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Meus Olhos Dizem O Que Minhas Palavras Escondem
Meus Olhos Dizem O Que Minhas Palavras Escondem
Meus Olhos Dizem O Que Minhas Palavras Escondem
E-book197 páginas3 horas

Meus Olhos Dizem O Que Minhas Palavras Escondem

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Sobre este e-book

Adrielly é uma adolescente sonhadora que se depara com a oportunidade de realizar seu maior sonho: ser uma artista profissional, contratada por uma agência. Ela mora em Goiânia e está concluindo o Ensino Médio, porém, é chamada para as audições em São Paulo, ciente de que, conquistando a vaga de trainee precisará mudar de cidade, deixando amigos e familiares para se dedicar a uma chance de carreira artística. Em meio a essa transição rumo à juventude, onde há tantas perguntas e descobertas, ela precisa tomar sérias decisões. Quando descobre que sua paixão adolescente está sendo correspondida, chega o momento de dizer adeus. Agora tudo depende de suas escolhas. Este livro tem como objetivo principal motivar o leitor a persistir em seus sonhos (sem medo de dar o primeiro passo), curtindo a vida de maneira saudável, sendo aberto a novas amizades, sem preconceitos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de jan. de 2023
Meus Olhos Dizem O Que Minhas Palavras Escondem

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    Meus Olhos Dizem O Que Minhas Palavras Escondem - Liliane Evangelina

    01.Superar e não desanimar

    Ouvi o som prolongado e exageradamente agudo do sinal do colégio tocar e suspirei desanimada, guardando meus materiais e agradecendo mentalmente por mais um dia de aulas ter terminado. Eu não tenho nenhum problema com professores ou até mesmo com colegas de classe, mas ver o garoto por quem fui apaixonada nos dois últimos anos passear pelo colégio lado a lado com a garota que menos gosto no mundo todo... isso sim, me faz torcer para as horas passarem logo. Então peguei a mochila e coloquei uma das alças apoiadas em meu ombro direito, fazendo uma caretinha devido o peso. Mas não demorou muito para sentir o alívio. Alguém pegou a mochila e colocou em seu próprio ombro, enquanto sorria timidamente para mim.

    – Deixa que eu levo pra você. – Disse ele enquanto ajeitava a própria mochila no outro ombro.

    – Ah! Obrigada... você é um anjo. – Sorri ao olhar para trás e perceber que meu melhor amigo estava mais uma vez ali para mim.

    – E aí, qual é a boa?

    – Nada de interessante, só quero ir embora.

    – Está falando do colégio ou daquele plano bobo de sair da cidade?

    – Plano bobo?? Está falando sério?? – Perguntei o fulminando com os olhos.

    – Calma, calma... Eu não quis te ofender, só acho que não precisa ir para longe. As coisas podem melhorar com o tempo.

    – Tanto faz... – Respondi ainda chateada, dando de ombros e pegando minha mochila.

    – Não vai ficar com raiva por muito tempo dessa vez, né? – Ele me olhava preocupado.

    – Vou pensar no seu caso, Dyllan. Agora preciso ir, meu pai chegou. Até mais! – Não olhei em seus olhos, apenas segui até o carro e entrei sem esperar resposta.

    – Até mais! Melhore logo! – Gritou meu amigo, acenando para o nada (já que não fiz questão de olhar, meu pai foi quem acenou de volta).

    – Melhorar de quê? Do que ele está falando? – Perguntou meu pai enquanto dirigia.

    – Nada pai, esse garoto é louco. – Quis cortar o assunto de imediato.

      No caminho para casa meu pai e eu não conversamos sobre nada. Eu olhava pela janela do passageiro, sentada ao lado dele que dirigia calmamente. Observar as pessoas sempre foi um dos meus passatempos favoritos e enquanto passamos por tantos lugares até chegar em casa, eu imaginava qual seria a vida de cada pessoa que me chamava a atenção na rua. Quando estou perdida em pensamentos e imaginações, me sinto menos solitária.

      Chegando em casa, lancei minha mochila sobre a cama, corri para o banheiro e tomei um banho relaxante como se aquilo fosse fazer pensamentos ruins sumirem da minha cabeça. Tive vontade de chorar ao lembrar das cenas onde o casal feliz ria e passeava pelo colégio como se fossem únicos no mundo e nada mais importasse.

      Talvez você esteja se perguntando ele era namorado dela e a traiu? mas já lhe adianto que sou ainda muito nova para namorar e mesmo que meus sentimentos sejam enormes por ele, nós nunca falamos nada a respeito disso. Para mim, Danilo era um de meus melhores amigos, mas meu carinho por ele foi se tornando tão especial que bastava estar perto dele para meu coração disparar. Eu disfarçava sorrindo, dando tapinhas nele e tentando me manter perto o máximo de vezes possível, mostrando que sou de confiança e que poderia contar comigo quando precisasse. De certa forma isso funcionava, pois me lembro até hoje que em meio a uma conversa nossa durante o intervalo das aulas, ele me disse:

    – Eu já disse o quanto você é especial pra mim?

    – Sério? Por que? – Tentei disfarçar o quão feliz fiquei com isso.

    – Claro! Você é incrível! É a única pessoa com quem consigo desabafar e contar sobre tudo da minha vida.

    – Fico feliz em saber disso, porque você também é especial pra mim.

      Ele sorriu e me abraçou de ladinho, apertando meus ombros, me fazendo ficar com as bochechas coradas (esse é um fato interessante, porque sou morena e graças a Deus apenas eu posso saber quando minhas bochechas queimam de vergonha). Depois disso um dos garotos que jogavam bola no campinho do colégio o chamou para completar o time e ele aceitou prontamente, se despedindo de mim, acenando, abrindo aquele belo e largo sorriso enquanto corria em direção aos amigos. Fiquei sentada no mesmo lugar, olhando ele ser recebido por todos com alegria, me enchendo de orgulho por ser uma pessoa tão bem relacionada.

      Enquanto a lembrança anterior me deixa animada, pensar que na semana seguinte quando a tal Ellen da turma A resolveu se aproximar dele e se declarar abertamente para todos verem no meio do pátio... me deixa extremamente triste. Eu juro que pensei em qualquer outro tipo de reação da parte dele, como dizer com aquele jeitinho honesto e sincero desculpe Ellen, mas eu já gosto de alguém ou até mesmo Ellen, eu agradeço por pensar em mim desse jeito, mas eu não poderei corresponder, desculpe. Porém, para minha maior decepção, ele passou uns cinco segundos a olhando no mais profundo dos olhos, enquanto ela o encarava de volta e quando finalmente ele resolveu ter uma reação, foi logo a de abraça-la (o que fez todos que estavam no pátio e na frente de suas salas gritarem loucamente como uma grande e irritante alcateia barulhenta). Achei que havia disfarçado bem, mas minhas amigas disseram que automaticamente paralisei com meu sanduíche natural na mão, meu lábio superior ergueu apenas de um lado e minha expressão parecia de puro nojo. Em seguida, engoli a notícia em seco e dei de ombros, voltando a morder meu lanche a caminho da cantina, pois de repente me deu muita sede. No entanto, elas disseram que no momento em que ele parou de abraçar a tal garota, olhou para onde eu estava e me viu dando de ombros, meus olhos estavam nitidamente marejados enquanto eu mordia meu sanduíche, que se prestassem bastante atenção, veriam que apesar do meu sorriso enquanto dizia de boca cheia que ridícula, meus olhos demonstravam o verdadeiro sentimento quanto a essa cena, minhas pernas tremiam um pouco e por mais a minha sensação era de estar caminhando rapidamente até a cantina, me viram andar quase que em câmera lenta como se meus pés pesassem demais e fosse difícil sair do lugar. Ao saber disso, novamente tive vontade de chorar, mas eu apenas sorri e respondi vocês estão loucas.

        Não sou o tipo de pessoa que expressa abertamente os sentimentos, a menos que sejam de pura alegria. Nunca gostei de compartilhar tristeza e raiva com ninguém, pois eu acho que devemos dividir o que há de melhor e superar o que nos faz mal. Com certeza já chorei muito sozinha a cada decepção que tive e se meu travesseiro pudesse falar, diria quantas vezes falei baixinho qual é o seu problema, Adrielle? enquanto minhas lágrimas o molhavam a ponto de ser possível torcer a fronha e encher um rio facilmente. Eu odeio sentir raiva, tristeza e especialmente ciúmes. Queria poder escolher o que sentir ou não, acho que tudo seria bem mais fácil assim. Como não é possível, fico com raiva de mim por não ser mais forte e sofrer sozinha em meu quarto sempre que algo ruim acontece. Até quando vão durar minhas maquiagens que disfarçam os olhos inchados em dias difíceis? Até quando conseguirei sorrir nos momentos em que pessoas comuns conseguem apenas chorar?

      Pode parecer que estou dramatizando demais, só que isso é apenas uma gotinha em meio a essa tempestade que tem inundado minha vida. Mas quer saber? Não importa. Nada disso importa. Vou sorrir e tentar pensar em outras coisas.

      Eu tenho 17 anos, estou iniciando o último ano do Ensino Médio e apesar das boas notas, não sou do tipo que curte ficar horas e horas estudando sem parar. Sei que esse ano vai ser mais difícil, mas acho que isso pode me ajudar a manter o foco em algo mais importante. Ter o Dyllan ao meu lado no colégio me deixa mais tranquila ao chegar ali todas as manhãs. Não sei como ele atura meu mau humor matinal, mas tem sido assim desde que nos conhecemos no Ensino Fundamental. Uma vez perguntei isso a ele e fiquei confusa com suas respostas.

    – Dy, por que você me atura calado?

    – Porque se eu disser alguma coisa, é perigoso apanhar. – Disse ele com um sorrisinho sarcástico que me fez tacar uma borracha no meio de sua testa, mas ele desviou.

    – Estou falando sério, idiota!

    – A borracha voadora apenas comprova o que acabei de dizer.

    – Você não devia ser tão molenga! – Eu disse bufando, mas ele ignorou. Então tive que insistir.

    – Fala logo o motivo de você nunca gritar comigo de volta e pare de tirar uma com a minha cara.

    – Eu gosto de você.

    – O que??? – Olhei espantada pra ele, mas o vi suspirar sem me olhar.

    – Você é minha melhor amiga, Drika. Gosto de você. Seu mau humor é momentâneo, eu apenas guardo as energias para quando volta ao normal. Acho que o sono e a fome te deixam assim. – Disse ele despreocupadamente.

    – Você é louco, sabia?

    – Talvez. Mas você me adora, né? – Ele olhou pra mim de ladinho, sorrindo.

    – Não seja tão convencido. – Sorri mesmo sem querer, revirei os olhos e voltei a fazer minhas lições.

      Certa vez uma garota se declarou para meu amigo Dyllan através de bilhetinhos e ele me contou no intervalo das aulas. Confesso que fiquei enciumada e a forma que lidei com isso foi apenas o ignorando a semana inteira, mesmo sem saber qual foi a resposta dele para isso. Soube por alguns amigos que temos em comum, que ele respondeu ao bilhetinho dizendo valeu, mas não rola... e só o que consegui pensar foi que tipo de resposta idiota foi essa?, então fingi que ninguém havia me contado nada e mesmo com ele me seguindo pelo colégio em silêncio, pegando minha mochila ao fim de cada aula e levando até o carro, se despedindo de mim com o mesmo sorriso bobo de sempre enquanto acenava, eu apenas agia como se ele não estivesse lá. É estranho dizer isso, porque fiquei enciumada mesmo não sendo apaixonada por ele. Devido essa atitude, algumas de nossas amizades em comum começaram a cogitar que estávamos namorando. Dyllan sempre dava aquele sorriso bobo quando ouvia isso, enquanto eu fazia cara de vocês estão falando sério?, que rendia boas risadas.

      Uma amiga me disse que não deveria me apressar para namorar, porque se eu estivesse enrolada com alguém, quando aparecesse a pessoa ideal iria se deparar comigo já comprometida e eu me arrependeria disso. Depois de muito refletir a respeito, concordei com ela. Claro que isso não me impede de ter sentimentos por alguém, de ter a famosa paixão adolescente. Apenas acho que devo guardar a honra de ser meu namorado para alguém que realmente mereça e no momento que me ver madura o suficiente para lidar com relacionamentos. Acho que saber escolher as amizades e me aconselhar com as pessoas certas, me faz ter uma cabeça mais madura e evitar cometer erros graves na fase que deve ser considerada a melhor da minha vida. Afinal, relembrando as palavras dos meus pais:

    – Você é nova demais para saber o que quer e velha demais para tomar decisões sem pensar antes nas consequências. Isso é atitude de criança que não conhece o resultado de suas ações. – Dizia meu pai sempre que eu fazia algo que ele discordasse.

    – A pureza da infância, a energia da adolescência e a liberdade da juventude são coisas que não voltam. Nós vivemos essas fases apenas uma vez na vida. Saiba aproveitar cada fase, sem querer pular nenhuma, para não se arrepender depois e dizer que gostaria de voltar a elas quando já não puder fazer isso. – Dizia minha mãe logo em seguida.

      Enquanto a maioria dos adolescentes reclamavam com os amigos sobre esse tipo de coisa que os pais tem costume de dizer e que na hora nos irritam, eu engolia cada palavra em seco com a maior dificuldade do mundo, mas depois refletia ao deitar em minha cama e também no dia seguinte, até entender o que realmente eles queriam me dizer. Até hoje é assim que acontece e não significa que eu goste de ouvir isso sempre que cometo um erro ou quero acelerar o processo da vida (que ao meu ver, demora demais). Mas quando você percebe que é melhor seus pais reagirem assim do que te ignorarem completamente e não se importarem com o que você faz, então passa a ser grato até mesmo por levar broncas de vez em quando. Me lembro bem de quando sentia que apenas minha mãe se importava e o quão doloroso era quando ela tinha tantos compromissos que mal tinha tempo de brigar comigo por algum motivo. O máximo que acontecia, era de levar alguns gritos de ambos e o resto de seus tempos eram consumidos pelo trabalho. De qualquer forma, hoje sou grata por essa fase ter passado e mesmo não sendo uma família perfeita (porque isso nem existe), conseguimos lidar melhor uns com os outros e ter tempo suficiente para compartilhar alegrias, tristezas e até mesmo algumas briguinhas, que é de praxe.

      Meus hobbies preferidos incluem: música (tocar teclado e cantar), livros, séries (não muito longas), conhecer culturas de outros países e fazer novas amizades, pois adoro conversar. Meus amigos sempre me comparam com o sol, porque dizem que se o ambiente está desanimado, basta eu chegar para fazer todos sorrirem e brincarem alegremente. Não faço muito esforço para isso, acho que é algo natural, nasceu comigo e fico feliz que todos se sintam bem em minha companhia. Às vezes chego a pensar que não mereço tanto amor e carinho assim, mas sempre que falo isso para alguém, brigam comigo e dizem que sou preciosa e importante para todos porque conquistei meu espaço no coração de cada um deles. Isso sempre me faz chorar de alegria, mas demora um pouco para me convencer que eles têm razão. Minha autoestima costuma ser nas alturas, mas quando ela despenca, me assusta.

      Aprendi com um dos meus artistas favoritos, que a alegria além de ser contagiante também cura pessoas. Posso dizer que isso é verdade porque senti na pele. Tudo bem que às vezes sorrio quando na verdade tenho vontade de chorar, mas também já ouvi de algumas pessoas que meu sorriso as motivou e meu jeito brincalhão fez seus momentos de tristeza se dissiparem. Essa será mais uma de minhas armas contra a depressão, a tristeza e tudo o que tem afligido os corações.

    02.Sonhar é para poucos

      Recentemente entrei em alguns grupos em redes sociais onde há várias pessoas sonhadoras como eu. Sinto que tenho mais incentivo conversando com amigos virtuais do que com família e amigos que encontro com frequência. Talvez seja porque eles também têm objetivos que aos olhos da maioria, parecem impossíveis de se tornar realidade, mas

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