Um Caminho De Segredos
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Um Caminho De Segredos - Aimê Rodrigues
1
Trilogia Segredos negros
Livro 01
Um caminho de Segredos
Aimê Rodrigues
2
Sinopse
Alicia Feller é uma adolescente de 17 anos, que
vive uma vida normal ao lado de sua mãe Maya Feller e
sua melhor amiga Selena Lins. Alicia verá sua vida
mudar radicalmente no dia em que tromba com Téo
Vertelli, que é muito mais que um simples cara bonito
para se apaixonar. Alicia descobrira segredos com o
passar do tempo que mudaram para sempre o rumo de
sua vida... Ela terá que enfrentar os seus medos e se
tornar forte para encarar a batalha que virá.
3
Dedico este livro aos meus pais, irmão e a Deus, e
claro, ao meu namorado, que me impulsionou a terminar
de escrever este livro, e assim começar a contar esta
emocionante historia de amor de Alicia e Téo. "Amor
saibas que me inspirei em nosso amor, para fazer o amor
deles, o mais forte possível". Gostaria também de dedicar
este livro ás minhas doces férias de dezembro, porque foi
onde tudo começou, e as madrugadas frias, ora quentes
em que eu fechava os olhos imaginando cada cena
emocionante dessa história para poder conta-la com
detalhes. Agradeço ademais, aos meus sonhos, porque
bem, eu sempre fui uma grande sonhadora...
Obrigada senhor por tornar possível o meu sonho.
4
Capítulo 01
Escuto o tic tac do relógio, mas me recuso a abrir
os olhos e despertar-me deste sonho tão lindo, sonhar
com o meu pai é sempre algo tão bom, mas esse relógio
continua a insistir no seu tic tac, então eu resolvo abrir
os olhos e me levanto um pouco sonolenta, mas antes de
bocejar, meus olhos encontram o meu relógio vermelho e
antigo sobre o criado mudo e eu faço uma careta para
ele, porque já passam das 9h da manhã, e eu estou
atrasada para o curso de férias. Hoje é Sábado, e lá fora
o sol já esta brilhando do jeito que eu gosto. Minha mãe
sempre se aborrece quando eu me atraso, mas para a
minha sorte hoje ela iria sair mais cedo do que eu.
A culpa do meu atraso é do meu trabalho de
historia, porque fiquei navegando em sites tentando
concluir pesquisas sobre ele ontem à noite. Minha mãe
praticamente me obrigar a ir esse curso de férias, essa
duas palavras juntas, soam terríveis, curso de férias é
sempre tão chato, eu odeio ter que ir a escola nas férias,
5
a única coisa que salva este curso, é o fato de Selena
estar lá.
Eu posso sentir o meu corpo com formigamentos
de sono, mas eu tenho que correr, o curso começou as
8h30. Pulei da cama e fui em direção ao banheiro, me
espreguiçando toda e colocando a primeira camiseta que
achei pela frente, peguei um jeans escuro que estava
sobre a poltrona e o coloquei, penteei os cabelos, e
olhando-me no espelho, vejo que o meu cabelo
definitivamente é um rebelde sem causa, ele é escuro e
bem comprido com ondas que caem sobre o meu seio.
Fiz um coque meio desajeitado e sai correndo em direção
à porta, peguei minha mochila e fui para a escola
pedalando minha bicicleta azul velha, que tenho desde
os 10 anos, eu a ganhei em uma rifa de natal, e a adoro,
na cesta branca da minha bicicleta eu sempre coloco o
meu celular. A escola fica a duas quadras de casa, é
uma escola grande e com um gramado imenso, e de
dentro da sala eu consigo enxergar os montes altos e
verdes, tem dias que há nevoa, mas hoje há apenas
nuvens.
Cheguei à escola. Hoje tenho aula com a
professora Milena, ela até que é legal, mas ela ministra
6
aulas de Sociologia, uma matéria um pouco chata para
se aprender em um sábado de manha, mas em todo
caso, conhecimento é sempre bom, eu acho.
Abro a porta da sala e entro quieta para não ser
notada, mas que droga, ela já havia começado a explicar
o tópico de hoje, eu me sentei ao lado de Selena que
sorriu para mim, Selena é minha melhor amiga, ela é
loira e tem cabelos curtos, deve ter 1,75 no mínimo,
porque ela é bem mais alta do que eu, Selena tem olhos
azuis e também é muito clara, eu sou branquinha, mas
Selena é quase pálida, além de ser bem magra mesmo.
Sorri de volta para Selena, mas é claro que a professora
me olhou com um olhar estranho do tipo "você esta
atrasada sua idiota". A professora sorriu docemente, ela
está usando um lenço verde, que não está em harmonia
com a sua camisa mostarda de bolinhas.
— Aconteceu alguma coisa com você Alicia?
Parece nervosa. — a professora Milena falou para mim
— Não, eu apenas me atrasei um pouco
Professora, me desculpe. — eu apertei minhas mãos, eu
odeio quando todas as pessoas parecem me olhar.
Uma voz lá no fundo gritou.
7
— Deve estar com cólica menstrual, porque você
parece inchada Alicia!
— Cale-se Ellen, ou você irá pra fora, que
importuno! — a professora Milena a repreendeu.
Eu estou vermelha de vergonha e de raiva, e
neste momento eu gostaria muito que a Ellen tropeçasse
ao sair da sala e caísse de cara no chão, quebrando no
mínimo dois dentes. Eu não sou vingativa, e também
não gosto de desejar o mal às pessoas, mas a Ellen já
esgotou o amor ao próximo que eu tinha por ela, e isso
faz dela o pesadelo dos meus dias.
Ellen é uma garota estupida e mimada, além de
alta, magra, olhos azuis e cabelos ruivos e sedosos, e
bem acho que o valor que ela gasta com o salão para
hidratar os cabelos iluminados dela me serviria para
comprar um carro importado. Gostaria de saber o
porquê de ela me perseguir desde o primário, Ellen é
rica e bonita, dois atributos que me faltam, além de
silicone nos seios é claro, apesar dos meus seios já
serem fartos e eu ter certo pânico de anestesia. Pareço
estar começando o dia mal hoje, por favor, que o meu
dia melhore, eu disse para mim mesma enquanto
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fechava os olhos com bastante força. Olhei para a
Selena e a cutuquei.
— Não posso ir com você ao shopping, vou
trabalhar hoje à tarde no timer.
— Mas você me disse que hoje era seu dia de
folga. — Selena disse.
— É, mas o senhor Oliver não gostou muito da
ideia. Vamos sair à noite, que tal? — perguntei.
— Ótimo. Á noite nós saímos! E porque você se
atrasou hoje?
— Estava terminando o trabalho de historia, um
saco.
— Eu nem comecei ainda o meu, acredita?
—Shiiiiiu! Quietos! — a Professora Milena gritou
para a sala, mas depois o seu olhar estava em nossa
direção, abaixei a cabeça e me foquei no livro aberto
sobre a minha carteira.
Não tenho escolha a não ser ficar quieta durante
toda aula, fiz as minhas lições em silencio, apesar de
algumas vezes a Selena ter me cutucado com o lápis, e
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eu com muito custo a ignorei por medo de ser
repreendida. A aula de sociologia terminou, vou para o
laboratório de ciências, porque eu preciso terminar
alguns trabalhos para entregar no começo das aulas.
O tempo passou tão rápido e já são 12h, preciso
ir logo embora, porque eu entro á 13h para trabalhar no
Timer café, arrumei minhas coisas, me despedi da
Selena e sai. Caminhei até a minha bicicleta que estava
no pátio de bicicletas, que fica bem ao lado do pátio de
carros, e a maioria dos alunos vem de carro, inclusive a
Ellen que vem com um conversível vermelho. No
caminho eu coloquei as mãos no bolso e percebi que eu
havia esquecido o meu celular na sala, corri de volta
para a escola, e fui até o laboratório, e o meu celular
estava sobre a mesa, eu o peguei e dei um suspiro de
alivio por encontra-lo, porque perdê-lo seria terrível, eu
o comprei faz apenas três meses, e com muito custo
guardei o dinheiro para compra-lo.
Sai apressada em direção ao corredor, e quando
cheguei ao corredor, trombei com um homem, mas
antes que eu encontrasse o chão, ele me segurou em
seus braços enquanto me olhava com uma cara de
10
assustado, como se eu fosse uma assombração,
definitivamente meu cabelo deve estar bem bagunçado.
Ele é alto, deve ter provavelmente 1,85, tem um
corpo forte e definido, seus músculos ficam marcados
em sua camiseta preta, seus cabelos e olhos são negros,
e sua pele é clara, mas um pouco bronzeada, ele está
usando uma calça jeans escura, e botas, e também está
segurando uma jaqueta de couro preta na mão, ele
parece um modelo de tão lindo. Seu olhar encara o meu,
e parece de fato desvendar os meus segredos, e isso me
deixa sem jeito. Desvio o olhar para baixo quando me
dou conta que eu o observei demais. Olho novamente
para ele quando ele me solta, e ela está passando a mão
pelos cabelos e os deixando todo bagunçado, então me
dou conta que estou novamente olhando-o paralisada.
Pisco e ele já havia ido para longe sem dizer nada, ao
menos oi ou desculpa.
Ele entrou na secretaria, e vi apenas o seu vulto
partir. Que estranho, e nossa que cara mal educado,
nem se quer me pediu desculpas, mas vamos Alicia,
pare de pensar no cara bonitão, porque já são 12h40. E
bem, o senhor Oliver detesta atrasos.
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Chegando à entrada da lanchonete, abro a porta
de vidro e entro. Lucia Oliver, mulher de Jack me olhava
atentamente. Ela estava com os cabelos quase grisalhos
presos.
— Olá Alicia, como passou a noite? Houve algum
problema? Parece cansada. — a senhora Oliver disse
enquanto contava algumas notas no caixa.
— Passei bem senhora Oliver, é que eu vim
correndo da escola até aqui. — respondi arrumando meu
cabelo que estava todo bagunçado.
A senhora Oliver parou de contar as notas e me
olhou com cautela, e então disse.
— Entendi, mas pegue o avental querida e ajude-
me a atender as mesas, hoje está bem movimentada a
lanchonete. — ela disse apontando para o avental em
cima do balcão.
Eu sorri. — É pra já senhora Oliver, estou pronta
para começar a servir rosquinhas e café. — caminhei em
direção ao avental azul, e o coloquei.
A senhora Oliver sorriu, e isso me deu um grande
alivio, porque não quero perder o meu emprego, tenho
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planos de juntar dinheiro suficiente para comprar um
carro, simples, mas que seja meu, eu pensei em uma
caminhonete azul ou preta. Comecei a servir as mesas, e
hoje realmente à lanchonete está bem movimentada.
Depois de um tempo parei para comer um misto quente
e depois continuei a servir as mesas, e as limpa-las e
atender os clientes também.
O dia está passando rápido, já são quase 16h da
tarde, e a lanchonete fecha às 18h, tem apenas algumas
horas para que eu vá embora.
Estou levando um café ate uma mesa para um
casal, e quando olho em direção á porta, reviro os meus
olhos e faço uma careta, é a Ellen que entrou pela porta,
lá vem ela com aquela risada alta e escandalosa que é
inconfundível, pobres ouvidos destas tolas garotas que
lhe servem de marionete, a Ellen consegue ser o triplo
do significado da palavra irritante.
Ela se sentou e me olhou com aquele olhar de
bruxa e disse.
— Alicia me traga um suco de laranja natural e
sem açúcar pra manter meu jeans 34. Você deveria
seguir minha dica queridinha, e não exagerar no doce,
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porque eu juro que parece que você já esta usando o
número 40 neste teu jeans sem marca. — ela disse
batendo palminhas.
Franzi a testa e olhei pra ela com o olhar mais
mortífero que eu pudesse lhe arremessar, minha
vontade era de arrasta-la para fora da lanchonete e tirar
todo o seu pó compacto com muitas bofetadas. Porque
ela me persegue? Garota nojenta e estupida, porém não
vale a pena perder o meu emprego por ela. E estas
palminhas? Que garota infantil, deveria estar no
primário. E meu jeans não é sem marca, é da Calvin
Klein, comprei em liquidação, no verão passado. Respirei
e a respondi de forma educada, depois que percebi o
olhar do senhor Jack em minha direção.
— Ok! Mais alguma coisa? — minha voz é calma.
Ela me olhou com cara de deboche e depois
cochichou com suas amigas, e abriu um sorriso largo,
com seus dentes brancos de clareamento, aposto que é
clareamento, não existem dentes tão brancos assim.
— Não, a proposito e a sua cólica? — Ellen
perguntou.
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As amigas dela riram com a piadinha infeliz, mas
eu gritei para o meu subconsciente que eu preciso me
controlar, ela não passa de uma garota que gosta de
chamar a atenção, e quem gosta tanto de chamar
atenção, na verdade é um alguém solitário e carente. Sai
andando sem dizer nada e caminhei ate o balcão da
cozinha com o pedido dela anotado, eu realmente queria
ser abduzida dali naquele momento, por que ninguém
merece respirar o mesmo oxigênio que ela, garota fútil!
Mas falta pouco para as 18h e logo menos eu
estaria em casa, e depois de um banho relaxante estarei
planejando os meus planos para hoje à noite, porque
normalmente eu e a Selena saímos para nos divertir, ela
é minha melhor amiga, minha única amiga, mas a
melhor que eu poderia ter.
O senhor Jack me chamou, me tirando dos meus
pensamentos.
— Alicia o suco de laranja da senhorita Ellen. —
ele disse e me olhou com os seus olhos castanhos fixos.
— Vou leva-lo para ela, e já volto aqui para pegar
as rosquinhas da mesa 10. — e sai disparada com o suco
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da mimada na mão. Coloquei o suco sobre a mesa dela,
e ela nem me olhou, menos mal.
Peguei as rosquinhas do balcão e levei até a mesa
10, e bem, o cara da mesa 10 não é estranho para mim,
depois de olha-lo melhor, percebo que é o mesmo cara
que eu trombei hoje na escola, eu coloco as rosquinhas
sobre a mesa dele e sorrio para ele.
— Mais alguma coisa? — pergunto.
— Não. — ele disse secamente olhando um livro.
— Eu acho que trombei com você hoje na escola.
— murmuro tímida.
— Eu não me recordo, se eu precisar eu chamo.
— ele disse dando um gole no suco enquanto deu um
breve olhar para mim.
Breve o suficiente para ser o nosso olhar, o
mesmo olhar que compartilhamos mais cedo, é como se
já nós conhecêssemos, é como se o olhar dele fosse tão
intenso, que me desnudava a alma, meu coração estava
acelerado apenas ao observar o movimento dos seus
lábios. Ele continuou a ler o livro, como se eu não fosse
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nada ali parada, então me toquei que ele estava me
ignorando.
— Você precisa ser tão grosso? — não consigo
esconder minha irritação.
— Você está sendo invasiva! — ele disse sem ao
menos olhar para mim
— Invasiva eu? Ok! Desculpa senhor. — saio
andando apressada.
Esse cara é um idiota, na verdade um total
idiota, ele me chamou de invasiva só porque eu lhe fiz
uma pergunta, que cara de mal com a vida, pronto, esta
é a definição dele, de mal com a vida. Passei algum
tempo pensando na grosseria daquele cara, qual será o
seu nome? E o que ele faz aqui em Bellevue.
Graças a Deus o relógio marcou 18h e eu vou
embora para casa, fui até o balcão e tirei o avental e
aproveitei para guardar alguns copos no armário da
cozinha, depois caminhei em direção à porta dos fundos
para me despedir do senhor e da senhora Oliver,
encontrei eles amassando a massa para fazer roscas.
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— Vou embora senhor Oliver, já passam das
18h. — acrescentei com um sorriso tímido. — E a partir
de segunda, eu vou poder trabalhar apenas meio período
novamente durante a semana, espero que isso não seja
um problema, já que as aulas iram retornar.
O senhor e a senhora Oliver se olharam, e o
senhor Oliver me disse.
— Tudo bem Alicia, já sabemos disso, não se
preocupe.
— Obrigada senhor Oliver, então já vou indo e
Bom final de semana. — acenei para eles colocando a
chave da cozinha sob a mesa.
— Bom final de semana Alicia, Juízo hein
querida. — disse a senhora Oliver com um aceno e um
sorriso doce. Eles são pessoas boas, gosto muito deles.
Quando abri a porta da lanchonete eu pude
sentir a brisa fresca que pairava sobre o meu rosto,
fazendo com que os meus cabelos ficassem bagunçados,
mas eu não me importava, o simples fato de sentir essa
brisa fresca alivia toda a tensão que passei durante todo
o dia, alivia o meu eu, o vento parece lavar minha alma.
O arrepio que a brisa me causa me faz bem,
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definitivamente me faz bem, talvez eu devesse ser um
pássaro, para voar em meio á brisa. Queria ter asas,
queria voar, e voar alto e ver tudo lá de cima.
Capítulo 02
A minha casa estava trancada e com as janelas
fechadas, sinal que a minha mãe está trabalhando
ainda, minha mãe com toda certeza é explorada pelo seu
chefe, o engenheiro Baltazar, ele deveria pagar a ela o
triplo do que ele paga, porque tudo o que ele vai fazer,
ele precisa dela, na verdade ele não vive sem ela. Entrei
em casa e corri direto para o meu quarto, tirei a minha
roupa e liguei a ducha.
A água bem quente caia sob o meu corpo,
comecei a me ensaboar e a pensar no quão rápido
passou as férias e nossa logo menos eu irei terminar o
3° ano, e poderei finalmente pensar em qual curso
escolher, talvez eu opte por Medicina ou Direito, ou até
19
mesmo química, mas ainda estou muito indecisa sobre
este assunto, apesar de que a minha única certeza é que
terei que partir, para estudar.
Terminei de tomar banho e me enrolei em uma
toalha, fui para o meu quarto, sentei-me na cama e
comecei a secar o cabelo, mas escutei o meu celular
tocar e corri para atendê-lo. É a Selena! E eu dei
pulinhos de alegria por dentro, já era hora dela me ligar
contando os planos para hoje à noite, quem sabe comer
uma pizza naquele lugar bacana que nós duas fomos
semana retrasada, ou então ver um filme bem legal com
pipoca e Coca-Cola em casa.
— Oi amiga — atendi entusiasmada.
— Oi amiga mais linda de todo o universo, tenho
planos para hoje, e nem por um milésimo de segundo
pense em arruiná-los. — Selena bufou.
Eu suspirei quando ela terminou de falar, algo
não está me cheirando bem.
— Primeiro que eu sou a sua única amiga, então
você não tem outras para comparar a beleza, e segundo
que seus planos não devem ser tão bons, pelo seu tom,
ou estou enganada Selena Lins? — indaguei.
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— Ó não amiga, sem duvidas você é a mais linda.
Quanto aos planos, não tem nada demais, mas claro que
se você não contar nada pra ninguém, não seremos
presas. — ela riu e acrescentou. — Iremos ao cinema em
Seattle apenas.
— Selena me explique melhor essa historia de
cinema, seus pais iram nós levar, pegaremos taxe, ou
ônibus? — perguntei.
Se os pais da Selena nos levar, não seria uma má
ideia ir para lá, gosto de Seattle. Mas ir de ônibus está
fora de cogitação, é terrível e traumatizante para mim,
porque eu me lembro de uma vez que eu e Selena
ficamos perdidas enquanto íamos á uma liquidação da
Victoria’s Secret em Seattle, foi aterrorizante andar por
ruas desconhecidas sozinhas e perdidas.
— Quase isso amiga. Meus pais foram pra uma
reunião e passaram a noite lá, e o carro esta na garagem
abandonado, pedindo por uma voltinha, estou com pena
dele.
— O que? Você não pode estar falando serio!
Desculpe amiga, mas devo te lembrar de que você não
tem uma permissão para dirigir. Sabe a carteira de
21
motorista, pois é você não tem uma, você já foi
reprovada duas vezes, e eu ainda não tirei. — alterei
minha voz.
— Ninguém precisa saber Alicia. — Selena disse.
— Não e não. Nós podemos pegar um taxi e ir ao
cinema aqui mesmo em Bellevue, ou ficar em casa o que
é economicamente mais viável. — bufei.
— Para de ser controladora e educadamente
certinha por uma noite Alicia, além do mais, preciso de
um namorado, e com certeza em Seattle vou encontrar
um. Por favor, amiga, seja legal.
— Não Selena, se teus pais e minha mãe
descobrirem vão nós deixar de castigo eternamente, frise
o eternamente.
— Eles nunca vão saber. Ás 20h30 te pego, beijo,
amo você gatinha, não pule pra trás hein Alicia.
Selena desligou antes que eu pudesse realmente
dizer a ela que não, isto é uma loucura ilegal. No fundo
eu