Mar De Clichês

De Thaysa Alves

Mar de Clichês é sobre uma garota (Bel) que passa a morar com a avó porque seus pais se mudam muito, durante as primeiras semanas ela passa o tempo todo lendo ou ocupada e nem percebe que Thomas (um garoto quem sempre está na escola mesmo não estudando lá, depois ela acaba descobrindo o porquê...) está super interessado nela. Mesmo ela adorando clichês (principalmente os românticos) por servirem para que a vida dela seja um pouco mais previsível, ela nunca imaginava logo de cara fazer dois amigos de uma vez só. Esses são Mellany e Jonas Clark, dois irmãos que vivem brigando mas fazem tudo juntos. Mely está na sala de Bel e Jonas deixa e busca a irmã na escola todos os dias, e assim a amizade entre os três cresce, mesmo que para Joe, seja muito mais que amizade. À medida que a proximidade entre os quatro cresce, um triângulo amoroso é formado e a cada dia está mais difícil decidir quem amar e quem magoar.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 21 de nov. de 2015

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Thaysa Alves

PREFÁCIO – 5

CAPÍTULO 1 – 7

CAPÍTULO 2 – 11

CAPÍTULO 3 –14

CAPÍTULO 4 – 18

CAPÍTULO 5 – 23

CAPÍTULO 6 – 26

CAPÍTULO 7 – 31

CAPÍTULO 8 – 36

CAPÍTULO 9 – 39

CAPÍTULO 10 – 41

CAPÍTULO 11 – 47

CAPÍTULO 12 – 49

CAPÍTULO 13 – 56

CAPÍTULO 14 – 59

CAPÍTULO 15 – 62

CAPÍTULO 16 – 66

CAPÍTULO 17 – 71

CAPÍTULO 18 – 77

CAPÍTULO 19 – 82

CAPÍTULO 20 – 91

CAPÍTULO 21 – 99

CAPÍTULO 22 –108

CAPÍTULO 23 – 119

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Mar de Clichês

CAPÍTULO 24 –123

CAPÍTULO 25 –126

EPÍLOGO - 134

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Thaysa Alves

"Há livros de que apenas é

preciso provar, outros que

têm de se devorar, outros,

enfim, mas são poucos, que

se tornam indispensáveis,

por assim dizer, mastigar e

digerir."

- Francis Bacon

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Mar de Clichês

{Bel narrando}

Primeiro dia de aula. Isso sem dúvida é muito clichê. Eu

deveria acordar e me sentir feliz por isso não? Quero dizer, eu

gosto de clichês, meu primeiro dia no último ano deveria ser o

melhor dia de todo, eu deveria conhecer duas meninas muito

legais e viraríamos melhores amigas para sempre. Depois nós

iríamos para a lanchonete e teria sorvete grátis! Mas eu não me

sinto assim agora... Parece que mil tijolos caíram em cima de

mim durante a noite. Abro os olhos e olho para o teto, com sono.

Por que todas as coisas importantes tem que ser na segunda-

feira depois do seu aniversário que caiu em um Domingo?

Okay, chega de lamentações! Me levanto, me arrumo

rapidinho colocando a primeira roupa que eu vejo na frente e

desço as escadas para tomar café da manhã. Tem coisa mais

normal do que café com pão para de manhã? Eu adoro! Vejo

minha avó preparando o café e corro para dar um abraço nela.

-Oi, flor!

-Oi Bel, quer café?

Aceito e pego uma xícara. Café é como se fosse uma

tradição aqui em casa. Todo mundo toma, todo mundo ama e

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Thaysa Alves

ninguém vive sem, sem contar em como ele consegue me

acordar, sem ele eu sou um poço de sono.

- Ansiosa para o seu primeiro dia? Deve ser difícil mudar

tantas vezes de escola, fico feliz que tenha aceitado vir morar

comigo, você vai gostar daqui eu prometo.

- Nem um pouco ansiosa vovó, com certeza eu vou gostar

daqui! Pelo menos vou poder terminar o terceiro ano em paz,

com mais calma, fazer tudo direitinho e entrar em uma

faculdade boa.

- Bel, que horas são?

- São sete e... Nossa! Eu vou me atrasar logo hoje? Já vou

indo flor!

Dou um super beijo na vovó e pego minha mochila. Hoje

vai ser incrível.

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Mar de Clichês

{Bel narrando}

Na minha antiga escola eu costumava ir de carona ou meu

pai me levava, mas aqui ainda não tenho amigos e minha avó

não tem um carro (nem carteira de motorista, eu acho), então eu

tenho que me virar até eu ganhar meu carro em Julho. Olho para

o ponto de ônibus ao meu lado e noto uma senhora lendo um

livro. Resolvo perguntar a que horas o ônibus que eu precisaria

pegar passa.

- Olá, tudo bem? Posso me sentar aqui? – ela balança a

cabeça afirmativamente e eu me sento. –A senhora sabe a que

horas passa o 312?

-Ele é tão lotado que eu diria para você ir a pé...

-Oh! Tudo bem... Obrigada!

Saio andando e viro a cabeça para olhar mais uma vez para

o ponto e ela está me encarando.

-Sabe Isabela, quando sua avó me disse que a neta estava

vindo para cá eu achei que você fosse mais como ela, mas você

é igualzinha a sua mãe quando criança, -Eu me sento

novamente, sempre quis saber mais do passado da minha mãe,

mais ainda sobre porque ela saiu daqui - ela tinha os mesmos

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Thaysa Alves

cabelos pretos e a mania de enrolar as pontas nos dedos. -

Desenrolo os cabelos que estavam no meu dedo e dou uma

risadinha, nunca tinha entendido porque meus cabelos sempre

estavam enroladinhos na ponta, mesmo quando eu fazia

escova... – Era um pouco mais baixa, mas tinha mais ou menos

o mesmo corpo e com certeza era menos educada do que você!

Ela nunca me chamaria de senhora – Nós duas rimos, ela é uma

senhora bem legal, deve ter uns oitenta anos, mas não fala difícil

como a maioria dos idosos, ela é bem gentil, na verdade... Está

usando um vestido florido e seus cabelos, tão brancos que

parecem neve, estão presos em um coque banana. - Acho que

não te disse meu nome... Eu me chamo Dulce.

-O meu a senhora- ela faz uma cara feia e simula um bico-

er... você – ela sorri- já sabe.Sou a Isabela, mas pode me chamar

de Bel.

-Não sou tão velha assim, Bela, só tenho 83 anos, e em um

corpinho de 82! -rimos juntas, entendo totalmente a minha avó e

ela serem amigas, elas duas são muito parecidas.

Conversamos durante mais alguns minutos e até que o

ônibus dela chega. Ela me promete uma visita hoje à tarde e

acena da janelinha. Decido ir a pé para a escola, estou mesmo

precisando de uns exercícios. Vou andando e pensando na Dona

Dulce, não é tão longe, são apenas cinco esquinas, continuo

andando até que ouço um carro derrapando e quase sou

atropelada.

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Mar de Clichês

Olho para o lado ainda em choque, esse cara quase me

atropelou mesmo? É uma rua reta, daria para me ver de longe!

Minhas pernas tremem com o susto, nem tento me mexer,

congelo ali mesmo.

-Ai cara! Eu não... er... desculpa aí, eu não queria... – olho

para o lado e vejo um garoto no volante com uma cara estranha.

Sabe aquele tipo de garoto que só falta ter escrito problema na

testa? Ele tem o cabelo castanho claro e usa óculos escuros para

dirigir. É claro que ele acabaria atropelando alguém mesmo...

Quem usa óculos para dirigir?

-Me atropelar? Ah não imagina, aposto que você não me

viu mesmo, eu que sou distraída...

Continuo andando e chego na porta da escola em pouco

tempo. É um lugar grande, com a fachada de vidro e tijolinhos

ao lado. Vou à secretaria para perguntar onde fica na sala e

adivinha quem está lá? Te dou uma única chance!

-Olha só quem vai estudar aqui!- E abre um sorriso que com

certeza derreteria o coração de qualquer menina, menos o meu,

ainda posso ler problema na testa dele...

-Pois é, né? Talvez amanhã você consiga me atropelar mais

uma vez...

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Thaysa Alves

-Ei! Eu não te atropelei tá legal? Foi só... Quase. -outro

sorriso. Fecho a cara, mas ele continua sorrindo, garoto irritante!

-Certo, certo... -me viro para a secretária – Olá, bom dia! Eu

gostaria de saber em que sala eu vou ficar, por favor. Meu nome

é – ele dá uma risadinha irritante e faz uma cara de quem está

curioso, atá! Como se você fosse vencer assim, Mané! Passo

minha folha de inscrição para a moça atrás do balcão, e ela

digita alguma coisa no computador dela.

-Sala 5 senhorita – ela olha pra ele, que mais uma vez está

com aquela cara de curiosidade- ... Gihn.

-Obrigada!

Saio triunfante da secretaria. HAHA, viu só Sr. Cara-de-

curiosidade? Sala 3, sala 4... escada. Não! Vou ter que subir

escadas todos os dias? Suspiro e subo a escada... Dois

corredores. Certo escola, já esta bom né? Escadas e corredores?

Finalmente acho a minha sala, ela tem um quadro branco, um

projetor de imagens e ar condicionado. Legal! Me sento na

segunda carteira da fileira da esquerda. Perto do professor, longe

da porta, não exatamente na frente. Abro meu exemplar de A

Megera Domada