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Memória: Uma janela para a  verdade
Memória: Uma janela para a  verdade
Memória: Uma janela para a  verdade
E-book195 páginas2 horas

Memória: Uma janela para a verdade

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Sobre este e-book

Sinopse: E se tudo que você acreditou durante tantos anos fosse uma mentira? Se você descobrisse que foi sequestrada há mais de 8 anos? E se você não conhecesse quem são as pessoas que dizem ser seus pais? Se você notasse que todos mentem, guardam segredos e traem? E se você percebesse que não tem em quem confiar? Cheio de suspense, ação e drama. Nossa personagem de 14 anos tem que descobrir como responder todos esses “e se”. Enquanto descobre como é a vida depois de voltar de um sequestro, ainda tem que lidar com os rastros dos crimes deixados em sua memória para descobrir quem a sequestrou, ao mesmo tempo em que tenta voltar a ser uma adolescente normal, em busca de sua identidade e do seu lugar no mundo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de jul. de 2022
ISBN9781526013736
Memória: Uma janela para a  verdade

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    Pré-visualização do livro

    Memória - Thainá Cidreira dos Gomes

    Alicia

    E se, de uma hora para outra, sua vida virasse de cabeça para baixo? E se tudo que sempre acreditou fosse uma mentira? E se seu mundo fosse abaixo de uma hora para outra?

    Essa foi a sensação que senti naquela chuvosa manhã de sexta-feira. Tudo começou como outra manhã qualquer: para variar, meu despertador tocou às 6:30 horas. Como qualquer outra adolescente, recuso-me a levantar no primeiro toque do despertador – ele toca de 5 em 5 minutos até meu pai bater à porta e falar:

    -Ali, você irá se atrasar! Se quiser carona para a escola, tem mais 20 minutos para estar pronta para o café.

    Levanto atordoada, tomo meu banho, jogo as coisas na mochila, mas sempre acabo esqueço alguma coisa. Como minha mãe costuma dizer:

    -Ali sua cabecinha de vento, só não esquece a cabeça por que ela está grudada no corpo. Vamos dizer que sou meio avoada e desastrada, ok um pouco mais que um pouco. Há quem diga que vivo no meu próprio mundo paralelo, mas são apenas as más línguas, não acreditaram nela, certo?

    Meu pai fica me dando pressa o tempo todo, tadinho, quem ouve até pensa que é daqueles pais cricris que enchem o saco, mal sabem eles que para me levar ao colégio ele faz um desvio de quase uma hora apenas para eu poder dormir mais uns minutinhos e tomar café da manhã – porque para pegar o ônibus, eu precisaria estar no ponto às 6:45 horas, ou seja, praticamente de madrugada.

    Nós saímos de casa sempre por volta das 7:10, fazemos 15 minutos de carro, eu chego na escola pouco antes do sinal tocar, por volta das 7:25, e ele chega ao trabalho por volta das 8 horas.

    Noite passada eu quase não conseguir dormir direito, toda hora acordava, no susto, e toda suada, por causa de mais um dos meus recorrentes e reais sonhos. Não conseguia entender por que esses sonhos se repetiam volta e meia e me afetavam tanto, e o pior sempre os mesmos sonhos. Para completar, naquele dia em especial, meu pai me dava mais presa, por que ele tinha uma reunião importante às 8 horas em ponto.

    Depois da milésima vez que meu pai bateu na porta eu reunir a minha pouca coragem matinal que tinha, soquei tudo que era material que tinha na mochila. Corri para cozinha para comer algo, eu tinha a impressão que estava esquecendo algo, algo importante, mas não dava tempo para pensar.

    -5 minutos Ali, 5 minutos. Meu pai, me apressava.

    Minha mãe tinha acabado de acorda, que inveja, uns minutos a mais na cama. Só dar tempo para ela ajeitar a gravata do pai e falar algo com:

    -Não sei o que você faria da vida sem mim.

    Ele sempre responde:

    -Eu também não sei, fazendo uma cara boba, provavelmente iria trabalhar sem gravata, um novo estilo não? E a beija.

    -Adolescente com vontade de vomitar aqui, por favor cresçam. Eu intervenho.

    Ela vai me dar um beijo na testa e fala:

    -Amo vocês, até quando ranzinza. Agora vão, se não vão se atrasar. E naquela manhã ela me beijou na testa, olhando profundamente nos meus olhos, como se ela soubesse de algo que eu não sabia.

    Saímos, meu pai colocava umas musica das antigas e ficava cantando no carro e insistia para que eu cantasse junto.

    -Por favor, para você me mata de vergonha, as pessoas ficam nos olhando sempre na sinaleira. Eu insistia para ele parar.

    Ele sorria e falava:

    -Eu tenho culpa se as pessoas não têm senso de humor? E continuava.

    Ele me deixou na escola e eu o falei:

    - Quebre a perna hoje lá na reunião. Era uma coisa nossa, na verdade uma coisa do ballet, mas nós sempre usamos como uma forma de desejar sucesso.

    Quando cheguei a sala de aula, percebi que tinha esquecido meu projeto da feira ciências em casa. Affs, nem posso acreditar lá vou eu novamente ter que ir na secretaria implorar para que me deixem ligar para minha mãe para que ela possa trazer aqui para mim. Não que o pessoal por lá já não esteja acostumado, afinal como o uso do celular é proibido dentro da escola, elas sempre quebram esse galho para mim, pelo visto estudar a vida toda em uma escola só tem seus privilégios.

    Minha mãe sai de casa mais tarde para trabalhar, por volta das 8:30, chegando ao trabalho às 9 horas. Minha escola é totalmente contra-mão do caminho dela convencional para o trabalho, e considerando que eu liguei meio em cima da hora. Era cruzar os dedos para que ela ainda não tivesse saído de casa e que ela não tivesse nenhum compromisso que precisasse chegar pontualmente no trabalho. Caso contrário eu estaria completamente ferrada, eu tinha plena certeza que minha vida iria acabar por causa de uma nota baixa, mal sabia eu que esse seria o menor de meus problemas naquele dia, mas olha eu querendo acelerar a história.

    Fiquei mais tranquila quando ela me falou:

    - O que não fazemos pelos filhos, não se preocupa amor eu tinha acabado de sair de casa, sua sorte que o celular tocou logo antes de pegar a estrada, vou descolar esso para você.

    -Mãe, eu falei, o que nós conversamos sobre utilizar gírias, quando você fala é estranho.

    -Hahaha, muito engraçado, nem percebi que eu estava criando uma humorista. Te amo macaquinha.

    Peguei o telefone, para um cantinho mais discreto e respondi cochichando:

    -Macaquinha não mãe, não sou mais criança lembra disso, sem me fazer passar vergonha, também te amo.

    O sinal tocou mais uma vez, precisava correr ou o professor de química não me deixaria entrar na sala. Agradeci, pelo telefonema e sair correndo.

    Ia dar 8:40 quando fui chamada à secretaria, e na hora pensei Nossa minha mãe foi rápida, já chegou! Liguei para ela não faz nem 10 minutos. Mas percebi que não era por isso que fui chamada à secretaria, acabaria aquele dia querendo ser para sempre a macaquinha dos meus pais.

    Capitulo II

    Jane

    Não posso acreditar no que está acontecendo, só pode ser uma brincadeirinha de mau gosto ou simplesmente a melhor notícia da minha vida, mal posso acreditar.

    Logo cedo, de madrugada, fui acordada pela ligação do detetive Marcos e, na mesma hora, tudo ficou turvo. Eu não conseguia acreditar no que ele estava falando ao telefone, acreditei que era só mais um dos meus sonhos dela voltando, fiquei muito atordoada e tive que me sentar no sofá.

    Acabei esbarrando na mesinha que fica ao lado e derrubando nossa foto, uma das minhas favoritas – aquela que estamos no quintal e Lucy está pequeninha, por volta dos 3 aninhos, com o cabelo todo pretinho, usando o vestido azul escuro de bolinhas brancas e a tiara vermelha sempre na testa a qual eu agarro e encho de cosquinha, então coloco a tiara no lugar e bem nesse momento o Isaac vai e bate a foto, acho que por isso gosto tanto dela: é espontânea em um momento simples de puro divertimento – como aprendi a valorizar momentos como esse e o que não daria para poder reviver essa cena tantas outras vezes.

    Ao mesmo tempo em que ouço o barulho do quebrar do vidro, minha ficha começa a cair e saio desesperada para pegar minha bolsa e vou ao encontro do detetive Marcos. Minha menina finalmente foi encontrada, eu sabia, nunca desisti, mesmo depois de todo esse tempo.

    Capitulo III

    Alicia

    Não consigo compreender o que eu fiz de errado, por que todos estão agindo tão diferente comigo, será que algo aconteceu?

    Eu cheguei à secretaria e fiquei perdida, nunca vi esse lugar com tanta gente, fiquei me perguntando o estaria acontecendo. Chegando lá, me levaram para a sala da diretora e pensei -o que foi que eu tinha feito?- já tinha esquecido algumas atividades e nunca fui levada para a sala da diretoria por causa disso.

    Eu conhecia todos que normalmente trabalhavam ali: a diretora Laura, a secretária Isabel e todas as pessoas que ficavam indo e vindo pela secretaria. Estudo lá desde uns 6 anos, então há 8 anos eles me conhecem, ainda mais com meu talento de esquecer coisas... Minha mãe sempre levava para mim e deixava com uma delas – eu aproveitava para bater um papo antes de voltar para a aula, já que todos eram sempre tão legais comigo, gostavam de mim e do meu jeito besta de ser, de brincar com tudo, acho que eu também fazia o tempo delas passar mais rápido.

    Foi tudo muito estranho, elas estavam todas pálidas como se não acreditassem. Estava um burburinho e, quando me aproximei, todas ficaram quietas. Na sala da pró Laura, como eu a chamava, havia um cara alto, moreno claro, de cabelos castanhos escuros e que tinha um cavanhaque e barbas bem feitas – muito charmose, deve ter o dobro da minha idade, nunca o vi no colégio. Com uma voz rouca, ele pediu que todos se retirassem e que só ficassem lá eu, a pró Laura e a Gabriela, que é a psicóloga da escola.

    A pró Laura me falou:

    -Esse é o Marcos, ele é policial e gostaria de trocar umas palavras com você, ok?

    Logo em seguida a Gabi me tranquilizou, dizendo:

    -Fique calma querida, estamos todos aqui para te ajudar.

    Assenti com a cabeça. O detetive pediu para eu me sentar confortavelmente e responder a todas as perguntas da melhor forma possível de acordo com o que eu lembrasse. A Gabi reforçou falando:

    -Lembre-se não há respostas erradas.

    Só fiquei pensando Será se estou encrencada ou aconteceu algo com meus pais? – não suportaria isso.

    Capitulo IV

    Jane

    Estou tão nervosa para encontrá-la, minha Lucy, que mal consigo acertar a chave do carro.

    Preciso encontrar o Marcos imediatamente. É melhor ir de taxi para o aeroporto, estou tão nervosa que vou acabar sofrendo um acidente.

    -Detetive Marcos, é ela mesma? Perguntei desesperada quando o avistei no saguão do embarque.

    -Jane, não quero me precipitar, sei que é difícil te pedir isso, mas preciso que fique calma, pois esse é o momento pelo qual estávamos trabalhando há algum tempo, houve a confirmação de compatibilidade de DNA, mas não tem muito mais informações. Tudo que sei é que a combinação tinha vindo de uma escola e por isso estou indo para lá imediatamente. Mas primeiro precisava confirmar a história e, para isso, preciso conversar com ela, para investigar sobre quem a havia sequestrado.

    Eu falei que iria também e, antes que ele pudesse tentar me convencer do contrário e negar, argumentei:

    -São mais de 8 anos sem ela, você sabe! Você acompanhou meu sofrimento todos esses anos, eu consigo me controlar! Faço qualquer coisa, ela não precisa saber quem eu sou, vou me controlar, prometo.

    Ele finalmente concordou dizendo:

    - Certo, mas tenho uma condição, precisamos seguir minhas regras.

    Fui comprar minha passagem. No avião, ele me deu todas as recomendações, falou que eu ficaria em outra sala, que ele usaria um ponto de comunicação para que eu pudesse ouvir e ajudar a achar rastros de lembrança dela.

    Porque, aparentemente, ela está levando uma vida normal. E que, como ela era nova quando foi sequestrada, ela pode não ter muitas lembranças sobre mim. Mas, dentro do meu coração, eu sabia que ela não esqueceria, ela não podia – já tinha quase 5 anos quando foi sequestrada, algo dentro de mim fazia eu ter certeza que ela lembraria de mim assim que me visse, ela correria para meus braços e choraríamos juntas. Simplesmente, um sonho realizado.

    No táxi a caminho da escola, era por volta das 7:00 horas, ele mostraria as fotos que ficaram com ele para tentar trazer a memória dela à tona e ficaria tudo bem. Naquele momento, lembrei que não avisei ao Isaac que nossa filha tinha sido encontrada. Tentei ligar várias vezes enquanto eu estava no portão da escola, mas só dava caixa – não podia contar para ele assim, mas ele jamais me perdoaria por não estar presente nesse momento – continuei tentando.

    Era por volta das 7:20 e as crianças começavam a chegar, eu olhava para todo o lado, para os grupinhos, para todos da faixa de 13 a 14 anos, para todas as meninas, procurando pela minha menina dos olhos claros e cabelo bem preto.  Mas, para minha decepção, não consegui reconhecê-la e fiquei com medo – se eu não a reconheci e já era adulta, será se ela uma criança me reconheceria? – Não, pare de pensar nisso, falei para mim mesma, ela vai sim, ela tem que se lembrar.

    O som do sinal me trouxe de volta à realidade e o Marcos me levou até a secretaria, ele falou que precisaríamos esperar pela diretora. Ela chegou por volta das 8 horas, todos ficaram chocados – aparentemente eles conheciam essa família há muito tempo e eles sempre pareceram boas pessoas.

    Foram chamá-la na sala, ela chegou antes do que todos esperavam e todos ficaram quietos – foi quando eu percebi que era ela. Nossa, tão grande tão diferente, eu não poderia reconhecê-la na multidão. Quer dizer, ela ainda tem aqueles lindos cabelos pretos, mas sem os meus cachinhos que tanto amo e os olhos claros, mas uma coisa é inconfundível: a forma meiga de ser que atraia a todos – sempre que saíamos quando ela era criança, todos achavam uma graça minha

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