Por Que Me Olha Assim?
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Por Que Me Olha Assim? - Jose Marconi Teixeira
José Marconi
Por que
me olha assim?
Natal-RN
2010
capa e projeto gráfico
.....
revisão/paginação
Graziela Grilo
impressão
E os dois discípulos ouviram-No dizer
isso e seguiram a Jesus.
E Jesus, voltando-se e vendo que eles O
seguiam, disse-lhes: Que buscais?
E eles
disseram: Rabi..., onde moras?
Ele lhes
disse: Vinde e vede
. Foram, e viram
Teixeira, José
Por que me olha assim? José M. Teixeira, Natal: Alvo
onde morava. Jo 1.37-39.
Editora,
2008 - 15X21 100 p.
ISBN-
1 - Aconselhamento 2 - Autoajuda 3 - Batalha Espiritual 4 -
Comportamento e 5 - Crescimento Espiritual 6 Devocional
7 Discipulado 8 Espiritualidade 9 Família 10 11
Liderança Material. 12 Teológicos 13 Oração / Adoração
14 Seitas e Heresias 15 Vida Cristã 16 Orientação – 17
aspectos Religioso—18 relações interpessoais
Agradecimentos
Ao meu Senhor Jesus Cristo, aos que me
evan ge li za ram, que con tri buí ram para
que esta obra vies se a públi co e que, dis -
tin ta men te, em tempo opor tu no, aju-
dam-me a seguir em fren te, em espe cial,
às ama das Leila, minha espo sa; Irá,
minha mãe; aos meus fi lhos; Pastor
Francisco Valdeni Barreto Júnior e Pastor
Paulo Eduardo; à revi so ra Graziela, a
quem atri buo a boa qua li da de edi to rial e
o orde na men to da ideia, aos ami gos,
pas to res, wes le ya nos e a toda a famí lia
cris tã.
Sumário
Capítulo 01 - Querido do Senhor
11
Capítulo 02 - De holofote a farol
13
Capítulo 03 - Cais do amor
13
Nebulização
17
Capítulo 04 - Reticências no olhar
19
Capítulo 05 - Bem-querer meu
23
Capítulo 06 - De adega a lareira
27
Capítulo 07 - Despreendedor
29
Capítulo 08 - Convencionalismo
33
Capítulo 09 - De que somos feitos?
35
Capítulo 10 - Nas lentes do teu elogio
39
Capítulo 11 - Dedicação
43
Capítulo 12 - O elevado compadecido
45
Nebulização
47
Capítulo 13 - Resiliência: feito à prova de repuxo
49
Capítulo 14 - O pouco incomodando o farto
51
Capítulo 15 - Olhares pairantes
53
Capítulo 16 - Meu próximo e Eu
57
Capítulo 17 - Um eco ou uma voz
61
Capítulo 18 - Jettatore ayin horeh
63
Nebulização
65
Capítulo 19 - Tesoureira!!!
67
Capítulo 20 - Crê somente
69
Nebulização
71
Capítulo 21 - Nabat não é turismo, é expedição
73
Capítulo 22 - Âmago
77
Capítulo 23 - O verdadeiro amor lança fora todo o medo
81
Capítulo 24 - A mulher amantista
83
Capítulo 25 - Vitrine ou vidraça
85
Capítulo 26 - Renominado
87
Capítulo 27 - Adjutora do segregado
91
Capítulo 28 - Acuidade entusiástica
93
Capítulo 29 - Religare
95
Capítulo 30 - Provocante olhar pródigo
97
Nebulização
99
Capítulo 31 - Retrovisão
101
Capítulo 32 - Confiança do opinador
103
Capítulo 33 - Antissubinte
105
Capítulo 34 - Gradativo
107
"Ele nos auxi lia em todas as nos sas afli ções para
Capítulo 35 - Longânimo
109
poder mos aju dar os que têm as mes mas afli ções que nós temos.
Capítulo 01
E nós damos aos outros a mesma ajuda que rece be mos de
Nebulização
111
Deus." 2 Co 1.4
Capítulo 36 - Paz de Deus
113
Capítulo 37 - Tríade de desalinho descomposto
115
Capítulo 38 - Geladinha é fria
119
Querido do Senhor
Capítulo 39 - Dominando a inquietude
121
Capítulo 40 - Anistia ou armistício?
125
Nebulização
127
Capítulo 41 - Você tem o valor
129
Capítulo 42 - O emergido
131
Os olha res, hoje, não me inco mo dam tanto. Há alguns anos, até que
Nebulização
135
sim. Se alguém me olha va, dis cre ta men te eu con fe ria se havia algu ma
Capítulo 43 - A cativante
137
coisa erra da. Um cadar ço desa mar ra do, um botão fora da casa, uma meia
Nebulização
141
tro ca da ou um zíper aber to, eu cor ri gia rapi da men te o que acha va ser o
r
Capítulo 44 - Neófito erudito
143
pro ble ma e sana va a ques tão. Mas, e quan do há um olhar par ti cu lar? Um
Capítulo 45 - Fealdade ou beldade?
145
olhar espe cu la dor, que olha apon tan do para algo incor re to na nossa vida?
o
Capítulo 46 - O mundo é assim, não um sim
147
Denunciando algum hábi to repreen sí vel, um com por ta men to con de ná -
Capítulo 47 - Péssimo pessimista
149
vel, uma levian da de ou impru dên cia? O olhar é eva si vo. Adentra a alma.
h
Capítulo 48 - Contranitente
151
Distingue o esta do emo cio nal. O olhar inquie ta!
Capítulo 49 - Olhar técnico
153
Criamos uma cade la mima da, que tem medo da vete ri ná ria e tenta
n
Capítulo 50 - Levado às alturas da Tua presença
155
escon der quan do está doen te. É incrí vel! Ela sabe dis tin guir quan do olho
Capítulo 51 - O canto do crepuscolhar
159
para ela com um olhar clí ni co. Meu olhar ava lia ti vo des per ta temo res nela
Capítulo 52 - Edom
163
e ime dia ta men te ela dis far ça e des via o olhar. Que impor tân cia tem o
Capítulo 53 - Até quando?
165
olhar? Penso eu: impor tân cia extraor di ná ria!
se
Capítulo 54 - O alfaiate que cobria a mácula
167
Imagino que todo novo livro vem de uma refle xão, de uma outra lei -
Capítulo 55 - O homem fora da cidade
169
tu ra, de uma sen sa ção pra ze ro sa ou incô mo da. Continuamente somos
o
Capítulo 56 - O interesseiro e o interessado
173
desa fia dos a ter uma expli ca ção para as cir cuns tân cias da vida.
Capítulo 57 - Pé atrás
175
Assim, ao debruçar-me para escre ver este livro, não havia cla re za
Capítulo 58 - A dor de olhar do alto da dor
177
resol vi da como o faria. Uma coisa esta va evi den te: algo me inquie ta va. Eu
d
Capítulo 59 - Mudando a história da tua história
179
obser va va algu mas rea ções do coti dia no e inda ga va comi go mesmo o
Capítulo 60 - Cordato da Transjordânia
183
por quê de um olhar assim. Não é que seja uma pato lo gia, mas chega uma
o
Capítulo 61 - Nunca ninguém me olhou assim
187
hora que se deve dar um bre que e ques tio nar a impor tân cia do olhar do
Final
191
outro na nossa vida, saben do que indis pen sá vel é o olhar do Senhor
sobre nós.
Então, a ideia foi se deli nean do, toman do forma de pala vras, des cre -
rid
ven do sen ti men tos de como me enxer go e me com preen do no todo, e
não menos impor tan te como sou enxer ga do. Conheci Jesus no iní cio da
e
idade adul ta. Neste perío do, notei que após o apa re ci men to das cãs, as
pes soas dirigiam-se a mim, com um tra ta men to mais res pei to so: senhor,
u
cida dão, etc. Descobri, entre tan to, que essa defe rên cia, na ver da de não
seria um méri to pró prio. Creio derivar-se do fato real de Cristo viver em
q
Por que me olha assim?
09
mim. Há um poder paci fi ca dor den tro do cris tão. Desconheço alguém que
"Torre forte é o nome do Senhor, à qual o
Capítulo 02
justo se acolhe e está seguro."
não tenha Deus, que tenha e des fru te desta hon ro sa paz.
Pv 18:10
A dis tin ção é clara na forma do olhar. Questionando outras pes soas,
des co bri que é natu ral e cor ri quei ra expe ri men tar mos esta impres são de
inquie ta ções fren te a con cep ções alheias sobre a vida do outrem. Esta
De holofote a farol
sen sa ção é mais paten te prin ci pal men te quan do este outrem somos nós.
Olhares que são sutis, inter fe rên cias ava lia ti vas são comuns do nosso dia
a dia.
Procurei de forma sim ples e hones ta botar estas ver da des no papel,
O papel da luz do farol é con du zir, dando segu ran ça e paz. Holofotes
falan do de um mundo par ti cu lar. Mundo este onde pou cas vezes con sen -
têm luz com a mesma inten si da de, e já esti ve ram sobre mim e posso afir -
ti mos dele ser visi ta do pela razão da graça de Deus. O gran de desa fio é
mar: não era bom. Por quê? Simples mente, sua fun ção é cla rear para
levar você, que ri do lei tor, a uma visi ta às antes sa las do cora ção, guia das
loca li zar o... alvo a ser aba ti do. O holo fo te é um ins tru men to de guer ra.
pela luz desa nu via do ra da reve la ção bíbli ca. De não menos impor tan te
Existem épo cas em nos sa vida que o ronco de nos sas ações atrai os
falo tam bém do resul ta do da obser vân cia do com por ta men to huma no.
holo fo tes. E qual é a rea ção do alvo loca li za do??? Fugir, eva dir se! Mas, o
"Sobre tudo o que se deve guar dar, guar da o cora ção, por que dele pro ce dem as fon tes da
fato é que sem pre have rá holo fo te var ren do os espa ços em busca de
vida." Pv. 4:23
amea ça do res impor tu nos. A Palavra diz: "Anti gamente vocês mes mos viviam na
Este livro tem a pre ten são de fazer com que o lei tor, refle tin do na
escu ri dão; mas, agora que per ten cem ao Senhor, vocês estão na luz. Por isso vivam como
Palavra de Deus, detec te mar cas e raí zes no ocul to do cora ção e, assim,
pes soas que per ten cem à luz". Ef. 5.8
iden ti fi car estig mas. Permita que o Senhor Jesus trate-as, res tau ran do,
Portanto, a segun da luz (holo fo te) não teria uma fun ção bené fi ca. Pelo
saran do as ques tões rela ti vas à autoi ma gem, ao amor pró prio, à iden ti da -
menos não para alguém que alçan do voo tomou uma rota equivoca da,
de e indi vi dua li da de, amoldando-nos como Noiva do Senhor. "Resisti-lhe fir -
alguém que passa por um momen to de equí vo cos e des con for to na vida.
mes na fé, cer tos de que sofri men tos iguais aos vos sos estão-se cum prin do na vossa irman -
O impla cá vel holo fo te detec ta os voos vaci lan tes reve lan do os pon tos
da de espa lha da pelo mundo." 1 Pe 2.9
mais som brios. Mas, Deus dis po ni bi li za uma outra luz. Um farol marí ti mo,
Jesus Cristo é refe rên cia de e para o homem, com amor pró prio salu -
uma cons tru ção alta, em forma de torre, fir ma da na rocha que com faci -
tar e sen sa to. Deus comu ni ca o triun fo de Cristo na cruz por nós e, como
li da de se vê. E sua luz de longo alcan ce apon ta os peri gos de aci den tes.
con se quên cia de tão per fei to sacri fí cio, usa seus efei tos para nos liber tar
O nave gan te é orien ta do pelo farol que, seme lhan te ao holofote, tam bém
das pro fun das mar cas na e da vida, tra tan do em espe cial de duas sen sa -
tem fun ção de loca li zar, diag nos ti car naus per di das, mas, em vez de aba ter,
ções tra ta das na teo ria de mode ra ção de Aristóteles que se ani nham nos
tem a fun ção divi na de res ga tar, dando o sen ti do certo para a nossa tra je tó -
limi tes do cora ção do homem: o vício de ir para um extre mo ou outro, o
ria na vida. Aquela luz vem, e você acha que ao te alcan çar, machu ca rá a tua
de infe rio ri da de e o de ele va ção.
visão e, ao depa rar-se com ela: sur pre sa! O sen ti men to é alí vio e con for to.
Tal luz che gou em minha vida, e digo: quan do aper ce bi-me dela, sua
pro prie da de fun cio nal já come çou a ope rar dis si pan do toda treva. O bri -
lho da luz reve la o enga no. Não só ilu mi nou meu esta do, como me deu
um norte a ser segui do em sua pró pria dire ção.
Não pre ci sa va fugir dos holo fo tes, das tre vas, para a nova luz e em
segu ran ça. Pois a luz pro duz uma gran de colhei ta de todo tipo de bon da de, hones ti da -
de olofote a farol
de e ver da de." Ef. 5:9. Às vezes, encon tra mos luzes de holo fo tes que fin gem
ser faróis e ten tam nos deso rien tar. Quem tem os olhos fixos em Jesus,
não con fun de-se, não perde a dire ção, não erra o cami nho. Não deixe
Não te dei xes ven cer do mal, mas vence o mal com o bem.
que a luz se apa gue em sua vida. O nome desta luz é Jesus. Olham-me,
Rm 12.21
não fujo. Sigo Jesus. Segue-me a luz. Nívea luz.
José Marconi
Por que me olha assim?
10
11
Despertando-se Jesus, repreendeu o vento e a fúria da
água. Tudo cessou, e veio a bonança.
Capítulo 03
Lc 8.24
Cais do amor
Por que Ele espe ra tão con fian te? Toda essa chuva, raios e tro vões!!?
Será que lá do cais dá para Ele me ver, atra vés desta ne bli na toda? Vejo-
O daqui, pois há uma luz espe cial sobre Ele. Pen sando bem, me pare ceu
que tal qual um farol, a luz saía d'Ele. Posso iden ti fi car seu sem blan te. Seu
rosto é calmo e sere no. Seu olhar é firme em minha dire ção. Cada vez que
as ondas agi ta das me jogam para cima, posso vê-Lo, mas a impres são que
tenho é que Ele pode me ver mesmo quan do as ondas me cobrem. Ele
or
me espe ra. Por que me olha assim? Ele não tá vendo a tem pes ta de e eu
aqui per di do den tro dela? Toda minha espe ran ça es vaiu-se jun ta men te
com a força do meu braço. Vela ras ga da, mas tro que bra do, leme par ti do.
Olho nova men te, e Ele con ti nua lá. Toda esta força agin do e a única coisa
que se move n'Ele é o cabe lo.
De onde vem toda esta con fian ça? Não vejo Ele mexer um mús cu lo,
nem sua testa está fran zi da. Se esti ves se, eu enten de ria que está preo cu -
pa do com minha situa ção. Espere... pare ce que Ele vai abrir a boca.
Imediatamente uivos e sibi los do vento, o pró prio bater das ondas, se
calam. O céu para, a terra cala. O Homem no cais vai falar: Aquieta-te
.
Só isso? Uma só pala vra? Foi comi go que Ele falou? Como posso me
aquie tar? Uma só pa la vra e serei salvo? Não há mais nin guém aqui. Só eu
cais do am
e esta luta. Se não é comi go... será que Ele fala com a tem pes ta de? Ele
deu uma ordem à... tem pes ta de? Sei que tem pes ta de tem som pró prio,
mas ela pode escu tar?
Poderia jurar que ouvi o vento falan do à chuva: "Todo o poder foi
dado a Ele" . O pró prio mar lem bra: "Fui cria do por uma or dem d'Ele. Eu
reco nhe ço essa voz. Uma vez essa voz me fen deu em duas par tes" . Havia
uma ordem e era impos sí vel ela não ser cum pri da. O Homem no cais con -
ti nua lá, impas sí vel. Ele me es pe ra à segu ran ça do cais. Que homem é
este que até o mar lhe obe de ce. Há uma brisa mansa, a cor ren te za leva-
me sua ve men te em sua dire ção. Atraco a minha embar ca ção ao porto
segu ro.
Ele me esten de a mão. Deveria eu tocar nas mãos de alguém tão
pode ro so? Seria digno? Agora, de perto, posso ver melhor o Seu rosto. A
José Marconi
Por que me olha assim?
12
13
bran du ra do Seu olhar. A paz que havia Nele foi com par ti lha da. Aquele
não é pal pá vel nem per cep tí vel. E o con cei to soli dão
é supri mi do pela
olhar tinha a sere ni da de de