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É Preciso Ir Além
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E-book184 páginas2 horas

É Preciso Ir Além

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Sobre este e-book

A todo momento somos impactados por questões paradoxais da existência. A dúvida nos assalta. Frases prontas ecoam, mas não se encaixam! Ao mesmo tempo que sabemos que nada é por acaso e que a justiça divina não falha, sentimos na pele que o destino é fruto do livre arbítrio de cada indivíduo e que todas as ações impactam o coletivo. Quem permitiria que tantas injustiças e guerras acontecessem? Afinal, não é Deus justo em sua infinita bondade? A resposta está nos seres humanos, que precisam tomar para si responsabilidade. Deus é justo, mas a cada um cabe sua parte. Compreender a régua do tempo, de evolução, causa e efeito e o entrelaçamento de existências é chave para libertação. Apresentamos aqui o testemunho do entrelaçamento de 4 encarnações de espíritos trabalhando no caminho da própria evolução, cedendo à necessidade de vingança, com sucessivas quedas e retomadas. Destinos cruzados, muitas vezes pelo laço do sangue, até conseguirem quebrar o ciclo de retribuição de maldades. Humildemente desejamos que as trajetórias apresentadas possam iluminar o caminho e provocar reflexão. Não importa sua crença religiosa, ou o nome que dê às coisas, e sim a mudança interior que você coloca em prática com as informações que recebe. Este livro é para todos, um romance curto, narrado com amor, na tentativa de trazer à consciência das pessoas, atitudes diferentes, além de suas possibilidades.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de mai. de 2021
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    É Preciso Ir Além - Janine Cristina Marinai

    Prólogo

    A todo momento somos impactados por questões paradoxais da existência. A dúvida nos assalta. Frases prontas ecoam, mas não se encaixam. Ao mesmo tempo que sabemos que nada é por acaso e que a justiça divina não falha, sentimos na pele que o destino é fruto do livre arbítrio do indivíduo e que as ações de cada um influenciam o coletivo.

    Quem permitiria que tantas injustiças e guerras acontecessem? Afinal, não é Deus justo em sua infinita bondade?

    A resposta está nos seres humanos, que precisam assumir sua responsabilidade. Deus é justo, mas a cada um cabe sua parte. Compreender a régua do tempo, de evolução, causa e efeito e o entrelaçamento de existências constitui a chave para a libertação.

    Humildemente desejamos que as trajetórias apresentadas possam iluminar seu caminho. É preciso sair do conforto e assumir a responsabilidade.

    Seja a mudança que deseja ver no mundo!

    A narrativa dessa estória tem objetivo de entreter, mas esse não é o mais importante. Sempre uma vida traz ensinamentos, e o nosso propósito é provocar reflexão.

    Não se apegue à estória, ao seu caráter realista e temporal. Enquanto ela é imperfeita, os aprendizados são eternos. O mundo está em transformação, pedindo-nos cada vez mais.

    Dê o passo em direção ao seu próximo difícil, à situação difícil, e sinta a transformação no todo. Seja o primeiro, rompendo com o orgulho e enxergando além de julgamentos e críticas.

    Não importa sua crença religiosa ou o nome que dê às coisas, e sim a mudança interior que você coloca em prática com as informações que recebe.

    Este livro é para todos, um romance curto, narrado com amor, na tentativa de trazer à consciência das pessoas, atitudes diferentes, além de suas possibilidades.

    Começamos aqui...

    Joana é uma mulher forte. Negra, filha única, nascida em família de afrodescendentes, era ávida por sucesso e bens materiais. Perdera os pais ainda jovem e a vida não a poupou, oferecendo diversas dificuldades. Conheceu o peso das decisões erradas em tenra idade, mas deu a volta por cima, construindo uma carreira de sucesso. Jornalista, publicava romances trazendo questões diversas, sempre utilizando a própria experiência de vida como insumo criativo. Mulher determinada e obstinada, superou-se e conquistou a fama e os bens materiais pelos quais lutou durante toda a vida.

    Mas nem tudo era perfeito. Sem perceber, durante a trajetória de árduas lutas, transitara livremente por atitudes duvidosas. Era motivada pela necessidade de provar-se capaz a fim de superar as dificuldades impressas na cor de sua pele. Jacinta, mãe de Joana, como resposta à dor da discriminação, fora uma ferrenha defensora da causa negra e incutira em sua personalidade, ainda na infância, essa avidez por grandeza e poder. O pai, Agenor, um homem simples, de bem, deixara ensinamentos que ela pouco podia compreender até os dias atuais.

    Joana despertou numa segunda-feira. O sol despontava no horizonte. Praticar jogging era sua paixão, atividade repetitiva e automática que a permitia exercitar-se, refletir e sonhar, tudo ao mesmo tempo. Aquela manhã parecia perfeita! Clima agradável e fresco, bom humor e disposição. Vestiu-se, comeu algo rapidamente e saiu.

    Começou a correr, absorta em pensamentos e sonhos, agora reais. Tinha acabado de publicar mais um livro que, pela grande repercussão, rendeu-lhe uma matéria na capa de conceituado jornal da cidade.

    Tudo estava perfeito. Sentia-se preenchida, repleta. Passo a passo, firme, alimentava seu orgulho e poder na potência impressa na velocidade, cada vez maior...

    Era uma anestesia que fazia-a esquecer que a vida muda num lampejo, com a finitude que se faz presente. E é aqui que a de Joana começa a mudar.

    Ela ouve um barulho forte, tão desconhecido como o fel de tristeza que vem desterrar lares, sem aviso.

    Um tiro e o tempo desaparece, relativizando-se na temporalidade.

    Em questão de segundos é arremessada ao solo. Sente sangue na garganta e os pensamentos inturgescidos.

    Desmaia, perdendo os sentidos, ao mesmo tempo que desperta, ganhando consciência...

    No dia anterior...

    Joana acordou naquela manhã de domingo, feliz, enrolada em lençóis de seda italiana. Olhou pela janela e viu que o dia estava maravilhoso e ensolarado.

    Levantou-se para tomar café. Como de costume, a mesa estava posta, uma grande variedade de frutas, pães e frios, e a governanta já a esperava com um bule fresco de café, pronta a servi-la. Mara era sua funcionária há anos e mantinham um relacionamento profissional cordial, sem grandes aproximações. As duas cumprimentaram-se com o bom dia usual.

    Joana toma café da manhã, mas sente algo diferente no ar. Não sabe explicar o que. Caminha até a janela e avista um carro estacionado em frente ao prédio. O motorista olhava na direção do apartamento e fecha a janela com pressa ao perceber sua presença. Ela não gosta do que sente, mas logo se distrai com uma matéria no jornal que a apresentava na capa. Quanto orgulho!

    Lembrou-se do dia que teria pela frente. Havia combinado com uma colega de infância um reencontro, há muito esperado, além de outros compromissos típicos de um domingo à tarde tais como compras e mais compras. Alegre, apressou-se a tomar banho e aprontar-se para sair.

    Mara arrumava a casa e limpava a louça do café enquanto refletia sobre as dificuldades da vida, não podendo deixar de comparar-se com Joana que tudo havia conquistado. Ao longo dos anos, acompanhou a trajetória de luta da patroa e lembrou-se de quando se conheceram, quando Joana ainda morava num pequeno apartamento alugado e contratava seus serviços de diarista uma vez por mês. Uma jornada e tanto!

    Por várias vezes Mara pensou em não aceitar o emprego de governanta quando lhe foi oferecido, mas algo a fez seguir em frente. Mas, por que relembrar disso agora? Também sentiu algo estranho no ar, mas prosseguiu com os afazeres. Tinham combinado que tiraria a folga semanal excepcionalmente na quarta-feira, quando visitaria a avó na UTI de um hospital no subúrbio.

    Joana termina um longo banho e, enquanto escolhe que roupa vestir, lembra-se dos pais. Ela tinha doze anos quando um acidente aéreo os levou junto com os demais passageiros e tripulantes do avião. Agora, vinte anos mais tarde, já se lembrava deles com menos frequência. Aceitou a perda precoce e todas suas consequências porvindouras, porém, não perdoava de coração o acidente. Sentia-se injustiçada por ter sofrido dores ainda tão jovem. Queria buscar respostas, mas com a luta e a vida, nunca lhe sobrou tempo para elaborar essas questões. Logo enveredou para o trabalho, foco total na carreira, o que a alimentava até os dias atuais. Pensou neles com carinho e lembrou-se de um conselho de seu pai, que sempre dizia: Não se maltrate e nem maltrate aos outros, a compaixão e o perdão são as nossas chaves para o sucesso. Nunca compreendeu seu significado e agora, menos ainda via sentido nessas palavras. Ela já conhecia o sucesso. Tudo era fruto de trabalho, competência e esforço. Compadecer-se e aceitar o quê? Qual relevância teria o perdão? Ela já tinha encontrado a chave para o sucesso e considerava-se mestra no assunto.

    Tornou a olhar o closet, escolheu uma roupa e aprontouse rapidamente. Já estava quase na hora de encontrar a amiga no restaurante. Despediu-se de Mara e saiu. No elevador, encontra um casal de vizinhos que a felicitam pela matéria na capa do jornal. Ela sorri e agradece. Sente-se bem, preenchida de orgulho pelo sucesso profissional alcançado com esforço. Pegou o carro e saiu da garagem do prédio.

    Em meio aos elogios e à alegria, nem notou que o homem, que continuava ali estacionado, pôs-se a segui-la à distância. A caminho, reflete como tudo estava em perfeita condição. Ela não pediria mais nada a Deus, pois já havia conquistado o que queria.

    Chegando ao restaurante, entregou o carro ao manobrista e entrou à procura da amiga Débora, que ainda não tinha chegado.

    Joana escolheu uma boa mesa no canto do salão, com vista para as montanhas. Era o lugar perfeito para o reencontro.

    Minutos depois avista a amiga, que caminha em sua direção com sorriso no rosto e vestes adequadas à ocasião.

    Abraçaram-se com carinho. Era um reencontro a muito esperado afinal, Débora era sua melhor amiga e a apoiou quando do falecimento dos pais. Por motivos alheios à vontade das duas, a vida as separou sem deixar rastros, até as recentes notícias publicadas nos jornais.

    Débora era de origem simples, a família de nordestinos tinha se mudado para São Paulo para tentar a sorte grande. O pai trabalhava como pedreiro enquanto a mãe ficava em casa cuidando dos filhos. Eram em cinco, sendo Débora a caçula, já nascida na cidade grande. Problemas no parto a trouxeram com saúde frágil e debilitada. Tinha dificuldades respiratórias sérias e permaneceu na UTI por semanas. Sem nenhuma sequela aparente, tomava medicações para manter a forma física e mental, fato que a deixava em desvantagem perante outras crianças. Conheceu as dificuldades desde cedo, a pobreza, a falta de saúde e as brincadeiras ofensivas dos colegas de escola pela condição debilitada e aparência esquálida. Sofria, principalmente, por sua forma de enxergar a vida. Era sempre alegre e, apesar das dificuldades, conversava com um amigo imaginário por horas quando os dois discutiam sobre as grandes questões de sua idade. Esse relacionamento perdura e, até o presente momento, chama por ele quando precisa de ajuda. As questões terrenas pareciam ficar sempre aquém de seu interesse. Pelo contrário, pensava em como seria morrer, o que aconteceria depois, de onde teria vindo, por onde havia passado. Uma viajante do tempo em visita à Terra. Passou por todas as dificuldades junto à família e sempre tinha uma palavra de conforto a oferecer nos momentos mais críticos. Com o exemplo do pai, aprendeu que o trabalho era a chave para a sobrevivência, permitindo comer, vestir e morar. Com muito esforço, dedicação e competência, ele destacou-se na profissão e conseguiu abrir um pequeno negócio, que permitiu à família melhorar de vida, morar num bom bairro, estudar os cinco filhos em escola particular e viajar para o litoral de férias uma vez por ano. Vida simples, mas celebrada pela família de origem tão humilde.

    Foi justamente nessa mudança de vida, na escola particular, que Débora conheceu a amiga Joana. Ainda eram crianças e identificaramse desde o primeiro momento, criando fortes laços de amizade que transbordaram à escola, unindo as duas famílias.

    Quando do acidente aéreo, foram Débora e sua família que a socorreram e ampararam nos primeiros e mais duros momentos. A família de Joana era pequena, apenas uma tia por parte de mãe e ninguém por parte de pai. Os avós já eram falecidos e, sendo filha única, a justiça concedeu a guarda à tia, que morava sozinha, distante da capital. Foi quando Joana e Débora perderam definitivamente o contato, ainda pré-adolescentes.

    As duas estavam felizes e mal podiam acreditar no reencontro, vinte anos mais tarde. Apesar do tempo, nada havia mudado. Sentiram a mesma proximidade de quando se conheceram. A vida as separou, mas a conexão permaneceu. Sentaram-se em silêncio, como se estivessem relembrando momentos de alegria do passado. Débora olha para a amiga com grande admiração. Não pôde deixar de notar quão bonita e arrumada estava Joana. Sim, sem dúvida ela tinha dado a volta por cima depois da perda dos pais.

    Começaram a conversar, atualizando-se sobre os acontecimentos desde a separação. Nem notaram a hora passar, quando foram interrompidas pelo garçom que, além do cardápio, entrega um bilhete à Joana sem indicar a procedência. As duas riram e escolheram os pratos. Curiosa, Joana abre o bilhete pensando ser de um admirador, mas para surpresa, trazia a mensagem: Cuidado, você está indo longe demais. Por um instante empalideceu, o coração acelerou e sentiu um aperto no peito. Débora a tranquilizou, pediu água com açúcar ao garçom que, prontamente, atendeu a solicitação. Joana foi vagarosamente recobrando a calma. Afinal, como poderia um bilhete causar tanto incômodo? Sabia que os temas de seus livros eram polêmicos, mas não dava muita atenção a isso. Tinha lutado e conseguido o respeito de muitos e sentia-se no dever de esclarecer às pessoas sobre assuntos importantes.

    Já mais controlada, perguntou ao garçom de onde viera o bilhete:

    — Uma criança de rua, senhora. Achei que era de um fã.

    Fala sorrindo, pensando na foto que tinha acabado de ver na capa do jornal.

    Joana olha pela janela e vê a sombra daquele carro, já à distância. Sente

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