É Preciso Ir Além
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É Preciso Ir Além - Janine Cristina Marinai
Prólogo
A todo momento somos impactados por questões paradoxais da existência. A dúvida nos assalta. Frases prontas ecoam, mas não se encaixam. Ao mesmo tempo que sabemos que nada é por acaso e que a justiça divina não falha, sentimos na pele que o destino é fruto do livre arbítrio do indivíduo e que as ações de cada um influenciam o coletivo.
Quem permitiria que tantas injustiças e guerras acontecessem? Afinal, não é Deus justo em sua infinita bondade?
A resposta está nos seres humanos, que precisam assumir sua responsabilidade. Deus é justo, mas a cada um cabe sua parte. Compreender a régua do tempo, de evolução, causa e efeito e o entrelaçamento de existências constitui a chave para a libertação.
Humildemente desejamos que as trajetórias apresentadas possam iluminar seu caminho. É preciso sair do conforto e assumir a responsabilidade.
Seja a mudança que deseja ver no mundo!
A narrativa dessa estória tem objetivo de entreter, mas esse não é o mais importante. Sempre uma vida traz ensinamentos, e o nosso propósito é provocar reflexão.
Não se apegue à estória, ao seu caráter realista e temporal. Enquanto ela é imperfeita, os aprendizados são eternos. O mundo está em transformação, pedindo-nos cada vez mais.
Dê o passo em direção ao seu próximo difícil, à situação difícil, e sinta a transformação no todo. Seja o primeiro, rompendo com o orgulho e enxergando além de julgamentos e críticas.
Não importa sua crença religiosa ou o nome que dê às coisas, e sim a mudança interior que você coloca em prática com as informações que recebe.
Este livro é para todos, um romance curto, narrado com amor, na tentativa de trazer à consciência das pessoas, atitudes diferentes, além de suas possibilidades.
Começamos aqui...
Joana é uma mulher forte. Negra, filha única, nascida em família de afrodescendentes, era ávida por sucesso e bens materiais. Perdera os pais ainda jovem e a vida não a poupou, oferecendo diversas dificuldades. Conheceu o peso das decisões erradas em tenra idade, mas deu a volta por cima, construindo uma carreira de sucesso. Jornalista, publicava romances trazendo questões diversas, sempre utilizando a própria experiência de vida como insumo criativo. Mulher determinada e obstinada, superou-se e conquistou a fama e os bens materiais pelos quais lutou durante toda a vida.
Mas nem tudo era perfeito. Sem perceber, durante a trajetória de árduas lutas, transitara livremente por atitudes duvidosas. Era motivada pela necessidade de provar-se capaz a fim de superar as dificuldades impressas na cor de sua pele. Jacinta, mãe de Joana, como resposta à dor da discriminação, fora uma ferrenha defensora da causa negra e incutira em sua personalidade, ainda na infância, essa avidez por grandeza e poder. O pai, Agenor, um homem simples, de bem, deixara ensinamentos que ela pouco podia compreender até os dias atuais.
Joana despertou numa segunda-feira. O sol despontava no horizonte. Praticar jogging era sua paixão, atividade repetitiva e automática que a permitia exercitar-se, refletir e sonhar, tudo ao mesmo tempo. Aquela manhã parecia perfeita! Clima agradável e fresco, bom humor e disposição. Vestiu-se, comeu algo rapidamente e saiu.
Começou a correr, absorta em pensamentos e sonhos, agora reais. Tinha acabado de publicar mais um livro que, pela grande repercussão, rendeu-lhe uma matéria na capa de conceituado jornal da cidade.
Tudo estava perfeito. Sentia-se preenchida, repleta. Passo a passo, firme, alimentava seu orgulho e poder na potência impressa na velocidade, cada vez maior...
Era uma anestesia que fazia-a esquecer que a vida muda num lampejo, com a finitude que se faz presente. E é aqui que a de Joana começa a mudar.
Ela ouve um barulho forte, tão desconhecido como o fel de tristeza que vem desterrar lares, sem aviso.
Um tiro e o tempo desaparece, relativizando-se na temporalidade.
Em questão de segundos é arremessada ao solo. Sente sangue na garganta e os pensamentos inturgescidos.
Desmaia, perdendo os sentidos, ao mesmo tempo que desperta, ganhando consciência...
∞
No dia anterior...
Joana acordou naquela manhã de domingo, feliz, enrolada em lençóis de seda italiana. Olhou pela janela e viu que o dia estava maravilhoso e ensolarado.
Levantou-se para tomar café. Como de costume, a mesa estava posta, uma grande variedade de frutas, pães e frios, e a governanta já a esperava com um bule fresco de café, pronta a servi-la. Mara era sua funcionária há anos e mantinham um relacionamento profissional cordial, sem grandes aproximações. As duas cumprimentaram-se com o bom dia usual.
Joana toma café da manhã, mas sente algo diferente no ar. Não sabe explicar o que. Caminha até a janela e avista um carro estacionado em frente ao prédio. O motorista olhava na direção do apartamento e fecha a janela com pressa ao perceber sua presença. Ela não gosta do que sente, mas logo se distrai com uma matéria no jornal que a apresentava na capa. Quanto orgulho!
Lembrou-se do dia que teria pela frente. Havia combinado com uma colega de infância um reencontro, há muito esperado, além de outros compromissos típicos de um domingo à tarde tais como compras e mais compras. Alegre, apressou-se a tomar banho e aprontar-se para sair.
Mara arrumava a casa e limpava a louça do café enquanto refletia sobre as dificuldades da vida, não podendo deixar de comparar-se com Joana que tudo havia conquistado. Ao longo dos anos, acompanhou a trajetória de luta da patroa e lembrou-se de quando se conheceram, quando Joana ainda morava num pequeno apartamento alugado e contratava seus serviços de diarista uma vez por mês. Uma jornada e tanto!
Por várias vezes Mara pensou em não aceitar o emprego de governanta quando lhe foi oferecido, mas algo a fez seguir em frente. Mas, por que relembrar disso agora? Também sentiu algo estranho no ar, mas prosseguiu com os afazeres. Tinham combinado que tiraria a folga semanal excepcionalmente na quarta-feira, quando visitaria a avó na UTI de um hospital no subúrbio.
Joana termina um longo banho e, enquanto escolhe que roupa vestir, lembra-se dos pais. Ela tinha doze anos quando um acidente aéreo os levou junto com os demais passageiros e tripulantes do avião. Agora, vinte anos mais tarde, já se lembrava deles com menos frequência. Aceitou a perda precoce e todas suas consequências porvindouras, porém, não perdoava de coração o acidente. Sentia-se injustiçada por ter sofrido dores ainda tão jovem. Queria buscar respostas, mas com a luta e a vida, nunca lhe sobrou tempo para elaborar essas questões. Logo enveredou para o trabalho, foco total na carreira, o que a alimentava até os dias atuais. Pensou neles com carinho e lembrou-se de um conselho de seu pai, que sempre dizia: Não se maltrate e nem maltrate aos outros, a compaixão e o perdão são as nossas chaves para o sucesso
. Nunca compreendeu seu significado e agora, menos ainda via sentido nessas palavras. Ela já conhecia o sucesso. Tudo era fruto de trabalho, competência e esforço. Compadecer-se e aceitar o quê? Qual relevância teria o perdão? Ela já tinha encontrado a chave para o sucesso e considerava-se mestra no assunto.
Tornou a olhar o closet, escolheu uma roupa e aprontouse rapidamente. Já estava quase na hora de encontrar a amiga no restaurante. Despediu-se de Mara e saiu. No elevador, encontra um casal de vizinhos que a felicitam pela matéria na capa do jornal. Ela sorri e agradece. Sente-se bem, preenchida de orgulho pelo sucesso profissional alcançado com esforço. Pegou o carro e saiu da garagem do prédio.
Em meio aos elogios e à alegria, nem notou que o homem, que continuava ali estacionado, pôs-se a segui-la à distância. A caminho, reflete como tudo estava em perfeita condição. Ela não pediria mais nada a Deus, pois já havia conquistado o que queria.
Chegando ao restaurante, entregou o carro ao manobrista e entrou à procura da amiga Débora, que ainda não tinha chegado.
Joana escolheu uma boa mesa no canto do salão, com vista para as montanhas. Era o lugar perfeito para o reencontro.
Minutos depois avista a amiga, que caminha em sua direção com sorriso no rosto e vestes adequadas à ocasião.
Abraçaram-se com carinho. Era um reencontro a muito esperado afinal, Débora era sua melhor amiga e a apoiou quando do falecimento dos pais. Por motivos alheios à vontade das duas, a vida as separou sem deixar rastros, até as recentes notícias publicadas nos jornais.
Débora era de origem simples, a família de nordestinos tinha se mudado para São Paulo para tentar a sorte grande. O pai trabalhava como pedreiro enquanto a mãe ficava em casa cuidando dos filhos. Eram em cinco, sendo Débora a caçula, já nascida na cidade grande. Problemas no parto a trouxeram com saúde frágil e debilitada. Tinha dificuldades respiratórias sérias e permaneceu na UTI por semanas. Sem nenhuma sequela aparente, tomava medicações para manter a forma física e mental, fato que a deixava em desvantagem perante outras crianças. Conheceu as dificuldades desde cedo, a pobreza, a falta de saúde e as brincadeiras ofensivas dos colegas de escola pela condição debilitada e aparência esquálida. Sofria, principalmente, por sua forma de enxergar a vida. Era sempre alegre e, apesar das dificuldades, conversava com um amigo imaginário por horas quando os dois discutiam sobre as grandes questões de sua idade. Esse relacionamento perdura e, até o presente momento, chama por ele quando precisa de ajuda. As questões terrenas pareciam ficar sempre aquém de seu interesse. Pelo contrário, pensava em como seria morrer, o que aconteceria depois, de onde teria vindo, por onde havia passado. Uma viajante do tempo em visita à Terra. Passou por todas as dificuldades junto à família e sempre tinha uma palavra de conforto a oferecer nos momentos mais críticos. Com o exemplo do pai, aprendeu que o trabalho era a chave para a sobrevivência, permitindo comer, vestir e morar. Com muito esforço, dedicação e competência, ele destacou-se na profissão e conseguiu abrir um pequeno negócio, que permitiu à família melhorar de vida, morar num bom bairro, estudar os cinco filhos em escola particular e viajar para o litoral de férias uma vez por ano. Vida simples, mas celebrada pela família de origem tão humilde.
Foi justamente nessa mudança de vida, na escola particular, que Débora conheceu a amiga Joana. Ainda eram crianças e identificaramse desde o primeiro momento, criando fortes laços de amizade que transbordaram à escola, unindo as duas famílias.
Quando do acidente aéreo, foram Débora e sua família que a socorreram e ampararam nos primeiros e mais duros momentos. A família de Joana era pequena, apenas uma tia por parte de mãe e ninguém por parte de pai. Os avós já eram falecidos e, sendo filha única, a justiça concedeu a guarda à tia, que morava sozinha, distante da capital. Foi quando Joana e Débora perderam definitivamente o contato, ainda pré-adolescentes.
As duas estavam felizes e mal podiam acreditar no reencontro, vinte anos mais tarde. Apesar do tempo, nada havia mudado. Sentiram a mesma proximidade de quando se conheceram. A vida as separou, mas a conexão permaneceu. Sentaram-se em silêncio, como se estivessem relembrando momentos de alegria do passado. Débora olha para a amiga com grande admiração. Não pôde deixar de notar quão bonita e arrumada estava Joana. Sim, sem dúvida ela tinha dado a volta por cima depois da perda dos pais.
Começaram a conversar, atualizando-se sobre os acontecimentos desde a separação. Nem notaram a hora passar, quando foram interrompidas pelo garçom que, além do cardápio, entrega um bilhete à Joana sem indicar a procedência. As duas riram e escolheram os pratos. Curiosa, Joana abre o bilhete pensando ser de um admirador, mas para surpresa, trazia a mensagem: Cuidado, você está indo longe demais
. Por um instante empalideceu, o coração acelerou e sentiu um aperto no peito. Débora a tranquilizou, pediu água com açúcar ao garçom que, prontamente, atendeu a solicitação. Joana foi vagarosamente recobrando a calma. Afinal, como poderia um bilhete causar tanto incômodo? Sabia que os temas de seus livros eram polêmicos, mas não dava muita atenção a isso. Tinha lutado e conseguido o respeito de muitos e sentia-se no dever de esclarecer às pessoas sobre assuntos importantes.
Já mais controlada, perguntou ao garçom de onde viera o bilhete:
— Uma criança de rua, senhora. Achei que era de um fã.
Fala sorrindo, pensando na foto que tinha acabado de ver na capa do jornal.
Joana olha pela janela e vê a sombra daquele carro, já à distância. Sente