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Eslováquia In Brazil
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E-book380 páginas5 horas

Eslováquia In Brazil

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Sobre este e-book

“Eslováquia in Brazil, traz a saga de três jovens eslovacos bonitos e agradáveis que decidem pela Bahia, para curtirem o Carnaval! Hanz, um deles, se encanta com a beleza, a simpatia da garçonete Margareth! Apaixonados, encontram desafios, dificuldades, mas juntos criam forças e superam tudo, em prol do grande amor de suas vidas! Tornam-se os pais de Josemar, que herdou os talentos do pai, praticando o esporte mais popular do mundo”!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de abr. de 2022
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    Eslováquia In Brazil - Wagner Vinhato

    ESLOVÁQUIA

    IN

    BRAZIL

    1. JOSEMAR

    Acorda, olha as horas no celular que está ali perto, em cima de um velho criado mudo. Faltam quinze minutos, para as cinco horas da manhã. Boceja e recosta a cabeça no travesseiro para tentar dormir, mais um pouco.

    Ainda pensa no que tem acontecido, na noite anterior.

    O primeiro compromisso do dia, será um treino tático, pré jogo, às dez e meia. De acordo com o perfil do adversário, o técnico Juvenal definirá a escalação, o posicionamento e o comportamento dos jogadores, dentro de campo. O jogo acontecerá no dia seguinte em Tombos, uma cidade distante.

    O alarme do celular tocará, às oito horas. É o tempo que precisa para tomar um banho, café da manhã, e ir para o campo de treino da Caldense. Ele vê que terá mais tempo, se antecipar o alarme do aparelho, em meia hora.

    Tentará fazer uma visita à perfumaria, para dar bom dia à moça que conhece, na noite anterior. Dorme.

    O celular toca o alarme. Milton acorda assustado:

    — Que ‘porra é essa’? O que está acontecendo?

    — Desculpe, ‘Miltinho’! É que eu quero resolver ‘uma coisa’, agora cedo, antes do treino!

    — Eu sei o que é! É aquela ‘garota bonita da perfumaria’, não é? Olhe, pegue essas chaves… vá com o meu carro!

    — Mas Milton, como dirigir ‘um avião desses’?

    A minha carteira de motorista, chegou esses dias!

    — Melhor… assim você estará praticando, mais um poco! Você sabe dirigir! E em toda atividade de risco, é preciso atenção! Você é atento! Mal chega no clube, é o nosso principal artilheiro… — Milton ri, e sai do quarto. O

    preparador físico Ramiro, o aguarda.

    Ele tem conhecimento das doutrinas religiosas, especialmente as da igreja católica com todos os seus dogmas, mas não as seguem. Ele sabe, ele sente… tem uma proteção, mas que não vem de nenhuma igreja. Mesmo se sentindo assim, resolve não usar o carro oferecido pelo seu

    ‘novo amigo’, meio-campo titular e, seu colega de quarto, para ir ver a ‘linda moça’. Se ela gostou de mim, poderá esperar pelo próximo encontro, analisa.

    Josemar, há mais de uma semana contratado pela Associação Atlética Caldense, está feliz.

    Tem falado com seus pais, ontem à tarde. Está tudo bem. Não está morrendo de saudades. Sabe que logo passará uns dias de folga, em Salvador, na Bahia, junto deles.

    Aliás, está pensando muito neles, principalmente no pai… um eslovaco da capital Bratislava, cidade localizada na Europa Central. Oriundo de uma família que mantém as tradições: missa aos domingos, e guarda os dias santos, seguindo os rituais de cada data. Às sextas-feiras santas, não se come carne e seus derivados, e à noitinha seguem, a procissão da

    ‘paixão de Christo’. O pai nunca entendeu o significado, daquele ritual. Encenam a morte do filho do Criador? Para que ficarem ano após ano, repetindo aquelas situações tão dolorosas? —Analisa. Por isso ele não faz questão de passar esses ensinamentos, ao seu único filho. Importante é festejar o amor, a união, o respeito, a fraternidade, entre todos os povos do mundo, como ele ensina a Josemar. O pai acha que a humanidade tem que tomar um jeito, de basear as suas relações no amor… pois se viver no amor, não há dor. Isso é o que Hanz diz, em toda oportunidade que tem.

    Uma vez a tia Zulmira, irmã da sua avó Dirce, lhe disse em tom de ensinamento: primeiro é preciso morrer, para se limpar dos seus pecados! Depois ressuscitar para a vida eterna, junto de Deus! — Menino na época, ele não acredita ‘nessa história’, de morrer e nascer de novo.

    Como esse ensinamento é tradição de anos na família, que seguisse assim.

    2. HANZ

    O pai chega ao Brazil com dois amigos eslovacos, para festejarem o Carnaval. A maior festa brasileira. Muito divulgada na Europa, atrai milhares de turistas que a cada ano, só aumentam. De acordo com as descrições das festas, das praias, e dos pontos turísticos, Hanz e seus amigos adoram a viagem, ainda na agência de turismo. Estavam em dúvida entre: Salvador, Rio de Janeiro, ou Florianópolis. Mas depois que leem este anúncio: "O

    Carnaval da Bahia é uma festa popular de rua, organizada anualmente na cidade de Salvador, no estado brasileiro da Bahia. Começa a evoluir, à partir da diferença entre as classes sociais — carnaval de rua, contra carnaval em clubes privados

    — resultando em uma inversão da ordem social, tornando uma celebração utópica de igualdade em que a divisão está, temporariamente suspensa. O Carnaval de Salvador começa, seis dias antes da quarta-feira de cinzas, ou numa noite de

    quinta-feira. Está espalhado, por sete circuitos e doze bairros soteropolitanos. Com apresentações musicais e desfiles de blocos carnavalescos. Também há espaço ‘para bailinhos’,

    ‘música eletrônica’, e ‘palco do rock’.

    Desembarcam no aeroporto internacional de Salvador, com o nome oficial Luiz Eduardo Magalhães. Um político que morreu jovem, aos quarenta e sete anos. Estava em ascensão, na vida pública brasileira. Hanz comenta com seus amigos, ao ler a breve descrição do aeroporto em inglês:

    — Poxa! Ele morreu com ‘la idade do mio’ pai!

    No táxi, acomodam as bagagens no porta-malas. Têm o costume da bagagem de mão, e carregam: carteira, celular, pente, escova de dentes. Se acomodam e, o veículo parte. Hanz é um deles. Os outros dois são, Alfred e Julian. Amigos do terceiro período, do curso da faculdade de inteligência e tecnologia de Bratislava. O motorista seu Josiel, não fala nem uma palavra em língua estrangeira. Por sinais vão se comunicando. Ao chegarem, Hanz comenta:

    — Injusto ele ‘non fazer lo trabaro dele e perder-se lo dinhero, por non falar nostra’ língua. — Hanz, como os outros rapazes, é honesto. Sabe das dificuldades da vida de cada um. Dá uma gorjeta de vinte reais ao motorista, que fica feliz.

    Estão cansados. Mal conseguem, aguardar a confirmação das reservas na recepção. Querem seguir, para o quarto do hotel.

    Um funcionário se aproxima para ajudar, a carregar as malas. Ronaldo fala com os meninos em inglês, para treinar o idioma que está aprendendo em aulas com a amiga de sua irmã, dona Adélia. Uma jovem bonita, que fora trocada por outra mulher, em viagem que o marido fez a Recife, no ano passado. O Osvaldo é um bobão! Dizem todos que conheceram o casal. Perguntam como abandonou o casamento, com esse ‘monumento’. Aos desavisados, Ronaldo disse: Adriana, esteve aqui em Salvador! Tem porte, é elegante, provocante, uma linda mulher!

    Vinda da cidade de São Paulo com dois filhos, após romper casamento de seis anos, a médica dirige o

    ‘Hospital Municipal José Soares Hungria’, um dos maiores de Recife. Torna-se mulher de destaque, na sociedade recifense: bonita, com vida social ativa, boa situação financeira, em uma carreira estável.

    Dona Jussara, uma viúva com filhos pequenos, que vende bolos, café, e leite com chocolate, em uma pracinha em frente ao hotel, tem comentado: esse Osvaldo, tem bom faro para encontrar mulher bonita… e ele une o útil, ao agradável.

    Adélia é uma morena charmosa. Com menos de

    trinta anos, alta, pele sedosa, lindos olhos verdes, tem cabelos macios e brilhantes. Chama a atenção de Hanz…

    passando pelo hotel, se aproxima de Ronaldo e diz:

    Don't miss class hours today. It's an important class! — Ronaldo sorrindo, responde prontamente:

    Yes, dear teacher! — Hanz aguarda, a professora se afastar. Comenta em inglês, para que todos entendam :

    This is the land of beautiful women!

    O eslovaco é reconhecido, como língua oficial e nacional da ‘pátria dos meninos’. Ao longo da história, a Eslováquia tem servido como um ponto de encontro das regiões culturais e linguísticas dos gêneros, urálico, eslavo, românico e germânico. Tornando-se o local mais complexo, das línguas da Europa. A Eslováquia reconhece o italiano e o húngaro, como línguas co-oficiais. Uma série de línguas estrangeiras e imigrantes, tem presença na Eslováquia. Estes três amigos se identificam com o idioma inglês, desde meninos. Estudam um pouco e desde então, mantém a fluência com o idioma.

    Ronaldo faz questão, de lhes mostrar a pequena piscina que mantém na parte dos fundos do hotel.

    Ali estão duas amigas tomando sol, e suco de laranja. Os

    meninos gostam do que vêm. Antes que Ronaldo se dirija, para lhes mostrar o salão de jogos ao lado da piscina, Alfred o adverte:

    That is all. Now please take us to the room, right? — Ronaldo concorda balançando a cabeça, e os conduz ao quarto.

    É um quarto grande. Julian faz questão que seja quando o reserva, para que os três amigos possam ficar, confortavelmente instalados. Fazem um rápido sorteio para determinar, quem primeiro tomará banho, com duração de cinco minutos: Alfred, Julian e Hanz, adequam-se à situação do mais para o menos cansado. Enquanto Alfred toma banho, os outros dois ligam a televisão. Assistem ‘um quadro do Chico Anísio’. O humorista ‘dá vida a Haroldo’, um ‘gay simpático’ que se diz heterossexual, e mostra o braço musculoso, que não é tanto musculoso assim. Faz os meninos riem, mesmo entendendo poucas palavras. Segue a troca dos ocupantes do banheiro, e os que ficam na frente da televisão, se divertem. O programa termina, junto com o último banho.

    Os três amigos, caem em sono profundo. Estão exaustos.

    3. RONALDO

    Na manhã seguinte, o primeiro a acordar é Julian. O raio de sol pela fresta da cortina, encontra o rosto do rapaz.

    Dali a pouco, o telefone toca. É o Ronaldo avisando para não se atrasarem, pois o café da manhã está servido. Podem experimentar todas as delícias encontradas, no café da manhã do nordeste brasileiro, antes que esgotassem.

    O eslovaco fica meio confuso com as palavras, ditas em inglês pelo baiano, mas releva. Lembra que ele está aprendendo, a nova língua. Com um pouco de boa vontade, entende o recado ‘do copeiro’. Descem para participarem do

    ‘banquete matutino’, como é chamado por Ronaldo… uma espécie de ‘ajudante geral’, por ali. Carrega malas, limpa piscina, atua como copeiro. Ajuda a preparar pratos, e os coloca à disposição dos hóspedes no salão de refeições. Ele gosta de ver a ‘casa cheia’ como está, pela ocasião do carnaval. Ele gosta dos eslovacos. Quer impressioná-los, para que voltem nos próximos anos. Sugere como entrada, uma salada de frutas composta por: mamão, banana, iogurte, granola e aveia.

    — Comam senhores! Na sequência, serviremos

    cuscuz de milho, macaxeira cozida, ovos mexidos, banana na manteiga com queijo e canela. Para finalizar, uma fatia do nosso delicioso bolo de laranja cremoso. Para beber, sucos de frutas típicas da região, café expresso, achocolatado, leite e mate gelado. — Os três jovens se fartam, após a comilança.

    Ronaldo ainda os adverte:

    — Até as catorze horas, devem estar no restaurante ‘Frutos da Terra’! Para degustarem a melhor feijoada brasileira, de todo o nordeste. — E então ri, explicando que a melhor feijoada brasileira incluía o nordeste, por ser uma região do Brazil. Mas Ronaldo acha essa explicação, difícil de entenderem e deixa para lá. Alfred retruca:

    How can we think about lunch, during breakfast? — Todos riem.

    Hanz propõe darem uma volta, para

    conhecerem de perto a terra brasileira, como Cabral faz, há muitos anos. Segundo ele mesmo e de forma correta, pois tinha estudado um pouco sobre a história brasileira. Cabral entrou no Brazil através do que é hoje, o estado da Bahia.

    Julian quer conhecer e sentir um pouco mais, a natureza que há entre os trópicos. Tem descido do quarto, com um calção de banho por baixo da roupa, para nadar nas praias brasileiras. Alfred, prontamente o adverte:

    — Cuidado, nadar ‘sem conhecer lo local’.

    ‘Capricho, com lo’ protetor solar. ‘Los nativos’ usam, e ‘são

    natural’ bronzeados! Nós com nossas peles ‘cor de vela’, temos que nos proteger ainda mais! — Todos balançam a cabeça afirmativamente, e saem.

    Lá fora, Alfred tem um catálogo em inglês.

    Com os pontos mais aprazíveis, da praia onde estão. O

    informativo começa assim: "A Praia da Boa Viagem é uma praia brasileira, localizada no bairro homônimo, em Salvador.

    A cerca de doze quilômetros ao sul, do centro. Nela encontra-se a Igreja da Boa Viagem, construída durante o século XVIII.

    A praia era local de desembarque de mercadorias. É famosa principalmente, por ser o ponto de chegada da Procissão Marítima do Bom Jesus dos Navegantes, que acontece no primeiro dia do ano. O mar apresenta águas calmas, com poucas e fracas ondas. Propício para a prática de esportes náuticos. As areias são douradas, e apesar de estreitas, abrigam barracas que servem petiscos típicos. O local é muito procurado pelos que gostam de admirar, a bela vista da cidade e da Baía de Todos os Santos. E pela diversidade de mariscos encontrados, nos bares e restaurantes locais".

    — Eu ‘estar interessado’ em experimentar mariscos, e curioso com forma que preparada. — Diz Alfred.

    É imediatamente, interrompido por Hanz:

    — Eu ‘estar interessado’ no feijoada, que Ronaldo indica para almoço!

    É quarta-feira, dia em que o típico prato é servido em todo o Brazil. Se perderem, terão que esperar até sábado, quando o prato entrará novamente, nos cardápios da nação como o principal.

    Seguem pela orla, bem vestidos com bermudas

    compridas, camisetas de mangas, e chapéus, para se protegerem do sol forte. Por volta das dez horas, a temperatura em Salvador está na casa dos trinta e dois graus.

    Logo avistam um jovem que vem, com um carrinho de sorvetes. Ao invés de encontrarem sorvetes, encontram cocos gelados. O coco verde é a principal fruta vendida, em todo o litoral brasileiro. Julian é o primeiro a gritar:

    Stop boy! — Juarez para o carrinho e aguarda, a chegada dos meninos.

    — Quer sorvete! ‘Três sorvete’! — Juarez percebe que são estrangeiros. Coloca em prática, seu inglês macarrônico. Meio enrolado, mas acaba cumprindo o objetivo… os meninos estão entendendo o que diz:

    I don't have ice cream. I have green, cold and fresh coconut. You'll love! — Os meninos balançam as cabeças, concordando com a oferta.

    Ficam intrigados e perguntam por qual motivo, anuncia sorvete e serve coco gelado.

    Because, here my friend, is Brazil. Where not everything you see, is what will happen! — Juarez prepara as frutas descascando as extremidades, com um facão afiado. Abre um dos lados para inserirem um canudo, e beberem.

    — Quer copo! Não pode ser canudos. Mal para

    ambiente! — Diz Hanz.

    O vendedor entrega a cada, um copo de vidro… se deliciam com a bebida.

    Mais para a frente, Julian não se contem com as ondas que arrebentam em rochas. Tira sua bermuda e camiseta, para de cima das pedras saltar. Alfred diz:

    — Esqueceu o que falei? Examinar local,

    ‘before saltar de las pedras. ‘Where is solar protector’?

    Julian obedece, e anda pelo local. Constata que não há pedras, apenas areia e uma água morna, que acalma e relaxa. Alfred o ajuda, aplicando-lhe o protetor nas costas. Em segundos, está em cima da pedra mais alta, contando:

    — Uno, due, tres… — E salta.

    Fica encantado. E convida os outros dois, para se juntarem a ele:

    — Vocês ‘vai ficar, like dog na porta da steakhouse, looking’? Venham participar do banquete, como

    diz o Ronaldo! — E sorri.

    Aplicam o protetor solar nas costas,

    mutuamente e saltam. Após o primeiro mergulho, Hanz diz:

    — Eu ficar com dívida nesta, amigo! ‘Look at the exuberance’, deste natureza!

    Realmente, o local é lindo. O nome desta encosta é Pedra do Elefante. Formado por uma pedra maior e mais alta, as costas do animal. Por outra pedra menor, a cabeça. Divertem-se muito… nadam mar à dentro e mais ao fundo, voltam. Saem da água, saltam de novo. E o tempo vai passando. Julian diz:

    Look my friends, I don't want to take the pleasure from you, mas olhem sol! Passa pouco meio-dia e tivemos boa diversão. Vamos hotel, ‘take a shower’, e comer feijoada. Como nome restaurante?

    — Restaurante ‘Frutos da Terra’. — Responde Alfred.

    Os três amigos, saem felizes daquela ‘piscina’

    com água aquecida e tobogã naturais. Hanz sorri ao ver crianças nativas, escorregando nas pedras sobre pequenas pranchas de madeira, indo de encontro às ondas do mar.

    Retornam ao hotel. Após sorteio, Julian será o primeiro a tomar banho com duração de três minutos. Alfred comenta:

    — Se temos pressa, famintos por provar o prato da terra… que tal tomarmos banho os três? Assim todos os prontos, juntos!

    — O que quer com isso? — Brada Hanz, com cara feia. — ‘Somos hermanos’, mas temos respeito!

    — Ele está certo! Nos conhecemos tanto tempo, e não tem ‘homossexual, here’! — Julian se despe do short e da sunga, e entra no banheiro.

    — Vamos logo com isso… eu faminto! —

    Completa Alfred.

    Hanz que é ‘voto vencido’, tira a roupa e entra

    no banheiro, que é grande e sem boxe, facilita os trabalhos.

    — Se ouvir, para lavar costas, vou dar porrada!

    — Diz Hanz, agora sorrindo. Os outros eslovacos sorriem.

    Logo, todos concluem o banho.

    — Eu vou botar ‘uno poquito’ deste perfume delicioso, da ‘nostra’ terra. ‘Especially’, hoje dia de sorte, mulheres bonitas! — Diz Hanz, em tom de profecia. Ele mal sabe, o que lhe aguarda. Os outros dois penteiam os cabelos.

    Seguindo para o restaurante, Julian pergunta:

    — ‘How is it’ nome restaurante?

    — ‘Frutos da terra’! Não pare, tratar memória.

    Fez pergunta pouco tempo. — Responde Alfred.

    — ‘It is true’! Problema, lembrar tomar remédio. — Todos riem concordando com a resposta, e seguem.

    4. MARGARETH

    Chegam ao local. Uma avenida movimentada.

    O ‘Frutos da Terra’, está cheio. Julian falará com a recepcionista, por dois motivos: primeiro, por sua própria avaliação, é o mais bonito; segundo, está falando melhor a língua nativa e, consegue se expressar melhor por gestos. Na verdade porque a recepcionista, é uma linda morena de olhos cor de mel, cabelos pretos cacheados, e de sorriso fácil.

    — Querer comer os três! — Sorrindo, e percebendo a origem dos três, Raquel responde:

    Table for three people?

    Yes yes! Esse mesmo!

    — "Look, we have a queue, to fill the tables.

    You can wait at the bar, where we serve snacks and drinks"!

    — Ok ok! — Diz Hanz, se dirigindo para o bar.

    Mal sentam-se, Alfred diz para o garçom, que os acompanha:

    — Caipirinha, for everyone! — Julio, o garcon, se apresenta. Balançando a cabeça afirmativamente, diz:

    — "To accompany the drinks, I suggest

    breaded crab! It's delicious ! Courtesy! Give it a try"! — Isto deve ser maravilhoso, pensam.

    Confirmam, quando são servidos. A massa do caranguejo servida empanada com farinha de rosca, passada em gema de ovo, com tempero especial, deixa os três se divertindo e tentando descobrir, o que compõe o delicioso tempero. A caipirinha está esplêndida. Pedem a segunda rodada, exatamente como fora servida a primeira. Passam quinze minutos, os caranguejos e os ‘drinks’ estão no final.

    Julio se aproxima, e diz:

    — Mesa pronta!

    — Ótimo, entendi o que disse! – Diz Hanz, bem humorado com a ajuda dos ‘drinks’, e sorri.

    Caminham para o salão de alimentação.

    Arquitetura aconchegante, com espaços bem distribuídos, facilitando a circulação de clientes e profissionais. Chegam à mesa indicada por Júlio, sentam-se.

    Hanz à mesa, olha para um lindo mezanino que fica, de frente para o mar. Ele pensa em se sentar ali, mas antes de falar com o Julio, lembra que as mesas no local estão escassas. Concorda e permanece, onde está.

    Durante a sua observação ao mezanino, uma

    ‘figura’, chama a sua atenção: uma linda jovem que ali trabalha. Uma moça prestativa com seus afazeres profissionais. Procura ajudar em várias situações, que julga ser útil. Ela não precisa de um supervisor, ou de alguma chefia, que determine o que deva fazer. Está sempre atenta.

    Atua nos setores mais críticos do restaurante, onde precisam da realização de mais serviços, mantendo o bom atendimento aos clientes. Única instrução que veio de seu Carlos, um metre de certa idade, com mais coisas importantes para ouvir:

    — Minha filha, estando esta casa aberta ao público, pense na melhor forma de satisfazer os nossos clientes! — E assim ela age.

    — Sim sim! Pode ser, cerveja com feijoada. —

    Ele disse, enquanto observa a moça, que troca toalhas das mesas no mezanino.

    A visão é privilegiada. A moça veste

    uniforme…, mas para Hanz está divina: vestido preto, sob um avental branquinho como a neve, que enlaça pelo pescoço e amarra na cintura, deixando suas curvas mais pronunciadas.

    Ela é alta, imponente, elegante. Um diferencial de beleza para os padrões de altura, das moças da região. Calça sandálias brancas com salto, que a deixa mais alta, e mais elegante ainda. Tem os cabelos lisos e bem pretos, presos, por questões higiênicas do seu trabalho.

    Logo a moça, sai dali. Hanz pôde voltar a dar atenção, aos que o acompanham naquele almoço. Fica nítido para os amigos, o interesse do ‘eslovaco pela nativa’. Alfred diz:

    — Pergunte ao Júlio, se a moça pode nos servir.

    Hanz imediatamente, faz sinal para o garçom se aproximar. Júlio diz não ser possível. Naquele dia, a moça é responsável pelo atendimento, daqueles clientes, naquele local. Hanz se arrepende, por não ter escolhido uma mesa no mezanino, mesmo tendo que esperar mais, para ocupá-la.

    Júlio lhe dá alguma esperança…

    — Olha, já estamos finalizando o horário do almoço! Se você quiser, eu peço à Margareth que sirva o cafezinho cortesia, pós almoço! O que acha?

    Very good! – Responde Hanz.

    E se lembra ser o mesmo nome, da primeira-ministra do Reino Unido, Margareth Tatcher, que fica conhecida décadas atrás, como ‘Dama de Ferro’. Por sua postura séria e de liderança, como sua homônima baiana.

    Passam quinze minutos. Júlio vê que os três

    abandonam os talheres, e estão apenas conversando. Se aproxima:

    — Satisfeitos? Posso servir os cafezinhos? —

    Ele fala, enquanto sorri. Sabe do interesse do moço. Ansioso e com voz trêmula, responde:

    — Pode sim! Pedir para servir os cafezinhos!

    Júlio faz sinal para Margareth, que está tranquila na área do mezanino. Há apenas uma mesa ocupada.

    — Por favor, você pode servir cafezinhos naquela mesa?

    — Sim, claro!

    Sem muita cerimônia, ela caminha em direção ao balcão para apanhar as bebidas. Hanz na mesa, fica excitado e interessado no ‘balanço do caminhar’ da moça. Ela se aproxima:

    — Com licença! — Serve uma xícara para cada.

    — Se precisarem de mais alguma coisa, é só me chamar! —

    Diz a moça, mantendo sua postura séria, sem perder sua natural simpatia.

    Hanz que está pálido, pensa: preciso de contato com esta mulher… onde mora, que locais frequenta longe do trabalho, o número do celular. Para me apresentar a ela, e ir iniciando algum relacionamento, através de mensagens que seja. Mas algum relacionamento, ele deve iniciar. Está certo disto.

    — O número do telefone dela, eu não posso passar! É amiga da Idalina, minha esposa. Não vai achar justo, colocar a moça em uma situação, sem ela saber! E além do mais, ela está flertando com o Marinho, filho mais velho do seu Mário, que é formado em Administração de Empresas e cuida das finanças do restaurante!

    Aquelas informações, entram ‘como uma

    bomba’ pelos ouvidos de Hanz. Ao deixar o local, procura a bela no olhar. Margareth nota seu olhar interessado, mas

    permanece como está. Não dá a mínima atenção, à passagem dos rapazes na sua frente! Na rua, Hanz diz:

    — O que moça pensa, para fazer deste maneira com Hanz?

    — Calma, meu amigo! Você ‘non sabe da moça’, de vida dela! E nem ela ‘sabe da tu vida’! Então vá devagar, para ‘non perder’, hã? — Diz Alfred.

    — Júlio disse sobre filho de dono… ‘mas que barrera’ vá ter que passar, para ganhar coração ‘da baianinha’. — Diz Julian e Alfred ri, achando divertido o termo, ‘baianinha’.

    Hanz, para justificar seu interesse, e querendo mostrar aos amigos que a moça também está interessada, diz:

    — Que nada! Essa linda ‘brasilera’, fica encantada com lindos olhos azuis!

    — Seja sincero consigo mesmo! Margareth faz

    o seu trabalho de forma simpática, não fica encantada com nada! — Diz Julian.

    — Espere um pouco! Então eu vou ter que conquistar a moça, passando na frente de dois interessados?

    O filho do dono do restaurante e você? — Julian ri e fala:

    — Não não! Somos amigos, e quero que esteja

    bem, até ‘conquista coração da brasilera’. Apesar de muito bonita, e atraente, não desperta nenhum interesse em mim, e nem no amigo aqui. — Alfred balança a cabeça concordando, e entram no hotel.

    5. MUDANÇAS

    Hanz passa a ter um comportamento

    inesperado. Pelo menos para os dois que o conhecem, de longa data. Para os brasileiros que sabem que ele é oriundo de um país distante, o acham com um comportamento normal. Mas Dona Lídia, camareira que trabalha há anos no

    hotel, comenta com Ronaldo:

    — Chego para arrumar o quarto e fazer faxina… enquanto troco as roupas das camas e toalhas, percebo que a porta do banheiro está fechada. Pergunto se tem alguém… yes! Responde a voz. Quando a porta se abre, o alemão alto e bonito, sem dar ‘um pio’, sai para o salão de refeições. O moço está diferente! Sempre que me encontra, um ‘morning’ ao menos, ele fala!

    — Essa informação já chegou, dona Lídia! Ele tá

    ‘com os quatro pneus arriados’, parado na paixão, pela Margareth do restaurante! — E sorri.

    — Bom, acredito que formam um lindo casal!

    Resta saber, o interesse dela…

    — Pior, dona Lídia! Ela se manteve, como uma

    ‘estátua na frente do alemão’. Não teve nenhuma reação.

    Não deu nenhuma esperança às investidas, que o pobre moço fazia com olhares cheios de malícia e sedução!

    — Mas ‘esse chamego’, dessa forma

    instantânea, às vezes não funciona com algumas mulheres! É

    preciso ir devagar, para não espantar ‘a presa’. — Sorrindo, Dona Lídia volta a seus afazeres!

    Hanz entra no Salão de Refeições do Hotel. O

    horário limite, em que o café da manhã é servido está se esgotando.

    — Você gostaria de algum outro alimento, além destes que estão servidos? — Hanz entende o que a copeira Evelyn disse, e responde:

    — No no, thanks! — Se junta a seus amigos, que têm terminado a refeição matinal.

    — Eu não ia descer, estou sem fome!

    — Por que isso, agora? Se você come melhor, e tem mais apetite entre os três? — Pergunta Alfred.

    — A paixão tira a fome do homem! — Julian conclui, sorrindo.

    — Então vamos logo com isso! Vamos chegar

    atrasados, para jogar o futebol na praia! — Lembra Alfred.

    — Vocês ‘estar loucos’? Nós ‘não conhece’

    pessoas na região. Não ‘pode juntar elas’, para nenhum esporte!

    Antes daquele almoço, em que Hanz não fora notado no restaurante, como queria ter sido pela ‘linda moça’

    que ali trabalha… Ronaldo disse a eles que um grupo bacana de fuzileiros navais, encerra o expediente do serviço militar às catorze horas da sexta-feira. Se juntam na praia da Boa Viagem, em frente ao posto sete por volta das quatro e meia da tarde, para jogarem futebol. Todos podem jogar. É ‘uma pelada’. Ronaldo ri, e explica que não é uma mulher sem roupas, mas o nome aqui no Brazil para uma partida amigável de futebol. Tem regras livres. Sem a preocupação com tamanho do campo, condição dos equipamentos e uniformes.

    Tem marcações básicas: faltas geradas pelos contatos entre os jogadores; marcação de laterais, quando a bola rola pelo calçadão, ou pára na água do mar; tiro de canto e de meta, quando percebem que a bola ultrapassou as linhas de fundo imaginárias. Não tem marcação de impedimento, porque não há juiz de linha. Nem pênalti, porque as áreas não foram demarcadas. Entretanto ao contrário do futebol profissional, que tem suas regras rígidas e as decisões tomadas dentro de campo pelo juiz, serão discutidas à exaustão pelos profissionais do rádio e televisão, jogadores, técnicos, diretores, e outros juízes, aquela turma, só quer ‘bater uma bolinha’ com felicidade, e praticar um pouco o ‘esporte mais querido do mundo’.

    Julian está entusiasmado. Diz que não vê a hora de começar a ‘pelada, na terra do futebol’. Ainda mais jogando com brasileiros, que são considerados pelos eslovacos, os melhores ao redor do mundo.

    — Não misture as coisas, Hanz! Cadê o seu entusiasmo por estar no Brazil, e poder ter a honra de jogar futebol com os brasileiros? Vai jogar amargurado,

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