Gary e a avozinha-robô

De David Littlewood

Gary Gormley é de longe o garoto mais inteligente da escola, mas tem dois problemas. O primeiro é que ele e sua mãe doente são muito pobres. O outro está na relação com dois valentões da escola chamados Nick e Dick, que pretendem tornar a vida de Gary um inferno.

No entanto, a ajuda está perto, tanto através de uma amiga da escola chamada Emily Truss quanto de uma poderosa aliada enviada do futuro: o robô humanoide protótipo 100XL – A avozinha-robô. Com a ajuda do incrível avozinha-robô, é hora de Gary dar a volta por cima contra os valentões.

Uma aventura cheia de ação, Gary e a avozinha-robô é uma leitura divertida e rápida para crianças e jovens adolescentes.

• Idioma: Português
• Editora: Next Chapter Circle
• Data de lançamento: 28 de set. de 2022

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CAPÍTULO 1

PROBLEMAS PARA GARY GORMLEY

Gary Gormley dobrou a esquina correndo e parou lá, ofegante. Ele se encostou na parede, esperando que eles não o vissem. Tinham lhe importunado tanto nos últimos dias, e agora o perseguiam no caminho de volta para casa. Ele sabia que se o alcançassem fariam algo muito desagradável com ele, como bagunçar seu cabelo ou afundar seu rosto em uma poça.

Eles eram Nick e Dick, dois garotos da escola. O porquê de terem decidido se tornar seus inimigos jurados, Gary não tinha certeza. Talvez fosse porque ele se sentava na frente da turma enquanto eles brincavam lá trás. Talvez fosse porque ele era um garoto inteligente que podia resolver uma questão de matemática num segundo, enquanto Nick e Dick eram ambos burros igual uma porta. Quer dizer, Gary podia resolver problemas de matemática bastante complicados enquanto Nick e Dick tinham dificuldade em somar dois mais dois e chegar a quatro!

Quaisquer que fossem as as razões, Nick e Dick tinham decidido que Gary deveria se tornar a próxima vítima em sua campanha de fazer bullying com outras crianças na escola. Afinal, ele parecia um nerdzinho fracote. Ambos eram bem grandes e sabiam que Gary não seria capaz de lutar contra eles, especialmente porque eles trabalhavam juntos. Então eles passaram a chamá-lo por apelidos, tais como Gary Palerma, em vez de Gary Gormley. Não demorou preciso muito para que todas as outras crianças se juntassem a eles, em parte porque tinham medo de Nick e Dick e em parte porque crianças gostam de dar apelidos horríveis a outras crianças. Então Gary ficou logo conhecido como Palerma Gary.

Isso foi um pouco estúpido da parte dos garotos, pois Gary era, sem dúvida, o rapaz mais esperto da turma. Ele tinha cérebro de sobra, o que deveria fazer as outras crianças invejá-lo. Porém, tudo o que as outras crianças conseguiam ver eram as roupas surradas que ele usava.

Isso porque Gary e sua eram pobres. O pai tinha morrido quando ele era bebê, e a mãe estava doente e não podia trabalhar. Ela passava muito tempo na cama, e Gary tinha que cuidar dela. Ele não tinha tempo para fazer muitos amigos, e normalmente passava seu tempo livre no barracão no fundo do jardim, onde ele inventava coisas.

Sim, o passatempo de Gary era inventar coisas. É verdade, ele ainda não tinha muitas invenções— apenas algumas coisas como um aquecedor de assento para o vaso sanitário externo (que ficava muito frio no inverno) e um aparelho de assustar ratos controlado por rádio para se livrar dos ratos que invadiam com frequência a sua casa.

Gary não queria muitos amigos. Na verdade, ele não queria que as pessoas vissem a casa precária onde ele morava com a mãe. Mas agora estas crianças horríveis pareciam saber disso. Gary permaneceu imóvel enquanto ouvia as vozes vindas da esquina:

— Onde está ele?

— Desta vez vamos pegá-lo!

— Vamos bater naquele porquinho inteligente!

— Olha, ali tem uma poça em que podemos afundá-lo. Fazer com que sua roupa fica cheia de lama!

O coração de Gary ficou apertado. Era difícil conseguir roupas na sua família, e a última coisa que ele queria era que as roupas que usava fossem estragadas pelos valentões. Tinham despenteado seu cabelo e tinham-no arrastado pelo pátio da escola, mas agora parecia que os seus joguinhos podres iam ficar piores.

De repente, Gary ouviu outra voz. Era a voz de uma garota.

— Estão procurando Gary Gormley?

Ele prendeu a respiração ao ouvir o seu nome.

— Sim! — Era a voz de Nick. — Sabe para onde ele foi?

— Ele foi por ali, passou pela sebe e por cima do campo."

— Certo! Vamos pegá-lo!

— Talvez haja alguma lama em que possamos jogá-lo!"— Depressa! — disse a voz da garota — Ele corre rápido!

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Gary ouviu um par de grunhidos de agradecimento dos dois valentões enquanto fugiam. Ele deu um suspiro de alívio, mas se assustou ao ouvir a voz da garota:

— Muito bem, Gary Gormley. Você pode sair. Eles já foram embora. — Ela disse a última palavra numa espécie de canto e risada, por isso soou como embórá.

Gary esticou o pescoço. O que ele viu ali, em pé, foi uma jovem da mesma idade que ele. Ela tinha sardas no rosto e cabelo castanho-acobreado, que estava trançado. Mesmo que os garotos da idade dele não se importassem com meninas, Gary achava que ela ficava muito bonita com seu vestido vermelho, que chegava até os joelhos, e suas botas pretas. Ele a reconheceu como uma garota de sua classe na escola, Emily Truss.

— Andam atrás de você outra vez? — perguntou Emily.

— Sim, temo